PRÊT-À-PORTER DA VEZ
Printado do facebúquico The Metal Realm.
Não chega a super grupo, claro. Teriam q estar com as cuecas por cima das calças.
Me chama atenção o “nova banda de rock explosiva”. Heavy metal virou palavrão?
Printado do facebúquico The Metal Realm.
Não chega a super grupo, claro. Teriam q estar com as cuecas por cima das calças.
Me chama atenção o “nova banda de rock explosiva”. Heavy metal virou palavrão?
“Shovel Headed Tour Machine”, Exodus, 2010, Nuclear Blast/Laser Company
sons do dvd 1 e cd: BONDED BY BLOOD / ICONOCLASM / FUNERAL HYMN / A LESSON IN VIOLENCE / CHILDREN OF A WORTHLESS GOD / PIRANHA / DEATHAMPHETAMINE / BLACKLIST / WAR IS MY SHEPHERD / STRIKE OF THE BEAST / SHOVEL HEADED KILL MACHINE
dvd 2 contém documentário “Assorted Atrocities” e montes de extras, q incluem fotos, videoclipes (“Riot Act”, “Now Thy Death Day Come” e “Problems”), entrevista pra rádio em 1985, cenas q sobraram do documentário, dublagem de “Metalocalypse” e variados sons ao vivo, registrados em shows avulsos
formação: Gary Holt (guitarra, backing vocals), Tom Hunting (bateria), Rob Dukes (vocais), Jack Gibson (baixo, backing vocals), Lee Altus (guitarra)
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Isto aqui é um colosso. É um petardo. Um arregaço. Um material em q “sangue nos olhos” e “vontade de matar” há de sobra. E ñ sobra pra ninguém: meses atrás, resenhando o show do Exodus por aqui, opinava da INJUSTIÇA de ñ os terem incluído no Big Four. Em vez do Anthrax. Razões mercadológicas à parte, cheguei à seguinte conclusão: o Exodus ñ entrou pro circo ñ por medo do Kirk Hammett ver q o Metallica lhes roubou o guitarrista errado, ou pq o Exodus sempre foi mau vendedor de discos. O Exodus ñ entrou pro Big Four pq simplesmente arregaçaria todas as bandas ali. Sem a menor piedade.
Ñ teria pra show de golfinho em Miami, q é o show do Metallica atual. E por mais q me doa professar uma heresia dessas em relação ao Slayer.
Infelizmente, a embalagem do produto “Shovel Headed Tour Machine” na versão nacional é algo q quase põe a perder a imensidão e truculência aqui contidas. Pois embora o filé – no dvd 1 e no cd do mesmo – seja o show deles no Wacken em 2008 (na turnê do “The Atrocity Exhibition – Exhibit A”, e ñ na do “Shovel Headed Kill Machine”, o q é confusão outra, provavelmente da banda em ñ querer perder o bom trocadilho), há muito mais por aqui.
Vc vai a uma loja atrás disto. Encontrará 2 cd’s embalados num papel qualquer (a capa tb é simplória demais) à guisa de capa, com textos em contracapa falando dum documentário meio como fosse um reles extra da bagaça. Será econômico lançar o kit dvd duplo + cd desse modo tacanho? Contando com encartes risíveis e reduntantes, além disso? E com a 1ª caixinha contendo discos 1 e 3 (dvd’s), e a 2ª contendo o disco 2 (cd)?… Piada de português é a mãe.
O documentário é muito foda. Quase DUAS HORAS de material relevante, co-produzido por Rob Dukes e sua handcam, com histórico apurado (mas ñ naftalínico, nem a maior ênfase), entrevistas, tirações de sarro a granel (Gary Holt flagrado usando creme anti-rugas é uma delas), picuinhas sudoríparas, bigodes pornô, pacto de sangue, referências a ex integrantes (impagáveis os referentes ao “mito” Paul Baloff, devidamente – ops! – dissecado), violinista japonesa fritando com eles em show (!!) e revelações genuínas acerca do relacionamento entre eles: impressão dum bando de xaropes (vide trote em Nick Barker) q se divertem pacas em turnê, ao invés de perfis simpáticos/adestrados montados por assessoria de imprensa ou gravadora. Exemplo: o “russo” – na verdade, ucraniano – Lee Altus, mais contido nas apresentações, é um dos mais engraçados.
