O q, de fato, torna uma banda atrativa ao público? Certamente fatores envolvendo proposta, eficiência técnica, desempenho ao vivo, carisma e repertório. Todos eles combinados, ou alguns apenas.
Falar da apresentação do tal Sabaton (nunca tinha ouvido 1 som sequer da banda), com abertura (“convidado especial” de cu é rola!) do Armahda, pra mim envolve esse tipo de questionamento. Por perspectivas diferentes.
Aos suecos:
1ª vez da banda por aqui. Ovacionados como fossem banda veterana – e nem o são, a despeito dos 9 álbuns (2 ao vivo) lançados desde 2005 – ou tivessem músicos de renome: ñ tem. Praticantes de um heavy metal universitário descarado: sons ora pendem pro true metal (requentado), ora adotam elementos folk/pagãos (nalgum teclado, q ñ vi se era pré-gravado ou com tecladista escondido), ora ostentam refrãos a la Manowar ou Accept (das sobras de Manowar e Accept), ora resvalam no metal melódico, ora no hard rock. A típica banda q tenta acertar algum alvo atirando em todos.
Ficaram espantados com a receptividade (Carioca Club cheio pela metade) e fizeram show sincero, com tentativas de falar ao público nalgum português, de um dos guitarristas arranhar nosso “Hino Nacional” (ficou melhor q o da Vanusa), coisa e tal. Simpáticos, ñ se pode negar. Um amigo bissexto por aqui, Leo Musumeci, outro dia me falava do nível técnico em q o heavy metal se encontra: todo mundo toca bem, e esses Sabaton são todos bons músicos. Mas a escassez de propostas interessantes impera, no geral.
O baterista Hannes Van Dahl, uma cruza visual, canhota e instrumental de Scott Travis com Tommy Lee, é estupendo. Mas devia estar no Mötley Crüe, ou nalguma banda farofa, e tocava do mesmo modo vários sons; o guitarrista à minha esquerda, percebe-se bastante fã de Iron Maiden na veia Janick Gers (mas menos “mulata Globeleza”), e foi o q arriscou o hino. O outro guitarrista, com sombra nos olhos, tvz quisesse empatizar com fãs de black ou gothic metal, e mostrou bom serviço, fora terem dito ter tocado com febre. O baixista tem aquela pinta de bebum gente boa e ñ atrapalhou. Tampouco apareceu.
O vocalista Joakim Brodén, por sua vez, ñ comprometeu, mesmo com visual de vocalista de tecnobrega: mandou vocais limpos (ñ canário), rasgados (nem tanto) e até gutural num som no bis (“Night Witches”), foi legal com todo mundo, se auto-insultou, e por aí foi.
Todos, no entanto, usaram calça estilo camuflagem à moda Accept. Provável ser a única banda de q ali gostam.
Mas a galera q estava lá pra vê-los estaria pouco se fodendo pras objeções q faço aqui: entoaram vários dos refrões (pra mim, todos chôchos), vibraram com sons mais conhecidos e se comoveram genuinamente com “Smoking Snakes”, o tal som q homenageia os pracinhas da FEB (!!!). Som excelente, desempenho profissa, nada a objetar. A ñ ser o fato de q ñ me pegou.
Músicas sem destaques. Banda de 3ª divisão, derivativa e de títulos clichezaços. Tvz a galera ali pudesse conhecer outras bandas, mais antigas ou mais q dez. Tvz o problema seja eu.
set-list: 1. “The Final Countdown” (intro instrumental – sim, aquela!) 2. “Ghost Division” 3. “To Hell And Back” 4. “Carolus Rex” 5. “Gott Mit Uns” 6. “Uprising” 7. “Resist And Bite” 8. “The Art Of War” 9. “Far From the Fame” 10. “Attero Dominatus” 11. “40: 1” (única q curti) 12. “Swedish Pagans” – encore: 13. “Night Witches” 14. “Smoking Snakes” 15. “Primo Victoria” 16. “Metal Crüe” + “Dead Soldier’s Waltz” e “Masters Of the World” de som mecânico ao fim
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Aos brasucas:
a quem por aqui estranhar eu citar uma banda de abertura, ouso ainda mais: fui pro evento pra vê-los. Pq são uma banda de amigos. E uma banda acima da média com uns amigos, isenção nenhuma à parte. Conheço um dos guitarristas, Alexandre, desde 1990 e já toquei com o cara. O vocalista Maurício Sabbag é o mesmo q canta e toca guitarra no Ministério Da Discórdia, q indiquei por aqui outro dia.
Antes de tocarem, chegaram a ter o nome bradado por uma galerinha ali na pista. Vi muita gente, mesmo antes dessa q foi a 1ª apresentação deles, já usando camisetas, provável decorrência do trabalho de internet: postaram os sons no You Tube, com explicações históricas e contextualizações dos mesmos e vêm fazendo esse trabalho de divulgação. O álbum auto-intitulado desovaram em final do ano passado.
Após a apresentação, a banquinha de cd’s e camisetas vendeu material como nunca tinha visto uma banda de abertura fazer. 67 cd´s a 15 reais, e montes de camisetas. Gente comprando 2 por vez. Resposta direta, melhor impossível. Convenceram muita gente, empatizaram sem forçações ou demagogias baratas – tipo aqueles papos de falar em “cena”, louvar São Paulo ou o país, essas merdas – e, sobretudo, pelo som.
Q é, grosseiramente falando, um metal numa veia Blind Guardian, alternando sons em inglês e português, todos tratando de episódios da História do Brasil, um barato q o Maurício acalenta de muito tempo.
Ñ são uma bahnda q quer desesperadamente fazer sucesso: querem fazer seu som. Já falam em fazer um próximo álbum, com a bahnda q foi arranjahda pra tocarem ao vivo (o cd tem Maurício e Renato – o outro guitarrista – fazendo praticamente tudo, com o produtor tocando bateria) e assim, deixando de ser um “projeto”. Agradaram o público por se tratar dum som q agrada em cheio aos órfãos de Blind e de metal melódico (mesmo Maurício ñ sendo nenhum canário clonado), como tb aos órfãos e viúvos da panaquice Video Show q se tornaram os “baluartes” do estilo por aqui, tipo Franga, Falaschi, Aquiles e os trocentos projetos paralelos, tangentes e co-secantes ridículos q dão em nada.
Q ñ juntam 10 devotos num show próprio.
Foi foda, achei foda, os caras são foda, mesmo ñ sendo minha praia. (O q eles mesmos sabem). Foram batizados com louvor (com direito a rodas na pista), ganharam respeito na sinceridade, na raça, na gana. Tem perspectiva, banda promissora. Há público ávido por sons como os q eles fazem, e q merece banda melhor do q os lixos q poluem esse segmento. Vão ter q ralar, pois parecem saber q “saber tocar” ñ é o quesito principal. Torço por eles, fiquei orgulhoso. E recomendo.
E sei q quem por aqui eventualmente ñ curtir, poderá criticar. Pois sei q os caras têm maturidade pra fuçar por aqui e absorver críticas ou senões. Dá-lhe, Armahda!
set-list: 1. “Ñorairô” (Intro)/”Echoes From the River” 2. “The Iron Duke” 3. “Queen Mary Insane” 4. “Canudos” 5. “Armahda” 6. “Flags in the Wind” 7. “Paiol em Chamas”.
E a foto acima foi minha esposa quem tirou.