JOY OF LABOUR

Nossa amizade com os comparsas (de roubadas) do Napster começou cedo na história do No Class: já nos primeiros shows em 2004 dividimos palco num festival (fuleiro) no finado Depósito Rock Bar, local do nosso 1º show.

Daí os convidamos a tocar juntos no Empório Bar, eles foram retribuindo com Black Jack (janeiro de 2005) e foram a banda com q mais dividimos palco: em torno de 44 vezes.

Mas houve um momento de simbiose: em algum momento em 2006, o vocalista/baixista deles (um nojo de pessoa) tretou com os caras e saiu fora… pra montar outro Metallica Cover. Com quem, aliás, dividimos palco duas vezes. A gente convidando.

Nessa saída, nosso baixista (Edinho) entrou pra horda cover pra segurar a onda; e um dos guitarristas (Pagé) acumulou funções virando vocalista.

Em algum momento de 2006 tb, nosso guitarrista (Cássio) cansou e saiu fora. De boa. Pusemos os 2 guitarristas deles (Pagé e Márcio) no time, q ñ davam 1 Cássio, mas tudo bem.
E a configuração era bizarra: as bandas só eram diferentes por causa do baterista. Eu, no No Class; Guilherme (gente finíssima e ainda tocando em Metallica Cover), no Napster.

Até q o Guilherme parece q se encheu dos caras e ñ mais apareceu. Simplesmente desertou. Meados de 2007, q me lembre. Sobrou pra mim, q já tinha tocado em cover de Metallica e aí foi o q deu pra fazer.

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Até decidirmos fazer AS DUAS BANDAS ao mesmo tempo. Mas ñ ensaiando com tesão as duas [citarei mais abaixo]. Uma joint-venture bisonha, q rendeu em torno de 8 ou 9 shows, sem cachê dobrado e fisicamente desgastantes. Imaginem tocar uma hora e 15 de Motörhead, dar um tempo e daí fazer 2 horas de Metallica.

Teve apelo. Metallica Cover era muito requisitado, e levávamos o Motörhead Cover de brinde. Só trocando de vocalista, e mesmo curtindo muito mais tocar Motörhead, q foi o motivo de termos cancelado o Napster.

Ñ era a melhor banda cover de Metallica disponível, e digo com a ñ isenção de quem fez parte. Tocávamos com alguma vontade, mas meio desleixados, sem capricho, com nojo de ensaiar “Seek & Destroy”, q TINHA q ser tocada em todo show. Demorou um pouco, mas sentamos os 4 e decidimos ficar só com o No Class.

Por 3 votos a 1.

O auge dessa formação dupla jornada foi tocarmos num festival em Santa Cruz das Palmeiras (longe, tipo aonde o Judas perdeu o K.K. Downing ahah), em 06.07.2008, onde dividimos palco com covers de Zé Ramalho, Mamonas Assassinas, Guns N’Roses, U2 e Queen.

Foi legal pq fomos e voltamos de busão (com o “Queen” e o “GNR”, q cheiraram pó na ida e na volta) e aparecemos numa tv da região (e ñ tem mais o link do YouTube pra mostrar). Mas ñ tem um show q eu considere memorável pra lembrar, mais do q o desgaste físico envolvido.

Heróico na época. Hediondo, hoje lembrando.

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Fizemos uma outra joint-venture em 2015, quando o nosso então guitarrista Thiago propôs juntarmos mais um guitarrista e um outro vocalista ao time pra ensaiarmos Judas Priest. Fazermos um combo Judas Priest Cover + Motörhead Cover. Bora.

Durou 3 meses de ensaios e 2 shows.

Guilherme era o outro guitarrista, vindo de banda autoral de hard farofa (juro q ñ lembro nome) e o vocalista chamava Vinícius, era bolsonóia antes q existisse o Pennywise e tinha algum potencial. Fazia aulas com algum professor renomado por aí, tb direitista.

Tivemos um único impasse na fase de ensaios, o q Guilherme e Thiago prontamente resolveram: Vinícius ñ decorava as letras, sequer levava letras impressas pra cantar. Problema resolvido? Passou a levar letras pra ler no ensaio.

E bora marcar show? Ainda q esse vocalista ñ estivesse tão seguro, achamos melhor – nós outros 3 – começar a tocar ao vivo, pra meio o sujeito “pegar no tranco”. Ledo engano.

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Primeiro show: Santo André, em 26.06. Com o No Class fechando, no Lolla Palooza Ciase, choperia sensacional e local onde tocamos praticamente um quarto de nossos shows. Problema do dia: um primo do Edinho, motoboy por aqui, morreu atropelado naquela tarde. Cancela o Motörhead, mas ñ a noite: iríamos com o Grinder (sim!), com guitarrista amigo do Guilherme mandando no baixo.

Ñ precisaria treino, tampouco habilidade.

E o fizemos. Final apoteótico? “Painkiller”, claro. Mais ou menos: Vinícius chamou ao palco “pra cantar junto” o professor. Lógico q só ouvimos o professor. Como o melhor zagueiro pereba do pior time em pior fase no futebol, Vinícius “se escondeu”. Mas ñ percebemos. Foi foda.

Semana seguinte, 04.07, outro show. Piracicaba. Madhouse. Ñ daria pra levar o professor. E fizemos: Grinder e No Class. E Vinícius foi o pior, disparado. Errou, desafinou, esqueceu letra, e pouco antes de entrar tinha pedido pra limarmos “Heading Out Of the Highway”, por cagaço.

Resultado: ñ agradamos. Pior? Galera veio trocar idéia, super sincera. Nível de comentários: “a banda é foda, mas esse vocalista estraga”. Claro q o Vinícius ouviu.

E ñ tocamos no assunto. E tivemos noção do estrago. E ambos (Vinícius e Guilherme, aliás melhores amigos) sumiram. Nada de novos ensaios. E fomos seguindo o No Class.

Passados uns meses, quando estávamos a caminho de algum outro show, perguntei ao Thiago sobre os caras. Resposta: “ah, estão ocupados. E o Vinícius tá querendo mudar a proposta, cantar uns Grave Digger, uns Accept e uns Manowar tb”. Aham.

Perguntei, prontamente, aos comparsas: “e vcs acham q o Vinícius tem condições de cantar Grave Digger, Accept e Manowar?” Só q fui interrompido no “acham”.

Edinho e Thiago foram uníssonos: “não”.

E nunca mais se ouviu falar do glorioso, garboso e estrondoso (SQN) Grinder.