WhatsAppin’: os caras avisaram q ñ viriam pra cá com a turnê retrô. Nem em 2023, nem Rock In Rio. Avisaram. Mas os conteudistas, os tiktokers, os sites de fãs virjões (ops) de Maiden ficaram “polemizando” com “será q ñ vêm mesmo?”, “será q tocam ‘Alexander the Great’?”, “será q vêm só no disco novo?”, “por q ‘Senjutsu’ ñ é teu som preferido de ‘Senjutsu’?” Bah. Agora bora fingir demência https://whiplash.net/materias/news_702/355774-ironmaiden.html
Release anônimo em “The Best Of Friends” (1998), coletânea de gravações em parceria (‘colabs‘ é hipster) do bluesman:
“Some of the best things one can hope for in life are to touch other people, to make lasting friends and to be remembered not only for accomplishments but for the personal impact made on others’s people lives. As an extra bonus, some of John Lee Hooker‘s best friends just so happen to be among the world’s finest musicians. Their participation on these recordings is a mark of gratitude for his influence and friendship. And all of us are the richer as a result. Enjoy“.
O märZ tinha me mandado isto sábado, só fui ver ontem.
Curti.
Gordinho zoeiro e se zoando (Mammoth ñ seria gordofóbico demais?), o tal Wolfgang vai mostrando q tem mesmo os genes do pai e do tio.
Claro q escolheu ñ tocar o mesmo estilo, o q parece favorável. (O filho do Pelé teve q jogar no gol). Pra mostrar serviço e valor, tem q ostentar polivalência. E obviamente q o tio baterista dá de goleada, mas poderia ser bem pior.
E o estilo do som, se for o q predominar no tal disco lançado (saiu nacional já, foi isso?) parece ficar entre um stoner e um rock indie hipster velho. Tá rendendo bem nos comentários, surfando na comoção generalizada, mas sem oportunismo safado.
Eu tenho um sério problema com hype, hipster, modas, ondas, new wave e tudo o mais. É a síndrome da anti-manada. Pra mim, se todo mundo – ou a maioria – está numa direção, algo errado existe naquela direção, somos muito complexos para sermos atingidos da mesma forma por uma única coisa. Unanimidade é o celeiro do comodismo de pensamento e agir. Nascedouro e cuba para todo tipo de fanatismo.
Não é um post político, mas poderia ser pois o princípio é o mesmo. Manada. Gado que segue urrando para o abatimento dando coice e chifrada, pois o caminho dele é o único correto que existe. Facebook e afins são campo fértil (“campo fértil” lembra estrume em demasia) para a manada que hoje vê que o caminho para a salvação está em sua direita, mesmo que a manada não saiba o que é destro ou ambidestro. Manada enfurecida não rumina, apenas bufa, urra, chifra e caminha valente para o penhasco, geralmente. Enfim.
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Nunca acompanhei as modas comerciais dentro do Metal, quase por questão ideológica, que foram inúmeras na minha era; as mais ruidosas foram o grunge e o new metal. Não ouvi na época e mesmo assim não gostei. Muitos anos depois comecei a ouvir uma coisa ou outra, isento, longe do hype. Foi assim também com “Breaking Bad” e um monte de outras coisas. Às vezes vendo que tive razão de não ter dado bola, às vezes vendo que perdi anos em não ouvir/ver tal modinha.
Do tal new metal, a mais bem vista, por pessoas de libada reputação (metálica), era o System Of A Down, mas a primeira vez que ouvi que me lembro foi no “N.I.B. II” e achei o cover uma merda. Horroroso. Medonho. Proibitivo. Depois vi e ouvi os hits, principalmente na MTV (lembro bem de “B.Y.O.B.”), achava bem diferente de outras coisas do estilo, mas tentava não absorver porque “um dia” ia ouvir com calma. Discografia toda. Como geralmente gosto de fazer.
Esse dia chegou alguns meses atrás e a banda tem tudo para ser um engodo, como pensei lá nos zerentas. Atira para todo lado e, de fato, tem uns lances meio new metal, tanto na afinação quanto nas quebradas de ritmo em algumas músicas. Mas também tem metal, death, HC, polca, folclore, progressivo, twist carpado, músicas longas. Tem de tudo e com sotaque exótico. Não tem como dar certo, óbvio.
Ulula (ops, olha a patrulha)
Pior que dá. É tudo simplesmente genial: a construção, as sacadas, o humor, o instrumental. Principalmente se sairmos das músicas mais comerciais e palatáveis, e chegamos no cerne da banda.
“Ddevil” é “Running Free”. Como “Spiders” se tornou comercial, é um mistério. “Mind” é uma coisa assustadora, meio prog, meio death, meio engraçada. “CUBErt”, novamente levada Maiden (old). “Darts”, levadinha Ramones, com elementos new metal. E “P.L.U.C.K.” é simplesmente sensacional!!!! E isso é só o primeiro disco, que nem é o melhor. Ainda tem “X”, “Bounce”, “Science”, “Shimmy”, “Aerials” (6 minutos e foi comercial!), “Prison Song”, “Fuck the System” (genial), “Stealing Society”, “Attack” (quase pinkfloydiana), “Revenga”, “Old School Hollywood” (monstra!).
Não é o novo metal (nada que se vende como o “novo” o é de fato), mas achei de fato foda, ainda não deu tempo de enjoar, nem sei se vou, mas tenho escutado muito (a discografia toda, de cabo a rabo).
Demorei 20 anos para descobrir que a turba, neste caso, estava com a razão.
PS – questionamentos aos amigos: 1) estou deslumbrado ou é baum mesmo?; 2) banda deste porte com apenas 5 discos em 20 anos é porque queimaram tudo, ou sabiamente evitaram fillers ou vergonha alheia?; 3) algo que tenha me passado batido?