Pq os anos 90 não foram só Mtv Unplugged, grunge e britpop.
Sim, é o disco da “Liar”. Tocou muito, videoclipe passou demais, acho chata. Não define “Weight” pra mim.
Prefiro “Disconnect” (de videoclipe estiloso/estilizado à “Taxi Driver”), “Icon “, “Civilized” e “Alien Blueprint”. Tb acho impossível desgostar dum disco com música intitulada “Vol 4”.
30 anos de lançado sexta passada, “Weight” é um disco q ficou – literalmente e pro meu gosto – no meio do caminho entre o cultuado “TheEndOf Silence”(1992) e “ComeInAndBurn” (1997), q prefiro com sobras.
Um disco mais acessível (intencionalmente comercial?) da banda, q serviu como introdução à obra anterior, ao HenryRollins pra quem desconhecia BlackFlag (tipo eu. Não curti) e até ao EinstürzendeNeubauten da tatuagem dele.
Boa sorte a quem foi mais atrás; a quem ainda não foi, apenas recomendo.
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OBS: nunca entendi lançamento nacional vir com o selo PMRC. Preguiça de tirar ou valor agregado?
O encarte traz um depoimento de Alan Edwards, q foi do staff da banda: “foram uma das mais não reconhecidas e subestimadas bandas britânicas”. Acho q não.
Quanto mais conheço os Stranglers – tirando “(TheGospelAccordingto)TheMeninblack” – mais me parece q foram das bandas mais subestimadas da história, de todos os tempos e do mundo. Ao mesmo tempo, q das mais influentes.
Ouvindo “RattusNorvegicus” encontrei nele muito rockindie: TheHives, TheVines, FranzFerdinand, InspiralCarpets e até algum grunge. Encontrei ainda o Ghost, q ano passado gravou “Hanging Around”, o q faz um baita sentido. Influência ampla assim.
Esta minha versão é remasterizada e traz 6 faixas-bônus, sendo 2 remixes de “(Get A) Grip (On Yourself)”, outrora revisitada pelo Prong. Traz tb um encarte de 32 páginas, contendo histórico e resenha de seus 7 primeiros discos, lançados todos entre 1977 e 1981 e…
… diz q mesmo não estando situados no punk (eram mais velhos + já faziam newwave antes de cunharem a mesma), nem sendo queridos pelos críticos (muito pelo contrário), tinham uma base razoável de fãs, a ponto de terem tido vendagens consideráveis (ganhando discos de ouro, prata e platina) e a proposta única. Sim.
Já os conhecia doutros 3 discos, doutras fases (80’s) e estou aprofundando. E recomendando. Quanto mais conheço TheStranglers – tirando “(TheGospelAccordingto)TheMeninblack” – mais fico fã.
Biografias, principalmente de músicos, são meu gênero literário favorito. Já li muitas: algumas são boas (Keith Richards), outras divertidas (Ozzy) e outras, decepcionantes (Bruce Dickinson). E raramente se tropeça em alguma que te tire o fôlego, te prenda nas páginas e acabe por te acertar um direto no estômago.
E isso tem de sobra na autobio de Mark Lanegan, músico que obteve certa fama nos anos 90 como vocalista do Screaming Trees, banda do interior do estado de Washington, radicada em Seattle.
Pra começar, Lanegan parecia não ter filtros e à medida que vai narrando sua vida de excessos, vai dando nomes aos bois e arrastando reputações para a lama fétida aonde foi parar com seu rascunho de vida.
E bota fétida nisso: infância problemática, aluno relapso e a paixão adolescente pela música, que salva a vida de tantos. Ou quase.
Viciado em heroína (e crack, cocaína, cigarro e álcool), a carreira de vocalista nada mais era que o meio para a obtenção do fim: os dois ou três picos diários de heroína na veia, pra evitar convulsões e ataques de abstinência. E pra não deixar isso acontecer, valia tudo: Mark se tornou um viciado clássico, mentiroso, ladrão, traficante.
Roubava o que podia de amigos, equipes de turnê, colegas de trabalho, namoradas, prostitutas, lojas de conveniência, farmácias e trocava na rua por moedas que juntava pra comprar mais drogas.
No auge da modesta popularidade que alcançou, se vestia como um mendigo esquelético, ficava semanas sem banho, dias sem comer, apanhava na rua de traficantes, só usava mangas compridas pra esconder as pústulas expostas de feridas de pico nos braços (e dedos, pernas, pescoço). E não tinha onde cair morto, chegou a morar no meio do mato.
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A cada capítulo que termina, você pensa “não, não dá pra piorar”. E piora. O fundo do poço não tem fundo.
Salvo por Courtney Love, amiga que bancou sua recuperação em uma clínica cara onde ficou internado por 1 ano inteiro, recuperou sua dignidade e parte da saúde para assumir uma carreira solo de qualidade que gerou 12 discos. E que foi interrompida por sua morte, recentemente.
O livro termina logo após a temporada de rehab, e nada diz sobre a carreira pós-Trees, dando a entender que haveria uma muito bem-vinda segunda parte. Que infelizmente não virá.
Recomendo não somente pra quem possa conhecer o trabalho de Lanegan nos Trees, QOTSA e solo, mas pra todos que curtem uma boa história, bem escrita e vivida por um personagem fascinante. Mas não espere um conto de fadas grunge, o bagulho é intenso.
Curti demais este aqui. Fazia muito tempo q não pegava um disco com letras em português tão contundentes. De insights bem sacados.
Como: “é perigoso querer viver em outro tempo que não o presente / Tanto esforço pra construir realidades impermanentes quando a vida que acontece aqui espera coragem para ir em frente” (“Tudo Está No Seu Lugar”)
Ou: “mais uma daquelas festas cheias de novos adultos / Que antes escutavam rock e agora ouvem MPB / Só Barão Vermelho, Kid Abelha e Caetano pra não incomodar / E manter tudo como está” (“Novos Adultos”)
A banda é antiga, portoalegrense, o disco já tem 20 anos e na época ignorei algum hype. Como, ainda, de várias bandas ‘descoladas’ lançadas pelo selo goiano Monstro Discos.
O vocal me lembra um pouco Virna Lisi, um pouco Rumbora, não cai bem de primeira mas é bastante inteligível. Méritos ao trio por isso.
E o som, à época (pesquisei depois), foi louvado como algo entre grunge e stoner, e até procede. Mas acho melhor e maior q uma ‘versão brasileira’ desses. Tem urgência aqui. E angústia.
E tb pq banda stoner brasuca q eu conheci é quase tudo reaça e escreve qualquer coisa na letra em inglês de 5ª série. Ninguém repara mesmo.
Eu reparei por aqui. E no som. E vou atrás dos outros discos. Puta disco.
1º som: “Good Enough”, clipe bagaceiro engraçado, Mtv Brasil, programa “Lado B” provavelmente. (Thunderbird ou Massari?). Anos 90
Depois um pouco é q estourou o “grunge” e aí associaram lé com cré
1º álbum: “Piece Of Cake”, em fita cassete, sei lá onde comprada (ñ foi na Galeria, pq lá nunca comprei fita) e q ainda tenho. Comprei versão cd há uns 3 anos.
Gosto do disco, curto a banda um tanto (o amigo märZ compará-los aos Stooges me desanimou) e só tenho outro disco, em fita tb mas gravado, “My Brother the Cow”. Com aquela sacada da última faixa ao contrário.