10 ANOS DEPOIS…
… o q “ficaram”?
… o q “ficaram”?
Tal qual uísque mais ou menos, a bagaça chegou a 12 anos. Indóceis. No último domingo.
Sem tempo pra celeumas ou dilemas, lanço cá nova Promoção de Aniversário, em q todos os amigos são convidados a participar. Os prêmios, são os abaixo:
1º colocado: dvd “Três Homens em Conflito”, western spaghetti
2º colocado: “Carnival Of Sins”, cd duplo ao vivo do Mötley Crüe. Versão digipack
3º colocado: “Musica Diablo”, cd homônimo do projeto com Derrick Green, q só eu ñ vou com a cara
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As provas consistem naquelas charadas de sempre, q há muito ñ tinha mais idéias (com acento mesmo: foda-se) de como fazer e, ultimamente, veio um monte de temas. Tanto q ñ sei quantas serão até o próximo dia 28.
Serão 3 terças-feiras de charadas. Ao fim do período serão computados pontos, e os brindes conquistados, devidamente enviados pelo correio por mim, com custo meu, todo meu.
As duas listas de hoje, uma fácil, outra média (regulamento, mais abaixo):
10 bandas e uma característica comum
Dream Theater
Iron Maiden
Sepultura
Ratos De Porão
Megadeth
Metallica
Slayer
Pink Floyd
Titãs
Circle II Circle
outra
10 bandas/artistas e uma característica comum
Prong
Amorphis
Ramones
Blue Öyster Cult
Jeff Healey
The Young Gods (capcioso)
Stone Temple Pilots
Angélica
Aerosmtv
Nevermore
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1) quem acertar a charada ganha 10 pontos
2) quem acertar a mesma antes de 7 comentários ganha 15 pontos
3) dou 1,5 pontos por qualquer participação necessária q envolva pedir dica, perguntar a respeito (ñ nego respostas), comentar, blasfemar etc.
4) no entanto, ñ dou mais desses pontos após encerrada a charada (caso role). Nem pra quem pedir pontos. E a charadas vão seguindo até serem resolvidas. Mesmo q leve até outubro do ano q vem para tal
5) chute meio-certo, ganha 5 pontos
6) chute errado, perde-se 5 pontos
7) proibido chute na “1ª rodada” – q é o intervalo em comentários até minha 1ª intervenção nos comentários – mesmo q certo. Quem o fizer, mesmo q certo, ficará no vácuo: ganhará o ponto e meio de participação, mas ninguém ficará sabendo se foi ou ñ chute certo. Até q alguém saque
Bora!
Nunca tinha ouvido falar do tal Bill Hudson, brasuca e guitarrista de carreira gringa. Provavelmente muitos dos amigos por aqui tb ñ. Tocou no Vital Remains e tb no Circle II Circle (!!).
Há uma matéria extensa no whiplash sobre o sujeito, repleta de REALIZAÇÕES e OPINIÕES, das quais reproduzo algumas por aqui. Achei simplesmente memoráveis.
O negócio todo toma uma meia hora (vale a pena!) e está aqui: http://whiplash.net/materias/entrevistas/203985-circleiicircle.html
Simplesmente o cara falou coisas q há 11 anos venho opinando por aqui neste velho e carcomido blog. Trocaria 11 anos de Thrash Com H por ter conduzido essa entrevista.
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1. as bandas q surgem e se vão
Você tem idade suficiente para se lembrar da ascensão e estabelecimento de alguns nomes do Brasil no cenário internacional, como o Sepultura e o Krisiun, assim como o completo e absoluto naufrágio de outras bandas nacionais que investiram muito na tentativa de se lançar internacionalmente, pagando grandes nomes para aparecerem em seus discos e shows e discos e se endividando para viabilizar precárias pseudoturnês pela Europa. A seu ver, na privilegiada condição de músico brasileiro que não toca música tipicamente brasileira e radicado há tanto tempo no exterior com reconhecimento de músicos de porte no meio do Metal, o que determina o êxito ou o fracasso de um músico de Metal brasileiro perante o público estrangeiro?
Na verdade, comecei a gostar de música em 1993, quando o Sepultura já era estabelecido e todo mundo tinha uma cópia em vinil de ‘Arise’. O Krisiun, para você ter uma ideia, eu só fui ouvir falar aqui nos EUA, bem como o Hibria [a minha banda preferida dentre as do Brasil]. Então eu não cheguei a assistir a ascensão de banda nenhuma, assim em tempo real.
