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19 Comments

  1. marZ
    6 de setembro de 2023 @ 06:03

    Banda vem numa curva ascendente, tanto de qualidade quanto de popularidade. Ja tinha dito antes: podem nao ter inventado a roda, mas sao necessarios no atual momento social, politico, musical. Quem mais ta fazendo isso com alguma relevancia e exposicao midiatica? Dead Fish? Infelizmente, nao.

    Pode gerar um pé atras e criticas de parte de gente como nos, que somos galos velhos e ja vimos esse filme antes. Mas quando aplicado o devido contexto temporal, revela-se a relevancia e importancia. E sao um norte pra toda uma galera mais nova que estava carente de algo nesses moldes.

    Comprei o (bom) cd de estréia (antes somente cds-demos e musicas on line) e estou esperando voltarem ao estado (ja foram 2 vezes ao ES, pra variar eu estava embarcado em ambas) pra ir ao show. Camisas achei feinhas, entao nem animei.

    E repito o que disse ao Marco ontem: o nome da banda é horroroso, o que é uma pena.

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  2. André
    6 de setembro de 2023 @ 11:50

    Só comento o seguinte. Já passou da hora dos negros marcarem território no rock/metal. Ou seria recuperar esse território? A renovação do estilo passa por uma renovação racial e de gênero. Enquanto isso, Metal nacional que se afogue no chorume e em tributos que ninguém pediu.

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  3. bonna, generval v.
    6 de setembro de 2023 @ 19:11

    Assisti show deles em 2019 junto de Surra e Dead Fish (que lançava seu melhor e mais raivoso disco). Foram 3 shows foda no Circo Voador.

    Já tá na hora de repetir show dos uberabenses.

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  4. Thiago
    6 de setembro de 2023 @ 19:20

    Não que tenha me aprofundado muito na horda, mas, em linhas gerais, assino embaixo do comentário do marZ: do ponto de vista musical, não é muito minha praia; do ponto de vista social e político, é uma iniciativa mais do que necessária.

    Duas perguntas típicas de neófito: por acaso o nome do conjunto seria uma tentativa de aludir ao Black Panther Party? E por acaso o baterista Pancho é o mesmo que tocava no Comunidade Nin-Jitsu? – outra banda, aliás, que só conheço de nome e pela frequente presença nas fases finais do saudoso RockGol haha.

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  5. Marco Txuca
    6 de setembro de 2023 @ 19:41

    Esse Pancho é outro. E muito melhor.

    Fonte: os 3 discos da Comunidade NinJitsu q tenho por aqui escondidos ahahah

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  6. Leo
    7 de setembro de 2023 @ 09:56

    Os caras são uns monstros!
    Política, musical e artisticamente!

    Que o metal tem um antro de reaça, já sabemos e debatemos longamente por aqui. E que, no Brasil e em São Paulo especificamente, essa galera esteja em posições de destaque, só piora¹. Por isso, o projeto dos caras de racializar a música é ainda melhor.

    A questão é que não fazem isso só nas letras. Fazem na estrutura da música, nas imagens da cenografia, nas referências com que trabalham (e aí um adendo ao setlist de covers: “A carne” com foto da Elza Soares no fundo), na postura de palco, na interação com a plateia, …
    O show é uma aula de antirracismo.

    E por isso, embora tenhamos concordância com a ideologia, estranhamos a música, pq estamos acostumados a estruturas que são brancas, ocidentais, etc. Da mesma forma que estranhamos quando ouvimos System of a Down pela primeira vez.

    Na música, Charles (guitarra e vocal) manda muito mais que Derrick. Enquanto Chaene, seu irmão, um absurdo, e Pancho, um cavalo, trazem pro metal o que a black music sempre teve de melhor, a cozinha de baixo e bateria. Tudo certo.

    Recomendo vivamente aos camaradas que assistam o episódio em que os caras participam do podcast do Gordo – que é o segundo melhor entrevistador do país hoje, só atrás do Mano Brown:
    https://youtu.be/hk59mh7da7A?si=1K82Lxqt4ef_PyzZ

    Quanto ao nome, eu não acho ruim.
    A referência são os panteras negras.
    Aliás, é importante situar que a banda surgiu em 2014, antes do episódio nazista do Phil Anselmo, de 2016.

    ¹ Não à toa, foram reconhecidos na gringa antes do Brasil.

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  7. Jessiê
    7 de setembro de 2023 @ 15:49

    Dentre as várias coisas bacanas citadas, sobretudo pelo Léo, resistência é a palavra chave para definir a banda.

