20 ANOS DEPOIS…
… o q ficou?
… o q ficou?
… o q ficou?
Grip Inc., “Nemesis“
Gosto de Dave Lombardo e de tudo o q ele faz, fez e fará; se gravar com Adele (não suporto), periga eu virar fã.
Gosto do Grip Inc. pq teve Lombardo na bateria e chefia, e pq nenhum dos 4 discos lançados se parece, apesar do mesmo chassi thrash metal.
“Nemesis“, o segundo e meu segundo favorito da banda, conseguiu replicar o thrash à Slayer (claro) com groove, adicionando psicodelia e algum prog às músicas. Leiam: teclados e ambiências, sem descaracterização.
“Descending Darkness” é lapidar nisso: 2 minutos dum groove elíptico, com vocal sussurrado distorcido e uma progressão melódico-harmônica a um só tempo épica e melancólica. Acho incrível. Outra diferenciada é “Scream At the Sky”, com ruídos de helicóptero, groove e teclados no som sustentando uma letra ufológica oblíqua.
Aliás: letras e vocais incomuns de Gus Chambers, vocal já falecido, q parecia não dominar bem o inglês e ainda assim cometia letras entre o sem sentido e o poético. Esquisitas tanto quanto seus vocais atropelados e assimétricos. Estilo próprio, reforçado em “Nemesis“.
“The Summoning” e “Code Of Silence” tb trouxeram riffs e bends dissonantes, como q reforçando a identidade da banda, e ainda assim destacando o repertório deste em relação à discografia do Grip Inc. Q não era um “projeto”.
De resto, recomendo “Pathetic Liar”, “Portrait Of Henry”, “War Between One” e “Silent Stranger” pra quem só ouviu o disco de estréia (“Power Of Inner Strenght”) e/ou conhece Lombardo só de Slayer, Voodoocult e do Testament. Pra início de conversa.
Viajeira metálica singular.
… o q ficou?
Lord Ciabaatator, líder, compositor, produtor, único músico e ideólogo da capa, ostentando suas influências ao final do encarte de “Nuclear Moments…” (2021):
“Damião Experiença, Ivan Rebrof, Babal do Pandeiro, Mark Gormley, Hermeto Pascoal, Mussorgsky, Sivuca, Moondog, Macabre, Gryphon and Karl Marx por inspirations.
FREE PALESTINE!“
(Ricardo Vignini & Zé Helder), Sesc Ipiranga – 28.04.23
Moda de viola: das raríssimas coisas em música q me parece genuinamente brasileira. Tanto quanto o chôro, mais q o samba e a bossa nova.
E são bem conhecidos os violeiros citados (ao menos aqui na província falsa cosmopolita), por fazerem versões ‘moda de viola’ pra sons de Led Zeppelin (um disco inteiro dedicado), classic rock, hard rock, heavy metal e rock nacional/BRock (motivo do recente lançamento, “Moda de Rock Brasil”, do ano passado). E q já têm ao menos 5 discos + dvd ao vivo lançados em esquema de crowdfunding.
Foi essa aresta q me levou ao show na última sexta-feira. Os caras se auto-sustentam, e mais: parecem usar desse “repertório cover” pra bancar trabalhos autorais. Vignini tem discos solo tipicamente moda de viola (o q inclui material autoral), e ambos tocam numa banda moderna pro estilo, o Matuto Moderno.
Todos os artigos citados + camisetas + livro de partituras de Vignini à venda na entrada do teatro. Só faltou um aviso com os preços, mas deixa quieto.
O teatro tem “por volta de 200 lugares” (segundo a funcionária a quem perguntei) e ñ mais q 10 estavam vagos; alguns ainda devido à reabertura pós-Covid, e tal. Platéia de amigos, claro, alunos, fãs e até dum Zé Geraldo simpático – q gravou “Meu Amigo Pedro” no disco recente – por ali. Tem festival de banda tr00 q ñ junta 80 pessoas q ñ os integrantes somados à meia dúzia de indigentes vomitadores de bombeirinho da “cena”.
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E o show foi bem legal, ainda q pra mim alguns sons ñ funcionem. (E espero mesmo q, em o texto chegando aos caras, ñ os ofenda). Ficam bobos, parecendo aquela modinha horrenda de Emmerson Nogueira e Danni Carlos; pra mim, o caso de “I Want to Break Free” (acho q Queen tem sons mais propícios), “Flores em Você”, “Até Quando Esperar” (manjada demais), “Wasted Years” e “Heavy Metal do Senhor”, de Zeca Baleiro, q já é em si uma paródia.
Ao mesmo tempo, curti “2001” (Mutantes), pq a original acho uma merda e até versão do Capital Inicial prefiro. (Sim, leram. Ñ dá pra desler). Desparodiaram-na.
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Em tempos em q se fala de empreendedorismo, q se mistura ao há tempos em q se reclama q ñ dá pra ser independente, ou fazer rock, ou fazer metal no Brasil, pq “ñ há apoio” (sic), o Moda de Rock é um grande CHUPA. Sabem do próprio tamanho, têm talento e proposta, e ralam.
E ñ têm patrocínio de convênio médico eugenista, tanto quanto.
Vez ou outra, é Zé Helder quem canta. E meu destaque total, melhor versão do show pra mim, foi “Medo” (Cólera), de letra ainda pertinente e cuja abordagem violeira achei certeira. Eu e uns tantos cantamos junto, foda. Cantou a do Baleiro tb, e ainda a de Tião Carreiro. As demais fpram todas instrumentais.
Vignini fazia comentários, às vezes bullyings com Zé Helder, e contava histórias – causos? – dos sons. Abriram com “Sonífera Ilha”, no q foi fundo: “os Titãs ñ autorizaram entrar no disco, mas a gente tocou no começo só de raiva”. (Achei foda). Depois ia nomeando os sons todos, alguns deles com “autor autorizou”.
Sim, tocaram “Raining Blood”. Bah. Valeu pela introdução satânica (pedais de efeito dando clima). E tocaram no todo 16 sons, no q a platéia cantava (letras) (às vezes riffs) junto, e ficariam ali pro final, autografando, tirando selfies e vendendo merchan.
Como tem q ser.
Show digno. Artistas honestos. Lugar na medida.
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Repertório: 1. “Sonífera Ilha” 2. “Heavy Metal do Senhor” 3. “Flores em Você” 4. “No Quarter” 5. “Medo” 6. “Até Quando Esperar” 7. “Mestre Jonas” 8. “Um Bilhete Pra Didi” 9. “2001” 10. “Chora Viola” 11. “Raining Blood” 12. “I Want to Break Free” 13. “Wasted Years” – bis: 14. “Eine Kleine Natchmusik” com “Thunderstruck” 15. “Black Dog” 16. tema da 9ª sinfonia de Beethoven com “Aqualung”
[ñ rolou “Meu Amigo Pedro”…]
[ñ encontrei vídeo pra postar]
RANQUEANDO MEUS DISCOS DO ASPHYX:
e pretendo ir mais atrás
WhatsAppin’: Sei de ao menos 2 amigos q aqui foram ao Summer Breeze. Impressões gerais de Kreator ter arrebentado (zero surpresa), do povo do “metal nacional” (só Franga?) entre ausente e nicho e das fotos oficiais do evento ñ mostrarem público. Foi assim abaixo?
E um motivo pra desanimar dum próximo: https://vejasp.abril.com.br/cultura-lazer/summer-breeze-som-alto/