Porém, você está certo, eu assisti TODAS as outras bandas tentarem e naufragarem. Essa situação foi EXATAMENTE o que me fez querer sair do Brasil, uma decisão pelo qual eu me dou parabéns por ter tomado todos os dias [risos]!
A meu ver, em qualquer lugar no mundo, fora o Brasil, você precisa das mesmas coisas: talento, determinação e os contatos certos. Se você trabalha duro, consegue. Fora do Brasil, ninguém está preocupado com “de onde você e”, e sim o que pode trazer para qualquer situação profissional. Em MENOS DE UM ANO morando nos EUA, eu já estava no cast da Metal Blade Records e com patrocínios das principais marcas do mundo. Com 2 anos aqui eu já tinha rodado o mundo em turnê e dividido o palco com o Heaven And Hell no Japão. Sempre fui pago pelo meu trabalho. NUNCA paguei pra tocar, NUNCA paguei para ter exposição que não fosse merecida e bancada por uma gravadora e parte de uma campanha de marketing.
No Brasil, um músico brasileiro é sempre isso: um “músico brasileiro”, no sentido de não poder nunca estar no mesmo “nível” que os que não o são. Por isso eu digo que o que determina o êxito ou fracasso para um brasileiro é o mesmo para um coreano, sueco ou japonês. Trabalhe duro e conseguirá. Fique em casa falando besteira na internet e não conseguirá. Só que se o cara for brasileiro, é muito melhor ele mudar de país primeiro e fazer uma carreira lá. O Brasil foi o vigésimo nono país que toquei na minha carreira, em ordem. Eu fiz show em Dubai, Japão, toda a Europa e todo o continente Americano, antes de fazer no Brasil. Virou mais um país, ao invés do “meu país”.
Porém, entenda que “trabalhar duro” vai muito além de tocar. Tem que ter o visual, estar em forma… não ficar a semana toda bebendo e reclamando da vida. Saiba negociar, conversar com as pessoas. Aprenda outras línguas, estude sobre o business. Seja honesto, não pise na cabeça de ninguém. Pra mim, existe sim uma fórmula para o sucesso, mas a maioria não segue.
2. “complexo de vira-latas” brasuca. Reputação exilada, pra ñ dizer desconhecida, aqui
Você acha que essa postura colonizada do povo brasileiro em sua absoluta maioria de precisar se ver pelos olhos do estrangeiro, ou da metrópole, e começar a apreciar seu próprio valor somente depois que o gringo o reconhece é uma doença psicossocial irreversível ou um adianto para que artistas mais esclarecidos se destaquem quando se propõem a imigrar para outro país com real tradição no rock pesado e se estabelecer por lá?
“Doença psicossocial irreversível” é talvez a melhor definição do que acontece no meio metal do Brasil que eu já ouvi. Será que posso usar esse termo daqui pra frente? [risos]
Veja, estou digitando essas respostas do meu estúdio em Los Angeles. Estou gravando umas demos para um novo projeto que estou desenvolvendo com o David Vincent [Morbid Angel]. Hoje é meu primeiro dia de volta em casa depois de 5 semanas no Brasil. Nesse tempo, percebi algumas coisas sobre o Brasil e essa necessidade de aprovação de fora, o que é bem triste, pois temos, na minha opinião, os melhores músicos do mundo no tocando no rock e heavy metal.
Já fui ao Brasil em turnê por duas vezes, em 2012 com o Vital Remains e em 2013 com o Circle II Circle. Ambas são bandas muito estabelecidas no seu estilo, e ambas tiveram seus maiores públicos em São Paulo [coisa que duvido que saibam por aí]. Em ambos os casos, as pessoas vinham falar comigo em inglês. Sempre fiz o meu melhor para deixar claro que era brazuca, como eles. Pagava bebida pra galera, tirava trocentas fotos, etc. Mas eu acho pessoalmente, que passaram a me tratar diferente por isso. Para o brasileiro, o mero fato de a pessoa ser de lá faz dela menos importante, o que é muito triste. Não estou dizendo que quero ser tratado melhor, mas a verdade é que senti a diferença entre quando as pessoas achavam que eu era estrangeiro e quando perceberam que não era. Realmente é meio esquisito para mim, e um fenômeno 100% brasileiro.