    Talvez se a banda fosse de SP seria uma das principais (que o estilo e a temática permitem). É incrível a dificuldade que muita gente tem em admitir que uma banda do interior de MG seja tão interessante e tão fora da curva.

    Existe uma geração de bandas fora de SP fazendo sons interessantíssimos, engajados e fora da curva. Me parece faltar a existência de um agregador de peso, que talvez nem existirá mais (nos moldes Cogumelo, por exemplo).

    Outro detalhe: pessoa da banda super boa gente.

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  8. Leo
    7 de setembro de 2023 @ 19:34

    Concordo plenamente, Jessiê.
    Em especial, com o fato de serem gente boa.

    E acho que o circuito tradicional de São Paulo fecharia portas mesmo que fossem daqui. Com a desculpa de que “isso não é metal” ou, pior, que “nada a ver misturar música com política.”

    Bandas como Do Protesto à Resistência, Escombro, Santa Morte, Slow Bleeding, Bayside Kings,… que são de fora do eixo sudoeste da cidade, com integrantes negros, e fazem sons muito bons, politizados e etc, não alcançam um patamar de exposição mínimo aqui.

    Por isso, achei que a melhor coisa que poderia acontecer pros caras do Black Pantera foi se dar bem primeiro na gringa. Se esperassem crescer organicamente aqui primeiro, dependendo dessa galera, talvez já tivessem acabado.

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  9. Marco Txuca
    7 de setembro de 2023 @ 23:49

    Endosso com verniz de certeza o Leo: aqui em SP só existe Angraverso, Marcello Pompeu e Viper Day. E nem q estourassem fora sendo daqui (o q nem o Claustrofobia branco isentão, conseguiu) teriam reconhecimento.

    Pq não são da panela e não pagam jabá de anúncio. Igual o Crypta, nesse sentido.

    Falo com a maior tranquilidade de paulistano nascido e malcriado aqui: nada q venha de São Paulo vinga. No máximo, serve pra domicílio de bandas de outros estados, como Krisiun.

    Change my mind, pessoal.

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  10. Leo
    8 de setembro de 2023 @ 08:00

    Por acaso algorítmico (que de acaso não tem nada), ontem, o YouTube me recomendou a entrevista do Black Pantera para o podcast do Bittencourt.

    Ainda que não tenha visto tudo, foi possível notar as diferenças: um programa com muito mais tempo e estrutura (e, ainda assim, só estavam Charles e Chaene), e um entrevistador que não apenas eu não acho tão bom, como tb tenta se reposicionar o tempo todo sem muito sucesso: fala textualmente que fica chateado por associarem o Angra a uma certa elitização do rock pouco antes de dizer que, às vezes, vai pra Califórnia e acha que o mundo está melhor, mas, quando volta pra cá, se decepciona. Isso entre outras tentativas de entrar no tema usando termos absolutamente embranquecidos pra tratar do assunto, como se fosse uma empresa em suas políticas de responsabilidade social corporativa.

    Nem acho que ele, em si, seja um desses malucos bolsonaristas, mas fica evidente na linguagem que é um universo do qual tem muita distância.

    É um exercício antropológico assistir a entrevista do JG e a dele depois. Recomendo.

    Reply

  11. Leo
    8 de setembro de 2023 @ 08:16

    No mais, eu penso que São Paulo, por toda sua estrutura e pela própria cultura que a cidade tem (não essa do metal, mas fundamentalmente uma certa “cultura de rua”), teria muito potencial pra ser um centro de metal negro. Hoje, o mais próximo desse avanço – pra além do funk, rap, trap e etc – é dentro do hardcore, mas ainda é pouco.

    E acho que é essa “bolha” que cria uma resistência, sim. E que o metal no mundo – e aqui especialmente, Bittencourt – é elitista, sim!

    Mas comentando diretamente o que o Marcão falou, acho que, além da questão regional, tem uma questão geracional.

    As integrantes da Crypta tem outra formação. Não dá nem pra comparar com as bandas da geração de 2000. Acho que por isso souberam levantar uma bandeira, da banda de mulheres (como a Nervosa tinha iniciado, mas não decolou tanto e a ida pra Europa tb não ajudou). Assim como o Black Pantera soube levantar a bandeira antirracista, mais enfaticamente situados na luta, inclusive.

