Bandas com irmãos ñ são exatamente novidade; provavelmente em tempos idos já até listamos top 10 delas. Van Halen, Toto, Savatage, Pantera etc. No rock brasileiro, existe até uma consolidada tradição já: Made In Brazil, Mutantes “fase Arnaldo”, Capital Inicial, caras, e por aí.
Mas imagino q pros gringos deve ser uma doideira o q há de metal com irmãos no Brasil. Alguém sabe de algum artigo a respeito?
TOP 10 BANDAS DE METAL BRASILEIRO COM IRMÃOS: (critérios: gosto pessoal + total de irmãos envolvidos)
Krisiun
Sepultura “fase Max”
Subtera
Claustrofobia
Taffo *
Dr. Sin *
Viper
Necromancia
Shaman
Taurus
OBS: Cavalera Conspiracy ñ incluí por considerar projeto transnacional
* irmaos Busic daria quase um top 10 próprio, pq ainda teriam o Platina, o KLB genérico Busic e o disco homônimo do Supla pela EMI (lançado há exatos 30 anos. Aproveito: o q ficou?), mas escolhi incluir só duas das franquias
Conversava com Jessiê no sábado e me surgiu o insight de pessoas aqui em São Paulo q na virada dos 80’s pros 90’s basicamente se fizeram em cima dos roqueiros e metaleiros.
Curiosamente um mesmo zeitgeist, mas em bairros vizinhos. Em vetores opostos. E sem relação entre os envolvidos.
Na Aclimação, a filha da puta da bispa Sônia e seu klan Hernandez patrocinando bandas, estúdios e organizando festivais ali no cinema abandonado tornado templo (aquele q caiu há alguns anos, na Lins de Vasconcelos), escrupulosamente inserindo pregação entre banda e outra.
Comprava tb espaço na tv Manchete, passando o “Clipe Gospel” nas madrugadas. Deu no q deu. Bostonaro está aí e a estelionatária louva. E nós aqui estranhando o banger isentão de direita. Aleluia.
No Ipiranga, por sua vez, um sujeito “muito inteligente” com uma lojinha na Bom Pastor 1515 apareceu do nada via inserções comerciais na tv Gazeta vendendo tênis de skatistas e camisetas de surf wear. No programa chamado “Grito da Rua”, de skate e surf.
Ñ toca nem nunca tocou guitarra, nunca fez nem backing vocal em disco algum, mas representando a Vision vestiu tudo o q era banda de metal e hardcore por aqui uma certa época: Sepultura, Ratos de Porão, Viper, Volkana, Zero Vision, Raimundos e etc.
Turco Loco/Alberto Hiar tvz seja uma figura estranha pra quem ñ é daqui da capital, mas já foi pra lá de onipresente e continua personagem relevante. É dono da marca Cavalera e etc. A lojinha 1515 ainda existe, tornada outlet da Cavalera.
Encontrei esse “Panelaço” linkado acima e mandei pro Jessiê. Resolvi tornar pauta aqui. JG, em seu estilo próprio, praticamente insultou e tirou (de boa) muitas verdades, muitas histórias. E o sujeito ñ fugiu da reta, nem bancou o inocente ou se valeu de politicamente correto.
Os 2 primeiros minutos são perfeitos. Histórico resumido. E na altura dos 20 minutos, pra mim a melhor descrição da treta do Sepultura. Se nunca existiu uma cena por aqui, ñ foi por culpa dele. Muito foda.
“Soldiers Of Sunrise” – NWOBHM “Theatre Of Fate” – a night at the opera “Evolution” – hora do recreio “Live – Maniacs In Japan” – estelionato na japonezada
“Coma Rage” – punk de butique “Tem Pra Todo Mundo” – bagaço, fim de feira
“All My Life” – (sei lá eu) “To Live Again – Live in São Paulo” – (eu sei lá)
Aproveito o ensejo pra recomendar a live de amanhã na página do Jessiê, @bangersbrasil, no Instagram. Será com Felipe Machado. Sujeito articulado e acessível, zero estrela. Promete.
Sabe aquele papo de biscoito da sorte de que “o importante é a jornada?” Pois é…
Em 1994, ainda sem internet, já tínhamos uma grande facilidade de ter materiais (principalmente com o boom dos cds) e acesso a shows de bandas médias e grandes do mundo todo, desde que você morasse ou se deslocasse para São Paulo. Menos mal, considerando que na década anterior você precisaria se deslocar para Minnesota.
Mas em Goiânia tudo ainda era só um sonho e shows “grandes”, até então, foram apenas Dorsal e Ratos, sem contar que a Rock Brigade (como qualquer outra fonte de informação metálica) chegava com delay. Por isso levamos (eu e a comunidade banger local) um grande susto ao descobrir que um dos maiores festivais de metal do mundo faria sua versão no Brasil! Com Slayer e Black Sabbath! Monsters Of Rock! Comoção total.
