SEBASTIANISMO É POUCO
por Leo Musumeci *
Sou capaz de pagar minha língua, mas acho que o Sepultura tá com um material muito bom (absolutamente bom, não só relativamente – “melhor da fase Derrick”).
O negão continua sendo a parte mais fraca (fora o Paulo, que não conta), mas até os vocais dele estão bem encaixados nessa música, fazendo o que deveria ter feito desde o “Against”… Ou, pra dar um desconto pela época, no mínimo, depois do “Nation”.
Bases de guitarra PESADAS DE VERDADE!
Até o solo tá bem encaixado… Longo demais, mas muito bom.
Bateria comendo solta, aproveitando o real potencial do moleque.
Tenho impressão que se mandaram pra Suécia pra aprender a soar como “metal brasileiro” (ironia!) de verdade! Mas, de fato, talvez tenham se trancado com um produtor que fez os caras ouvirem 200 mil vezes o “Arise” e entender o que eles tinham que produzir finalmente.
Como bom são-paulino, mestre em me iludir, tenho esperanças de um ótimo cd vindo por aí.
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[1h15min depois]
Ouvi e re-ouvi e re-ouvi. Conclusão, além do que já escrevi:
Os caras produziram esse cd na Suécia, o que explica tanto alguns elementos mais sinfônicos como os old school.
Pra ter uma idéia, esse é um resumo das bandas do produtor (Jens Bogren): Opeth, Dimmu Borgir, Sepultura, Arch Enemy, At the Gates, Katatonia, Baby Metal, Soilwork, James LaBrie, Moonspell, God Forbid, Kreator, Devin Townsend, Ihsahn, Dark Tranquillity, Paradise Lost, Amon Amarth, Dragonforce, The Ocean, Haken, Rotting Christ, Symphony X, Myrath, Angra e Dir En Grey.
Sem dúvidas, o cara deve ter colocado o Andreas e o Eloy pra ouvir “Arise”, “Beneath the Remains”… E entender que é aquela a identidade que consolidou o Sepultura, que eles derivaram pra um lado depois do “Roots” que era o caminho do Max, mas sem o Max – o que fica uma coisa mambembe e esquizofrênica.
Que eles não perderiam o público recente se soassem como antigamente e que ainda reconquistariam os fãs velhos.
Acertaram na mosca neste som. Ele tem tudo que precisa pra fazer sucesso, sem perder unidade.
*post q foram zaps q o Leo me enviou hoje cedo e eu transformei em post
Leo
9 de novembro de 2019 @ 16:55
Poderia estar matando, poderia estar roubando, acreditando em terraplanismo, no Bolsolini, mas não… Estou só crente de que o novo cd do Sepultura vai ser bom. Rs
Marco Txuca
9 de novembro de 2019 @ 17:51
Ema, ema, ema…
André
9 de novembro de 2019 @ 23:56
Ouvirei. Mas, só se for melhor que o último do CPM 22.
Marco Txuca
10 de novembro de 2019 @ 13:43
O parâmetro diz tudo. É claro q será inferior. E será o “melhor da fase Derrick”. E esse “moleque toca muito”.
André
11 de novembro de 2019 @ 09:01
Não ouvi o novo single, mas, ouvi o Machine Messiah. Achei quase bom.
Leo
11 de novembro de 2019 @ 09:31
Só pra esclarecer, caso eu não tenha sido claro.
Eu acho que, se o CD novo for inteiro como essa música, não será só o melhor da fase Derrick.
Musicalmente, será melhor que o Roots*, por exemplo, e que boa parte (senão toda!) a discografia do Soulfly.
(Foi o que quis dizer com “bom absolutamente”, não só relativamente. Rs)
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* Obviamente, o Roots é muito mais que a complexidade das músicas e tem um lugar na história por isso, mas essa música eu achei bem mais consistente e sofisticada.
Pra mim, retomando uma conversa que tive com Marcão no show de ontem, essa música tem CARA de Sepultura… Um novo Sepultura que acho que há muito não tinha uma cara.
märZ
11 de novembro de 2019 @ 18:20
Machine Messiah foi produzido no mesmo lugar pelo mesmo cara. Não creio que o produtor tenha algo a ver com alguma possível mudança no som. E não acredito em tal mudança.
