BLACK PANTERA
Sesc Interlagos, 12.11.23
Segunda vez com o Black Pantera este ano, e acho q até melhor. Consegui curtir mais, entender um pouco melhor a proposta. Apesar do calor senegalesco.
E do rolê: nunca tinha ido a esse Sesc, q me juraram próximo da estação de trem. Aham. 13 estações duma linha Esmeralda à velocidade de camelo manco + meia hora subindo ladeiras no bairro.
Só q valeu a pena. É um Sesc estilo “campestre”: clube de campo, quadras (plural), piscinas (idem), lanchonete coberta com área daquelas churrascarias de beira de estrada, e cheio de gente. Tipo aquele hotel em Acapulco do “Chaves”.
****
O repertório foi basicamente o tocado no Sesc Bom Retiro em setembro, embora um pouco reduzido. Durou tudo pouco mais ou menos de uma hora.
Já reconheço sons como “Padrão é o Caralho”, “Ratatá” (meio System Of A Down), “Legado”, e entendi a parte do meio em q tocaram Jorge Aragão, Elza Soares e um trecho de som do Racionais MC’s (“Negro Drama”) cantado pelo baixista figuraça Chaene: trata-se de parte dum ep, “Capitulo Negro“, q resgata origens da música preta brasileira. E isso eu acho muito foda: banda pesada e preta q não paga pau pra tropicalista!
Finalmente a página estaria virando? Foda.
Queria falar do público: por volta de 100 pessoas, entre as circulantes pelo público (muita gente de calção, maiô, biquínis) e uma metaleirada q fez odisseia parecida com a minha pra ver o show. Q foi gratuito.
Baita oportunidade pra se tornarem conhecidos – e o trecho Racionais MC’s foi o de maior apelo – e poderem falar das bandeiras negras e antiracistas. Não vi qualquer hostilidade, a não ser tvz uma hora em q uma mãe foi (discretamente) levando os filhos pequenos embora na hora de “Não Fode o Meu Rolê” e “Boto Pra Foder”.
Ao final, desceram os três e ficaram trocando idéia, tirando selfies, vendendo merchan; sobretudo o baterista Pancho (com quem tirei selfie). Como . Tem. Q. Ser. Depois, foi todo um rolê pra voltar, envolvendo caminhada, trem, linha lilás do metrô… Pra duas horas mais tarde eu estar de volta ao bunker.
****
Só mais um aspecto saudosista envolvido: trocar idéia e estabelecer amizade com outros metaleiros presentes. Já do trem, conheci um certo Iuri (Yuri?) – o de boné na 2ª foto – com quem fui desbravando o caminho (tb não conhecia lá) e trocando idéias sobre grindcore, John Zorn, Mr. Big e Summer Breeze 2024.
E uma outra amizade de ocasião na fila do bar com um japonês veterano (tipo eu na idade) (e nem nos apresentamos), q estava na ansiedade pra conseguir uma cerveja antes de iniciar o show e de quem soube q amanhã terá show do Saxon por aqui!
(não vou e não iria mesmo q tivesse sabido)
(fora q vou ao Ratos de Porão noutro Sesc com a namorada, o Leo e a Danny)
Mas cito tudo isso pq tenho q a maioria de nós já viveu essas experiências, de ficar amigo dum pessoal, daí dispersar durante o show e a saída, pra daqui um tempo reencontrar num outro show nalgum outro lugar e trocar idéia tudo de novo.
Fazia muito tempo q não vivenciava isso. É legal.
Leo
15 de novembro de 2023 @ 00:00
Acho que estamos voltando a ter essa sociabilidade em shows.
No In Flames, quinta passada, estava desfilando pra um camarada minha cantilena básica de que os CDs com o blaze são melhores que qualquer um do dance of death em diante. Eis que um maluco na minha frente, ouvindo a conversa, vira e diz: “nossa! Eu acho tudo do Iron Maiden uma bosta!”.
A despeito do sacrilégio, o fato dele ter virado pra trás e tentado puxar papo já é muito diferente do que vinha vendo em shows.
No mais, excelente resenha!
marZ
15 de novembro de 2023 @ 08:16
A banda vai aos poucos conquistando seu espaço, e com propriedade. Tem lá suas limitaçoes mas compensam com atitude e engajamento. Deve ser um show bacana e eu gostaria de assistir.
André
15 de novembro de 2023 @ 19:37
Espero que evoluam na proposta. Ainda não é o tipo de som que faça a minha cabeça.
“Eis que um maluco na minha frente, ouvindo a conversa, vira e diz: “nossa! Eu acho tudo do Iron Maiden uma bosta!”.”
Eu responderia como o personagem Mariel (interpretado por Jece Valadão) em “Eu Matei Lúcio Flávio”: “Shut up, mané!”
E, endosso o Leo sobre a fase Blaze.
Leo
16 de novembro de 2023 @ 09:17
André,
Me passaram umas 200 frases na cabeça em 2 segundos. Como o sujeito estava visivelmente alcoolizado e eu ainda tinha boa parte do show pra assistir, mandei um “Beleza, fera!”, de braço cruzado, apontando com a cabeça pro palco.