Problemas: faltava uns 10 dias somente, estávamos a mais de 1000 km e cada um mais quebrado que o outro.
Quando um grande amigo, até hoje, que se chama Júlio disse que o pai era caminhoneiro e ia/voltava toda semana para SP e que iria falar com ele para ver a possibilidade de uma carona. Sendo que dava pra ir eu, ele e mais um.
Falou com o tio, eu confirmei e chamei outro amigo (Josmar, éramos o “trio J”). O show era dia 27/08, um sábado, iniciando-se às 12h, com doze horas de shows. O tio do amigo sairia na quinta com previsão de chegada na sexta. Ou seja: teríamos que nos virar entre sexta e sábado.
O show custava R$30 na pista, consegui R$50. Ou seja: ainda me sobrariam R$20 para alimentação, viagem, emergência… De quinta até domingo. Em São Paulo! Meu amigo tinha conseguido R$80. Estava melhor que eu.
Em cima da hora o Julio desistiu, acho que pensou bem na barca furada: andar 1000 km sem ter onde ficar, como ficar basicamente com o dinheiro do ingresso, em São Paulo. Foi o único sensato. Mas eu só conseguia pensar no Slayer e Black Sabbath e achava que íamos conhecer alguém e dormir na casa desta pessoa. Putz!
Óbvio que menti para minha mãe que estava na casa de um amigo qualquer, já que ela (e mãe nenhuma) nas circunstâncias permitiria.
***
Chegamos na sexta-feira umas 9h da manhã, já tinha gastado R$10 dos R$50 em alimentação na ida, o tio do amigo nos deixou na Freguesia do “Ó”, pegamos ônibus e fomos descobrir onde era o Pacaembu. De lá, fomos na Barra Funda, perguntando até chegar na Woodstock para comprar o ingresso.
Ainda faltavam 24 horas para o show e só me restavam R$5. Tive a idéia de ir para a Rodoviária do Tietê, pois chegariam bangers lá, e como eu conhecia gente do Brasil todo (via carta, por causa do zine) conseguiria fácil uma hospedagem e deslocamento. Ao menos era o que o meu otimismo juvenil sem noção achava.
De fato chegavam cabeludos aos montes, mas rapidamente se dispersavam. Puxava papo, falava do quanto éramos bangers de verdade, que o tal espírito do metal corria em nossas veias e coisas do gênero. Teve uns caras que queriam, inclusive, nos levar juntos (deviam ter uns 16 anos) mas as mães (ou tios) logo os demoveram da idéia. E vendo em retrospectiva, éramos cabeludos, meio barbudos (o que os 19/20 anos permitiam), com roupas pretas rasgadas, cheias de patches. Mendigos quase.
Anoiteceu: vieram o frio, a fome e o sono. Passamos a noite na rodoviária, que se por um lado era seguro, fazia muito frio e não podia deitar em lugar nenhum, que o segurança já cutucava. De madrugada, o frio cortava como navalha. Quando o metrô voltou a rodar, ficamos andando de um lado a outro. Era quentinho e podíamos dormir nas cadeiras. Assim ficamos fazendo até às 9h de sábado.
Resolvemos, dado o perrengue e a falta de dinheiro (o meu já tinha acabado; meu amigo devia ter uns R$15) ir na Woodstock e vender nossos ingressos para comprar passagens de ônibus de volta para Goiânia. Chegando na loja, devia ter umas 500 pessoas de fora, um burburinho de cabeludos de todo o país. Naquele momento, percebemos que não podíamos desistir: era histórico, tínhamos ido longe demais para desistir. Chance única. Iríamos ao show e depois pra BR para pedir carona. De novo a visão juvenil das coisas.
Resolvemos bater perna na Galeria do Rock, rumamos para lá e ficamos babando nas coisas de loja em loja até dar a hora do show. Estava passando os Lps, quando passa uma menina que eu conhecia de vista de Goiânia; pensei: “que louco ver essa mina aqui”. Passou outra, mais outra e a irmã de um amigo veio me cumprimentar! Era uma excursão de Goiânia cheia de pessoas que eu conhecia, inclusive alguns amigos próximos. Foi um choque positivo. Contei pra eles a história toda e veio o cara que organizou (Kleber) falar comigo, chamando pra ficar com eles e ir embora pra Goiânia no ônibus. Expliquei que estávamos sem dinheiro nenhum. Ele disse que estava tudo certo. Inclusive a galera dividiu comida, água e ainda pagaram lanches pra gente na volta.
