Trecho dum release gigante contido em “TimeMachine” (1993) a respeito da excêntrica – pra padrões satriânicos – “I Am Become Death”, contida no disco de inéditas do disco:
“Now, what better soundtrack to the apocalypse than a melange of warbling, foreboding drones, the last few precious ululations of blood flow, and coarse winds strafing through the skulls of the fallen? When physicist Robert Opperheimer saw the first test explosion of his atomic bomb, it was reported that his reaction was quoted from the Tibetan Book Of the Dead: ‘I am become death, shatterer of worlds’. This song might well have elicited a similar response from any straight-laced record executive. Revising his bass-drum simulation to create a heartbeat, and tickling the nether parts of the guitar, Joe crafted a piece laced with backwards moans that sound as though they were composed. The concluding ‘Rockaby baby’ death knell sounds to Joe more like an Italian soap opera, but either way, whenever he hears it today he still asks himself, ‘Why is that there?'”
*compilações do tipo “lados b” ou “lado b + demos” ñ valem; compilações do tipo “2 discos em um” tb ñ. Bandas/artistas com algum senso comerical, pq é fácil listar Immortal, Dimmu Borgir ou Darkthrone (q tem um greatest hits!) e ñ é o caso aqui.
Ir a um show do Mötley Crüe e Def Leppard com abertura do Edu Falaschi não é exatamente o programa que colegas me imaginariam fazendo.
E não que eu seja tr00. Quem já conversou comigo sobre música, mesmo que seja uma única vez, atesta isso. Simplesmente, nunca ouvi e não é a minha. Mas estava com minha esposa e isso, por si, é motivo mais que suficiente pra qualquer rolê.
Entramos 19:40 no estádio. Felizmente, deu tempo de perder o Falaschi. E já ouvíamos a banda nas imediações enquanto buscávamos o portão de entrada. Mötley Crüe já estava no palco. Aparentemente começaram pontualmente, às 19:30. Fica a dica pro Axl.
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Aliás, adendo: o Allianz Parque é excelente para shows! Falo isso como são-paulino e arquiteto (portanto, grande fã do Morumbi de Vilanova Artigas).
Infraestrutura e organização muito boas. Preços altos, mas não constrangedores ($38 um cheeseburger vegetariano e $14 uma lata de cerveja). Muita gente trabalhando. Cadeiras com altura razoável entre elas, que permitem com alguma sorte que você assista sentado mesmo com alguém em pé à frente. Infra nova e bem cuidada. E, do lado de fora, tb tudo certo. Ruas interditadas corretamente, sem exagero, sinalização inclusive no app do Google Maps avisando os desvios e, mesmo na rua do estádio, o som não é alto – isso porque, lá dentro, me arrependi de não ter levado o fone de ouvido. Como alguém que trabalha com impactos urbanos, um ponto importantíssimo.
Sobre a estrutura de palco, achei grande demais.
Não sei se sou eu que estou desacostumado a show em estádio, mas ficou desproporcional. O Def Leppard ainda “encurtou” o palco colocando um palco adicional para bateria, que reduziu a profundidade e deu uma amenizada na altura – embora a estrutura em si do palco ainda fosse muito alta. Mötley Crüe, em “Girls, girls, girls” colocou duas estátuas gigantes de mulheres pra tentar ocupar, mas já era fim de show. Isso é uma coisa que bandas escoladas já deveriam sacar: um show desses precisa de um palco com cenografia, diferentes alturas, tipo Iron Maiden, Judas Priest e etc.
Mas a estrutura de iluminação foi a melhor que já vi. Lasers a rodo e muito bom.
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Quanto ao público: casa bem vazia. Não vendeu o suficiente nem fazendo promoção de 2 por 1. Para ser justo: o setor mais cheio era a pista premium. Seguido da pista. As cadeiras tinham setores fechados para concentrar o público em locais específicos e os camarotes estavam bem vazios. Podem até tentar colocar na conta do dia (terça-feira), mas a verdade é que a turnê cancelou shows em outras cidades por falta de público. De toda forma, por um lado, uma porção de fãs fanática. Num nível hard, com o perdão do trocadilho. Por outro, uma galera mais velha, até com filhos, que sabia os sons, curtia, mais light. E muito mais gente com camisa do Def Leppard.
