PLATAFORMETAMORFOSEANDO

por Leo Musumeci

Descobri essa banda pq apareceu o tease do clipe no Instagram do Ken Bedene (baterista do Aborted) – pra mim, hoje, um dos bateristas mais técnicos do metal.

Pelo visto é um projeto de um cara só (um indiano) q vai chamando os músicos pra gravar com ele – cada música um conjunto, tanto que ouvindo outras músicas, vão pra outros lados (bons tb, mas diferentes).

Essa música em si, achei EXCELENTE!

Uma pegada bem Cannibal, com um refrão mais melódico, mas bem encaixado.

Por falar em encaixe, a letra descompassa a toda hora da métrica, mas não fica ruim. Saber fazer isso não é fácil, e o fato de ter a letra no clipe e o vocal ser um “gutural limpo” (com boa dicção e legibilidade) ajuda bastante.

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A minha questão é com a forma de produzir música hoje: não sei onde o indiano mora, mas poderia facilmente ser na Índia. Ele contata as pessoas, manda a idéia, os caras aceitam, personalizam, gravam onde estiverem, e lançam um clipe com cada um tocando na sua casa. E o álbum resulta numa grande coletânea.

Esquizofrenia? Talvez, mas como todo o potencial que ela tem (que o diga o velho Deleuze. rs), a questão é que, pra mim, ela explicita uma mudança radical que tem multiplicado as bandas e projetos pelo mundo (e que foi ainda mais impulsionada pela pandemia).

Nesse universo cada vez mais amplo (que é o sonho das plataformas na sua corrida por ampliar seus acervos), se sobressai quem consegue fazer coisa boa e ter visibilidade.

Essa é uma.