20 ANOS DEPOIS…
… o q “ficaram”?
… o q “ficaram”?
Na lata e sem duas respostas possíveis:
Melhor música do Rammstein? Pra mim, “Sonne”.
Rammstein, “Rammstein“
O auto-intitulado disco dos alemães é daqueles raros – e q raros artistas conseguem fazer – a caber na prateleira do “saindo da zona de conforto”.
Sucedeu o (pra mim) fraquíssimo “Liebe Ist Für Alle Da“, q por sua vez já sucedia o (pra mim – parte 2) fraquinho “Rosenrot“. Impressionou pelos videoclipes (quesito em q são invictos), mas tem bem mais. Afinal, quem vive de videoclipe é boyband.
Todas as músicas têm alguma evolução e novidades, em termos de timbres e riffs, e em termos do Rammstein de antes, ainda q cedendo ao mid-tempo de sempre quando do vocal, naquilo q é ao mesmo tempo estilo da banda e limitação técnica de Till Lindemann. Q mesmo assim me surpreendeu em “Puppe”.
Eletrônica, peso, partes acústicas e déjà-vus formam um patchwork q demanda mais tempo pra ver q músicas vão me “grudar” mais. Estou na 2ª audição seguida da devida imersão*, não tenho pressa. Preferidas até agora: “Deutschland”, “Radio”, “Zeig Dich”, “Diamant”.
Lembro ter sido dos primeiros discos Universal Music a não sair nacional, o q me foi critério infalível pra trazê-lo de Londres. Aqui, quando encontrei, eram só importados e caros; curiosamente me foi tb o mais caro q trouxe de viagem.
Importado lá tb? Não entendi.
* originalmente escrito há uns 10 dias lá no Colecionadores/Acumuladores
RANQUEANDO FAIXAS-TÍTULO DO NAPALM DEATH HOJE:
E o bafão do fds foi q parece q prenderam o Till Lindemann queridão na Rússia. Motivo aparente: tentou fazer show durante quarentena sem “protocolo de isolamento” adequado (deve ser tão fake quanto aqui). Ou por algo envolvendo passaporte, ñ entendi bem.
https://www.loudersound.com/news/rammsteins-till-lindemann-reportedly-arrested-in-russia
Se é verdade q alemães ñ têm senso de humor, então acho q podemos enquadrar Helloween (Síndrome de Williams?) e Rammstein (sociopatas) em pólos opostos de um humor atípico, hum?
Esquisitos, uns e outros, pela falta de prática ou dum meio termo?
Ouço falar tb q os russos carecem de senso de humor, e ainda de algum mínimo entendimento de sentido figurado. Gente muito séria e objetiva.
E aí, a gente vê essa doideira (ñ censurada pelo YouTube. Q, aliás, se ñ censura youtubber bostonarista bostejante, ñ seria isto q vetariam) do vocalista do Rammstein, Till Lindemann, em clipe super produzido de alguma coisa q se assemelha um trabalho solo (sem Peter Tagtgrën) a caminho.
Saindo do forno (ops!)
“Odeio Crianças”.
Fora tudo isso, um monte de referência histórica russa, nazista e alemã q ñ tenho lastro pra sacar. Muito menos “captar” a piada.
Alguém aqui se habilita?
Vejamos e convenhamos: tirando nos EUA e, tvz, por aqui, bandas inspiradas em Rammstein surgiram a torto e a direito. Aos cântaros. Bandas reconhecidas se inspiraram neles com parcimônia, como até mesmo o Nightwish.
Nada de banda revolucionária: apenas uns ogros competentes surgidos na hora e lugar certos. Com os 2 últimos discos fazendo mais do mesmo e demonstrando declínio aparente, repetição da proposta, marasmo de idéias.
