Lista avessa à da semana passada. Discos dos quais a gente pula o 1º som… simplesmente pq ñ dá.
Critério: ordem decrescente de álbuns mesclada ao coeficiente de “nada a ver” do som em questão.
“Satellite 15… The Final Frontier”, Iron Maiden [“The Final Frontier”]
“Different World”, Iron Maiden [“A Matter Of Life And Death”]
“Apex Predator-Easy Meat”, Napalm Death [“Apex Predator-Easy Meat”]
“Contando os Mortos”, Ratos de Porão [“Anarkophobia”]
“Cobra Criada”, Golpe de Estado [“Forçando a Barra”]
“All For You”, Annihilator [“All For You”] *
“Serve the Servants”, Nirvana [“In Utero”]
“Synchronicity”, The Police [“Synchronicity”]
“Cocaine Decisions”, Frank Zappa [“The Man From Utopia”]
“Good Time Boys”, Red Hot Chili Peppers [“Mother’s Milk”]
*essa merece um acréscimo: o disco é tão estranho e excêntrico, q o melhor som Ñ ESTÁ nele. “Weapon X” saiu como lado b do single “The One”, q veio como cd bônus na minha versão. Tiro no pé demais.
Curti o clipe, misto de baixo orçamento com vídeo raiz. Curti o som, saquei uma pegada meio Meshuggah nuns momentos. Sem forçação blast na bateria, viva. É a tal da nova formação, trio.
Os bastidores dão conta dum disco novo já gravado, “Unleeched” (achei um baita trocadilho), a sair no ominoso 11 de março – programado pra saírem tb Napalm Death e Voïvod novos, q dia – e q os manos + baixista estão já há tempos morando nos States (Las Vegas, segundo o Metal Archieves), com empresário profissional, merchan de responsa pra acompanhar o disco e etc.
Estavam com turnê estadunidense de abertura pro Soulfly, mas veio o Covid 19. Agora parece q reagendaram com outra banda, fizeram uns “corres” com o Master (sim, aqueles)… Dizia lá no Instagram q até admiro a persistência (e pai-trocínio) dos sujeitos, dispostos a realmente encarar o profissionalismo e uma carreira internacional.
Mas… sei lá.
Vou começando a mudar de opinião. Os caras estão há tanto tempo correndo atrás do “sucesso” e da “carreira internacional” q ao mesmo tempo me parece q vão perdendo o timing. Aliás, nunca acertam. Meio aquela piada da feijoada como “alimento funcional”: comer e digerir uma gasta as calorias obtidas ingerindo ahah
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Acho q provo meu ponto: os caras colaram muito tempo no Sepultura, q NADA agregou, nada agrega, nunca ajudou. Insistem num isolamento – tvz devessem mudar de nome pra “Agorafobia”? – quando deveriam estar colados numa cena aqui com Surra, Eskröta, Ratos de Porão… Ou fazendo show com Hatefulmurder, Krisiun… Ou ainda juntar com Crypta e/ou Nervosa… mas fizeram show miado com Siegrid Ingrid.
E mesmo q ñ seja questão de timing, de estarem sempre “pegando de raspão”, fico aqui pensando: q fanbase por aqui os caras têm? (Ñ os sigo em rede antissocial). Têm mesmo?
Será q “vingar lá fora” já ñ é um paradigma há muito (ops!)… sepultado?
Imagina o susto: abrir o YouTube do celular e me deparar com vídeo novo do Napalm Death novo:
Mas já?
Sim, um ep, “Resentment Is Always Seismic – A Final Throw Of Throes”, descrito como continuação do ou diálogo com o magnânimo “Throes Of Joy In the Jaws Of Defeatism”, q ainda nem sei falar o nome de cor.
Parece q 8 músicas sobradas da sessão do anterior, com direito a cover de Bad Brains, “Don’t Need It”.
Sai em fevereiro.
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Aí os vídeos associados me jogam o Voïvod novo. “Planet Eaters”.
Caralho, outro Voïvod? “Synchro Anarchy”, sai em fevereiro tb. Mesmo dia do Napalm Death. Mas tinham avisado q sairia um com orquestra… Parece q ñ, ou parece q outro.
Ñ me estranha q os canadenses desovem 2 discos duma vez.
Impressiona q bandas praticamente quarentonas estejam ativas e relevantes, fora explicitamente produtivas na quarentena.
Torço demais pra ñ me decepcionar com negacionistas antivax entre eles.
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Enquanto isso Dave Mustaine vai embaçando disco novo do Megadeth, Anthrax mandou avisar q só grava quando der pra fazer show, Metallica fica requentando vídeo velho no site oficial enquanto ñ der pra fazer o mesmo de sempre… q é enrolar, fazer turnê e enrolar mais.
Como se o mundo estivesse salivando por Megadeth, Anthrax e Metallica novos.
Zona de conforto? Bolhas de conforto.
