Porra, música nova do CannibalCorpse? Sim. E precedendo lançamento pra 22 de setembro de “ChaosHorrific“.
Mal saiu “ViolenceUnimaginated“… Já há 2 anos. E o disco/projeto solo Corpsegrinder, do ano passado. Com o pescoçudo em pessoa bandística e Erik Rutan parceiro, guitarrista e produtor, chutando baldes.
O mesmo Erik Rutan, ex-MorbidAngel e ex-Hate Eternal, produtor do CC em “Kill” (2006), “EviscerationPlague” (2009), “Torture” (2012) e “RedBeforeBlack” (2017), antes da efetivação como guitarrista E produtor em “ViolenceUnimaginated” e nesse novo.
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Gente q trabalha. Enquanto no “metal nacional” tem banda há 10 anos gravando disco. “Ah, mas nos EUA é mais fácil e eles têm mais dinheiro”. Aham. Desculpa de aleijado é muleta. CannibalCorpse em 10 anos vai pro 4⁰ disco, fora um ao vivo digital.
Quanto ao som: curti. Atípico. Cadenciado, o q parece acenar como tendência. Mas não todo o tempo. Ênfase nas guitarras, vocal soberbo e o padrão de qualidade fronteiriço à zona de conforto. Tem banda pior, e é um som só ainda. Periga ter melhores.
Primórdios do Cannibal Corpse e algum bastidor (ñ copiei tudo) das gravações do disco de estréia, “Eaten Back to Life” (1990), contados por Jack Owen, em minha versão remasterizada do mesmo (2002):
“After the December 1988 formation of Cannibal Corpse, the subsequent demo, and signing of the band to Metal Blade Records, it was finally time to record our first album for the label. Being a fan of Scott Burns because of his work on Sepultura‘s Beneath the Remains, we inquired about booking time with him at Morrisound Studios in Tampa, FL. In the meantime, we put the finishing touches on more material to fill the album. Up until then, we wrote songs that were an average of two minutes in lenght. Five of these songs were released on our demo to lure record labels into signing us. The five demo songs were, in order: ‘A Skull Full Of Maggots’, ‘The Undead Will Feast’, ‘Scattered Remains, Splattered Brains’, ‘Put Them to Death’, and ‘Bloody Chunks’. The longest of these songs clocking in at 2:46…
(…)
With an early 1990 studio session booked, we solidified all the material by playing some local shows to try the material out on a live audience. The response was incredible, and our fan base began to grow by leaps and bounds. We packed my van, and Paul’s truck, and headed for Florida…
(…)
The album also began our long relationship with artist Vince Locke, who we idolized for his work in the comic book ‘Dead World’. We couldn’t think of a better match for the band to get our visual perspective across to music fans everywhere, leading us to censorship problems throughout the globe.
The recording sessions was a bit of a blur due to being young and overwhelmed by being thrown under the studio microscope for the first time, but in my opinion, the album is still quite listenable to this day for me. It holds a lot of memories of the early days of the band that are special to all of us…
We loaded up the vehicles and headed north out of Florida only to run in a blizzard before reaching Buffalo. Little did we know that years later we would leave the arctic climate of the north, and realocate to Tampa to continue our quest to become better with each release…“
Descobri essa banda pq apareceu o tease do clipe no Instagram do Ken Bedene (baterista do Aborted) – pra mim, hoje, um dos bateristas mais técnicos do metal.
Pelo visto é um projeto de um cara só (um indiano) q vai chamando os músicos pra gravar com ele – cada música um conjunto, tanto que ouvindo outras músicas, vão pra outros lados (bons tb, mas diferentes).
Essa música em si, achei EXCELENTE!
Uma pegada bem Cannibal, com um refrão mais melódico, mas bem encaixado.
Por falar em encaixe, a letra descompassa a toda hora da métrica, mas não fica ruim. Saber fazer isso não é fácil, e o fato de ter a letra no clipe e o vocal ser um “gutural limpo” (com boa dicção e legibilidade) ajuda bastante.
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A minha questão é com a forma de produzir música hoje: não sei onde o indiano mora, mas poderia facilmente ser na Índia. Ele contata as pessoas, manda a idéia, os caras aceitam, personalizam, gravam onde estiverem, e lançam um clipe com cada um tocando na sua casa. E o álbum resulta numa grande coletânea.
