VALE GANHAR DE BRINDE
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“Mirror”, Ajna, 1998, Destroyer Records
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sons: SUICIDE DAY / MIRROR / INSANITY / MIND REVOLUTION / HUNGER / NEVER SURRENDER / HOMELESS / FATAL BRIGHT / EYES OF AJNA
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formação: Tibet (vocais), Pitchu Ferraz (bateria), Saulio Issao (guitarra), Ivan Valle (baixo)
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participações especiais: Pompeu, Fabio, Emerson Doidão (vocais em “Suicide Day”, “Insanity” e “Never Surrender”); Loop B (teclados e samples em “Eyes Of Ajna”); Antaris Renato (guitarra solo em “Eyes Of Ajna”)
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Algo curioso sobre este disco foi como o ganhei. Nada de promoção q tenham me enviado pelo correio, ou q tivesse q ir à puta q pariu com R.G. pra buscar: simplesmente o vendedor na Destroyer (loja na Galeria) o enrustiu na sacolinha onde constava o 1 ou 2 cd’s (ñ lembro qual/quais) q tinha acabado de comprar por ali. Sem caixinha: cd, encarte e contracapa, e dum jeito q só fui perceber já no metrô.
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À luz da recente falência do lugar, ficou bem claro se tratar dum ENCALHE q me estava empurrando, o q me fez ainda com outro cd, duma banda horrível (D.W.E.) noutra enrustida ocasião, q ñ lembro se anterior ou posterior à deste. E tb sem caixinha o muquirana…
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Algo besta sobre este “Mirror” foi eu quase tê-lo elencado em minha lista de “piores do metal nacional” da última sebunda, o q refuguei na última hora. Hora em q reouvi pra avaliá-lo um pouco melhor. E ver ñ ser algo tão ruim assim – ñ pra constar entre os 10 piores – q era a impressão suscitada pela ouvida única e apressada q tinha feito do artefato até então.
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Ñ q o disco seja um primor, um petardo, um clássico inominável de tão memorável. Tinha lembranças de bateria eletrônica destoando do todo (ñ confere), duma produção precária, duma banda realmente chôcha.
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Ñ q o Ajna ñ fosse chôcho: tivessem sido realmente contundentes ou diferenciados, teriam entrado pra memória das caras bandas brasucas injustiçadas q ñ vingaram. Q poderiam ter rendido mais q este “Mirror” filho único. A falta de contundência ou diferenciação, por sua vez, atribuo ñ a uma produção precária de costume, mas sim a uma q engessou demais as coisas. Tornou tudo muito rígido e certinho.
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Há grooves baterísticos: mas entendo q com o intuito de oferecerem hipnose, obsessão. Por denotarem influências industriais (o Metal Archives exagera chamando a banda de thrash industrial). Ficou parecendo banda tentando funkear as coisas. E com a timbragem baterística a todo momento parecendo bateria eletrônica, artificial. Existem dissonâncias guitarrísticas, mas num jeito light: soando, em sons como “Never Surrender”, como um Voivod anêmico. Há peso na guitarra (o tal Saulio é o destaque instrumental, a meu ver, com bons riffs esparsos pelas músicas), mas com guitarras stacatto demais: poderiam ter soado, reverberado, ecoado mais.
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A intenção de sons instrospectivos, climáticos (cuja maior tentativa – vã – é o som instrumental derradeiro), tb se revela nas letras, TODAS ELAS sobre loucura ou de jogos de gato e rato com a mente: o problema é ver se tratar dum único assunto, em letras q fogem do simplório mas q se percebe feitas em português e traduzidas (mas ñ daquele modo bizarro dum “Beneath the Remains”). Os vocais são interessantes, repletos de drive (“Sucide Day” contém efeito tb: nem parece mulher cantando), mas pra mim faltando versatilidade: tornados monótonos pela repetição. Pegando no pé ainda no q tange às letras: faltou a banda ou alguém do selo revisar as mesmas no encarte, repletas de erros de ortografia/digitação. Pega mal.
