Em 1994, algumas bandas ativas ou reativadas surgidas no fim dos 60’s e início dos 70’s, como Pink Floyd, Deep Purple, The Who, Emerson Lake & Palmer e Black Sabbath, com tempo de existência variando de 24 a 30 anos, eram consideradas dinossauros. Pejorativamente.
E eram mesmo dinossauros. A ênfase viso outra:
Estamos em 2021, e bandas com 26 a 30 anos de atividade como Pearl Jam, Offspring e Green Day (essas duas, vindas dos 80’s), Foo Figthers (primeiro disco é de 1995), somadas a uma quase quarentona – Red Hot Chili Peppers – estão por aí ainda, pintando cabelo e bigode (Grecin 2000 mesmo), fazendo “música alternativa” – aham – e passam longe de serem consideradas dinossáuricas.
O q explicaria isso?
Falta de coisa nova parece ñ ser; umas tranqueiras surgidas na cola dos Strokes (de q falávamos outro dia) e do Coldplay estão por aí (algumas já com shows revival) e a gente q é mais velho q ñ liga, mas com uma molecada q curte… a esmo e aleatoriamente enquanto joga videogame ou interage em redes “sociais”.
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Falta renovação? Novidade? Interesse? Mídia cagou e andou? O rock finalmente virou música de fundo?
Muito antes dos tempos atuais de fake news e pós-verdades, já nos deparávamos com esse tipo de idéia, q ñ são só boatos ou “lendas do rock“. São desejos q nunca serão concretizados, conceitos sem sentido e desmentidos pelas pessoas envolvidas, opiniões sem qualquer embasamento e q mesmo assim algumas dessas pessoas mantém. Ñ se consegue contra-argumentar; ñ dá pra discutir. Quando tentamos, a gente q é radical. O problema está nessas pessoas.
TOP 10 TERRAPLANISMOS DO ROCK:
gente q ainda acredita numa reunião do Pink Floyd e turnê no Brasil
pessoas q ainda sonham com a volta de Ritchie Blackmore ao Deep Purple
“Geddy Lee e Alex Lifeson vão continuar o Rush com Mike Portnoy“
“o André Matos quase entrou no Iron Maiden“
“o Iron Maiden acabou no ‘Killers’“
Clive maior q Nicko/Paul melhor q Bruce
gente com mais de 18 anos q acredita q o Manowar é de verdade
“o Two foi um projeto de Rob Halford com Trent Reznor, do Nine Inch Nails“
“Eu Apóio o Metal Nacional”
“nada nem ninguém fez nada melhor q os Beatles até hoje”
MEU TOP 10 DISCOS ÓBVIOS Q MONTE DE GENTE DIZ CURTIR PQ SÓ CONHECE OU (DIZ Q) OUVIU ELE NA DISCOGRAFIA ESPECÍFICA, E Q PODEM SER ATÉ OS DISCOS FAVORITOS DE (OU MELHORES PARA) QUEM REALMENTE CURTE A BANDA/ARTISTA MAS Q AQUI Ñ E O CASO:
“Ace Of Spades”, Motörhead
“Aqualung”, Jethro Tull
“Perfect Strangers” ou “Machine Head”, Deep Purple
Ano horroroso e inesquecível. O q salvou foi um disco ou outro. Ñ consegui ir além duma certa superficialidade óbvia. Ouvir álbuns no YouTube ainda ñ me acostumei como deveria.
Spotify ñ é pra mim. Mesmo só tendo baixado 1 disco na vida, ñ adiro a pagar por música online. Só compro música q tiver caixinha e encarte.
Um certo disco “ñ encontrei tempo” pra ouvir ahah Quem sabe até 6 de fevereiro, Leo. Desculpae.
MELHORES ÁLBUNS DE 2020: (os 10 q ouvi de 2020 mesmo)
“Throes Of Joy In the Jaws Of Defeatism”, Napalm Death
“Whoosh!”, Deep Purple
“Forever Black”, Cirith Ungol
“Titans Of Creation”, Testament
“Carnivore”, Body Count
“Dia Eterno”, Violeta de Outono
“Despicable” (ep), Carcass
“Ballistic, Sadistic”, Annihilator
“Requiem”, Triptykon
“Mtv Unplugged”, Liam Gallagher
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MELHORES DISCOS ADQUIRIDOS EM 2020, MAS DESOVADOS NOUTRAS SAFRAS:
“Big Fun”, Miles Davis
“Rise”, Bad Brains
“Higher Truth”, Chris Cornell
“Strategies Against Architecture”, Einstürzende Neubauten
“Perfect Machine”, Herbie Hancock
“Boingo”, Oingo Boingo
“Pink Flag”, Wire
“Tango: Zero Hour”, Astor Piazzolla
“Seven”, James
“Lunático”, Gotan Project
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PIORES DISCOS ADQUIRIDOS EM 2020, INDEPENDENTE DE LANÇADOS EM 2020 OU Ñ:
“Echoes”, The Rapture
“Quelqu’un M’a Dit”, Carla Bruni
“Whoa, Nelly!”, Nelly Furtado
“As Dez Mais”, Titãs
“Flesh & Blood”, Poison [desvairio resolvido em escambo com märZ]
“Eu Me Transformo Em Outras”, Zélia Duncan
“Good Stuff”, The B-52’s
“Capital Inicial Ao Vivo”, Capital Inicial
“Joe Cocker Live”, Joe Cocker
“My Pain And Sadness Is More Sad And Painful Than Yours”, McLusky
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Ñ li muito ano passado. Ñ o q poderia ou deveria. Ñ chegou a 10 livros e ñ adianta culpar o smartphone ou a pandemia. Ñ só.
