40 ANOS DEPOIS…
… o q ficou?
… o q ficou?
MEUS DISCOS FAVORITOS DE 1973:
*quem o quiser considerar hors-concours, à vontade
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WhatsAppin’: gostei disso https://igormiranda.com.br/2023/08/robert-fripp-dave-mustaine-admiracao/
É muito bom ter amigos. Metal Patota. Há quem creia q isso é a “cena”. Tá aí, cai (ainda) quem quer https://whiplash.net/materias/news_704/354712-viper.html
… o q ficou?
04.10.19 – Espaço das Américas, São Paulo
Foi um solenidade, ñ um show.
Local todo forrado de cadeiras. Nove setores (fiquei no H), lotou tudo. Ainda q duas cadeiras ao meu lado tenham ficado vagas. Ñ teve pirotecnia, nem “boa noite” ou “e aí, Saon Paolo?”. Ninguém usando camiseta da CBF no bis. Tampouco telões com animações em profusão. Luzes eram azuis, brancas ou vermelha. Integrantes ñ foram apresentados, nomes de músicas ñ foram anunciados. Ñ precisava: sabíamos quem estava ali e onde. E o quê.
O q teve então? MÚSICA. Como tem q ser. Banda tocando, público ouvindo.
3 horas de show, com direito a 20 minutos de intervalo. Intervalo pra eles, público ñ precisava. Ñ pediria. A amiga Dani, q foi junto, fez a comparação inevitável com o Dream Theater, q uma música inteira cansa mais (bem mais!) q o King Crimson tocando 2h40min.
Sim, procede.
A ambiência propícia tb foi gerada antes: fomos avisados de ñ podermos usar smartphones. Nada de ficar filmando, tirando foto, fazendo selfie: é pra ver/ouvir/sentir o show. Eu ñ sabia se deixariam a gente entrar com celular; ñ houve como ñ deixar.
A banda ñ proibiu exatamente: pediu, na verdade, pra q só os usássemos no verdadeiro fim do show. Telões exibiam o pedido, cartazes postados em cavaletes tb, assim como uma locução feminina marota, em Português mas com humor britânico, fez o pedido. Assim como nos pediu se deixaríamos “o baixista Tony” (Tony Levin é fotógrafo, ainda por cima) tirar umas fotos nossas ao final eheh E o q vi? Maioria absurda das pessoas RESPEITOU.
Brasileiro vira-lata é o caralho. De modo q as fotos do show q tenho são as acima mesmo. A última, puxei via Google do twitter de Levin.
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A banda é hermética, às vezes ñ desce nem pra nerds fãs de progressivo típicos (nerds fãs típicos + progressivo típico). Mudou muito a pegada ao longo dos anos (progressivos, certo?), assim como os integrantes (alguns saíram e voltaram mais de uma vez) e as formações (teve uns tais ProjeKcts paralelos, de 1 a 10, muito específicos). Vai lançando seus trabalhos sem q ninguém fora do círculo de devotos saiba exatamente. O lançamento mais recente é o dvd duplo e caro pra caralho “Radical Action to Unseat the Hold Of Monkey Mind” (2016) q contém sons inéditos/novos exibidos. Dos quais 2, obviamente, foram meus favoritos. Por razões baterísticas.
Puta merda. TRÊS bateristas monstruosos no palco – Pat Masterlotto (o mais antigo na banda), Gavin Harrison (ex Porcupine Tree) e Jeremy Stacey (o do chapéu; e q tb toca com Noel Gallagher) – ora tocando juntos, ora complementado e fritando, ora repetindo em 3 as viradas e passagens (apoteótica e catarticamente em “Indiscipline”). E NA FRENTE DO PALCO, deixando os outros no fundão. Fora isso, os sons “Drumsons” e “Suitable Grounds For the Blues” são apenas baterísticos: Robert Fripp, Jakko Jakszyk, Mel Collins e Levin ficam imóveis atrás, só olhando.
E os amigos achando q Primus ou Tool eram doidos.
Os sons predominaram da fase setentista inicial, entre 1969 (“In the Court Of the Crimson King” faz 50 anos de lançado neste ano) e 1974, quando acabaram pela 1ª vez, após “Red”, q aliás teve a faixa-título tocada. Pra mim, outro momento sublime. Algo q tb justifica o vocalista/guitarrista Jakszyk, de timbre muito próximo aos finados Greg Lake e John Wetton.
Preferia q tivessem tocado mais sons oitentistas – de “Discipline”, “Beat” e “Three Of A Perfect Pair” – ou até mesmo de “THRAK”, meu preferido (noventista), mas nem liguei. O evento foi inexplicável, quase como estar presente diante de alienígenas. Tb me foi inexplicável ñ constar Bill Rieflin no palco, baterista e atualmente exclusivamente tecladista (função q coube a Stacey); a formação octeto veio septeto. Mas q q tem?
Domingo, ainda mais inacreditavelmente, tocaram no Rock in Rio [é a deixa], após Nickelblargh e antes de Imagine Dragons, um Coldplay na 4ª série. Um set inacreditável de UMA HORA (!!) com 7 músicas. Passou no canal Multishow, de onde pude tirar fotos e quase ir às lágrimas de novo.
Ainda ñ achei no YouTube e vou torcendo pra alguém vender o dvd ripado na Galeria. Robert Fripp é foda. É inacreditável. Os 500 contos do ingresso ñ me doeram. Mesmo.
