Vulcano
A NEBLINA
Por märZ
Chegou na última quinta-feira minha cópia em CD do álbum “Phantasmagoria”, da banda de heavy metal mineira The Mist. Na época que foi lançado, 1989, destacava-se pela caprichada produção musical e visual, e na minha opinião foi um dos melhores lançamentos da gravadora Cogumelo.
Por anos a fio me perguntei o porquê de não ser relançado em formato digital, já que a gravadora havia reeditado quase todo seu catálogo em formato “disquinho”. Minha suspeita era de que havia problemas com a capa. Na época ninguém se tocou, afinal não havia internet, mas o artista brazuca Kelson Frost plagiou na cara dura um trabalho do americano Michael Whelan, que mais tarde ficaria famoso com capas de Sepultura e Obituary. Descobri isso anos atrás, folheando um livro com a arte do americano na extinta Tower Records de Boston.
Quase 30 anos depois, finalmente CD em mãos, creio que estava certo (ou pelo menos cheguei perto): a capa da reedição traz a arte original de Whelan, inclusive com crédito no encarte, e nem sinal da xerox de Kelson. Será que foi tão difícil assim conseguir os direitos autorais? Provavelmente superou todo o orçamento da produção e prensagem.
E pra entrar no clima de cabeça (hoje sem cabeleira), vou ouvindo na sequência:
Chakal: “The Man Is His Own Jackal”
Dorsal Atlântica: “Searching For The Light”
Attomica: “Disturbing The Noise”
Vulcano: “Bloody Vengeance”
COGUMELO
Por märZ
Pra quem curte heavy metal no Brasil e já está na casa dos 40, o nome Cogumelo Discos é uma grande referência. De pequena lojinha de discos e camisas de metal a selo reconhecido em todo o mundo, dominaram os anos 8o por estas plagas e ofereceram aos fanáticos algumas bandas e álbuns que ficaram na História.
Meus 10 preferidos do selo:
- Sepultura: “Schizophrenia”
- The Mist: “Phantasmagoria”
- Mutilator: “Into the Strange”
- Chakal: “Abominable Anno Domini”
- The Mist: “The Hangman Tree”
- Ratos De Porão: “Cada Dia Mais Sujo e Agressivo”
- Attomica: “Disturbing the Noise”
- Witchhammer: “Blood On the Rocks”
- Psychic Possessor: “Toxic Diffusion”
- Vulcano: “Bloody Vengeance”
bônus – Overdose: “Circus Of Death”
Me ative a lançamentos originais da Cogumelo e deixei de fora relançamentos de álbuns lançados originalmente por outros selos.
Como extra-bônus, citaria “Rotomusic De Liquidificapum” do Pato Fu, que por não ser metal não entrou entre os 10.
METAU NASSIONAU
Por märZ
Quem já passou dos 40 e curte metal desde a adolescência deve se lembrar como era difícil para uma banda brasileira gravar um disco de heavy metal naquela época. Anos 80. Faltava tudo: informação, tecnologia, instrumentos, conhecimento, estúdios, produtores, técnica e, principalmente, dinheiro. Mas sobrava vontade. E assim foram pipocando Lp’s independentes de garotos empunhando guitarras Giannini e pedais “barbeador elétrico”.
Comprei muitos deles, apesar das dificuldades da época, a maioria via correio pela Woodstock Discos, de São Paulo, e Cogumelo, de Belo Horizonte. Alguns batiam de primeira, outros não agradavam. Alguns envelheceram bem, outros nenhum tempo do mundo poderia melhorá-los. Fiz uma lista com os 10 PIORES álbuns de metal nacional que já tive em mãos, levando em conta simplesmente minha avaliação e gosto pessoais, o que é totalmente subjetivo. Vários outros ficaram de fora, alguns das mesmas bandas já citadas, e alguns na lista são considerados “clássicos” do metal nacional hoje em dia. Eu continuo achando horríveis, não importa que mais de 25 anos tenham se passado.
Eis a lista, e gostaria que compartilhassem suas “pérolas” também, se possível:
- Holocausto: “Campo De Extermínio”
- Vodu: “The Final Conflict”
- Metrallion: “A Mosh In Brazil”
- Vulcano: “Who Are the True?”
- Overdose: “Conscience”
- Mutilator: “Immortal Forces”
- Sarcófago: “I.N.R.I.”
- Witchhammer: “The First And the Last”
- Korzus: “Sonho Maníaco”
- Genocídio: “Depression”
TORTURE SQUAD + KRISIUN
A diferença principal do Torture Squad pro Krisiun é q com os gaúchos a gente sabe quando termina a música.
