WALVERDES
Walverdes, “Anticontrole”
Curti demais este aqui. Fazia muito tempo q não pegava um disco com letras em português tão contundentes. De insights bem sacados.
Como: “é perigoso querer viver em outro tempo que não o presente / Tanto esforço pra construir realidades impermanentes quando a vida que acontece aqui espera coragem para ir em frente” (“Tudo Está No Seu Lugar”)
Ou: “mais uma daquelas festas cheias de novos adultos / Que antes escutavam rock e agora ouvem MPB / Só Barão Vermelho, Kid Abelha e Caetano pra não incomodar / E manter tudo como está” (“Novos Adultos”)
A banda é antiga, portoalegrense, o disco já tem 20 anos e na época ignorei algum hype. Como, ainda, de várias bandas ‘descoladas’ lançadas pelo selo goiano Monstro Discos.
O vocal me lembra um pouco Virna Lisi, um pouco Rumbora, não cai bem de primeira mas é bastante inteligível. Méritos ao trio por isso.
E o som, à época (pesquisei depois), foi louvado como algo entre grunge e stoner, e até procede. Mas acho melhor e maior q uma ‘versão brasileira’ desses. Tem urgência aqui. E angústia.
E tb pq banda stoner brasuca q eu conheci é quase tudo reaça e escreve qualquer coisa na letra em inglês de 5ª série. Ninguém repara mesmo.
Eu reparei por aqui. E no som. E vou atrás dos outros discos. Puta disco.
André
25 de fevereiro de 2022 @ 12:26
O vocal e um certo hipsterismo ao redor dos caras me afastou. Deve ter quase vinte anos que não ouço.