BOOTLEG PIRATA OFICIAL ANTICOMERCIAL

“Insane Simphony”, Requiem, 1990/1991, por nós mesmos

sons: PI VEZES ERRE AO QUADRADO / THE WALTZ / ANARCHY IN THE U.K. [versão Megadeth] / WALZER [Moszkowski] / WALZER [Moszkowski] / ONE [Metallica]

formação: Rafael (guitar, vocals), Alexandre (guitar), Marco Antônio (drums), Luiz Henrique (bass)

Vcs ñ conheceram o Requiem.

Desculpem, mas é verdade. Era banda autoral em q toquei entre 1990 e 1995 e só entre nós e uma dúzia de amigos éramos conhecidos.

Pra dar idéia da fita acima, foi uma demo de ensaio, gravada num double deck da Sanyo. Fita Leader, ao q parece. Sem lado b. Nem metrônomo, microfonação (um microfone só pegando tudo – incluídos os vocais – e preso a um taco de bilhar quebrado fincado num banco de jardim), overdub ou qualquer noção. E com encarte feito a mão pelo guitarrista.

E de uma cópia só. Esta. Música pela internet? Sequer sonhávamos. Como sonhar com música disponível de graça? Só se fôssemos muito geniais ou visionários, à Frank Zappa. Ñ éramos. Internet? You Tube? Gravar disco? Arrumar show? Groupies, fama, dinheiro? Ambições modestas: apenas o barato de gravar e nos ouvirmos. Sonicloud o caralho.

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Tô sem toca-fitas pra testar, mas aposto q ainda toca.

E aposto q, em tocando, a vergonha alheia de mim mesmo alcançará níveis estratosféricos (ahah). Ainda q tivéssemos, eu – o baterista citado com acento errado no nome – e o guitarrista apenas 16 anos e a falta de autocrítica (ou excesso de autoconfiança ingênua?) da época.

Desconfio q “One” ñ estivesse inteira; eu nem mesmo tinha um pedal duplo à época. “The Waltz” e “Pi Vezes Erre Ao Quadrado” eram nossas, autorais, a segunda com uma levada de baião (chupa, Nação Zumbi!). “Walzer” era – uh! – uma valsa gravada num tecladinho Cassio (ainda tenho), resultado de 8 anos de aulas de piano q eu fazia; hoje ñ sei nem tirar “November Rain”. Nenhuma ambição orquestral: eu tocava piano de má vontade, o guitarrista improvisou em cima dum trecho e gravamos.

Se fizéssemos shows, jamais tocaríamos ao vivo.

Mais à frente, em formação trio (“Alexandre”, hoje Alê Dantas, guitarrista no Armahda, tocava de vez em quando com a gente) chegamos a gravar uma demo pra valer, em estúdio, chamada “Fallen Lies”, q ninguém conheceu. Até pq ñ a vendemos nem nada. E ñ tenho a cópia.

Luiz Henrique é meu irmão e chegou a tocar ainda no Siegrid Ingrid (gravou “The Corpse Falls”, pela Cogumelo, em 2000) e numa outra banda falida/desconhecida, Opera. Hoje em dia ñ toca mais. Rafael seguiu tocando em bandas autorais e covers e voltamos a tocar ano passado – amenizando tretas de 22 anos – num cover de Megadeth recém-encerrado, passando prum cover b de Iron Maiden q ainda está amadurecendo.

Voltando ao Requiem: um tanto mais à frente (1994?), chegamos a participar duma coletânea, “Falange Rock”, ainda em LP e com outras tantas bandas q em nada deram, com um som intitulado “Circumcision Of My Pride”.

Sério.

Longe de ficar glorificando os “bons tempos” ou a “inocência” ou a “nostalgia q a molecada de hoje em dia ñ tem”, encontrar essa “Insane Simphony” (sic) e algum motivo pra resenhá-la já bastou-se em si mesmo. Em um negócio chamado blog, q eu nem ninguém imaginaria inventarem há 27 anos, tanto quanto ñ imaginaria estar ainda cometendo em 2018, quando comecei o Thrash Com H em 2003.

Sei lá mesmo. Comentários?

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CATA PIOLHO CCLXVII – só eu acho essas capas parecidas?

“Fiction” (2007), Dark Tranquillity
“Zero Order Phase” (2008), Jeff Loomis