Compare isso com, digamos, a Suécia. Os artistas de lá fazem suas maiores turnês em seu país natal. A turnê de verão do Sabaton será em ESTÁDIOS. Cara, qual foi a última vez que você ouviu de uma banda de Power Metal lotar um estádio? Com Udo Dirkschneider como abertura?! Bandas suecas têm publico de 5 – 8 mil na Suécia enquanto fora, 1500 – 3000. Eles pensam exatamente o contrário do que o pessoal no Brasil!
No meu caso, das 3 turnês comemorativas de discos do Savatage que já foram feitas [em ordem, 2011 com “Hall of The Mountain King”, 2012 com “The Wake of Magellan” e 2013 com “Edge of Thorns”], eu fui guitarrista em duas. A próxima, que será a de “Streets”, eu também farei. São 3 de 4 turnês, com os membros originais [Zak Stevens e Jon Oliva]! Toquei mais Savatage nos últimos 3 anos que qualquer guitarrista. Mesmo assim, todas as vezes que saí em qualquer publicação de metal do Brasil ou foi por que você me colocou, ou o Guilherme Spiazzi da Roadie Crew, que conhece a minha carreira, pois morou 12 anos nos EUA! O Ricardo Batalha, o Julio Feriato e o Vinicius Neves já me abriram um espaço legal em seus programas de TV também, mas é uma coisa bem rara de acontecer.
Se algum outro membro de qualquer dessas bandas aportasse no Brasil, haveria um puta fuzuê e coletiva de imprensa, etc. Então eu sinto isso na pele, meu amigo!
Não acho que isso seja um adianto de forma nenhuma… Isso na verdade deveria mudar. Mas não vai, então, pra mim virou algo com que eu tenho que conviver e seguir minha vida.
Recentemente, um cretino brasileiro se certificando como algum tipo de autoridade do Death Metal lhe abordou em público questionando seu envolvimento com o gênero, já que ‘cê num é du défi!’. Esse tipo de postura beócia, tacanha e juvenil existe também entre os fãs estrangeiros, ou predomina de maneira peculiarmente acentuada no Terceiro Mundo?
[Risos] Isso foi no show do Obituary, na Clash Club. Depois da apresentação, no camarim, um cara de 2 metros olhou pra mim e perguntou “Não foi você que tocou com o Vital Remains?” e eu respondi que sim, já estendendo a mão para o cara, achando ser um fã. O cara me ignorou e ainda passou a falar várias merdas pra mim e dizer que eu não merecia estar lá. Que me viu tocar com o Vital Remains, mas que eu era falso, que minha ideologia não batia, etc., que eu devia ir tocar “heavy metal” – Obituary é o quê? Death não é mais parte de Metal? Chegou a um ponto eu achei que o cara queria brigar comigo, fisicamente… mas o segurança o tirou da casa logo e acabou ali.
Eu deveria imaginar q esse negócio de ficar pegando cd a 1,90 na Disconexus uma hora iria render algum mico.
Rendeu 2…
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“Dreams Of Gods And Men”, Myatan, 2008, Azul Music
Alguém por aqui já tinha ouvido falar no Myatan?
Eu (tb) ñ, e após o 1º impacto, positivo, de achar a capa bonita (bem menos saturada q a reprodução replicada acima), desconfiei se tratar de prog de conservatório e/ou metal de apartamento, após abrir o encarte e ver:
1) se tratar de banda nacional; 2) ñ ver qualquer menção a outras bandas, promotores de show ou bares nos agradecimentos (os caras certamente nunca tocaram ao vivo q ñ fosse em audição de conservatório); 3) se tratar de álbum conceitual; 4) desconhecer qualquer um dos 6 integrantes, de nome e de foto.
Acertei na mosca quando pus pra tocar, devido à compra motivada por bom gosto do baterista (Luiz Biank) q tb agradeceu a “Zappa“, fora “Deus”, “família”, “amigos” e gente anônima q teria ajudado a banda nas gravações.
“Dreams Of Gods And Men” é impecavelmente gravado e produzido, mas ñ me cativou em nada. Fosse chupim descarado de Dream Theater, Symphony X ou afins, ainda daria munição pra eu falar mal, mas nem isso… Impressão de terem tentado atenuar chupins (mesmo passagens breves, q lembram de longe coisa q já ouvi antes, parecem constar em outro tom ou andamento, pra “disfarçarem” melhor), só q tb ñ me soa trabalho de banda com cara própria.