Esquizofrenia? Talvez, mas como todo o potencial que ela tem (que o diga o velho Deleuze. rs), a questão é que, pra mim, ela explicita uma mudança radical que tem multiplicado as bandas e projetos pelo mundo (e que foi ainda mais impulsionada pela pandemia).
Nesse universo cada vez mais amplo (que é o sonho das plataformas na sua corrida por ampliar seus acervos), se sobressai quem consegue fazer coisa boa e ter visibilidade.
Depoimento de Paul Mazurkiewicz a respeito das causas, motivos, razões e circunstâncias da composição + gravação de “Butchered At Birth” (1991) em minha versão remasterizada (2002) do artefato:
“We started writing material for our next release pretty much right after we recorded ‘Eaten Back to Life’. With the exception of a few shows here and there it was months of us trying to be the most brutal band on earth. We just practiced our asses off and composed songs which I felt were full of aggression and completely unrelenting. A raw collection of pure death metal! Of course we needed names for these compositions of death and one came to me while driving to band rehearsal. Butchered At Birth. I thought it was an awesome phrase and definitely a song title that had a ring to it. As it turned out we used it for the title of the cd. So we packed our bags and made our way to sunny Florida to record at Morrisound Studios with Scott Burns at the helm once again. We had a killer time recording there and we couldn’t wait to be back. We did our thing. Scott did his thing and Butchered was born. Added with the sick artwork of Vincent Locke, ‘Butchered At Birth’ has become our most notorious release to date. Not for the weak of heart!!“
E aí a história é conhecida: venderam q nem água nos Estados Unidos. Houve uma blasfêmeamania insuportável, da qual nem o PMRC nem as mamães das groupies conseguiram controlar as filas de filhas q duravam quilômetros. Virgens tornadas ninfomaníacas q queriam ser sodomizadas.
Até q o FBI entrou em ação (Manowar denunciou anonimamente), e a barra pesou. Tiveram q mudar de nome pra Deicide e voltar ao anticomercialismo loser, mas íntegro. Condição pra ñ serem sumariamente fuzilados por um ex-guitarrista do Cannibal Corpse.
SQN
Bobear, alguma Netflix da vez criará isso. E vai ter alguém reclamando q o Deicide ñ pode virar modinha.
Seria apenas mais uma pauta cronofágica no boteco, perguntando o protocolar “o q ficou?”, mas aqui ñ.
Nunca tinha ouvido falar.
O pacote completo: death metal (death/thrash, mas tudo bem), Flórida, anos 90, capa de Ed Repka, produzido por Scott Burns no Morrisound Studios.
Guitarrista/vocalista com propriedade: Rob Barrett (aqui “Robert Barrett”), já de tempos no Cannibal Corpse, onde parece q ñ faz 1/3 do apresentado por aqui. E q baterista animalesco é esse?
Alex Marquez, o nome ñ me é estranho.
O guitarrista solo, um tal Dennis Munhoz, tb é outro aloprado.
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Peço desculpas se o pessoal já conhece e conhecia isso de trás pra frente; aí é uma máscara tr00 q deixo cair ahahah
Por outro lado, a quem tá ouvindo pela 1ª vez hoje (dica q peguei na página facebúquica The Metal Realm, q está hoje saudando os 30 anos do petardo) tb… Putz, ficou um clássico realmente underground, hum?
Muito menos como escrever sobre um. O último tinha sido em 13 de março de 2020 (aquele festival com D.R.I. fechando, no próprio Carioca), véspera de quarentena decretada por aqui. Por isso começo por aresta periférica, embora essencial:
Turnê latino-americana ainda ñ encerrada. 20 shows em 26 dias. O de sábado, o 8º em 10. A ñ ser q haja um backing track perfeito, como é q o pescoçudo George Corpsegrinder Fisher agüenta?
Assim: é o destaque do show. Tecnicamente falando, presencialmente tanto quanto. Até pq os outros todos ñ se mexem ou interagem com o público (Rob Barrett, meio hippie velho, às vezes acenava em fim de música. Mas podia ser pra distencionar a munheca). De minha parte, minha atenção ficou focada em Fisher o tempo todo.
“O Freddie Mercury do death metal”, segundo Björk? Sim. O melhor gutural do metal, e já tem tempo.
