20 ANOS DEPOIS…
… o q ficou?
… o q ficou?
Causas, razões, motivos e circunstâncias de “Suck On This” (1989) descritas pelo próprio Les Claypool em sua versão relançada (remasterizada?) (2002):
“In late 1988 we decided to put out a record to the ever-expanding mass of Primus followers that hovered around the Bay Area. Opting to avoid the big labels and the endless compromises that they wanted from us at that time, we borrowed three thousand dollars from my father, recorded a couple of live shows and printed up one thousand copies of Suck On This, our first album. Though the band was formed in 1984, the incarnation on Suck On This had only been playing together for about two months. The shows were recorded by the then eighteen year old Matt Winegar on an old Tascam quarter inch eight track Porta-Studio, and mixed onto a Hi-Fi VHS video cassette. Suck On This launched Primus on what has been an incredible career and the album is a testimony to what can be accomplished with limited resources if the initiative is there.
Thanks for the support, Les Claypool“
“Lurking Fear”, Mekong Delta, 2007, AFM Records/Rock Brigade Records/Laser Company
sons: SOCIETY IN DISSOLUTION / PURIFICATION / IMMORTAL HATE * / ALLEGRO FURIOSO [tirado de “Five Fragments For Group & Orchestra”]/ RULLEN OF CORRUPTION / RATTERS / MODERATO [tirado de “Five Fragments For Group & Orchestra”]/ DEFENDERS OF THE FAITH * / SYMPHONY OF AGONY / ALLEGRO [de “Symphony #10 de Dimitri Schostakowitsch]
formação: Ralph Hubert (bass and concert guitar), Peter Lake (electric and acoustic guitars), Uli Kusch (drums), Leo Szpigiel (vocals)
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Quão presunçosa consegue ser uma banda?
Esqueçam os bem-nascidos do “metal nacional”, de autogenialidade injustiçada e comercialmente inviável. Este Mekong Delta, dado como banda – mais pra projeto do tal Ralph Hubert, sujeito bem relacionado (dono de selo) e abonado (já teve Jörg Michael e Peter Haas como bateristas e “Peavy” Wagner como letrista), q já conta com 10 álbuns, 2 ep’s, uma coletânea e 1 dvd ao vivo – extrapola qualquer senso de bom senso. Explico: metade do encarte deste “Lurking Fear” presta-se a enaltecer os integrantes por aqui, sempre no esquema fotinho numa página + currículo (“biografia”) e lambeção na outra.
Sei lá se o próprio Hubert cometeu os textos, mas acho provável, uma vez q os sons, a produção e a banda são dele: em sua “biografia”, conta de quão gloriosos e influentes são seus álbuns anteriores, q inclui versão lançada pra “Pictures Of An Exhibition”, passando ao largo de citar como Emerson, Lake & Palmer já o fizeram; do sueco Peter Lake, conta de como sua banda anterior Theroy In Practice foi influenciada pelo Mekong Delta, e de como é influenciado por Malmsteen e John McLaughin.
De Uli Küsch a nota é generosa, apontando-o como dos “mais renomados bateristas da Alemanha” e cita seu extenso currículo, de Holy Moses, Gamma Ray, Helloween, Sinner, Masterplan e Ride the Sky. Há depoimento do próprio, dizendo-se honrado de participar das “composições desafiadoras” do Mekong. Já o vocalista Szpigiel é agraciado como sendo um sujeito de inúmeras bandas anteriores e sem fronteiras estitlísticas e vocais, mas com mais ênfase e gosto no power metal. Putz.
Quer dizer… cada um acha o q quer, pensa o q quer, vende na feira a garrafa vazia (ou cheia) q crê possuir. Ñ fosse este Mekong Delta citado como uma banda de progressive thrash metal. Porra nenhuma.
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O chefão Hubert certamente nunca ouviu Slayer, e “Bay Area” pra ele deve ser alguma marca de desodorante. Assim: tudo neste “Lurking Fear” é metal melódico – às vezes, mais pesado e palhetado q o metal melódico habitual – edulcorado com firulas pretensamente eruditas, fusion e shredder. Os vocais por aqui já foram ouvidos em trocentas bandas; os esparsos momentos intrincados parecem coisa q os caras do Dream Theater fazem enquanto tomam banho. A influência para novas bandas e ineditismo das composições é ZERO.
Colabora negativamente para tanto ainda a produção capenga, claramente Pro Tools, uma vez q cada integrante gravou sua parte em estúdios diferentes (Kusch, na Noruega) e provavelmente enviou pro chefe por email: o som é todo “borrado”, embolado e tendendo pros “médios” (impressão daquelas gravações toscas dos anos 80, de heavy metal alemão tipo Death Row), mal se percebendo linhas de baixo, fora timbrando a bateria dum modo q quase anula o ótimo Kusch, q ñ toca thrash metal aqui.