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Algo inútil sobre o Ajna e este “Mirror”, é terem sido promovidos como banda da tal Tibet, colunista por muito tempo da Dynamite e da Rock Brigade (salvo engano), astróloga (ou era alguma outra de nome estranho?) e ex-integrante do Made In Brazil. Dado último este infeliz q nada lhes acrescentou, já q juntar todos os ex-integrantes do Made dá pra lotar um Canindé ahah
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No fim das contas, é disco q quem curtia o Zero Vision ou o Korzus “K.Z.S.” pode acabar curtindo. Duma banda de proposta até singular, sem serem brilhantes. E q ao vivo devia ser 8 ou 80: muito bons ou uma merda total. Q espero q ñ resolvam – ah, a mídia brodística! – criar cultos nostálgicos fomentadores dalguma volta à ativa: ñ creio carecer. E q, afinal, estando “Mirror” à disposição nalgum encalhe a 5 contos, tvz valha pegar. E cujos sons mais ou menos relevantes considero “Insanity”, “Never Surrender”, “Homeless” e “Fatal Bright”.
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CATA PIOLHO CXCII – Jogo dos 7 Erros capístico:
Jessiê
26 de junho de 2011 @ 10:18
Me lembro vagamente de ouvir falar… E dos músicos o Loop B (Lupércio qualquer coisa Brasil acho…) Fez nome no início da EBM nacional. De resto passo.
Marco Txuca
27 de junho de 2011 @ 04:26
Cara, vc chegou a ir atrás de coisas desse Loop B? Pq até simpatizei com uma certa EBM, mas ñ com o cara, q por infelicidade (tvz) sempre q aparecia em tv era pra fazer umas performances meio vergonha alheia, meio Hermeto Paschoal pioradas…
Mas em “Mirror” influências industriais (como a própria participação do ilustre) são bem sutis, atenuadas. Discretas.
E falando em EBM nacional – se é q entendi q vc já se interessou por isso – vc chegou a conhecer/ouvir os santistas do Harry?
doggma
28 de junho de 2011 @ 02:51
Pô, só o fato de você não aproveitar o trocadilho óbvio pra apelidar a banda, já é indício que a coisa deve ser, no mínimo, interessante. E o review instigou. Vou procurar por aí…
Harry, Simbolo, Morgue, Agentss… era uma safra muito legal. Putz, eu curtia as performances sucatísticas do Lorenzo “Loop B”. Mesmo o cara me devendo $5 (+ postagem) de uma demo que ele nunca enviou…
Marco Txuca
28 de junho de 2011 @ 03:33
Tanto me passou batido o suposto “trocadilho óbvio”, doggmático, q ñ sei de q se trata: cuma??
Do Harry, cheguei a ir em show. Abrindo pro DeFalla, de safra hard bagaceira. E comprei o box – com os 3 discos – no início deste ano. Coisa fina.
doggma
28 de junho de 2011 @ 22:34
O fato de ter uma cantora em vez de cantor, aquele triângulo de cabeça pra baixo na capa renderia uma letra “V” na boa… Ah, mas deixa pra lá, minha mente que é poluída mesmo, haha.
Você foi num show do DeFalla com o Harry abrindo? Eita fase eclética, hein.
Em tempo… os gaúchos tão fazendo show com a formação antiga. Resgataram até a baterista Biba Meira.
Marco Txuca
29 de junho de 2011 @ 03:39
Biba Meira rula!!!
Tem no You Tube já alguma coisa dessa “reunião”?
Ecletismo outro? Q tal Inocentes com Volkana abrindo? Ou Golpe De Estado com Viper abrindo? Vi esses tb…
E entendi q o trocadilho era vaginal, certo? Fica o registro.
doggma
29 de junho de 2011 @ 13:45
Aí: http://www.youtube.com/watch?v=js1GWk75sKc&feature=related
Gabriel
15 de março de 2012 @ 21:49
EU A MAIS OU MENOS QUATRO ANOS COMPREI UM CD NA DESTROYER RECORDS NA GALERIA DO ROCK EM SÃO PAULO E RECEBI ESSE ÁLBUM DESSA BANDA . MAL PRODUZIDO , MAL GRAVADO E MAL TOCADO .
Marco Txuca
16 de março de 2012 @ 00:30
Minha sorte é q eu o ganhei. Tivesse gastado 5 contos nele, ficaria puto!!