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Ñ bastasse tudo isso (e pareceu bem mais interessante q o documentário à tôa do Hypocrisy – recado ao amigo Jairo), em meio aos “extras” desse 2º dvd ainda existem 20 minutos de cenas q ñ entraram na edição final. Outro menu inclui dezena de sons ñ constantes do show principal, filmados pela Ásia, Austrália e EUA em condições precárias de imagem. Mas ñ de áudio. “The Toxic Waltz”, “No Love”, “Brain Dead”, “I Am Abomination”, “Fabulous Disaster”, “Seeds Of Hate”, “Scar Spangled Banner”, “Raze”, “Altered Boy” e “Guitar Boy”, um improvável duelo shredder entre Holt, Altus e um finlandês fritador de nome estranho; com direito ainda a fritações de Rob Dukes e Jack Gibson, tirando sarro. Impagável.
Ah, e todos os sons em toda parte entoados pelo pitbull Rob Dukes. Nada de saudosismo de Baloff ou de Steve Souza. Dukes q me é o destaque em geral: o vocalista certo pra banda. Perfeito mesmo. Saudosismos de Baloff ou Souza à parte. À parte algumas falas redneck yankee – fora a bermudinha Axl Rose – ao longo do show principal (condenadas por Gary Holt no documentário, quando ao mesmo tempo admite q ficar podando o sujeito o faria ser menos ‘ele mesmo’). À parte o tanto q assoou o nariz – nem um pouco disfarçado pela edição – ao longo do mesmo ahah
Ñ dá, afinal, pra condenar um cara q agita sociopaticamente o show inteiro e ainda orquestra a roda em “Strike Of the Beast”, provavelmente um dos momentos mais memoráveis no heavy metal, mesmo admitindo ter roubado a idéia do Lamb Of God (foda-se! Quem é Lamb Of God??). Ou ir contra sujeito q alia (falsa) tosqueira e carisma com versatilidade a toda prova: berra pra caralho, e quando tem q cantar melodicamente – vide “Children Of A Worthless God” – manda com total propriedade. E q consta ter sido antes de entrar pra banda apenas mais um roadie de relativa circulação.
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=6bJWbtB8-Co[/youtube]
O instrumental e a mixagem (Andy Sneap!) são covardia. Rick Hunolt? Passado. Lee Altus forma dupla insana com Gary Holt, o insano-mor. Percebam atentamente “Children Of A Worthless God”. Bateria a cargo de Tom Hunting chega às raias da humilhação: outro dia, em post sobre “Force Of Habit”, se discutia dos piores álbuns do Exodus… cheguei à conclusão óbvia/evidente de q os piores da banda são os q ñ o incluem, q toca como estando num mundo à parte. Merecedor de comentário reverente de Paul Bostaph nalguma parte do documentário. E q gera, como Dave Lombardo no Slayer, aquela impressão do resto da banda ñ precisar olhar pra trás. Ninguém olha pra trás. Atrás tem CHÃO.
Visível ainda é o quanto os caras ganharam o público no decorrer da apresentação: claro q já de início há muito xarope abrindo roda e se descabelando, mas ao longo se vê a platéia hipnotizada, bradando o nome dos caras em uníssono e até mesmo umas garotas se arriscando no tal crowd surfing… nada mal prum gênero q jamais primou pela mulherada curtindo.
Os sons antigos, intercalados cirurgicamente em meio aos recentes, prefiro nas versões ensandecidas do “Another Lesson In Violence”, pra mim o maior álbum ao vivo de thrash metal registrado, mas ñ estão menores ou executados de qualquer jeito. Muito pelo contrário.
Os sons novos (sobretudo “Iconoclasm”, “Funeral Hymn” e “Deathamphetamine”), me cansam um pouco às vezes. Longos um pouco além da conta – 7 minutos, 8 minutos – e por vezes emendados um no outro, ainda q soem coerentes na evolução da banda (já constavam timidamente em “Pleasures Of the Flesh” e no “Force Of Habit”). Demandam atenção e cuidado em ouvir. Ñ dá pra curtir fazendo outra coisa, como os sons antigos, já conhecidos e manjados.
E têm q constar do set: o Exodus ñ é saudosista, é das raras bandas q perpetua a identidade sonora, sem quererem “estourar” ou “reinventar” o thrash metal. Co-inventaram a bagaça e continuam coerentemente metamorfoseando o paradigma, ponto.
E justamente por essa condição de protagonismo no thrash metal q me soa inacreditável algo como “Shovel Headed Tour Machine” ter saído só em 2010, com tudo o q ele inclui e representa: os sons, os extras e o documentário – curiosamente capitaneado por um novato – simplesmente inventariam tudo o q o Exodus foi e continua sendo na história do heavy metal, o q a parca e precária videografia deles (vide “Live At the DNA”, filmado com uma so câmera, ou o necrófilo “Double Live Dynamo!”) ñ fazia jus até hoje. Putz.
Em suma: comprem esta porra. É muito foda.
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CATA PIOLHO CCX – similitude capística improvável:
Finalmente entendi o motivo do Exodus ñ constar do “Big Four”: justificativas de q nunca venderam muito são pura balela! Ñ entraram pq, se assim fosse, o evento teria q ser “Big Two” – Exodus e Slayer – com Anthrax (obviamente), Megadeth e Metallica sendo escorraçados da coisa toda. E olha q ao Slayer tvz coubesse – acordei herege hoje – ser banda de abertura.
Claro q o evento é (foi) tb algo retrô: Anthrax (escancaradamente), Megadeth e Slayer disfarçando com uns sons novos no meio, e Metallica fazendo o show da Broadway costumeiro. Mas parece FATO q o Exodus é quem carrega SOZINHO a bandeira do thrash metal estadunidense atual.
Gente por aqui vai tentar jogar o Testament no balaio, mas… q banda consegue ser absolutamente atual com os sons antigos E com os novos, todos misturados no set sem inadequações? Q banda tem dupla de guitarristas tão shredder mas, ao mesmo tempo, tão coesa? Ou um baterista – o mais subestimado do thrash, pra mim – de pegada única e q ñ ficou datada? Ou q arrumou um vocalista q conjuga o q de melhor o Exodus já teve em termos de vocalista, mas com carisma e atitude psicopata como poucos?
E q mantém lançamentos mais constantes q os bissextos e “catadões” dos da horda do Japa e do Índio?
Pessoalmente, domingo foi minha chance de me redimir com a banda: ñ os tinha visto das últimas duas vezes (amparado naquela ranhetice “ah, estão vindo pra cá direto!”), sendo q os vira apenas com Paul Baloff (1998) e com o vergonha alheia Steve Spirro, horrível, na finada (viva!) Led Slay. E a compensação foi total.
Uma hora e meia de som. Ñ teve bis, praticamente: tudo emendado uns nos outros. Iluminação e pano de fundo simples, porém eficazes. Som PERFEITO – confiram nos links abaixo: está audível em vídeo de You Tube, imaginem ali na hora, ao vivo! Nenhuma frescura tipo usar camisa da Seleção, tentar forçar português demagógico. Apenas 5 sujeitos humilhando em cima do palco, sem cansaço nem migués. Nem limites.
O amigo Louie Cyfer, a quem tive a HONRA de pessoalmente conhecer ali no dia (junto de Hugo e André, tutti buona gente), ao fim tentava especular sobre ter faltado algum som. Consegui forçar “Scar Spangled Banner” ou “And Then There Were None”, mas ñ pareceram faltar mesmo. Sons mais recentes, mesclados a sons ‘era Baloff’ (tocaram “Brain Dead”!) iam se sucedendo. Quando já ia me frustrando em ñ haver sons ‘era Zetro’, mandaram “Fabulous Disaster” e “The Toxic Waltz”, surpreendentemente.
Vai ver, ñ foi tão surpresa: ñ vi os últimos dvd’s, set lists europeus ou vídeos ao vivo no You Tube.
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=noIdURQPQKI [/youtube]
O destaque total, fora instrumental, é o gordinho pitbull Rob Dukes, o tempo todo (desde a intro em playback incial) incitando a galera a fazer roda. Foi uma “Ciranda Cirandinha banger“ o evento o tempo todo, a ponto de alguém ter vomitado ali no chão e mesmo assim o povo insistir nas rodas, ainda q escorregando e caindo no negócio. A famosa roda gigante em “Strike Of the Beast”, em vídeo famoso do Wacken? Rolou ali adaptada, por Duke fomentada, tomando mais q 3 quartos da pista do Carioca!
