Inventariando revistas antigas, me deparo com a Rock Brigade #253, de setembro de 2007. Uma rara entrevista com Justin Sullivan, do New Model Army, de passagem por shows (eu fui!) por aqui.
Mais rara ainda a entrevista ter sido conduzida por Márcio Baraldi, aquele, quadrinista e fã dos caras. Com propriedade pra entrevista em si, mas q aparentemente ficou tietando a banda tb em tarde de autógrafos e tudo mais.
Trecho sobre política e América Latina. Entre o profético e o lúcido, me impressionou. Acho q na época ñ saquei. Sem print hoje, segue:
“RB – Como um cara bastante politizado, você acompanha o que acontece na política sul-americana? O que pensa do crescimento da esquerda na região, com os presidentes Lula, Morales, Kirschner e Chavez? SULLIVAN – Acho que o povo cansou de gente dizendo como se deve agir ou pensar. Então, esses homens que você citou chegaram ao poder numa reação natural ao modelo norte-americano neoconservador que sempre se meter na América do Sul. Eu não sou um expert no assunto, mas, pra mim, todos os democratas que chegam ao poder são geralmente surpreendidos ao descobrirem o pouco poder que realmente possuem e as poucas mudanças que realmente podem e conseguem realizar. Mesmo assim, é bom saber que a América do Sul se organiza em uma espécie de levante e agora enfrenta a América do Norte“.
***
PS – o show ocorrido no dia 7 de agosto daquele 2007 contou com uma resenha minha… no site da Dynamite, na coluna semanal de Humberto Finatti, crítico indie metido a junkie com quem eu trocava idéias metal x antimetal na época, e q ñ chegou a tempo do show. Aliás, chegou DEPOIS do show.
Simplesmente enquanto eu saía rumo ao metrô, trombei o sujeito na rua, q por motivos óbvios (tosse tosse) ñ poderia resenhar a apresentação. Num misto de eu oferecer e ele pedir (sem envolver dinheiro), acabei resenhando e mandando pra ele, q publicou.
Uma hora tenho q dar um Google nisso, pra saber se ainda existe. Ou fuçar aqui no blog mesmo, pq ñ lembro se repostei.
sons: SUICIDE DAY / MIRROR / INSANITY / MIND REVOLUTION / HUNGER / NEVER SURRENDER / HOMELESS / FATAL BRIGHT / EYES OF AJNA
.
formação: Tibet (vocais), Pitchu Ferraz (bateria), Saulio Issao (guitarra), Ivan Valle (baixo)
.
participações especiais: Pompeu, Fabio, Emerson Doidão (vocais em “Suicide Day”, “Insanity” e “Never Surrender”); Loop B (teclados e samples em “Eyes Of Ajna”); Antaris Renato (guitarra solo em “Eyes Of Ajna”)
.
.
Algo curioso sobre este disco foi como o ganhei. Nada de promoção q tenham me enviado pelo correio, ou q tivesse q ir à puta q pariu com R.G. pra buscar: simplesmente o vendedor na Destroyer (loja na Galeria) o enrustiu na sacolinha onde constava o 1 ou 2 cd’s (ñ lembro qual/quais) q tinha acabado de comprar por ali. Sem caixinha: cd, encarte e contracapa, e dum jeito q só fui perceber já no metrô.
.
À luz da recente falência do lugar, ficou bem claro se tratar dum ENCALHE q me estava empurrando, o q me fez ainda com outro cd, duma banda horrível (D.W.E.) noutra enrustida ocasião, q ñ lembro se anterior ou posterior à deste. E tb sem caixinha o muquirana…
.
Algo besta sobre este “Mirror” foi eu quase tê-lo elencado em minha lista de “piores do metal nacional” da última sebunda, o q refuguei na última hora. Hora em q reouvi pra avaliá-lo um pouco melhor. E ver ñ ser algo tão ruim assim – ñ pra constar entre os 10 piores – q era a impressão suscitada pela ouvida única e apressada q tinha feito do artefato até então.
.