Toda história tem um “deus ex machina”. Esse foi o meu. Encontrar uma excursão da minha cidade em uma das maiores Metrópoles do mundo.
***
Ah, já ia esquecendo dos shows, que acabaram ficando menores do que a jornada, de fato. Pouca coisa lembro do Angra e Dr. Sin, que fizeram shows pequenos. Do Viper, lembro que a galera interagiu com o cover do Queen. O Raimundos destruiu tudo, foi um show insano. Nessa altura, já estava bem cheio. Comecei o show perto do palco, mas as ondas te levavam de um lado ao outro. Foi insano. Insano! Eram uma enorme banda nessa época.
Curti bastante o Suicidal, mas havia uma tensão porque viriam Black Sabbath e Slayer. A galera estava tensa mesmo, inquieta. Tipo esperando a barragem romper e vir uma avalanche de água. Sinceramente, curti o Black Sabbath demais e lembro bem dos trejeitos e traquejos do Tony Martin. Dava vontade de chorar ao ver quem moldou sua vida, ao vivo. Foi muito foda. É tipo sofrer um acidente automobilístico: você fica em transe e em choque. Parece um sonho e você não tem certeza do que é realidade ou delírio.
Quando, de repente, “Hell Awaits” anuncia o apocalipse. Se você nunca viu Slayer ao vivo, é uma experiência que não se passa incólume. Não existem fãs como os da banda. Nego sai do nada, te segura e grita “Slayeeerrrr”. O tempo todo. O pau come. Você não sabe pra onde olhar. Todo mundo é seu amigo a ponto de te abraçar, chutar, empurrar, bater cabeça junto. Temi pela minha vida caso caísse.
Acabou o show e o festival pra mim, fui pro fundo dormir (uma cobertura que estava em cima do gramado) enquanto o Kiss tocava, até alguém da excursão me acordar por volta de uma da manhã, que iríamos embora.
Na esteira da morte de André Matos, andei reouvindo alguns de seus trabalhos. Além dos óbvios dois primeiros álbuns do Viper, que curto até hoje, decidi checar outras empreitadas do falecido vocalista. Tenho – e gosto – “Reason”, do Shaman. Passa ao largo do nefasto power metal melódico, pendendo para um híbrido gótico paradiselostiano e é bem interessante. Ouvi também um de seus discos solo, baixado aqui no meu HD faz tempo: “Mentalize” tem boas músicas, produção pesada e as artimanhas vocais de sempre. Também interessante.
Mas a jóia foi mesmo “Virgo”, parceria de Matos com o músico e produtor alemão Sasha Paeth. Comprei esse CD a meros 7 reais em um sebo de Vitória, por pura curiosidade, e gostei desde a primeira audição. Passa longe do heavy metal, seja lá qual vertente, e pende mais para o progressivo e, às vezes, ao pop. Poucas guitarras, muito groove na cozinha, teclados e pianos discretos que não inundam o instrumental, ocasionais orquestrações, melodias delicadas e sutis. O que brilha é realmente a voz de André, que não é (era) tão potente ou de alcance tão elevado quanto gostam de propagar por aí. Mas desliza como veludo por cima da cama instrumental.
Me lembro vagamente quando saiu, 18 anos atrás, e recebeu a babada de ovo padrão das revistas nacionais (quando ainda havia mais de uma). Passou batido. Ninguém comprou, ninguém ouviu. Pena, pois talvez estejam aqui alguns dos melhores momentos de André Matos. Recomendo conferir, de mente aberta.
Amigos mais antigos por aqui sabem q, de posse de minha devida insignificância, montei este blog há 16 anos como modo de desmerecer bandas como as dele. Metal melódico, modismo chato, música de parquinho. Com o tempo, percebi q, além de besta, era pouca. Minha birra. Meu foco passou a ser esse “metal nacional” reaça, brodístico e de condomínio.
Nunca foi meu ídolo, jamais comprei a idéia de “melhor vocalista do Brasil” – nem em tempos de Viper (assisti lançamento do “Theatre Of Fate” ainda com ele, 1989, Projeto SP) – tampouco a pataquada de “ex quase Iron Maiden“; além disso, parece q ñ era desses seres detestáveis e afetados do meio. Foi um dos poucos (e ñ foi pouco) q REALMENTE fez parte da História do Heavy Metal no Brasil.
Parece q acabou de acontecer. Contatos q tenho metade estão sabendo, metade estão bastante consternadas. De modo q ñ sei ainda as causas. E nesse sentido, só lamento.
48 anos. 4 mais velho q eu. Foda.
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Outro recém-falecido, e este sim lendário, foi Serguei. De legado musical mixo, mas o melhor fake da internet disparado. 85 anos e estava com Alzheimer. Finalmente esqueceu q tvz tenha traçado a Janis Joplin. Porra.