MELHORES LIVROS LIDOS E Q OUSO RECOMENDAR:
“Ringo”, Michael Seth Starr
“Contrapontos – Uma Biografia de Augusto Licks”, Fabricio Mazocco e Silvia Remaso
“Raul Seixas – Não Diga Que A Canção Está Perdida”, Jotabê Medeiros
“No Sufoco”, Chuck Pallainuk [ainda acabando]
“O Instituto”, Stephen King
“Anger Is An Energy – My Life Uncensored”, John Lydon (with Andrew Perry)
“Alta Fidelidade”, Nick Hornby
E ainda 3 livros de Calvin e Haroldo (“Yukon Ho!”, “O Ataque dos Perturbados Monstros de Neve Mutantes e Assassinos” e “Criaturas Bizarras de Outro Planeta!”)
Tenho um livro de crônicas do Sócrates pra Carta Capital q estou há anos acabando, assim como o diário de filmagens de “Fitzcarraldo”, por Werner Herzog. Quem sabe algum dia.
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SHOWS
Fui a três, nenhum assim memorável: uma banda cover de Rush no sábado seguinte à morte de Neil Peart num boteco aqui (e q eram cover de Led Zeppelin tb, na segunda entrada, daí me broxaram), a serviço com paciente um tal Sérgio Santos (MPBD antiquíssima) num SESC e o Overload Beer Fest, com a quarentena já iniciada.
Surra, Periferia S.A. e D.R.I. foram legais, mas tenho q reler minha resenha pra ver se lembro mesmo.
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PREVISÕES
Nenhuma previsão séria. Sério. Sei de estúdios q faliram, ouço falar de bares alucinando em querer voltar programação; assim como tb ouço falar de baladas e shows clandestinos por aqui. “Protocolos de segurança” é o caralho.
Ñ acho q antes do 2º semestre tenha alguma possibilidade decente de show, muito menos show gringo. Rock In Rio, nem a pau. Quem comprar, vai se ferrar. Pq em 8 de Abril Bozolóide assinou portaria q desobriga contratantes de devolver ingresso de show.
Pessoal q gastou – e ñ gastou pouco – na Banda Beijo, no Metallica (Cover Oficial) ou no Lolla Palooza tá na mão. De minha parte, consegui o reembolso do The Hu e esta semana dizem q haverá reembolso pelo Clutch. É o máximo de show a q eu pretendo ter acesso neste 2021 ahah
“Never Mind the Bollocks, Here’s the Sex Pistols”, Sex Pistols
OBS: a partir dos 70’s, já podemos falar propriamente de metal e de punk. Idéia é focar nestes. Quem quiser incluir outros artistas e/ou gêneros, dá pra fazer (como o Tiago Rolim abriu precedente) listas paralelas de MPBD, pop, progressivo, soul/funk e etc.
Covid meio trancou o mundo, as lives se tornaram norma e a música se recusa a se render, pelo jeito. Os algoritmos do celular andam bem calibrados, e ainda q seja inútil render-lhes crédito (ahahah), compartilho as surpresas da vez.
O Fates Warning é aquela banda q até sei q ainda existe, mas – e acho q ñ só eu – só fico sabendo q estão ativos quando soltam algo.
Nunca fui exatamente fã, e sei do lugar deles no ecossistema do heavy metal enquanto criadores do metal progressivo (Dream Theater foi lá e popularizou a franquia)… pra bem e pra mal ahah
Então de onde menos se espera, soube estarem pra desovar álbum novo, “Long Day Good Night”, em 20 de novembro – haverá 20 de novembro? – e curti bastante “Scars”, o som acima. Pesado e acessível como tvz só a maturidade garanta. Ñ é q vou comprar o disco, e a amostragem é risível – de repente, o único som legal da safra – mas achei legal demais.
Já o Deep Purple, de onde menos se esperava (aposentadoria descartada) soltaram disco novo, “Woosh!”, bastante elogiado pq aparentemente deixaram Don Airey trabalhar, tocar a lojinha. Eterno substituto do insubstituível Jon Lord, parece q saiu da coadjuvância e quis jogo.
Baita som, baita videoclipe.
Engraçada ainda outra coisa: enviando pra amigo roqueiro mais antigo (uns 15 anos mais velho), sujeito manda um “ñ curti, e a real é q depois q o Blackmore saiu perdi o interessse na banda”. Normal.
Até eu falar q com Steve Morse já seriam 7 os discos, fora os ao vivo: “Purplendicular”, “Abandon”, “Bananas”, “Rapture Of the Deep”, “Now That?!”, “Infinite” e esse novo. E q é uma outra banda, de fato.
O amigo vem falar q parou no “Come Taste the Band”…
Killer Be Killed, de onde menos se espera, é Max trampando na quarentena. “Reluctant Hero”, disco novo, vem aí, tb em 20 de novembro. Vai virar 2021 e ele precisa dos trocados pro IPTU e pra bancar a molecada mulamba porra caralho porra caralho no fio da navalha no fio da navalha.
Curti demais o som, acima da média em composição e execução. Mas os vocais q ñ o do Max ferram tudo.
A maior surpresa, por fim, vem da Holanda. Q agora chama Países Baixos. De onde menos se espera, o tal Ayreon, daquele tal guitarrista incensado e dito gênio (tô com preguiça de buscar o nome), tá soltando disco novo, “Transitus”, daquela pegada “sons com convidados ilustres pq sou rico e pago pros outros e tenho um projeto cult q ñ é uma banda”.
E uau. Alô, Simone Simmons.
“Nice!”
Cantando melhor. E ainda mais (desculpem o machismo) gostosa. Minha nossa. 35 anos apenas e muito a apresentar. Mulherão da porra existe?
É a Simone q eu gostaria q chegasse pra mim daqui uns 3 meses e me perguntasse “então é Natal, e o q vc fez?”