Ñ fica no vácuo, nem no embromation de partes sem fim, paradas abruptas e às vezes sem sentido, seguidas de partes q aparentemente ñ são partes anteriores voltando. Sexta-feira estive assistindo um dvd do Yes e vendo “Ritual”, q tem quase meia hora e praticamente ZERO parte q repete. Dá uma zonzeira, me deixa meio perdido no tempo e no espaço.
Rola, claro, uma admiração: “como é q os caras conseguiram compor, gravar e repetir essa bagaça ao vivo?”. Mas é uma admiração estéril, xumbrega e por ela mesma.
O show do Torture Squad q vi abrindo pro Krisiun sábado ñ foi, nem em sonho, um show do Yes, mas me foi a meia hora, ou os 35 minutos, mais intermináveis dos últimos tempos. Dum workshop de bateria cansativo e infinito. O tal Amílcar toca pra caralho? Sim! Mas as influências (assumidas) de Queensrÿche e Vader velhos estão acabando com ele. Os 10 pratos – por alto – na bateria tb.
Acho muito autismo.
Também colabora pra tal a formação trio, com Castor (baixista) e André Evaristo (guitarrista) revezando vocais, a la Nile, mas sem a SOMBRA duma presença de palco q tinha o Vitor Rodrigues. Tanto q a falação entre os sons, repetitiva e repleta de nos chamar de “headbangers” e falar em “cena” e em “20 anos desde a 1ª demo“, ficou a cargo do baterista. Além disso, o som estava lamentável: alto pra cacete, distorcido (no mau sentido), praticamente só permitindo ouvirmos a bateria (menos a caixa nos blast beats), q sobreassaía.
Temos q dar mérito à banda em quererem se manter ativos, de pé, se mostrarem “guerreiros”, mas tá faltando coisa. Amigo melhor entendedor do som dos caras – fala, Léo! – dizia estarem diferentes os riffs na guitarra, tocados mais “retos”. Disse-me tb estar bastante diferente – e pra pior – o show desde q atingiram o auge em “Pandemonium” e shows respectivos.
Vou na dele: nunca os tinha visto ao vivo (abertura gloriosa pro Dimmu Borgir anos atrás nem lembro se vi) e tudo o q eu objeto por aqui a maioria ali presente discordaria. Mas, assim como o Nevermore por outras vias, vejo tb como defeito no Torture Squad a insistência em terem quase nada de música q AGITE. Algum trecho q dure reles 30 segundos q permitisse um headbanging, um sacolejo, um maleMolent creation ahah
Achei tudo chato, ainda q tenham sido tocados 5 (CINCO) sons. Tvz devessem remanejar (ensaiar) melhor a banda, ou mudar de nome, ou ainda cada um ir tocar nalguma outra freguesia. Outro dia viajei do Amílcar se efetivar no Sepultura: tvz transformassem duas bandas atualmente capengas numa melhorzinha. Mas sei lá se o Beijador toparia tocar tudo firulado…
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Set-list: 1. “Come to Torture” (putz) 2. “The Host” 3. “The Unholy Spell” 4. “Generation Dead” 5. “Chaos Corporation”
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O Krisiun, vindo logo após, foi o extremo (sem trocadilhos!) oposto. O trio já há tempo faz show “gringo” e parecem ter atingido um patamar de excelência e experiência em q, mais um pouco, tenderá a tornar tudo meio frio.
Ñ q o Alex Camargo esteja um nórdico naturalizado: continua bradando coisinha ou outra de sempre (será q compra mortadela e pão na padaria usando gutural?), em meio a dar cutucadas em “parasitas” do meio, reconhecer a força q o João Gordo (presente ali, na pista) sempre deu à banda, dar moral aos “brothers” do Torture Squad (ao menos, são honestos) e até reparar na mulherada ali presente, acima da média em shows extremos. Outro amigo – fala, Eric! – dizia q ele está “mais bonzinho” ahah
O som estava perfeito, irretocável, dando pra ouvir praticamente tudo – sou chato: reparei q alguns pratos d ñ dava. Tvz ñ tenham querido microfoná-los, por conta do ambiente reduzido da Choperia do Sesc – e as músicas foram se sucedendo nitidamente com a banda querendo dar uma geral na discografia: ñ nos aborreceram, poranto, só querendo tocar as músicas – pra eles, provavelmente mais legais – novas. Q foram 3, e a mim fizeram mais sentido ao vivo.
