WE ARE MOTÖRHEAD

A historinha por aqui hoje é sobre Moto Clube e sobre tocar em Leme, com direito a todos os trocadilhos infames sobre “Leme ser a cidade de Lemmy” (sic). Putz.

Vários foram os M.C. em q tocamos; destaquei outro dia – post “Walk A Crooked Mile” – o Sinistros, de Araras. Normalmente experiências q transitaram entre o razoável e o indiferente: pessoal prestando atenção nos 3 primeiros sons, daí virando as costas pra comer churrasco e ficarem exibindo as motos de uns pros outros.

O Kaiowas M.C. foi especial pra nós pela acolhida e ainda pq foi o local do nosso último show, em 17.08.18. Mas bora contar nossa 1ª vez por ali.

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Estávamos combinados, 24 de outubro de 2010 a data, formação quarteto (nossa MK 2 ahah), cachê combinado (e honrado) e irmos de van – luxo q pudemos usufruir entre 2008 e 2012. Dividiríamos o palco com o Oligarquia, q abriria pra gente.

Ñ q estivéssemos “nos achando”, nada disso, pois o evento serviu de aprendizado pra percebermos muitas vezes noites contarem com bandas cover fechando pra 1) atrair público; 2) segurar o público até a última nota, com o bar vendendo todo o possível de goró. Aprendizado útil pra evitarmos roubadas no futuro.

Um senão: era de domingo, algo q o pessoal do interior do Estado adora. E q pra quem é da capital, ñ serve. Pq envolve irmos e voltarmos (tarde) pra SP, pra daí comer, tomar banho e dormir zoados, em desvantagem anímica considerável pra encarar a sebunda-feira.
Acho q falamos sobre isso com o organizador (o famoso V8, sujeito lendário na cidade), pois nas outras 4 vezes em q lá estivemos – e em nenhuma o Leo nos viu – foi de sábado.

A viagem foi longa, mas divertida; levamos um amigo tr00 (Eric) e o povo do Oligarquia (sem estrelismo, nem cd pra vender embaixo do braço) até trocou umas idéias. Ñ muitas.

Em lá chegando, fomos muitíssimo bem recebidos e encaminhados a um camarim (backstage é o caralho), onde havia dúzias de latas de refrigerante e cerveja, um pão de metro e um cooler abarrotado de coxinhas, mais q suficiente pra ambas as bandas. E ñ comemos/bebemos tudo. Sobrou.

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Lembro q estava um puta sol, calor demais e enquanto os autorais tocavam, fui dar um rolê pra ver a cidade vazia e nenhum comércio aberto, o q é duma estranheza tremenda pra paulistano eheh

Lá pelas tantas, o Eric vem correndo e avisa: “pô, vocês vão começar logo. Estão acabando o último som”.

Provavelmente a surpresa mais legal de todas, em se tratando de show q fizemos com banda autoral: os oligarcas sacaram q ñ estavam agradando, resolveram parar antes. Melhor pra nós.

Subimos, montamos, tocamos e fomos muitíssimo bem recebidos. A ponto de, nos pós-show, ganharmos camisetas (dry-fit) dum fã clube da cidade, o Motörheadbangers, e um troféu (!!), de evento de M.C. ocorrido ali meses antes. A gente se sentiu o Motörhead, fomos tratados praticamente como representantes dos mesmos. E foi muito foda.

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Voltaríamos, como citado acima, outras 4 vezes: duas no próprio M.C., uma num evento de aniversário do M.C…. mas num outro lugar e uma vez num clube 29 de Agosto, na última apresentação com a nossa MK 4.

E o ponto é: sempre muito bem tratados, num limite ñ muito claro entre o acolhimento e a subserviência (fôssemos uns cuzões, poderíamos abusar da hospitalidade). Sujeito responsável pela mesa de som (ñ me recordo como chamava – e quando do último show, falecido àquela semana. Dedicamos o show a ele), muito decente conosco, incansável em dar o melhor som possível + a promessa de nos chamarem outras vezes. O q de fato aconteceu.

Leme ñ é a cidade de Lemmy, mas foi quase a cidade do No Class.