    E isso promove algumas mudanças. Ainda que ache “embranquecidas” e mercadologicamente orientadas, TS tem uma vocalista mulher, Angra tem um guitarrista negro, …

    Digo isso pra falar que acho que, se continuarmos assim, talvez, daqui 10 anos, quando a bolha não tiver mais muita força pra fazer essa resistência, acho que podemos esperar alguma mudança.

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  12. Marco Txuca
    8 de setembro de 2023 @ 08:57

    Daqui a 10 anos essa bolha ainda estará chorando o Andre (sem acento) Maestro.

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  13. André
    8 de setembro de 2023 @ 11:32

    Sobre o Bittencourt, me lembrei do comentário do Rogério Skylab: “você é bem politicamente correto, né?” Isso vai de encontro à análise do Leo sobre a sua superficialidade em temas sociais. Além de ser bem fraco como entrevistador. Aí, eu pergunto: alguém assistiu o podcast do Marcelo Pompeu?kkkkk

    Não penso que o metal seja elitista. Acho que algumas vertentes no metal o são como a do prog/power metal do qual Angra faz parte. Penso isso por um prisma econômico. Grana não passa ali.

    ” eu penso que São Paulo, por toda sua estrutura e pela própria cultura que a cidade tem (não essa do metal, mas fundamentalmente uma certa “cultura de rua”), teria muito potencial pra ser um centro de metal negro. Hoje, o mais próximo desse avanço – pra além do funk, rap, trap e etc – é dentro do hardcore, mas ainda é pouco.”

    Aqui outro adendo: há uns vinte anos, li uma matéria que criticava a resistência dos rappers de ocuparem espaços no mainstream pois isso abriria brecha para oportunistas, como Rick Bonadio com seu “Dogão é mau”.

    Penso que é exatamente o que aconteceu. Pois essa galera do do funk e do trap é bem menos politizada e mais dinheirista. Não distante do metal branco de apartamento que tanto criticamos aqui, no fim das contas. É a impressão que tenho.

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  14. märZ
    8 de setembro de 2023 @ 12:01

    Pelamordezeus, assistam o podcast do Pompeu onde entrevista 2 caras de uma banda de metal cristã. Pompeu é bizarro, malaco total, um meme falante. E os caras da banda white… basta dizer que um disse que Dead Fish é black metal.

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  15. Marco Txuca
    8 de setembro de 2023 @ 13:53

    O märZ me recomendou, mas eu não consigo.

    Quem o fizer, e ousar fazer uma resenha, manda pra mim no e-mail q eu juro q posto.

    Apenas ressalto q o Thrash Com H não se responsabiliza por eventuais danos cognitivos, gastroenterológicos ou psiquiátricos advindos disso aí.

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  16. Leo
    8 de setembro de 2023 @ 17:14

    André,

    Acho que é “elitista” no sentido da gente mal ver camisa do Iron Maiden em periferias.

    O metal não chega em muitos lugares por aqui. Ou chega pontualmente.
    O que não quer dizer que as pessoas precisem ter grana pra curtir a música.

    E acho que, como em vários segmentos, trap e funk tem essa galera dinheirista e a galera politizada tb (e tem quem seja os dois, claro).
    Mas a dinheirista, pela visibilidade, tb funciona como porta pra politizada.


    märZ,

    Acho que seu corretor ortográfico suprimiu um “NÃO” entre “Pelamordezeus” e “assistam”. Rs

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  17. Marco Txuca
    9 de setembro de 2023 @ 11:42

    Leo: pior é q o märZ tá falando sério.

    E curiosa uma coisa: Derrick Green e o guitarrista do Franga são negros. E passam em brancas nuvens – ops – aqui na discussão.

    É pq não detém representatividade identitária ou pq ninguém realmente dá a mínima pra eles serem negros?

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  18. André
    9 de setembro de 2023 @ 13:08

    A little bit of both. E as próprias bandas não fazem um marketing em cima disso.

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  19. Leo
    9 de setembro de 2023 @ 15:59

    Eu acho que o Derrick ainda tem uma certa presença nessa discussão, pela temática da banda, por se engajar em outros movimentos (vegan), pela época em que entrou, …

    O guitarrista do Angra não. Praticamente nada.

    Acho que não basta ter uma pessoa negra na banda.
    É preciso tematizar a questão a partir do papel que tem e do espaço que ocupam: isso envolve se posicionar em redes sociais a respeito enfaticamente, nas músicas, arriscar perder seguidores e fãs bolsonaristas histriônicos delirantes (será que estão dispostos?), …

    Senão, vai ser sempre o exemplo exótico, típico da responsabilidade social corporativa.

    Reply

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