Vai ser mais um disco… bonzinho.
Leo
12 de novembro de 2019 @ 00:29
Eu achava que o antipetismo era forte até descobrir o anti-sepulturismo: nem falando bem e colocando o link do vídeo eu consegui convencer alguém sequer a ouvir a música (e olha que bastava apertar o play. Rs)
Vou revisar minha ideia sobre a possibilidade de reconquistar os fãs antigos. Talvez uma parcela já tenha desencanado de vez.
marZ
12 de novembro de 2019 @ 00:38
Eu já tinha ouvido e ouvi novamente. Sou um dos poucos aqui que defende o Sepultura pós-Max, mas concordo que é uma banda hoje em dia no máximo mediana. Gostei bastante do Machine Messiah e, arriscando um cliché, acho “o melhor da fase Derrick”. Torço para o Quadra vir ainda melhor, mas tenho poucas esperanças.
Em tempo: de todos os albuns com Fumaça gritando, só não gosto de Against, Nation e Mediator. O resto acho honesto e bacana, apesar dos vocais horrorosos de sempre. Bons, mas não excelentes.
Leo
12 de novembro de 2019 @ 08:31
Valeu, märZ!
Eu realmente tinha ficado com a impressão de que ninguém queria nem ouvir esse som. Rs
E fiquei impressionado, pq não achava que poderia haver resistência – embora o boi de piranha seja sempre um novo “melhor da fase Derrick”.
Por isso, brinquei sobre anti-sepulturismo.
Eu já tenho um certo apreço pelo Against e pelo Nation, que acho que são justificáveis, dado o momento em que foram produzidos, uma indefinição do caminho a seguir pós-Max, …
E tendo a gostar um pouco mais dos CDs com o Jean.
Mesmo o último eu não tive paciência de ouvir, pq achava que não tinha cara de nada o som.
Até parecia uma banha ok, mas uma banda qualquer.
Acho que essa é a diferença, pra mim, dessa música: de alguma forma, ela tem CARA de Sepultura. E falo isso tendo sido “catequizado” pelas bases dos caras quando tocava guitarra.
Acho que esse som bateu em algo que reconheci como aquilo que me fazia achar a banda foda lá atrás, quando comecei a ouvir.
Jessiê
12 de novembro de 2019 @ 23:40
O Sepultura é a maior banda do Brasil com 3 discos mais que excelentes (Beneath, Arise, Schizo nessa ordem pra mim) e o restante de ok, razoável, batmacumba pra gringo e ruim.
Nunca tive má vontade e pra mim o problema nem passa no vocalista (que sim é muito fraco) trata-se pura e simplesmente de material fraco, esgotado, vazio ou repetitivo. E isso vale pro Soulfly também.
Não acho que ambas as bandas tem cacife para o tanto de material que soltaram, se fosse condensado na metade talvez teríamos material de melhor qualidade e com melhor tempo de assimilação entre um e outro.
No caso do Sep eu dou atenção a tudo que lançam, mas na medida que tenho tempo às vezes com lag de ano. O Soulfly dou menos importância ainda. Coloco Iron e Metallica na mesma cota. Não ligo simplesmente e pouco ouço, geralmente quando estou em outro lugar ou a pedido de outros.
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Sobre o som achei legal e é fácil identificar porque as pessoas têm gostado soa exatamente como Testament que é a banda que vêm fazendo um som mais consistente da cena nos últimos anos. Até o timbre do vocal parece. Poderia estar no cast do Testament que passava batido entre as muitas músicas boas recentes.
Também achei que os solos na parte final remetem ao timbre e sonoridade do Beneath.
Ninguém resiste a cair na tentação do paraíso perdido.
Vou ouvir com atenção. Um dia…
Marco Txuca
16 de novembro de 2019 @ 05:08
Show na Bélgica em agosto último. Soulfly tocando Soulfly.
https://www.youtube.com/watch?v=3EYyAlPThsM
Max tocando, sofrendo um pouco na voz, mas ainda rendendo. Pena q vêm pra cá e entulham o set de Sepultura mal tocado…