Por Jessiê Machado
Por diversas vezes me deparei com posts ou comentários acerca de discos que contribuíram ou mesmo formaram toda nossa bagagem musical dentro do Heavy Metal. Aqueles por que temos muito apreço afetivo. Que ao escutarmos pela primeira vez quebraram paradigmas, embasbacaram, nos fizeram copiar em cassetes (pra quem tem 40 anos ou mais) e ouvir repetidas vezes, geralmente com admiração e espanto. A descoberta do som pesado geralmente é mágica e transformadora.
*****
Pensando nisso, me perguntei quais seriam meus 5 discos que mais me impactaram numa primeira audição, não necessariamente meus preferidos. São mais ou menos estes:
5º) Pantera – “Vulgar Display Of Power”: mais ou menos em 1992, já tinha ouvido falar demais da banda, mas não acreditava em algo chamado “Pantera”, não podia ser sério. Era o auge do Death Metal, “Cowboys From Hell” não dava. Mas de tanto insistirem que era bom, e com o nome bem melhor desta vez, arrisquei uma ouvida. Bam! Que porrada. Que agressividade. Nunca tinha ouvido nada parecido, sequer sabia classificar o som
4º) Megadeth – “Peace Sells… But Who’s Buying?”: 1986/87, até então ouvia muito Heavy Metal tradicional, ou clássico (como queiram) e um amigo, que foi minha maior introdução do meio, me emprestou. Fiquei fascinado com a velocidade e com as guitarras. Que riffs eram aqueles! Até hoje me arrepio com “Devil’s Island”. Até então era o som mais rápido que havia conhecido
3º) Mercyful Fate – “Don’t Break the Oath” (resenhado por mim por aqui em priscas eras): por volta de 1986. Nunca tinha ouvido falar de King Diamond. Olhando os discos de um amigo (o mesmo de Megadeth e de tantos outros) não tinha como não se impressionar com a capa. Precisava ouvir aquilo. Ele apagou a luz e disse para me preparar. Não, eu não estava preparado. Foi um choque. Que clima, que som tenebroso. Que construção lírica. Uma obra de arte. “Welcome Princess Of Hell” ainda me impressiona. Até hoje não tem nada parecido ou emulado ou nestas linhas
nota: resenha postada por aqui há quase 7 anos redondos
https://thrashcomh.com.br/2010/11/servico-de-utilidade-publica-thrash-com-h-10/
2º) Slayer – “Reign In Blood”: 1987/88. Eu sempre procurei um som que fosse o mais rápido possível. A busca foi grande, antes de conhecer Heavy Metal, mas nada saciava minha sede de velocidade e agressividade, até ouvir Megadeth. Achei que aquilo era o limite da rapidez com qualidade existente. Então me apresentaram “Reign In Blood”. Tinha achado a capa do “Live Undead” muito legal, mas não lembro se cheguei a escutar antes. Que baque, encontrei tudo o que eu sempre procurei musicalmente num disco só. Toda a raiva e inconformismo que eu tinha se saciava em menos de 30 minutos (que, claro, eram repetidos à exaustão). Até hoje um dos meus discos preferidos de tudo o que conheci. Tornou meu gosto musical muito mais abrangente e foi um passo para chegar no Death Metal que viria forte na próxima década
1º) Black Sabbath – “Master Of Reality”: 1985, fácil de lembrar por causa do Rock In Rio. Já ouvia um som mais pesado, mas não exclusivamente e nem com intensidade. Já tinha ouvido Iron Maiden, Van Halen e outras bandas nessa linha. Um amigo perguntou se eu ouvia metal e eu repeti as bandas citadas. Ele perguntou: “e Sabbath?”. E colocou o LP para tocar. Minha vida mudou ali. Meu contato com o Sabbath definiu meu caminho, minha jornada. Direcionou minhas amizades nos próximos 15/20 anos, minha aparência e, principalmente, minha forma de pensar. Muito do que eu sou hoje se deve àquele som pesado, arrastado, denso. Black Sabbath me salvou.
“Have you ever thought about your soul – can it be saved?
Or perhaps you think that when you’re dead you just stay in your grave
Is God just a thought within your head or is he a part of you?“