De modo q as únicas duas coisas legais q achei foram: o vocalista (Rodrigo Loretti) q em alguns momentos tem voz parecida com a do Zak Stevens (Savatage, Circle II Circle) e a própria capa.
Tem duas semanas q peguei o álbum e ainda ñ consegui ouvir inteiro, e acho q ñ o farei, mesmo tendo posto de novo enquanto escrevo, e já estando na 5ª longa faixa anódina da vez.
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Já o Necro, por sua vez…
“The Circle Of Tyrants”, Necro, 2005, Psycho + Logical
… ñ me era completamente alheio mnemonicamente. Lembrava de ter lido nalgum lugar do Igor Caganera ter tocado com esses caras nalgum show, nalgum disco.
Pego contracapa e encarte e o vejo lá, participando da faixa “Necrotura”. Daí a surpresa aumentou e seduziu: participação de Alex Skolnick em duas faixas (“Necrotura” e a seguinte, “The Ultimate Revenge”, q tb conta com vocalista do Exhumed – Matt Harvey – inclusive co-autorando), fora participação de Vinny Appice na mesma “The Ultimate Revenge”. Caralho, quem são esses caras?
Outros sons nomeados “Carnivores”, “South Of Heaven”, “The Four Horsemen”, “The Black Wings Of Apocalypse”, além da capa inequivocadamente heavy metal, título claramente homenageando o Celtic Frost e logo creditado como sendo de Away do Voivöd, ñ me deixaram dúvida… vale 1,90 essa porra e os caras da loja ñ sabem o q vale isto aqui!
Ñ vale porra nenhuma. É um disco de RAP!
O som q poderia ser Slayer nada tem de Slayer, o de referência ao Metallica, nada tem de Metallica. Vinny Appice tocando poderia ser bateria eletrônica, o mesmo valendo pro Igor. Ah, e quanto aos solos do Skolnick? Comparecem, mas parecendo coisa de quem os fez dormindo.
(Ou sob a mira dum cano?)
Fui pesquisar: o tal Necro é algum rapper ovelha negra, freak dos freaks, q parece tratar em seus “sons” de temáticas gore, filmes de horror e apologia às drogas. Viessem as letras no encarte, ainda quiçá desse pra dar alguma chance. Ñ vêm. Ñ dá. Ñ rola. E pus pra rolar de novo escrevendo a respeito, mas como da 1ª vez, e como o anterior acima, ñ agüentarei até o final e tirarei. Tirei.
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Ambos os cd’s vão pra prateleira dos fundos, pra virar assunto a hora em q algum outro OTÁRIO descobrí-los nalguma liquidação – ou perder horas irrecuperáveis em download vão – e vier querer trocar idéia a respeito. Pode ser q nunca ocorra.
E o do Myatan, caso interessar a alguém (alô, Rodrigo!), poderei até disponibilizar nalguma futura promoção Thrash Com H. Mesmo q configurando o infalível “presente de grego”.
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CATA PIOLHO CLXXXII – “A Moment Of Clarity”: Therapy? ou Death? // “In Rememberance”: Morbid Angel ou Therion? // “More Than Meets the Eye”: Napalm Death ou Testament?
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“Edge Of Thorns”, Savatage, 1993, Edel/Concrete
sons: EDGE OF THORNS * / HE CARVES HIS STONE * / LIGHTS OUT / SKRAGGY’S TOMB / LABYRINTHS* / FOLLOW ME / EXIT MUSIC / DEGREES OF SANITY* / CONVERSATION PIECE * / ALL THAT I BLEED / DAMIEN * / MILES AWAY * / SLEEP / acoustic bonus track: BELIEVE
“formação”: Criss Oliva (guitars), Zachary Stevens (vocals), Johnny Lee Middleton (bass), Steve Wacholz (drums)
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E eis q após muito tempo (alguns anos), me vejo às voltas com o Savatage e este “Edge Of Thorns”. E munido da sensação de redescoberta suficiente para afirmar: trata-se do melhor álbum dos floridenses.
Q é algo q digo sem tanto conhecimento de causa: pois apesar de ter um monte de coisas deles (maioria em fita cassete) – e q surpresa constatar eu ñ ter, dos inéditos, apenas “Power Of the Night”, “Fight For the Rock”, “Dead Winter Dead” e o derradeiro “Poets And Madmen” – a verdade é q eu ponho pra ouvir só este, “Gutter Ballet” e o “Handful Of Rain” com freqüência. Mesmo o “Streets” (q tenho no hd e acho sonolento) e “The Wake Of Magellan”, ouço muito pouco.