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Set 1: 1. “Drumsons” 2. “Lark’s Tongues In Aspic, Part One” 3. “Suitable Grounds For the Blues” 4. “Red” 5. “Epitaph” 6. “Drumzilla” 7. “Neurotica” 8. “Moonchild” 9. “Radical Action II” 10. “Level Five” – intervalo de 20 minutos – Set 2: 11. “Drumsons” 12. “Cirkus” 13. “Easy Money” 14. “Lark’s Tongues In Aspic, Part Four” 15. “Islands” 16. “Indiscipline” 17. “The Court Of the Crimson King” 18. “Starless” – bis 19. “21th Century Schizoid Man”
Discipline Global Mobile ou DGM é o selo q Robert Fripp criou pra lançar os álbuns mais recentes do KC. O aviso abaixo (missão da empresa) tenho nas contracapas de meus “VROOOM” (ep, 1994), “THRAK” (1995), “The ConstruKction Of Light” (2000) e “The Power Of Believe” (2003):
“The phonographic copyright in these performances is operated by Discipline Global Mobile on behalf of the artists, with whom it resides, contrary to common practice in the record industry. Discipline accepts no reason for artists to assign the copyright interests in their work to either record company or management by virtue of a ‘common pratice’ which was always questionable, often improper, and is now indenfensible“.
“Gtr Oblq”, Vernon Reid/Elliot Sharp/David Torn, 1998, Knitting Factory Records
sons: THE SENTINEL (Reid) / ACHRONO MITES (Torn) / SLIGHTLY EAST (Sharp) / REFLECTION OF (Sharp) / VIDYA & ITCH (Torn) / XENOMORPH (Reid) / VALSE OBLIQUE (Reid, Sharp, Torn)
formação: Vernon Reid, Elliot Sharp e David Torn (guitarras, obviamente); baixos (se houver), teclados e programações de bateria ou foram eles mesmos q fizeram ou gente ñ creditada (ñ há menção alguma)
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Disco doidão. Viajante. Excêntrico.
Q eu sequer sabia existir até encontrá-lo 10 dias atrás num sebo, a preço bacana. Disco de guitarristas, o q só percebi depois de comprar; erroneamente tomei q os caras na contracapa estivessem tocando violões. Tomando como daqueles (3) discos (acústicos) clássicos/consagrados cometidos por Paco de Lucia, Al Di Meola e John McLaughlin. Nada disso.
Disco experimental. Progressivo. Abstrato.
Q o outro engano é tomá-lo como prog a la Liquid Tension Experiment. Certamente rolou muita improvisação neste “Gtr Oblq”, ao mesmo tempo em q (suponho) muita colagem; mas duvido q feito todo enquanto gravavam. Tb por ñ ser um disco prog ou indicado a estudantes de conservatório q se dedicam a aprender a tocar Dream Theater ao invés de guitarra. É outra coisa.
Tb duvido q se atrevessem a se apresentar por aí como faz o G3 satriânico. (Ainda q ñ fique bem claro ser disco de estúdio ou ao vivo). Quando muito, apresentação em boteco diminuto, pra poucos e bons devotos. Ñ é assim acessível. Nem rolam solos à velocidade da luz, ainda q “Xenomorph” beire isso.
A referência a se buscar – mais pra nós ouvindo, q pros caras – tvz seja o King Crimson. Ñ sei se os caras curtem a banda de Robert Fripp. Há muita textura e saturação, microfonias incorporadas, passagens abruptamente se sucedendo. Umas passagens inclusive emulando cítaras, alguns momentos q remetem ao Tangerine Dream.
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O lance é quase new age, beirando um contemplativo. Zen budismo para amantes das 6 cordas. Pedais de efeito a granel. Duvido q se saiba exatamente quem toca o q e onde; tem q manjar muito de modos, timbres e escalas pra distinguir. Egos diluídos na proposta.
As autorias (vide acima) são bem divididas: 2 sons por guitarrista, o derradeiro co-escrito pelos três. Q envolve quase 1 hora cravada – majoritariamente instrumental – de disco, em q as 3 primeiras músicas ultrapassam a metade da duração total. O 4º som, “Reflection Of”, tb passa dos 10 minutos. Os três últimos passam de 6, de 5 e de 4 minutos. Curtir ou ñ isto aqui passa além de incômodos a priori com músicas grandes. Na pior das possibilidades, é quase como uma suíte dividida em 7 partes.
A meu ver, tem discos prog, discos guitarrísticos e discos “fritadores” bem mais chatos q isto.
Tirando Vernon Reid, de fama no Living Colour e de 1 disco solo dele q tenho (“Masque”), desconheço – ainda – totalmente os outros dois. Nem fui muito atrás, desculpem-me ñ ter feito a lição de casa. O Allmusic.com dá como sendo disco de David Torn com convidados. Parecem ser gente afeita a trilhas sonoras e jazz lounge. Gente q sabe criar climas e ambiências.
Q, no fim, é de q se trata este “Gtr Oblq”. Calmaria e volume em surto-circuito. Jazz pra canibal meditar. Álbum pra sala de espera de sessão de tortura chinesa. Música pra ninar portadores de Síndrome do Pânico. Hinos de louvor para igrejas q vêem a Virgem Maria em cu de vaca. Tudo no bom sentido.
Melodias em meio a ruídos, ruídos em meio a ambiências, ambiências em meio à aleatoriedade. Sem afetação ou maiores pretensões. Parece tb ñ haver atonalidade hermética. Há coesão. Sei lá ainda se é um projeto q se sucedeu ou sucederá; sei q bem-sucedido foi por terem gravado e algum selo tê-lo lançado. Pra quem curte Radiohead e/ou Sonic Youth me parece tb uma boa.
Paguei 5 reais nisto e pagaria o dobro, o triplo e até o quádruplo.
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CATA PIOLHO CCLXVI – “I Don’t Know”: Ozzy Osbourne ou Sacred Reich? // “Insane”: Mercyful Fate ou Cavalera Conspiracy? // “D.O.A.”: Van Halen ou Coroner?
DISCOS DO KING CRIMSON PRA MIM: