20 ANOS DEPOIS…
… o q “ficaram”?
… o q “ficaram”?
versus
… o q ficou?
Recomendo assistir/ouvir o som abaixo antes de qualquer mais nada.
Letra ainda abaixo.
OS LOBOS E NINGUÉM
Cresceu nas pedras
Falou sozinho com a voz do relento
Soube do sabor da morte, da sorte e do vento
Cresceu calado
Dormiu sozinho na terra batida
Marchou descalço no pó dos caminhos da vida
Guardou os rebanhos dos lobos à chuva e ao frio
Suou tardes de terra dura na ponta do estio
Comeu do pão magro
Da magra soldada
Largou a enxada
Largou o noivado
Largou pra cidade mais perto para um pão mais certo
Malhou no ferro
Abriu trincheiras, estradas,
Sonhou
Andou no mato, perdeu a infância
Matou
Marchou calado
Dormiu sozinho na terra batida
Caiu descalço no pó dos caminhos da vida
E os lobos lá longe
E as asas de abutre sem cara
E o medo na tarde, na farda, no corpo, na arma
Soldado na morte
Do mato no norte
Na sorte do vento
No fogo da terra
Nascido descalço
Crescido nas pedras
Dormido sozinho
No pó do caminho
Enxada
Pão magro
Relento
Soldado
Na ponta do estio
E o medo na tarde
E os lobos lá longe
E as asas de abutre sem cara [repete última estrofe]
Sei lá há quantos anos estou pra postar isso. Meu pai é português, da Ilha da Madeira, e ouvi muito Carlos do Carmo na infância. (Q bom q ele nunca curtiu Amália Rodrigues ou Roberto Leal!). Ouço ainda de vez em quando uma coletânea em pendrive no carro.
A música acima, específica (e no pendrive), é fora da curva na obra do sujeito, q consta estar vivo ainda. Sempre achei thrash metal demais. Thrash com orquestra. (Chupa, Metallica!) Heavy metal acústica. Heavy metal fado. Inclusive na letra, q lá atrás meu pai explicava se tratar de guerra. 1976. Tempos de salazarismo, guerra contra países-colônia, esse contexto.
E aí, me ocorrendo finalmente postar isso por aqui, me deparo com um gajo (Nuno dos Santos é nome de portuga, ñ adiantaria nem tentar disfarçar) q fez a VERSÃO METAL da coisa. Meio meshuggahda, mas valendo.
Direto dos meus 6 ou 7 anos de idade (meu primeiro disco de rock pedi pra me comprarem quando fiz 8) pros 45. Nada mau.
Eu já curtia Slayer e thrash metal antes do Slayer e do thrash metal.
Uma daquelas tantas histórias de ‘gravadora encontrou fita q ñ sabia q tinha, daí lançou’. Aham. Em “Greatest Hits Live” (1998):
“In the 80’s, Journey ruled the road like few American bands who came before them. Show after sold-out show, in front of tens of thousands of screaming fans, the quintet defined arena rock, as they cast a magical spell over their audience woven by Steve Perry‘s soaring vocals, Neal Schon‘s electrifying guitar, Jonathan Cain’s fuild keyboards, Ross Valory’s precise bass, and Steve Smith‘s flawless drumming. This disc captures the band at the absolute height of their power, playing with a raw enthusiasm as if each night might be their last.
In one of those improbable but true stories, these long-missing live tapes were unearthed in late 1997 in one of Sony’s tape storage facilities. Capturing 1981 and 1983 concerts in Houston, Texas; Norman, Oklahoma; and Tokyo, Japan; the tapes after years of storage, had to be baked in an oven to allow a one-time only transfer to digital tape. Kevin Shirley, who produced the band’s triumphant 1996 reunion album, ‘Trial By Fire’, remixed 16 songs. However unlike many ‘live’ albums, there was absolutely no sweetening or overdubs. The sound is pure Journey live, just the way it was and now will always be… Journey.
–Melina Newman, Billboard Magazine“
… o q ficou?
Ñ sou alguém esotérico. Até acredito em mapa astral, mas já liguei mais pra isso.
Tive minha cota de crendice em superstições e coincidências lá atrás na adolescência: sempre – e sei lá como – descobria o signo e lia no jornal o horóscopo da garota de quem eu era a fim (Crush era um tipo de Fanta Laranja) pra apostar na minha “melhor chance” de “dar certo” com ela naquele dia específico ou ñ.
Ou de q ela percebesse a minha singela existência ou ñ.
Por outro lado, uma baita coincidência rolou nas últimas sexta-feira e sábado: 3 bateristas de renome comemorando 58 anos. Charlie Benante, Mike Bordin e Matt Cameron. Numa pauta cruzada Thrash Com H e bangersbrasil, Jessiê e eu descobrimos o fato incomum.
Sejamos ESTATÍSTICOS: qual a chance de ocorrer tão proximamente (num mesmo país) 3 sujeitos nascidos em 1962 (Benante e Bordin, dia 27; Cameron, 28 de novembro) reconhecidos numa mesmíssima área (música) e instrumento?
(e sim, pra mim bateria é um instrumento musical. E baterista tb é músico)
Tudo isso pra postar com alguma historinha e contexto o vídeo acima, q de certo modo alia Benante e Cameron, homenageante e homenageado. E q achei melhor q a versão original, perdendo só de pouco pra do Johnny Cash.
Charlie Benante, o rei da quarentena, ataca de novo.