Só q afirmo com autoridade de ouvinte e de gosto (discutível, claro. Afinal isto é um blog): “Edge Of Thorns” acho o melhor pq acho o mais EQUILIBRADO. O mais pesado tb, e melhor produzido (apesar do som da bateria meio esquisito aqui e ali). E o q é tb um tanto mais acessível, só q sem q se sinta terem querido “abrir as pernas”. E com baladas, poucas, q ñ enchem o saco: nada melancólicas – o álbum como um todo é bem “pra cima” – ou melosas. E o único q ouço de cabo a rabo sem pular faixa.
Ah, mas os caras já eram pesados (true?) antes de“Gutter Ballet”. Sim. Mas meio mal-gravados e algo sem direção. Nunca decididos, aparentemente, entre fazer hard rock ou heavy metal ou heavy rock ou sei lá o quê. Aí melhoraram no “Hall Of the Mountain King” e suavizaram um tanto no citado “Gutter Ballet” e mais ainda no “Streets”. No “Edge Of Thorns” parece q jogaram pra ganhar e acertaram.
Pois há o Savatage antigo aqui melhor gravado, há o Savatage da mudança (teclados e guitarras limpas), e há sobretudo o Zak Stevens em sua estréia na banda, cujo mérito ñ pode ser omitido, devido à voz mais agressiva e mais em tons médios q a por vezes demasiado estridente do Jon Azeitona, presente meio nas entrelinhas (ñ tem história de q se ele constasse no encarte deste e no do “Handful Of Rain” ele seria processado por ex-empresário ou coisa do tipo?) do encarte, porém onipresente nas composições e teclados, pouco afetados e sempre adequados. Neste aqui, ainda mais.
O irônico é haver sido o último álbum com o irmão Criss Oliva, o maior destaque: riffs densos e agudos (“He Carves His Stone” é vertiginosa e opressiva, no bom sentido!), palhetadas intrépidas, overdubs inspirados, solos alternando shreddices e melodismos (o da faixa-título, memorável em suas 3 partes, me remete – conceitualmente – ao Eddie Van Halen e seus solos ‘contando história’) e até passagens leves (guitarra limpa e de violão) muitíssimo bem dosadas. Pra quem é mais esotérico, pensa-se ter sido este o DISCO DA VIDA dele de fato, pq acabaria morrendo mesmo: a quem ñ o é – e a tanto órfão q ficou – sobra especular infinitamente acerca do patamar comercial e artístico q a banda teria atingido nos álbuns seguintes. Supondo, claro, q ele continuasse no Savatage e q a banda aprimorasse ainda mais a condição sonora alçada aqui, q envolveu guitarras em 1º plano sobretudo.
E fazendo-se a omissão imaginária do fator “péssima administração e management” de q sempre padeceram. Ñ a toa, o tal Trans-Siberian Orchestra – praticamente a mesma banda, com outro nome e viés escancaradamente mais comercial – o Circle II Circle e o projeto solo Jon Oliva’s Pain terem tomado o lugar do q era uma banda só… E q sempre beirou o “lugar ao Sol”, a despeito deste “Edge Of Thorns”.
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Passo aos sons:
“Edge Of Thorns” aprimora “Gutter Ballet”, o som, na mescla muitíssimo bem dosada entre peso e melodia: teclado marcante (o riff principal) e guitarra (o peso essencial). “He Carves His Stone”, o melhor som do álbum – e, pra mim, do Savatage – tem o vocal mais agressivo de Zak, além do único momento falsete, q o mérito é ñ constranger tanto quem ouve, além duma levada baterística, q como a da “Lights Out” seguinte, e em outras várias, equilibra bem as coisas, sendo mais puxada ao hard rock básico, q outros bateristas q ñ o bom Wacholz possivelmente firulariam mais (com pedal duplo e viradas mil) e tvz as poluíssem indevidamente.
“Lights Out” poderia ter tocado no rádio, sei lá: acho o refrão bem propício a q isso se desse; “Skraggy’s Tomb” tem algo no início – meio uma ambiência de guitarra limpa e teclado – q me faria indicá-la, e ao álbum, a fãs de Rhapsody ou bandas épicas do tipo: um som épico sóbrio, se é q isso existe. “Follow Me” (com uma base de solo guitarrístico meio “Stairway to Heaven”. Ñ?) – do outro grande momento vocal de Zak, em partes berradas quase (eu disse “quase”) Mike Patton – e “Miles Away” me passam tb essa ambiência, q ñ consigo explicar muito. Lembrava de apreciar “Skraggy’s…” e “Degrees Of Sanity” pelo q me pareciam ter de chupim de “Jacob’s Ladder” do Rush, mas é impressão q se desfez em mim. Sem q eu deixasse de curti-las.
