BACKING TRACKS
por märZ
Os últimos 3 shows de medalhões do hard/metal que assisti ao vivo foram Accept, Judas Priest e Scorpions, todas as bandas com mais de 30 anos de existência e integrantes que já passaram dos 60, uns bem e outros nem tanto. Me lembro especificamente em algum ponto dos shows ter pensado: “nossa, como ele fez isso?”.
No Accept foram os backing vocals de Wolf Hoffmann, que pouco se esforçando produzia côro igualzinho nos álbuns, grave e cheio como se fossem cinco pessoas ao invés de somente uma. No Judas foram os gritos de Halford, ainda lascando tudo lá em cima, e os solos de Tipton, que já na época se arrastava no palco. No Scorpions foram alguns momentos na voz de Klaus e um lance em específico, na volta pro bis, quando Rudolf voltou correndo de trás do palco tocando o início de “Rock You Like A Hurricane”, ao qual me perguntei: “como ele deu essa carreira sem errar uma nota sequer?”.
Acho que agora eu já sei. Com o avanço na tecnologia, ficou muito mais fácil encaixar partes pré-gravadas por trás de sons sendo executados ao vivo. Isso sempre foi prática comum no mundo pop de pseudo-divas e pseudo-rappers, mas inevitavelmente achou seu lugar também entre músicos pretensamente sérios. Todo mundo faz isso hoje em dia. Andei pesquisando e a lista é enorme: Kiss (meio óbvio), Def Leppard, Bon Jovi, Mötley Crüe, Whitesnake, Ozzy, Marilyn Manson e até Behemoth. E a lista continua.
***
E pode apostar, tua banda favorita também. Vi um trecho do programa de rádio do DJ Eddie Trunk onde ele discorre indignado sobre a prática hoje comum, e diz que se nega a assistir show de hard rock ou metal com dublagem, seja de voz ou guitarras (no caso de Mick Mars, especificamente).
Minha pergunta aos companheiros de armas: o que vocês acham disso tudo?