Bobear, vem aí um Cannibal Corpse novo antes desses todos.
E o bafão do fds foi q parece q prenderam o Till Lindemann queridão na Rússia. Motivo aparente: tentou fazer show durante quarentena sem “protocolo de isolamento” adequado (deve ser tão fake quanto aqui). Ou por algo envolvendo passaporte, ñ entendi bem.
A real sobre a obscuridade forçada da banda, em release na versão cd (1990) de “New Hope For the Wretched” (1980) assinado por Mark Brennan:
“If the Plasmatics had featured a male vocalist rather than a female then maybe they would be cited by music historians today as one of the founding pioneers of the Punk Metal crossover movement so sucessfull in recent years. Instead they were led by Wendy O’Williams whose mere appearance scared the life out of most male journalists, and whose background more than live up to the hype surrounding the launch of the Plasmatics on an unsuspecting public.
Reputedly the star of over a thousand live sex shows and with a perchant for wearing strategically placed ticker tape and little else and more than adept at handling a chainsaw whe was the perfect visual leader for a Punk band. With a blue mohicaned guitarist (Ritchie Stotts) and a black skinhead bassist (Jean Bouvoir) and even a manager, ex-porn entrepreneur Rod Swenson, whose background made Malcolm McLaren‘s seem like it had been scripted by the pope, gave the Plasmatics all the ingredients of the ultimate Punk band.
Yet they weren’t punk. They weren’t heavy metal either but a combination of the two – is this what the likes of Napalm Death an Metallica listened to when they were young? Whatever, amidst all the publicity and propaganda surrounding their arrival the Plasmatics were a dawn good band. Their debut Stiff single ‘Butcher Baby’ reached no. 55 in the UK singles chart and is still as exciting today as on it’s original release in 1980. Indeed listening to ‘New Hope For the Wretched’ (which ironically also reached no. 55 in the UK chart) one can only wonder that if the Heavy Metal press of 1980 had been open minded as the Heavy Metal press of the 1990’s then they might have been able to handle the dynamite that was the Plasmatics“.
Foi uma conversa iniciada no WhatsApp, mandando um link pro Marcão, dizendo: “nem é abril e eu já escolhi o melhor disco do ano!”, e q antes mesmo q ele visse a mensagem, uma nova, com outro link, eu (me) retruquei: “5 minutos depois da mensagem sobre o melhor disco, já começo a repensar. Rs”.
Para aplacar a curiosidade sobre os petardos que prenunciam excelentes álbuns, eis o conteúdo da conversa:
O primeiro link, de “Murderous Rampage”, do Cannibal Corpse, dando seqüência ao já excelente outro petardo “Inhumane Harvest” (a serem lançados oficialmente no “Violence Unimagined”, em 16 de abril):
Banda de 33 anos que entrega SEMPRE, pós-saída de Pat O’Brien, preso por incendiar sua própria casa, cheia de armas e munições, e conseqüente entrada de Erik Rutan (Morbid Angel, Ripping Corpse, Hate Eternal) soando ainda mais insana, técnica e agressiva, com os vocais de George Corpsegrinder no auge.
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O segundo link, “Amazonia”, do Gojira, terceiro single – após “Another World” e “Born For One Thing” – do novo álbum, “Fortitude” (que sai dia 30 de abril):
O vídeo chama atenção mesmo pra quem não conhece ou gosta muito do trabalho dos franceses, se não pelo som, ao menos pelo conceito do clipe, espetacular, e pelas excelentes tomadas da floresta, do desmatamento, de tribos amazônicas, que buscam dar corpo pra crítica da letra.
E se vocês, como eu, também lembraram do Sepultura do “Roots”, justamente no ano em que o disco e o próprio Gojira celebram um quarto de século, vos digo: estamos atrasados, porque já circulam memes por aí
Será?
Fato é que, embora a referência ao Sepultura exista, é bem depurada. Provavelmente se tivessem feito a imersão que Max e companhia fizeram com os Xavantes na composição de “Itsári”, não teriam substituído a levada de berimbau pela do didgeridoo, que é um instrumento australiano. Por outro lado, ponderemos que o Gojira hoje tem um alcance muito maior que o Sepultura.
Pelos números do YouTube, “Amazonia”, com 1 dia, tem 685 mil visualizações e 79 mil curtidas, enquanto “Guardians Of the Earth”, do bem conceituado “Quadra”, sobre o mesmo tema e com a mesma estética, tem 925 mil visualizações e 64 mil curtidas.
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Sem nos furtarmos aos dados e às comparações, deixo ainda uma pergunta: há algo que explique tantas bandas “antigas” lançarem alguns de seus melhores álbuns nestes últimos anos? E aí não falo apenas de “trintões” como Cannibal Corpse e Gojira, mas também de “quarentões”, como Napalm Death e o próprio Sepultura.
Zeitgeist? Pandemia? Virada de década? Um novo movimento musical? Alinhamento dos astros?