A Lei de Murphy me persegue: foi só em 2009 eu me entranhar severamente na obra contundente e consistente do Jethro Tull (só tá faltando 1 disco pra eu comprar), q a banda, q vinha pra cá quase tanto quanto o Deep Purple (mas bem menos q o Nazareth…), parou de vir. Caralho.
Daí, uma reversão às 17h da sexta-feira última: me liga no celular um tal João, do Showlivre.com, falando q eu havia ganhado par de ingressos pro show do homem. Do Jethro Tull em si, tanto quando o Angus Young É o AC/DC.
Reversão mesmo, haja visto a Lei de Murphy poder me ferrar de vez aquele dia, pois estava desde quarta sem conseguir acessar internet… Enfim.
Expectativas zero, noção nenhuma do q iria rolar (chamadas diziam q seriam “versões acústicas” de Jethro Tull, e fomos eu e a patroa – q ñ curte muito as viagens (diz q é “som de gnomo”), mas é companheira pro q der e vier – e posso dizer termos presenciado um show de responsa. De QUALIDADE.
13 sons em pouco mais de hora e meia, 90% do Jethro Tull, com algo ainda melhor: montes de lados-b (tipo “Up to Me” e “My God”). E algo ainda melhor: “Aqualung” (q ñ suporto mais ouvir), tocada em versão bem diferente, com o riff martelante sendo executado de leve no início, e reprisado, tb brevemente (e por acordeão e teclado) só no fim.
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A cumplicidade com a platéia (q ñ lotou o Credicard Hell) era ABSOLUTA. Se Ian ñ falasse um “oi” ou um “bye bye” q fosse, passaria batido. Fãs de todas as idades (excetuando ñ ter criança nem adolescente espinhudo) se assombravam com cada som q surgia, muitos reconhecíveis mesmo estando diferentemente arranjados. The Cult tocava ali perto e o outro Ian, mais pra xamã pançudo ultimamente, comandava tb um “culto”. Mas o culto aqui era mais respeitoso, mais zeloso, mais solene.
Ian ñ deixou ninguém no vácuo, sempre anunciando os sons (incluindo um instrumental inédito – e sei lá se a constar em disco solo novo ou disco bandístico vindouro) e nitidamente exibindo uma liderança ante a banda q nada tem de TIRANIA. As músicas são do cara, provavelmente ele as rearranjou, e o entrosamento entre os caras demonstrado é coisa de quem tem anos de estrada. Mesmo q o baterista – Scott Hammond – seja um tanto mais novo e q o guitarrista fritador – Florian Opahle – pareça ter idade pra ser seu neto.
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Enfim, sons e mais sons, trechos de música erudita (o solo guitarrístico shréddico foi em “Toccata em Fuga” (de Bach), e os meus destaques “Budapest” (do álbum q roubou o Grammy do Metallica em 1989) e “Thick As a Brick” executada ñ inteira (43 minutos seria de cansar), mas nuns 15 minutos dela. Coisa fina.
Iluminação impecável, banda idem, público ibidem (tirando, claro, uns deslumbrados, uns chatos perto de mim q insistiram em conversar durante o show e uns hippies maconheiros tardios q um povo no orkut fez questão de reclamar… no orkut) prum sujeito, q como recentemente Steve Harris (num post whipláshico) declarou, está bem próximo da genialidade. Pela obra, pelos anos ativos. E tb pela adequação dos sons aos seus atuais limites: ñ tem mais uma VOZ, mas ñ desafina. E ñ tem mais aquele fôlego flautista. Mas ñ arrega.
Belo show.