ZZ TOP
Puta show profissa. É o q posso, resumidamente, dizer a respeito. Do naipe daquilo q de melhor no entertainment os estadunidenses conseguem conceber. Show tecnicamente perfeito, sem falhas nem vacilos, cujo telão, de muitíssimo bom gosto e ótima definição, complementava a apresentação, ao invés de poluir. E q agradou a todos os q são FÃS.
Os q vi no orkut falando em ter sido o ‘show da vida’, respeito e tendo a entender. Se vc é fã duma banda com 40 anos e nunca os viu q ñ fosse em You Tube ou dvd, a embasbacação é genuína: ñ se trata de molecada miguxa falando de ‘show da minha vida’ a cada show q vai.
***
No entanto, tendo a dialogar esta minha resenha com a do estrupício chamado Bento Araújo (Poeira Zine, RC e etc.) postada no whiplash. Q provavelmente foi de graça – ao invés de desembolsar suados e BEM GASTOS 200 reais – pra FALAR MAL. Pra reclamar q a banda ñ é mais a mesma depois do “Eliminator”, álbum de 1983 q tem os hits “Gimme All Your Lovin'”, “Sharp Dressed Men”, “Legs” e “Got Me Under Pressure” (todos tocados ali na 5ª), e q deu seqüência a álbuns supostamente mais pop, como os “Afterburner” (q tem “Rough Boy” – q mim faltou) e “Recycler” (de “Give It Up”, q tb ñ rolou) seguintes, de hits tais quais e de timbragens eletrônicas (sobretudo na bateria).
Formatação sonora essa q o ZZ Top pouco abandonou nos 90’s e até mesmo nos 00’s, com os 7 (SETE) álbuns lançados desde então. Tem quem torça o nariz, tem quem ñ, mas ao basbaca acima citado, gostaria de ter a oportunidade de perguntar cara a cara, a ele:
cara, estamos 27, 30, 35 anos no futuro, vc ñ tem calendário em casa????
O tonto reclamou do repertório – provavelmente achando q os caras só tocariam setentices. Ou q tocariam só pra ele – fora insinuar sobre playbacks em “Legs” e “Viva Las Vegas”. Ñ deve ter ido ao show do Rush (ou visto o “Snakes & Arrows Live”), pra saber se tratar de elementos sintetizados pré-gravados, q ocorrem tb em “Pincushion” (o som mais novo tocado, de 1994) e até no ruidinho decrescente de “Cheap Sunglasses”, SOM DAS ANTIGAS.
(aliás, sobre Rush o cara deve ser do mesmo dogma q adota em relação do Motörhead, q pra ele acabou no “Another Perfect Day”; deve ser dos beócios q acha q do “Signals” em frente os canadenses ‘se perderam’)
No entanto, a reclamação mais tacanha proferida do paspalho achei a de dizer q 80% do público ali presente era “público Mtv”, q os tinha conhecido pelos clipes de carrão oitentistas. Com q base estatística, caralho? E se as pessoas q conheceram ZZ Top assim forem FÃS tb, ñ podem?
E, de novo, o calendário: há pelo menos 27 anos isso. Ñ havia emo, nem molecada a tôa por ali. Quem tivesse menos de 25 era minoria (isso do q vi, pra se alguém reinvidicar meus métodos estatísticos eheh). Outro questionamento q me ocorre: e em o ZZ Top tendo adotado som mais “modernoso” há 27anos, será q o SOM DOS CARAS ñ é ESSE, porra?
****
Ñ posso dizer q ñ me ocorreu pensar assim uma hora: “pô, se esses caras fizerem playback, ou os barbudos ali em frente ñ forem realmente Dusty Hill e Billy Gibbons (como é com o Blue Man Group), acho q ninguém repararia…”. Mas tem diferença auxílio eletrônico em show – possivelmente até correções nas vozes (as vozes harmonizadas em “Gimme All Your Lovin'” são MUITO perfeitas) – e playback. Quem viu o Sisters Of Mercy ano passado sabe distinguir muito bem coisa de outra.
A comparação técnica com o Rush ainda estendo na inteligibilidade das coisas: todas as notas, de TODOS OS INSTRUMENTOS, eram audíveis. A bateria do ótimo – porém duns anos pra cá contido – Frank Beard é toda tratada, trigada, a ponto de ter havido sons em q Hill deixava de tocar e a sensação de GRAVE permanecia: era o bumbo!
Ñ me agradam, entretando, as viradas nos tons, q ficam com sons artificiais, meio robóticos. Mas ñ fosse assim, provavelmente teríamos tido show com bateria q só se ouviria caixa, chimbau, uns pratos e um pouquinho de bumbo.
(reclamação nesse sentido técnico, eu só teria duas: o vocal de Gibbons parecia mais baixo q o do Hill, e as brincadeiras de aro de caixa em “La Grange” – assim como os “au, au, au” a la John Lee Hooker, de Gibbons nela – eu mal ouvi)
O som da banda ao vivo é poderoso. O baixo é grave, alto e sujo, como jamais ouvi. E um instrumento ñ rouba o lugar do outro, na melhor tradição do q é um power trio.
No q aproveito pra alfinetar derradeiramente o Chico Bento: quem ali foi, certamente estava a par dessa produção moderna, decente, profissa – e pro cara, artificial, chôcha e falsa – q os dvd’s oficiais recentes “Live From Texas” e “Double Down Live 1980 – 2008” comprovam.