Aí vem Peter Tägtgren (Hypocrisy e Pain) e monta projeto com o vocalista Till Lindemann. Banda intitulada Lindemann, q recém-desovou álbum de estréia conceitual sobre parafilias, abaixo:
[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=bhJOwHyLpOk&list=PL9_y2ln4fucl2lbuz_is337r-F7WxuLcy[/youtube]
Dúvidas atrozes, por ora:
1. ficou um Rammstein melhorado, mesmo em inglês, ou um Pain melhorado, com vocal melhor?
ou
2. ñ caberia ao Rammstein entrar com recurso na OTAN pedindo embargo da obra? ahah
Os titulares estariam pra lançar álbum novo ainda este ano. Em q condições?!?!
A comparação é estapafúrdia, mas ñ me ocorreu outra: parecem uma cruza do Rammstein com o Blackmore’s Night. Só q sem a vocalista fadinha chatinha e o tiozão azedo tocando violões e bandolins medievais.
Por outro lado, são um septeto no qual 2 ou 3 de seus integrantes constantemente revezam-se entre instrumentos REALMENTE medievais, como um tipo de violino q parece um piano aberto tocado com arco ou montes de foles. Gaitas de foles. Vocalista gutural, a la Till Lindemann, mas q me lembra um dos caras de “Men Of A Certain Age”, Scott Bakula.
E parecem grandes na Alemanha esse In Extremo, q eu já conhecia de ter comprado a 6 contos por aí “Mein Rasend Herz”, bizarramente lançado nacional pela Universal (teriam sido usados nalguma trilha de novela?) q venho há algum tempo pensando em resenhar. Ñ fosse tão INDIGESTO, ou difícil na proposta: disco conceitual sobre navegação/navegadores, misturando algum metal com folk realmente folk e letras em alemão, alemão arcaico, francês e latim!
Peguei um outro ao vivo num sebo, “Die Verrückten Sind In der Stadt”, de q gostei menos. Acústico demais, ainda mais hermético. Pra desempatar, eis semana passada encontrar “Raue Spree 2005”, dvd ao vivo, em oferta na Saraiva (MERCHAN!), tb lançado pela Universal.
O show dos caras tb lembra muito o do Rammstein: pirotecnia a dar com pau (embora mais moderada em relação aos sociopatas), cenário e figurino bastante produzidos (calhando com o tema “navegação”), galera devota cantando junto e muito, vocalista carismático q dói.
O único senão achei o MONTE de foles. Foles demais em relação às guitarras. Ñ deixa de ter peso, ñ deixa de ser curioso, mas o dvd tem DUAS HORAS de show, com 24 músicas. Nenhuma exatamente curtinha. Consegui chegar na 10ª. A Patroa vinha adorando, mas na 4ª música eu já estava empapuçado. E pronto pra voltar ao dvd do Meshuggah.
Há coisas pra saber, pra ñ saber, ou se ir atrás desse In Extremo, no mais?
Queria saber sobre ser o caso de eu me contentar com estes e parar.
Parece q sou mesmo um sujeito influenciável: é como explico ñ ter entrado tão no clima do show da terça última.
Tinha lido entrevista com guitarrista (Richard Kruspe) no dia, em q dizia q a banda ñ traria toda a produção de palco (inviabilidade, custos altos etc.), assim como tb conferi o set-list (pra passar à Patroa quais dos sons antigos rolaria), q atestava q ao menos metade do show seria de sons do álbum novo, “Liebe Is Für Alle Da”, q meio ñ ouvi direito, metade ñ gostei…
Mas tem q haver o registro de q foi um SHOW DO CARALHO, sim. Se ñ trouxeram toda a produção e pirotecnia, com o “pouco” q veio, fizeram uma zoeira sem precedentes: pois lembro q o ÚNICO show gringo a trazer toda a produção de palco foi o AC/DC, e olhe lá.
Fiquei embasbacado, sim, quando ao fim da “Du Hast” (música q funciona melhor ao vivo, com multidão bradando sem dó), o Till Lindeman atirou uns fogos em nossa direção, q tiveram o efeito de voltarem até o palco pra daí explodirem! Fiquei besta em ver como o baixista e o tecladista, posicionados mais acima no palco, repletos de coletes e chapéus (parecendo aqueles seres estranhos dos filmes “Hellboy”), assim estavam pra se protegerem das LABAREDAS q apareciam e iam ali pra trás!
