TRIPTYKON

“36 anos e tudo o q vcs têm a dizer é ‘uh’?”

Rolou isso da parte de Tom Warrior, aliás Thomas Gabriel Fisher, líder inconteste e figura lendária e mitológica do metal e – por q ñ? – tb do Triptykon. E, óbvio, do Hellhammer e Celtic Frost, sucursais mórbidas anteriores. Ao longo do show, ante a devoção duma galera beirando o sem-noção, q o homenageou com seguidos “uh!”.

O homem ouviu, rachei o bico com a colocação e ñ entendi até agora se ficou mesmo puto.

Sujeito sabe rir. O fez durante a apresentação, ora com a baixista Vanja Šlajh (mulher linda!), ora com o guitarrista V. Santura, ora interagindo com o baterista novo (e irregular) Stefan Häberli. Despótico, mas ñ tirano.

E sobre a apresentação, nada q os amigos por aqui ñ tenham ouvido falar: predominando músicas de Hellhammer e Celtic Frost, contando só 3 do Triptykon. Sensacional? Impressionante? De dar inveja a quem foi? Claro q sim, mas é q eu contava com um show do Triptykon com alguns hits de outrora.

Fui minoria. Mas ñ perdi.

Apesar do horário ingrato (começou às 23h, terminou às 24h40 e fiquei sem metrô pra voltar). Apesar duma descrença inicial com o baixo público (postei “boletins” de 10 em 10 minutos no Facebook com a penúria de gente presente entre 21h e 22h): galera só chegou em cima da hora mesmo. E lotou 3 quartos do Carioca. Apesar de faltar “Tree Of Suffocation Souls”, q eu esperava.

Ñ me arrependo.

 

 

Inacreditável mesmo o fato de nunca ter havido Celtic Frost no Brasil. Entendo Fisher haver tocado mais flashbacks como reverência ao público. O nível de carência da galera – maioria masculina e tiozão – impregnava no ar a cada som, cada “uh!”, cada pedido pelo som mais obscuro. Inacreditável a abertura com “Procreation (Of the Wicked)”. Fantástico ñ ter havido banda de abertura. Surpreendente pra mim “Babylon Fell”, do meu preferido (“Into the Pandemonium”). Mas no geral ñ fiquei reparando nos sons.

A seqüência ia se sucedendo e fui sendo levado no embalo. A ponto de abstrair do tempo. Mas ñ de malas batendo papo em meio às músicas, quanto mais eu me afastava de malas anteriores, mais à direita ou à esquerda. Descobri q me irrita profundamente tiozão das antigas querendo confraternizar a cada som executado. No fim, estive praticamente na grade. Levado por mim mesmo, claro, mas por algo maior.

Tony Iommi, Dave Lombardo, Neil Peart, Steve Harris, Bruce Dickinson, Ralf Hütter, entre outros, são entidades q vi ao vivo, estive no mesmo lugar q elas. De Tom Fisher estive a poucos metros. Isso é muito louco. Q monstro do metal do mesmo quilate está ainda ativo e relevante? Ñ é pouca coisa.

E imagino q, ante a receptividade devota, devam voltar. Tomara q com mais Triptykon (a banda é foda, as músicas idem) e tvz trocando a MEIA HORA da fita de introdução – tudo bem q climática – por mais sons…

UH!

***

Set-list: 1. “Procreation (Of the Wicked)” [CF] 2. “Dethroned Emperor” [CF] 3. “Goetia” 4. “Circle Of the Tyrants” [CF] 5. “Ain Elohim” [CF] 6. “Into the Crypts Of Ray” [CF] 7. “The Usurper” [CF] 8. “Altar Of Deceit” 9. “Babylon Fell” [CF] 10. “Necromantical Screams” [CF] 11. “Massacra” [Hellhammer] 12. “Reaper” [Hellhammer] 13. “Messiah” [Hellhammer] 14. “Morbid Tales” [CF] 15. “The Prolonging”