Sobre os shows: Mötley Crüe foi bem ruim (ponderem que já não gosto). Som péssimo no começo, que foi “arrumado” depois da quinta música e “só” ficou ruim. Muito alto, desbalanceado e bem inadequado para o vocal de Vince Neil.
Musicalmente, nada de mais. Nunca foi. Com o Vince Neil, particularmente ruim. Sempre foi. O guitarrista, por motivos de saúde, não veio. Trouxeram um ex-guitarrista do Marylin Manson (e Joe Satriani e Steve Vai). Não é mau músico. Longe disso. Embora nem precisasse de grandes virtudes. Mas eu apostaria em alguém mais jovem, que segurasse um pouco mais a onda do show dos sessentões, assim como Sacha Gerstner no Helloween.
Aliás, pra uma banda que construiu carreira apostando no estereótipo de sex symbol, poderiam ter se cuidado muito mais. O melhorzinho ali é Tommy Lee, que parece pai dos caras do Blink-182. Mas está muito melhor que Nikki Sixx, que parece avô dos caras do Restart. Que, por sua vez, ainda está muito melhor que Vince Neil, a quem vou poupar os comentários.
Aliás outro: a prova de que sabem que não estão bem é que toda vez que aparece nos telões, são colocados efeitos especiais de alta saturação pra dar uma força estética. E que, no telão, aparecem mais as duas dançarinas (e backing vocals, embora o som não me permitisse atestar se estavam cantando mesmo) que a própria banda. Sim. Só duas.
No mais, palco baixo, que deixa a banda meio perdida. Interação ok. E sonho realizado de quem estava ali pra ver os caras independente do que entregassem. A quem, como eu, não tem simpatia, foi jogo duríssimo.
Quanto ao Def Leppard, já tinha visto no mesmo Allianz, com o Aerosmith em 2017 (na oportunidade, eram banda de abertura e o estádio estava muito mais cheio). Assistir depois do Mötley Crüe é um alívio, porque os caras são profissionais.
Goste você ou não do som, os caras entregam: boa execução, som equilibrado, repertório de clássicos ao CD novo, músicos em forma (que o diga Phil Collen!), palco bem montado, um trabalho de visual no telão muito bom… E Rick Allen como atração à parte – inclusive, no solo de bateria que, em geral, acho chatíssimo, mas que fica legal pela história do cara.
Show bom é assim: sem reparos. Para voltar à arquitetura, um grande arquiteto brasileiro chamado Eduardo de Almeida disse: “o melhor detalhe é aquele que não se vê.”
“Come Hell Or High Water” eu vi uma vez inteiro. Quando saiu mesmo, noventista, ainda em vhs. Uma fita comprada q um amigo trouxe em casa e q acabamos assistindo junto. E eu sequer conhecia Deep Purple, seu nome e/ou a fama de seus integrantes/ex-integrantes.
A importância histórica dele é se tratar da definitiva derradeira turnê com Ritchie Blackmore, de convivência impossível àquela altura. “The Battle Rages On…”, sim.
Com o adendo insólito e lendário de se ter o show todo filmado com a banda tretada dum modo q se vê/via 4 caras dum lado e Blackmore do outro (à direita), sem a mínima interação entre os mesmos, o tempo todo. Mal se olham.
Lembrava disso como uma ocasião memorável, q se feita hoje provavelmente ñ renderia o souvenir comercial respectivo. Aparentemente ainda ñ lançada – aqui? – em dvd ou blurray, e tvz nem saia, a depender dos “lados” envolvidos ou do politicamente correto atual.
Ocasião memorável e desagradabilíssima, como pouquíssimas na história do rock, pra encontrar o show todo no You Tube e destacá-lo aqui, com o devido link, pra debatermos. Curioso lembrar ser da turnê encerrada com Joe Satriani no lugar, de q se tem inteiro show no supracitado site, mesmo sem q se tenha lançado oficialmente o material. Tempos voyeurs atuais.
“Come Hell Or High Water”: ñ encontrei todo, integralmente corrido, apenas fatiado em amostras, faixa a faixa, do q posto (acima) a abertura com “Highway Star”.