E tb ñ sobressaiu ou cometeu instantes memoráveis, como nos dias de Helloween e Masterplan. Fez o q tinha q fazer, como os demais. Aí receberam um cachê na conta corrente e tchau; os já 2 álbuns seguintes da banda ñ os têm mais como ilustres e colaborativos integrantes. Metal alemão de 3ª divisão, em suma.
Ñ é uma porcaria total “Lurking Fear”; os sons acima asteriscados achei legaizinhos. Fãs de Dragonforce poderão curtí-lo indomitamente. Quem começou no heavy metal com Chatovarius e Edguy tb. Apesar de capa precária e clichê + encarte todos nesse roxo enjoado. Apesar da presunção e auto-referência em demasia (“Allegro Furioso” e “Moderato” são de obra anterior da banda/cara, assumidamente erudita). Apesar de eu ter gastado 10 contos nele, num sebo, pelo Uli Küsch. E apesar de ñ ser nada original, tampouco thrash metal.
Vai pro fundo dalguma prateleira aqui em casa, empoeirar, até daqui 5 anos eu querer ouvir de novo.
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CATA PIOLHO CCXV – por uma ser preto & branca e a outra colorida, já descontamos 1. Daí, um Jogo de 6 Erros capístico, da vez:
Singelo conto escrito pelo comparsa e apóstolo Marcio Baron (dos tempos de psicografia do “Evangelho Segundo Lemmy”) por conta da data festiva de hoje, de louvarmos o Messias…
… e seus 63 anos convictos.
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James Hetfield ainda pivete, praticante assíduo do headbanging, feliz morador da Bay Area, estava ansioso.
Ansioso para esperar o Papai Noel, pois aquele ano ele havia feito um pedido muito especial.
Horas passam, e o jovem cabeludo adormece, e é claro que nessa hora é que o bom velhinho aparece.
Porém, este Papai Noel estava um pouco mais impaciente… entrou tropeçando, praguejando e resmungando de tudo. James, acordou com o barulho e reparou que o bom velhinho era velhinho, mas não usava vermelho, não tinha barba branca, nem ao menos era simpático:
“PUTA QUE PARIU, É O LEMMY O PAPAI NOEL!”
exclamou o jovem banger. E na mesmo hora já levou um pescotapa e um esporro:
“Cacete, pivete, eu tô tão gordo assim??? Eu não sou o Papai Noel, eu sou o Lemmy!”
O James travou, igual ao Chaves, depois começou a endoidar de vez:
“Cáspita! o Lemmy me deu um pescotapa! E dentro da minha casa! UUAAAUUU!”
E nesse momento é abençoado com outro pescotapa.
Depois de uma olhada mais séria de Lemmy, daquelas que põem juízo em gay, James se recompõe e pergunta o que carabolas o Deus Lemmy fazia dentro de sua casa.
Lemmy responde com clareza:
“O barrigudo do Noel pediu pra quebrar essa pra ele. Ele foi ontem no Show do ZZ Top e travou. Agora tenho eu que carregar os presentes e andar por aí nesse trenó de menininha que ele tem.
E o pior não é isso, o pior são as renas. Tô quase assando uma.”
James, ainda impressionado com a presença de Lemmy em sua casa, e não com o fato de ser amigo do Papai Noel, pede autógrafos, apertos de mão, cosquinha na verruga etc., aquela tietagem baitola de se esperar. Mas Lemmy o interrompe.
“Ô, pivete, tá legal, valeu a frescura toda aí, mas tem mais gente esperando os presentes. Vai, desembucha o que tu pediu pro véio barrigudo.”
James fica vermelho, roxo, preto, magenta… treme, geme, contorce. Enfim, tava se borrando todo.
Por quê? Simples, aquele ano James pedira algo para ficar mais parecido com seu Deus, algo bastante singular… ele pediu uma verruga igual a de Lemmy.
“Então… équi…équiiii…”
Lemmy estressa:
“Fala, PoRRA!”
“Bem… eu pedi uma verruga igual a sua.”
Lemmy olha de novo com o olhar de pôr juízo em gay e anuncia:
“Á MULEEEKKEEEEE!!!”
E James leva outro pescotapa, só que no nível Chuck Norris de dar, porra.
“Pequeno viadinho, você quer uma verruga igual á minha?!?! Sem chance, isso é exclusivo e inimitável! Ninguém vai ter uma veruga igual à minha! Entendeu? Ou precisa de outra porrada???”
James nem abre a boca, apenas responde com a cabeça.
“Toma aqui. Leva esse boneco do Falcon que tá tudo certo. Tchau aí por que eu já demorei demais aqui.”
E vai embora resmungando:
“Molecada do caralho… querendo uma verruga igual á minha. Vai levar é umas porradas pra aprender…”
Mesmo com uma dor no pescoço considerável, que durou até a turnê do ‘Master’, este foi o Natal mais feliz de sua vida. E seria de muitos outros tambem, como você.
E assim termina o melhor Natal de James, contado em: ‘O Natal e o Metal’.
“Lemmy bless you”
“Lemmy Saves”