Meu camarada, depois, disse no impulso “Ainda bem que ninguém te perguntou nada!”, mas acho que o cara já tinha virado e já não ouviu. Ou fingiu que não ouviu.
E quem não gosta da fase Blaze, bom sujeito não é. É ruim da cabeça ou discorda de mim e do André. Rs
FC
16 de novembro de 2023 @ 15:23
Sobre o off-topic, dá pra fazer até um post sobre essas amizades porção única (alô Clube da Luta) que rolavam mais antigamente em shows e em jogo de futebol.
Quanto à fase Blaze vs fase “volta”, é meio covardia comparar porque são apenas 2 discos contra 6.
Mas, deixando meu pitaco, The X-Factor e Virtual XI são, no mínimo, melhores que Senjutsu, The Final Frontier e A Matter of Life and Death.
Quanto aos outros, cabe discussão mas estão pelo menos no mesmo nível.
Jessiê
16 de novembro de 2023 @ 19:59
Eu gosto deste certo hype em torno da banda. Curiosamente já vi bolsominion afetivo dizendo que curte, deve ser os que abandonaram o RDP e o RATM ao descobrirem em 2020 que são “de esquerda”.
Terei a oportunidade de vê-los neste fds ainda não sei se concretizará, pois, é um festival com 14 bandas em cerca de 12 horas!!! 14 bandas em 12 horas!!!
O cast é meio confuso (pra dizer o mínimo) é vai de Surra a Dorsal (passando pelos uberabenses do post), e de Pompeu a Abbath (passando pelo Angra!).
Não tenho idade e saco (principalmente condições físicas mínimas) para um evento de tal porte.
Leo
17 de novembro de 2023 @ 06:57
FC,
Eu ri alto aqui com o “Clube da Luta”. Hahahaha
A comparação das fases, pra mim, é uma questão de olhar os dois conjuntos e ver que havia uma certa “intencionalidade” na fase Blaze.
Provoco: se tirar o vocal e rolar músicas desses CDs aleatoriamente, você provavelmente será capaz de indicar qual música é do X Factor e do Virtual, mas – a menos que seja muito fã (e fãs de Maiden, geralmente, são. Rs) – terá uma dificuldade muito maior em dizer se a música é do AMOLAD ou do TFF, por exemplo.
Eu acho que o Maiden entrou em velocidade de cruzeiro depois do Dance of Death. Nada se destaca muito. Nada é excepcional. Pode ser minha velhice falando por mim, mas acho isso muito chato. Oi talvez eu esteja me tornando aquilo que sempre critiquei: um tr00. E pior: tr00 da fase Blaze! Hahaha
—
Jessiê,
Fico pensando se essa galera se tromba ou troca alguma ideia quando se encontra no corredor. Os caras do Angra cumprimentam os caras do Surra? Os caras do Dorsal teriam algum pé atrás com o Pompeu, que apoiou o Dr. Mengele da Prevent senior? Que é que rola quando o Black Pantera encontra o Abbath?
Infelizmente, isso não vai subir pro palco.
Eu até entendo a importância de fazer festivais – principalmente, em oposição a essa montanha de shows individualizados cobrando o olho da cara em SP – mas algo muito longo é muito desgastante mesmo.
FC
17 de novembro de 2023 @ 12:20
Leo, não está sozinho. Também tenho achado tudo muito chato, longo e repetitivo, sobretudo após o AMOLAD.
Marco Txuca
17 de novembro de 2023 @ 19:00
Pego uma deixa do Leo q acho importante: parece haver uma geração metaleira q se lixa pra Iron Maiden. Ou não curte mesmo. Não entende.
Pra quem o Maiden virou rock de tiozão. E acho isso importante: q venha mais gente nessa pegada, pra tentar coisas diferentes, ter referências outras e mais amplas. Mesmo q mais pra frente tenham q reconhecer a importância. Ainda q à distância.
Acho bom isso.
E algo me diz q o Metallica será o próximo nessa fila. Slayer já corre por fora.
FC
18 de novembro de 2023 @ 13:30
No último show do Iron que eu fui (2022), percebi claramente pouca gente mais jovem, a maioria acompanhando os pais ou tios, esses sim com jeitão de fã.
E muito menos gente de cabelo comprido do que nos anos 90. Esquisito.
André
19 de novembro de 2023 @ 20:57
Marco, isso já acontece há um bom tempo. Desde o surgimento do “new metal” (o verdadeiro e o fabricado).
Tem uma geração de bandas com perfil diverso do que nós estamos acostumados a ouvir. Saiu uma lista recentemente com as bandas mais tocadas nos streamings e parece que só duas ou três eram bandas do século passado. O resto eram bandas desse milênio. Não tem jeito. Jovem se identica com jovem.
Tem essa outra matéria tb.
https://www.tenhomaisdiscosqueamigos.com/2023/07/12/rock-mais-ouvido-2023-spotify/
André
23 de novembro de 2023 @ 16:02
“E quem não gosta da fase Blaze, bom sujeito não é. É ruim da cabeça ou discorda de mim e do André. Rs”
Eu ainda quero montar uma banda cover de Blaze no Iron Maiden e carreira solo. Com o Leo e o Thiago nas guitarras e o Marco na bateria kkkk