Aliás, há de se destacar os caras tocando com a mesma gana os sons novos e os antigos: deve ser um saco, há 20 anos, terminar show com “Black Force Domain”, mas se enjoaram do som, ñ passam isso pra gente. Um senão foi em “Kings Of Killing”, em q eu e Eric ficamos com impressão de Max “maneirar” um pouco nos blast beats: a dúvida ficou se ele quis dar uma “reinterpretada” na coisa ou se estava ainda aquecendo…
Faltaram sons do “Ageless Venomous” (meu preferido), do “Works Of Canage” e do “Bloodshed” (este, até tudo bem), mas surpreenderam executando – ops! – “Ravager” (do “Conquerors Of Armageddon”) e me embasbacaram – ui! – tocando duas do “Southern Storm”, parecendo o disco tocando com a banda fazendo playback.
Todo mundo fala e repara no Max, baterista (e seu set menos exagerado e mais funcional), mas Moysés e Alex em seus respectivos guitarra e baixo, ñ deixam por menos. “Aqui o buraco é mais embaixo”, disse o gaúcho. Eia!
Pena tb terem tocado apenas uma hora: contingências do local, q ñ permite “migués”. Por outro lado, já assisti a shows deles com hora e meia q simplesmente saturaram. Ñ por nada, mas pelo tempo prolongado de exposição. Atordoa a ponto de cansar. Krisiun é banda, pela postura e profissionalismo, q acho q TODAS as outras do dito “metal nacional”, independente do sub-estilo, deveriam se mirar. Mas ñ é o q acontece, q merda.
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Set-list: 1. “Kings Of Killing” 2. “Sentenced Morning” 3. “The Will to Potency” 4. “Vicious Wrath” 5. “Ravager” 6. “Descending Abomination” 7. “Vengeance’s Revelation” 8. “Combustion Inferno” 9. “Blood Of Lions” 10. “Hatred Inherit” 11. “Black Force Domain”
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=3AtxKzEK4sg[/youtube]
E q barato show no Sesc:
- literalmente. Preços a R$ 20, sem choro nem vela. Sem miguezices de “cota pra estudante”: estudante paga meia e ponto. Ingressos disponíveis na hora, inclusive, sem aumentos obscenos. Monte de gente comprou na porta mesmo, e eu paguei R$ 10 por ter carteirinha da instituição
- sem revista na porta, seguranças truculentos nem cara feia de funcionários. Alguns, estranhando o contingente from hell e por vezes mal educado (mania q uns babacas mal acostumados aos picos porcos têm de furar fila, ou de arrumar treta em roda!), mas sem qualquer hostilidade
- com horário cumprido à risca: começou pontualmente às 21h30min, terminou britanicamente às 23h30min, sem funcionários truculentos tentando nos pôr pra fora. Simplesmente fomos saindo, pq ñ havia mais o q fazer ali dentro
Sei q na unidade de Santo André já houve shows de Korzus (sem abertura!), Necromancia e do próprio Krisiun. E q ali no Pompéia mesmo teve Vulcano outro dia. Q os alvissareiros ventos do Sesc, q sempre primou pelo apoio ao (verdadeiro) underground, possam favorecer outros shows de metal!
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PS – a foto do show eu roubei do Facebook do amigo Léo Musumeci
PS II – eu gosto do Krisiun pq acho Krisiun bom pra caralho, ñ pq é brasileiro. Gostaria ainda q fossem ossetianos do Norte
PS III – o mesmo show tb aconteceu na sexta-feira, com set do Krisiun praticamente idêntico, só tendo tocado “Bloodcraft” no lugar de “Hatred Inherit”
GENTE Q SE ENXERGA COM UMA LUPA
Algo q tirei dum site mequetrefe ae, primor da assessoria de imprensa. E q eu opto em discutir mais abaixo, por ora:
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Luiz Carlos é o novo vocalista do Vulcano
A entrada de Luiz Carlos na banda santista Vulcano já vinha sendo delineada após sua participação no novo álbum do grupo, “Five Skulls and One Chalice” (2009), e na música inédita “Hexagram”, que fará parte do CD-bônus que irá acompanhar o DVD-documentário “Brasil Heavy Metal”. Angel permaneceu na banda de 1984 a 1996, retornando em 2001, onde ficou no grupo até o início de 2010.
Angel deixou sua marca na história do Metal mundial, influenciando gerações de outras bandas com sua voz forte e de timbre ímpar, bem como sua performance totalmente original e inigualável. O motivo que o levou a deixar o Vulcano foi a impossibilidade de acompanhar a banda no ritmo que ela esta pedindo. Em um determinado momento da vida aparecem situações e compromissos que merecem mais atenção que outros e é necessário priorizar essas atenções.
Luiz Carlos já havia preenchido as lacunas deixadas por Angel entre 1997 e 1999, época em que gravou as 3 faixas inéditas que saíram como “bônus track” no lançamento da versão em CD do antológico álbum “LIVE!”.