Ñ VALE 8 CONTO

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“Blowin’ Up the Machine”, Meldrum, 2007, Frontiers/Hellion Records

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Aquele papo imbecil, tão rebatido aqui no Thrash Com H, da parte dalgumas bandas brasucas queixarem-se de fracasso devido a bandas gringas q supostamente lhes “roubam” espaço faria bastante sentido – e se trata aqui dum excepcional MOMENTO de braço a torcer – caso este Meldrum viesse tocar por aqui lotando algum lugar.

Pois o demonstrado neste “Blowin’ Up the Machine”, pro meu entender, mostra ser esta uma banda qualquer, irrelevante, esquecível mesmo. Disquinho ruim pra cacete este!

Dentre os vários defeitos existentes, pinço inicialmente o maior de todos: o das “participações especiais” mal serem notadas caso ñ constassem do encarte. Gene Hoglan é baterista em 4 sons, “Purge”, “Down Your Throat”, “Hang ‘Em” e “Exploited”, e mal se percebe ou se diferencia pegada e desempenho em relação a Linda McDonald, baterista nas demais; a impressão até é do sujeito ter tocado/gravado suas partes com uma mão só, no q o Meldrum tvz devesse ser condenado por alguma Convenção De Genebra do heavy metal, tal como o Testament do “Demonic”, por sub-aproveitá-lo torpemente.

O deus Lemmy é co-autor em “Miss Me When I’m Gone” (onde tb participa com backing vocals) e em “Get Me Outta Here”, onde ajudou na letra (fraca) e foi ainda mais mal-aproveitado: seus discretos momentos estão todos saturados. Poderia se dizer de qualquer vocalista gutural tendo participado da bagaça, sem q houvesse qualquer realce ao som ou consideração ao álbum como um todo.

Uma outra razão para tripudiar deste “Blowin’ Up the Machine” é a constatação q se tem de ser ele álbum todo EDITADO EM COMPUTADOR. Gravado e mixado otimamente, pra soar perfeito e certinho, no q claramente se percebe tudo muito reto, guitarras sem a menor variação de timbre ou riff inspirado (tudo parecendo coisa q se ouviu demais antes), baixos saturados (artificiais) demais, assim como tb os vocais da tal (hoje já nem mais na banda) Moa Holmsten. São 11 sons no álbum e, em pelo menos 9 os vocais conseguem me irritar – piores momentos: “Down Your Throat” e “Scar” – com a moça ora querendo soar sexy, ora querendo soar rude, sem ir nem pra um nem pro outro lado.

Imagino q o desempenho ao vivo dela, assim como das outras envolvidas, seja/fosse desmascarado sem dó. Ñ por serem ruins, mas pelo q percebo – e ainda me considero aprendiz nesse tipo de percepção – de produção tecnológica q ao invés de ressaltar qualidades DISFARÇA DEFEITOS técnicos. Os instrumentos mal soam, mal há solos de guitarra (e o existente em “Bite the Pillow” parece coisa de convidado ñ-creditado: ñ condiz tecnicamente com o resto), os pratos e chimbaus soam sem brilho, parecendo tratados. Outro aspecto na minha audição do disco: as faixas se sucedem sem q às vezes percebamos. Vai rolando a faixa 1, vc está escrevendo no computador ao lado e aí vai ver, já está na 5 ou na 8.

Pego o encarte e me ponho a examinar as entrelinhas: 1) Michelle Meldrum, guitarrista e nome da banda, era (pq morreu) cunhada de John Norum, do Europe; 2) nos agradecimentos, o q há de integrantes de outras bandas me chama bastante a atenção, por aparentarem ser o tipo de banda bastante bem-relacionada no meio. Bob Kullick e Toby Wright constando como técnicos de mixagem reforçam a impressão; 3) Meldrum foi produtora executiva da bagaça, assim como a baixista Frida Stahl e a vocalista constam creditadas como co-produtoras (um excesso de autoconfiança daninho, ou por falta de gente de fora q se importasse em ajudar?); 4) lançamento pelo selo italiano Frontiers, especializado em lançar álbuns de projetos ocasionais cuja missão parece ser apenas ganhar dinheiro fácil (visto projetos com Michael Kiske e bandas poser ou AOR de 5ª divisão). Em suma, a impressão q me dá é de serem/terem sido as “Meldrum” gente muito legal e bem-relacionada q resolveram montar banda e gravar disco. Ninguém objetou, muita gente ajudou, mas ñ fosse isso a banda tvz ñ fosse coisa alguma.

Como ñ é; a ñ ser q a estréia delas, “Loaded Mental Cannon”, de 2001, seja melhor q isto aqui, q me custou 8 reais na Hellion e ñ valeu.

Dados últimos: consta a banda estar ainda ativa, só com a baixista Stahl daqui continuando, já q Moa Holmsten saiu fora e Michelle Meldrum morreu dum câncer cerebral em 2008 (em ocasião onde se falou um pouco mais da banda no noticário internético), e contando com o Gene Hoglan, no q parecem ainda bem-relacionadas. Embora me soe desproposital uma coisa: se a guitarrista q dava nome à banda faleceu, por q então ñ mudaram de nome pra ñ soarem oportunistas?

No mais, o fato de serem banda de mulher (e nem tão belas assim: suecas com cara austera de suecas. Apenas Michelle Meldrum meio parecida com a Scarlet Johansson – pra quem curte…), com vocalista peituda no encarte e q se apresentava com decotão e tapa-olho – alô, fetichistas! – nem me parece tão bão motivo assim pra se ir atrás do disco: melhor se tentar ver algo no You Tube ou pegar fotos por aí. (Aviso: fotos das mesmas no encarte são as constantes na capa repetidas, sem o tanque atroz). Fora isso, dá até pra se dar uma ouvida em “Another Kind”, “Get Yours” e “Bite the Pillow”, q considero as menos piorzinhas ou de algum potencial.

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CATA PIOLHO CLXXXIV – Jogo dos 7 Erros capístico:

"Tin Machine II", Tin Machine (1991)
"Tin Machine II", Tin Machine (1991)

e

"Nevermore", Nevermore (1995)
"Nevermore", Nevermore (1995)