“Miles Away” tem algo q me lembra o Rush setentista, mas q tb é um tanto Led Zeppelin (afinal, o trio bebeu muito dessa fonte em seu início), aliando refrão acessibilíssimo e intermitências hard (o pré-refrão, com base + viradas de caixa, é marcante, fora interessante, diverso) no outro som daqui q o potencial comercial ñ se deu. Um Megadeth, Queensrÿche ou Whitesnake (forçando a barra, claro, na viagem improvável) q a registrasse teria perpetrado hit infalível.
Duas são as instrumentais: “Labyrinths”, q se pode afirmar ser continuação aprimorada de “Gutter Ballet” (mais teclado q ñ enjoa, aliado a guitarra bem colocada) e é bem música “de passagem”, curtinha, além de “Exit Music”, maior e mais complexa e tb nada enjoativa. E parecendo material do “Streets”, q colocada em meio aos demais sons daqui ficou mais valorizada.
“All That I Bleed” é o som q mais remete a “Gutter Ballet”, sendo a outra (fora as instrumentais) com maior ênfase do piano. E a única balada de fato, sem deméritos, daquelas pungentes de se vibrar em show. “Degrees Of Sanity” tem veia levemente progressiva – indico-a a fãs de Dream Theater – na guitarra, com passagem algo dissonante q ñ me ocorre encontrar o q se parece. (“Entre Nous”, tb do Rush, me ocorre, mas sei lá). O solo é duma fritação bem colocada: nada exagerada nem demorada, como no todo do álbum. “Sleep”, ao final, é a versão balada com guitarra limpa – ou violão? – predominando, sem bateria. Delicada e bem feitinha: nada de acordes soltos de violão pra encher lingüiça, em som pra ouvir com a namorada tomando vinho. Assim como “Believe”, bônus especial pros fãs mais devotos, e tb acústica, q ñ chega a destoar no material (mesmo sendo do “Streets”), e q tvz sirva pra hora de lavar os copos (de requeijão) juntinho ahah
Porém, outros destaques q faço – além da faixa-título e de “He Carves His Stone” – são as mais pesadas tais quais “Conversation Piece” e “Damien”, destoantes dos sons mais “acessíveis” citados há 3 e 4 parágrafos pq dotadas de cavalgadas guitarrísticas (mais no sentido “Heaven And Hell” do q do Iron Maiden do termo); a 1ª com refrão pouco óbvio (nada daquilo de se repetir o título só) e pra cantar junto, de riff principal repleto de breques baterísticos conjuntos, algo incomum na banda. A 2ª, auxiliada por teclados mais evidentes, tem riff com mais bend (mais marcante), remetendo a “Jesus Saves” (“Streets”), mas com mais pegada e apelo. E jeitão de música de filme.
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Querem saber? “Edge Of Thorns” ñ é disco de thrash (nem nunca seria. O Savatage nunca foi disso), nem disco comercial (embora pudesse ter sido melhor divulgado pela gravadora. A Atlantic os lançava, mas nunca os promoveu direito. Tal como o Testament), tampouco disco a ser lançado em “melhor mixagem” pra se jogar no Guitar Hero.
E embora nem seja tb o mais obscuro da banda – modus operandi costumeiro em resenhas no Thrash Com H, desta feita escanteado – em minha opinião, é ‘O’ álbum do Savatage a se ter, em caso de se querer um mais abrangente e ñ se apreciar coletâneas e/ou precisar adquirir outro. Para quem, obviamente, ainda tem gosto por ouvir álbuns enquanto seqüência de canções duma mesma formação e época, hábito dos mais obsoletos, quiçá reacionário, mas ainda bastante gratificante, como com ele.
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CATA PIOLHO CLXXVI – eu já devia ter me acostumado, mas ainda rola: quando, no “The Devil You Know”, do Heaven & Hell, começa “Follow the Tears”, fico na dúvida ali nos 15 segundos iniciais, se ñ pus pra tocar por engano o “Sacrifice”, do Motörhead, na “Over Your Shoulder”…