Sujeito ñ tem os agudos Pato Donald do Souza, ou o carisma mulambo do Baloff, mas dane-se! Me pareceu o vocal ideal pra banda, finalmente. Agita q nem idiota junto dos colegas: fez base enquanto Gary Holt solava (com a mão esquerda) em “Blacklist” (e bebia breja com a direita), tentou fazer Jack Gibson rir (é o cara mais sizudo num palco desde Marky Ramone), ia trocar idéias com Tom Hunting etc., tudo naquele jeitão de PM de filme americano, atarracado e invocado.
Chegaram, ele e Lee Althus, a improvisar em riff em cima de “olê olê-olê-olê” da galera (citado abaixo na música “12” do set list), com os demais entrando e fazendo um típico som Exodus com o coro. Adicional o fato de haver uma equipe de tv alemã filmando ali: nego no meio da galera com câmera içada deve ter sofrido…
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=1xJ9Y0dsbHk&feature=endscreen&NR=1[/youtube]
Pra mim, “War Is My Shephard” e “Metal Command” valeram o clichê futebolístico de serem o caso de sair fora e pagar o ingresso de novo. Putz. “Deathamphetamine” ñ soou tão maçante como no disco. “Children Of A Worthless God” ao vivo fica IMENSA: da fase mais recente, tvz esteja próxima do status de HINO, sei lá.
O melhor show do ano até agora, fácil fácil.
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Quanto às bandas de abertura, boas surpresas tb: o tal Nervosa, de quem fui pra falar mal, vimos só o último som (culpa de ficarmos papeando, eu, Louie, André, o amigo Adônis Holt e a esposa, do lado de fora muito tempo). E são o “Destrúcho feminino“: a vocalista é praticamente um Schmier, portando baixo sob encomenda e camiseta vermelha do Coroner. Guitarrista e baterista loiras (são um trio) tb mandaram bem. O som estava muito bão. Depois, foram pra galera numa boa.
Tinha pessoal vendendo camisetas (maioria pra mulherada – q tinha muita ali) e parecendo bem gente boa, mas minha estranheza – patrulha de plantão! – é serem banda com clipe produzido, abrindo show gringo, mas sem nem DEMO lançada…
O Claustrofobia mostrou show de GENTE GRANDE. Coisa de gringo. Som exemplar (positivamente estranho o som das “aberturas” ñ ter devido em nada ao som da banda principal). Os moleques tocando PRA CARALHO. Baterista monstro, ñ só demonstrando técnica, mas tb noção de SOAR AO VIVO – dava pra ouvir os blasts e ñ era por causa de trigger.
Culpa, a meu ver, de serem escancaradamente banda q quer fazer MÚSICA, ñ SUCESSO e média com a galera. São a mesma formação desde o início, já desovaram o 5º álbum e querem mais é q se foda (ahah). Desnecessário achei o vocalista expressar-se tatibitatemente sobre o M.O.A., meio culpando o LUGAR pelo fiasco, poderia deixar quieto isso. Sons novos, do recém-lançado “Peste”, todo em português (deu até vontade de comprar – tinha merchan da banda ali tb, incluindo songbook interessante do guitarrista – mas esqueci), povoaram o repertório, q mim pareceu mais maduro sobretudo no quesito do batera parar de enfiar blast em música q Ñ PEDE blast.
Tudo der certo pra eles, vão se consolidando num epicentro q mescla o q o Sepultura (o vocalista é “muito Max”, né Louie?) abandonou no “Arise” com a firulagem q o Torture Squad sempre fez e q com eles sempre soou enfadonha, desnecessária. Já tentei curtir o som mais, acho q nem rola mais pra mim, mas admiro os caras, a competência demonstrada e a SEDE DE SANGUE, q ainda ñ esgotou em mimimis, auto-homenagens idiotas ou tiros no pé. Digno de menção o fato de ambas as aberturas terem sido aplaudidas, ao invés de costumeiramente ignoradas.
Enfim. Domingaço de som e foto (a Ross Halfin?) dos mafiosos Louie Cyfer, Txuca, André – me obrigando a fazer merchan de breja – e Hugo, pra encerrar:
Set list: 1. “The Ballad Of Leonard And Charles” 2. “Beyond the Pale” 3. “Children Of A Worhless God” 4. “Brain Dead” 5. “Deathamphetamine” 6. “Piranha” 7. “Blacklist” 8. “A Lesson In Violence” 9. “War Is My Shephard” 10. “Metal Command” 11. “Fabulous Disaster” 12. “Olê Olê-Olê-Olê” 13. “The Toxic Waltz” 14. “Bonded By Blood” 15. “Strike Of the Beast” 16. “Good Riddance”