Ñ tem muito q eu consiga dizer sobre o Krisiun q já ñ disse por aqui. E de outros shows (foram meus 7º e 8º, salvo engano), sobretudo recentes, de q já fui. Parto de algo meio clichê: “são banda gringa q moram aqui”. A q somo a opinião do amigo Leo, com quem fui na sexta-feira:
“é quase um anticlímax ‘Black Force Domain’ ao final”
Sim, tinha tr00 q pedia “Black Force Domain” desde o comecinho da apresentação. Aquele tipo cabeçudo q vai só pra ver ESSE som e deixa passar todos os outros. Tvz pq ache q os caras estejam “vendidos”; ou por ñ ter cognição pra apreciar a evolução desses caras.
Imaginem a brutalidade, o monte de nota, a bateria opressiva. E TUDO soando claro e ALTO. Deixando a gente realmente atordoado – ñ for assim, melhor ficarem em casa. Detalhes outros meio a tôa q pouca gente percebe: o baixo comparecendo mais em volume (Alex Camargo SABE tocar) e backing vocals a cargo de Moysés Kolesne, muito bem-vindos.
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Parto pro periférico: soube desse show – alô, Eric! – pouco antes do Natal. Pelo preço – 20 contos a inteira – resolvi ir aos 2. Acho q nunca tinha ido a 2 shows seguidos duma mesma banda. Perto do Ano Novo, já se ouvia falar q o show de sábado estava sold out.
Na quarta-feira passada, vi pelo Facebook o Sesc anunciando “nova cota de ingressos” pros shows. Medo de juntar muito metaleiro, aí resolveram vender um pouquinho mais. Tavam lotados? Sim, mas podia ter enchido mais, ñ abarrotados. E de certo modo, essa prevenção babaca contra os headbangers faz parte um pouco da coisa; tinha até esquecido q existia.
Em termos de público, algo q já havia chamado minha atenção no Arch Enemy/Kreator: um monte de mulheres. E ñ só por estarem acompanhando namorados dementes (caso da minha namorada eheh): por curtirem o extremismo mesmo. Mulherada entrando nas rodas, sem q babacas se aproveitassem pra tirar casquinha, nem nada. Como era em outros tempos, como nunca deixou de ser. Zero tumulto, nenhuma treta, rodas sem vandalismos.
Além disso, monte de criança presente; um tanto pela estrutura do lugar permitir (entrando junto com os pais etc.), outro tanto em função dos pais levarem aos seus pequenos já a cultura sempre alternativa, proscrita e de tolerância. Por mais q youtubbers imbecis (me recuso citar nome) ou “apoiadores” do “metal nacional” digam o contrário.
Q fiquem em suas redes sociais se masturbando com discos do Viper e seus 17 pôsteres do André Matos.
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Shows: o de sábado um pouco melhor. Os caras, e sobretudo Max, mais a fim. Mais sedentos de sangue. Com a faca nos dentes. E pq tocaram “Slaying Steel”, “Hatred Inherit” e “Conquerors Of Armageddon”, preteridas sexta, quando preferiram tocar mais sons novos (como “Devouring Faith”) – e q funcionaram muito melhor ao vivo – e até umas velharias inesperadas. Tipo “Hunter Of Souls”.
Salvo engano, faltaram sons só de “Ageless Venomous” (ainda meu preferido) e “Works Of Carnage”. Cover foi “Ace Of Spades”, pra mim ok. Zero oportunista. Mas preferia q tocassem “Sweet Revenge”, já gravada em “AssassiNation”.
Ponto fraco continuam os discursos de Alex, quase em nível Ozzy Osbourne: 3 ou 4 frases repetidas. Até agradam, mas… Meio q um sujeito carismático sem carisma. Poderia falar um pouco dos sons, dos álbuns – afinal, com ONZE lançados, já têm muita História – mas penso q o hd cerebral deve estar tb bem ocupado com as letras decoradas.
Se bem q ñ ouso dizer ter havido embromation. Nem ninguém ali presente. Há alguém q vá ver o Krisiun pra cantar junto?
Tem q ser MUITO tr00 ahah
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Set-list (de sábado. Sem lembrar onde encaixaram o Motörhead) 1. “Ravager” 2. “Combustion Inferno” 3. “Scourge Of the Enthroned” 4. “Blood Of Lions” 5. “Descending Abomination” 6. “Vengeance’s Revelation” 7. “Ways Of Barbarism” 8. “Demonic III” 9. “Slaying Steel” 10. “Slain Fate” 11. “Conquerors Of Armageddon” 12. “Ace Of Spades” 13. “Bloodcraft” 14. “Hatred Inherit” 15. “Black Force Domain”