No entanto, a falta dos telões foi o q me broxou mais. Estávamos – eu, Patroa e a amiga Danny Poser – lá pro fim da pista e lamento até agora ñ ter podido vê-los mais de perto. Por outro lado, é o q a Patroa falou ao fim: “os caras trouxeram o ‘Volkerball’ pro Via Funchal”.
E foi aí q me caiu a ficha: é, foi mesmo!
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E ñ foram todos os sons do “Volkerball” rolando: até pq estão promovendo o álbum novo (mesmo pobrema q tive no show do Therion: viciar num dvd e estranhar a mudança de repertório…). Mas, cacete, rolou “Feuer Frei!” (um dos típicos sons conduzidos por bases stacatto uníssonas chupinhadas do Metallica véio), “Keine Lust” (PUTA PESO), “Sonne” (q eu esqueci q rolaria, e só reconheci no refrão) e a “Mein Teil” praticamente igual à do “Volkerball”: com o tecladista freak Flake Lorenz sendo cozido num caldeirão por lança-chamas.
Flake, o mais sem noção da banda: é cozido, toma porrada, faz dancinhas ridículas. E ganha a platéia com isso. Ao longo do show passou a usar terno e calças brilhosas (tipo Elton John). No bis, ficou sem camisa, no q me veio o seguinte e insolúvel dilema: entre ele e Olga (do Toy Dolls), quem seria o freak dos freaks?
Páreo duríssimo.
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=OBXLe4fFBl0&feature=related[/youtube]
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“Benzin”, tocada algo mais devagar (link acima do show de 4ª), teve até truque inédito: bomba de gasolina no palco pra, ao fim, Lindemann queimar sem dó sujeito “q passava” por ali (no palco!) e ficou correndo de lado pra outro com roadies fingindo desespero em tentar apagá-lo. Sadismo é pouco!
E nem faltou tanto som antigo assim: “Links 2 3 4”, “Ich Will”, “Du Reischt So Gut” (ñ curto essa) rolaram tb. Senti falta de mais sons do “Reise Reise” (como a faixa-título) e de “Asche Zu Asche”.
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Tvz agora, a esta altura, eu possa racionalizar o clichê de q o show foi o da PLATÉIA, devota e entregue como raramente vi (mais q em Rush e Therion recentes): imaginem um lugar pra 5mil, 6mil pessoas, lotado com pessoas bradando a plenos pulmões os sons EM ALEMÃO!
Tá, q teve “Pussy”, q é em inglês (e com baterista usando pintos artificiais ao final, em pé no banquinho, pra ejacular fogos de artifício) e a “Te Quiero Puta!” (enlouquecidamente pedida pela platéia) derradeira, q é em español e Lindemann praticamente ñ a cantou: a la “Breaking the Law” do Rock In Rio 2001 do show do Halford, foi a galera quem levou o som.
Resenhas por aí falam de espanto dum dos guitarristas (Paul Landers) ante tremenda receptividade: como disse acima, ñ pude ver, mas acredito. A comunicação com a platéia foi escassa, pouquíssima mesmo: um “muito obrigado” com um puta sotaque no final. Mas é banda alemã, q nem no dvd tem blá-blá-blá com a platéia. E na saída, ñ ouvi quem MALHASSE o show: todo mundo embevecido, comovido, agradecido, em transe – e um coro espontâneo de assobio da “Engel” na escada abaixo eheh
Quero concluir a resenha atrasada e sem graça com o seguinte: q a Patroa, a Danny Poser, o Rhatto (foi na quarta, cara?) e o Pagé compareçam por aqui pra falar coisa melhor. Quem sabe, me ajuda a cair ficha tb.
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Bang Bang!