Há algumas semanas, lendo a resenha do “Motörizer” recente na Revista do Velho Babão, desconfiei dum deja-vu. Na maior cara de pau, ontem à tarde fui a uma banca e copiei (na mão mesmo) a resenha, feita pelo ilustre Vitão Bonesso:
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MOTÖRIZER – Motörhead
Em mais de 3 décadas, fica mais uma vez muito fácil analisar um novo trabalho do Motörhead. É quase certo q iremos encontrar mais uma avalanche do mais puro Heavy Metal, com a voz e o som do baixo Rickembacker [sic] de Lemmy Kilmister, q ao longo dos anos se tornaram a marca registrada do trio. Com o line-up estabilizado, tendo na guitarra Phil Campbell, a escavadeira humana Mikkey Dee na bateria, além, é claro de Lemmy no baixo e vocais, ‘Motörizer’ segue a regra e toda a tradição trazendo 11 faixas arrebatadoras, diretas e pesadas. “Runaround Man” abre o disco de forma enérgica, seguida de “Teach You How to Sing the Blues”, com destaque para o baixo de Lemmy. “When the Eagle Screams” mantém a voltagem no alto, enquanto “Rock Out” nos remete aos tempos de ‘Ace Of Spades’ e ‘Iron Fist’. Uma levada mais voltada ao Blues, mas sem perder o peso, pode ser conferida na tb irresistível “One Short Life”. O pau volta a comer solto em “Buried Alive”, “English Rose” e “Back On the Chain”. As músicas “Heroes”, “Time Is Right” e “The Thousand Names Of God” encerram os trinta e nove minutos de ‘Motörizer’. Pouco? Pode parecer, mas o Motörhead, na sua forma simplória de fazer Heavy Metal, não precisa de muito mais para nos brindar com mais um grande capítulo de sua carreira. Para ‘Motörheadbanger’ nenhum botar defeito e para ser ouvido no talo!
[Nota 9]
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Fui fuçar resenhas antigas, do mesmo ilustre, na mesmíssima revista, e eis q em Agosto/2004, na edição 67 (com Therion na capa), vejo a resenha de “Inferno”, recém-lançado então:
INFERNO – Motörhead
É relativamente fácil analisar um novo lançamento do Motörhead. No decorrer dos anos Lemmy & cia. sempre mantiveram uma seqüência de bons álbuns, mas em se tratando de ‘Inferno’, existe algo mais a dizer. Sem dúvida, é o melhor trabalho do trio desde ‘Bastards’ (1993) [sic]. São doze “patadas” onde você encontrará todos os ingredientes presentes em qualquer disco do Motörhead. Pegada forte e uma mistura de Rock and Roll básico com Heavy Metal. Está tudo ali, Lemmy com seu vozeirão, os riffs bem elaborados por Phil Campbell e, é claro, a escavadeira humana, Mikkey Dee. Porém a qualidade das composições é o diferencial em ‘Inferno’. O cd abre com “Terminal Show”, q conta com a participação de Steve Vai como convidado. O mais legal é q se o nome de Vai ñ constasse no encarte, poucos iriam saber q ele está ali. Quem espera o cara debulhando um solo cheio de velocidade e virtuosismo explícito, esqueça. O talento e habilidade de Steve Vai inclui [sic] tb o feeling de saber onde colocar um solo de forma q fique com a cara do Motörhead. A seqüência fica por conta de “Killers” e a minha preferida, “In the Name Of Tragedy”. As demais faixas mantém [sic] o pique com o Motörhead mostrando um Heavy Rock de primeiríssima qualidade q deve ser apreciado com o volume do talo!
[Nota 9]
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Quer dizer: a revista paga – supondo q o pague – pro cara escrever a mesma resenha duas vezes?!?!?
E ñ adianta falar q é pq o Motörhead sempre lança o mesmo disco: até a nota foi a mesma!!
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PS – sobre os [sics], todos meus:
1º) “Rickenbacker” // 2º) enquanto trio, eles voltaram a ser a partir do “Sacrifice” (1995); o “Bastards” foi gravado ainda em quarteto // 3º) incluem // 4º) mantêm