Ñ q o disco seja um primor, um petardo, um clássico inominável de tão memorável. Tinha lembranças de bateria eletrônica destoando do todo (ñ confere), duma produção precária, duma banda realmente chôcha.
.
Ñ q o Ajna ñ fosse chôcho: tivessem sido realmente contundentes ou diferenciados, teriam entrado pra memória das caras bandas brasucas injustiçadas q ñ vingaram. Q poderiam ter rendido mais q este “Mirror” filho único. A falta de contundência ou diferenciação, por sua vez, atribuo ñ a uma produção precária de costume, mas sim a uma q engessou demais as coisas. Tornou tudo muito rígido e certinho.
.
Há grooves baterísticos: mas entendo q com o intuito de oferecerem hipnose, obsessão. Por denotarem influências industriais (o Metal Archives exagera chamando a banda de thrash industrial). Ficou parecendo banda tentando funkear as coisas. E com a timbragem baterística a todo momento parecendo bateria eletrônica, artificial. Existem dissonâncias guitarrísticas, mas num jeito light: soando, em sons como “Never Surrender”, como um Voivod anêmico. Há peso na guitarra (o tal Saulio é o destaque instrumental, a meu ver, com bons riffs esparsos pelas músicas), mas com guitarras stacatto demais: poderiam ter soado, reverberado, ecoado mais.
.
A intenção de sons instrospectivos, climáticos (cuja maior tentativa – vã – é o som instrumental derradeiro), tb se revela nas letras, TODAS ELAS sobre loucura ou de jogos de gato e rato com a mente: o problema é ver se tratar dum único assunto, em letras q fogem do simplório mas q se percebe feitas em português e traduzidas (mas ñ daquele modo bizarro dum “Beneath the Remains”). Os vocais são interessantes, repletos de drive (“Sucide Day” contém efeito tb: nem parece mulher cantando), mas pra mim faltando versatilidade: tornados monótonos pela repetição. Pegando no pé ainda no q tange às letras: faltou a banda ou alguém do selo revisar as mesmas no encarte, repletas de erros de ortografia/digitação. Pega mal.
.
Algo inútil sobre o Ajna e este “Mirror”, é terem sido promovidos como banda da tal Tibet, colunista por muito tempo da Dynamite e da Rock Brigade (salvo engano), astróloga (ou era alguma outra de nome estranho?) e ex-integrante do Made In Brazil. Dado último este infeliz q nada lhes acrescentou, já q juntar todos os ex-integrantes do Made dá pra lotar um Canindé ahah
.
No fim das contas, é disco q quem curtia o Zero Vision ou o Korzus“K.Z.S.” pode acabar curtindo. Duma banda de proposta até singular, sem serem brilhantes. E q ao vivo devia ser 8 ou 80: muito bons ou uma merda total. Q espero q ñ resolvam – ah, a mídia brodística! – criar cultos nostálgicos fomentadores dalguma volta à ativa: ñ creio carecer. E q, afinal, estando “Mirror” à disposição nalgum encalhe a 5 contos, tvz valha pegar. E cujos sons mais ou menos relevantes considero “Insanity”, “Never Surrender”, “Homeless” e “Fatal Bright”.
Ñ sou muito de boteco, mas quem dera tivesse boteco assim por aqui. Se tivéssemos gente de quilate suficiente pra ter boteco assim…
Uma nota no site/portal Dynamite q vi faz umas duas semanas e tinha esquecido de postar (erros de digitação deles, ñ meus):
Guitarristas do Alice In Chains e do Anthrax tocando em barzinho
Jerry Cantrell, guitarrista da banda de grunge metalAlice In Chains, e Scott Ian, guitarrista da banda de thrash metalAnthrax, estão abrindo um barzinho em Las Vegas, chamado Dead Man’s Hand.
A proposta do ambiente é ter uma tamosfere rock’n’roll. O bar ainda terá uma banda da casa, na qual tocarão os céleres proprietários.
.
Torço pro lance dar certo. Quem sabe assim o Ian desencana do Anthrax e vai fazer coisa mais útil ahah
E se ñ der, só chamarem o Zakk Wylde pra liquidar o estoque.