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Tem presença e carisma tb. Entraram no palco, ñ falou um “a”: simplesmente apontou pro peito – usava camiseta do Krisiun – e a galera ovacionou. Só foi dar um primeiro alô já era passado o 4º ou 5º som. E tudo bem.
Erik Rutan tb “vestia” Krisiun e a camisa do Cannibal Corpse como se estivesse na banda desde sempre. Pat O’Brien ficou pra trás mesmo.
Platéia chamou atenção pelo monte de mulher. Linda. Presente. Muitas acompanhadas, mas distantes do “namorada de headbanger só acompanhando”. Berrando junto, fazendo air guitar e reconhecendo os sons, o q meu Google insistia em ñ conseguir identificar ahahahah
Quando foi q as mulheres começaram a curtir death metal? Acho q estava ouvindo Meshuggah e ñ percebi.
Fisher percebeu isso (do mulherio) e fez uma graça. E dedicou a elas “Fucked With A Knife”. Politicamente incorreto? Tvz. Mas ninguém ali na platéia era serial killer (acho), então deixa quieto.
Estava tão “destreinado” em show q ñ reparei a hora q começou (foi pouco após as 20h) e em q terminou (provavelmente às 21h30. Pq 15 minutos depois já estava no metrô, mandando aúdios e fotos pra amigos no celular ahah). Considerando q foi uma hora e meia total, posso atestar:
a banda é uma máquina de moer carne. Precisão técnica, sem saída pra bis, tocando direto o q pareceram 18 sons. Às vezes ficado no escuro entre som e outro, sem ninguém vindo ao microfone pra nos “entreter”. Algo q pode chatear um ou outro.
Mas, considerando q o pescoçudo ñ tem backing vocal em nenhum momento, é o q parece a rotina deles em palco.
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Reconheci alguns sons, por serem anunciados – “The Wretched Spawn” e “Unleashing the Bloodthirsty” – outros por captar o refrão – “Evisceration Plague” e “I Cum Blood” (senti falta do “backing Google female voice” em português ahahah) – outros ainda por ñ me recordar q existia, e me surpreender: “Devored By Vermin”. Foi absurda, e parecia mais alta. Pq a galera cantou junto.
Melhor música do show. E já era a 15ª.
Rolaram uns papinhos ainda, Fisher perguntando se queríamos ir pra cama dormir, elogios ao Krisiun, agradecimentos do tipo “I love you, without you ñ haveria Cannibal Corpse etc. – e nada de pagar de meiguinho hipócrita-Hetfield. Até pq ñ se registrou nascimento ou aborto durante o show.
Até onde soube.
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Rodas aconteceram do meio pro final. Com mulherada entrando junto.
E, acabando a última nota da última música (adivinhem?), entrou um áudio dum som country (Google captou: Charley Crokkett) falando de balada de sábado à noite ahahah
Galera ñ ia embora, meio esperando (em vão) um bis, meio sabendo q ñ viria, mas impactada com tudo e demorando a assimilar a pancadaria. E eis q Fisher volta ao palco pra dar risada, dublar os country, jogar palhetas e set-lists pro pessoal, e ainda toalhas molhadas (se secava à Elvis Presley e as jogava prum povo q as disputou).
(gore, né?)
Fui lá pra frente tb, pra ver se fotografava um set-list, achava alguma palheta, baqueta, perna necrosada ou dedo desmembrado, mas só achei um anel. Sério.
Um puta show. Suficiente pra q um terço dos meus encostos tenham dissipado naquela atmosfera suada e atordoada, mas nunca ominosa. Voltei moído pra casa, com camiseta comprada na porta e pensando q se tocassem domingo, eu voltaria.
PS – sobre banda de abertura, apenas digo: inveja do pessoal em BH q teve o Test abrindo.
Set-list: 1. The Time to Kill Is Now 2. Scourge Of Iron 3. Inhumane Harvest 4. Code Of the Slashers 5. Fucked With A Knife 6. The Wretched Spawn 7. Gutted 8. Kill Or Become 9. I Cum Blood 10. Evisceration Plague 11. Death Walking Terror 12. Necrogenic Resurrection 13. Condemnation Contagion 14. Unleashing the Bloodthisty 15. Devoured By Vermin 16. A Skull Full Of Maggots 17. Stripped, Raped And Strangled 18. Hammer Smashed Face
“bis“: 1. Saturday Night 2. Welcome to the Hard Times 3. Run Horse Run