Q o programa Storytellers, exibido recentemente no Vh1, tb corrobora.
****
Falando do repertório: iniciaram e fecharam obviamente. Com idênticas seqüências iniciais e finais dos dvd’s de turnês recentes: respectivamente a trinca “Got Me Under Pressure”, “Waitin’ For the Bus” e “Jesus Just Left Chicago”, e “La Grange” e “Tush”, derradeiras.
No meio, entretanto, fizeram SHOW PRA FÃ ardoroso e fiel, tocando pérolas true setentistas, como “Brown Sugar” (do 1º álbum, de 1970) e “Party On the Patio” (de “El Loco”, de 1981) – q o Bento nem curtiu, coitado – q achei superior à versão original. Fizeram tb “Hey Joe”, homenageando Jimi Hendrix (no telão, em imagem soberba, nada apelativa), tocaram “Rock Me Baby”, standard de blues bastante conhecido, além de um cover obscuro, q nunca tinha ouvido, dum tal Willie Brown, “Future Blues”, q curti bastante.
Tocaram “I’m Bad, I’m Nationwide”, q é minha preferida. Ah, e ñ só pra mim.
No bis, antes das duas derradeiras, executaram “Viva Las Vegas”, presente apenas em boxes e greatest hits. Se houve gente ali querendo posar de ‘entendedor de ZZ Top mais q os outros‘, saiu bem satisfeito(a) com isso.
****
Pra finalizar, falando da performance dos caras, os comparo aos Ramones. Pela PRESENÇA: vi gente no orkut reclamando q Dusty Hill interagiu pouco, q Frank Beard nem olhou pro público etc. Faz diferença?
Show do Ramones era o Joey falando “yeah” a cada 7 ou 8 músicas (pra respirar) e todo mundo achava do caralho. Parece haver gente q fica querendo sujeito vestindo camisa da Seleção, arranhando samba (pra depois falarem mal) ou pondo bateria de escola de samba no palco (como fez o “The Doors” recentemente) ou, pior, querendo nêgo no palco proferindo os ridículos “are you ready?”, “are you ready?”, “are you tired?”, “are you tired?”. Ah, dêem um tempo!…
Penso q os caras são comedidos assim mesmo, mais afeitos a gestual – tipo cofiarem a barba, ficarem posando com instrumentos em riste (ops!) – q a blás-blás-blás estéreis. Gibbons, em 2 sons, solava com uma mão só, acenando e apontando a galera fanfarroneamente. Marrento, de boa, o cara. Apenas lamento q produtores ñ os tenham orientado a conversarem mesmo em inglês com a galera (mesmo o Marco Txuca, de inglês iniciante II, ali presente, entenderia muita coisa), no q achei bem legal, todavia, o esforço pra falarem em nossa língua, como no momento de terem entrado umas “gostosas” ali pra brincarem um número ensaiadinho, meio bobo, mas divertido.
(q segue no vídeo abaixo)
[youtube] http://www.youtube.com/user/topo2010#p/a/u/3/iCpM_fxFBE8 [/youtube]
ou em
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=LI3VL4K9hnk[/youtube]
.
A sensação, afinal, era de estarmos num show duma ENTIDADE do rock, tal como foi com o Heaven & Hell ano passado, o Carcass no retrasado, ou o Rush 8 anos atrás. E q ñ sobrou tempo pra ficar pensando, pra ficar olhando pro lado, pra ficar pensando na resenha q eu escreveria.
Assisti ao show com a Patroa, sem desgrudarmos os olhos do palco, completamente entregues à música, ao som, ao espetáculo. Ñ foi o show da minha vida, mas um de q me lembrarei daqui a muitos anos. Ñ é pouca bosta.
.
PS – Banderas, acho q te vi ali na porta. Era vc mesmo?
PS 2 – créditos de fotos: Jack Way, via orkut (Gibbons e Hill); Lícias Santos, via blog do Jamari França (Beard). Vídeo, roubei do orkut mesmo
PS 3 – ao contrário do q alguns bocós de orkut acreditam, por simplesmente ctrl c + ctrl d set list de outros shows gringos recentes da banda, eles Ñ TOCARAM “Francine”
PS 4 – recomendações às resenhas do Rock Press (www.rockpress.com.br) e do Jamari França, pouco tendenciosas, bastante informativas
Banderas
25 de maio de 2010 @ 17:40
E ae Txuca! Beleza? Provavelmente você me viu na porta sim. Mas eu não fui no show. É que eu trabalho na Rua Funchal e na hora do show eu estava saíndo de um cerão aqui no trabalho. Quando eu saí do trabalho fui na porta do show “desestressar” tomando uma breja. Mas foi só isso… Um abraço velho.
Marco Txuca
26 de maio de 2010 @ 01:45
Agora estão explicados minha visão e tua presença ahah
Mas se fosse show do ZZ Vomit vc entraria, ñ?
Alan Pascal
28 de maio de 2010 @ 12:17
Não vi e não gostei, bandinha chata demais pro meu gosto
Marco Txuca
28 de maio de 2010 @ 17:18
Gosto é gosto, e vice-versa…
Carol
2 de junho de 2010 @ 17:21
Foi um dos melhores shows q já vi !!
Esse Alan aê não deve gostar de blues e rock texano…os ZZTop são foda!!
Quero ficar véia igual eles, ao Lemmy, ao Tony Iommi, e muitos caras das antiga q tão mandando bem até hoje e causando inveja em muita garotada metida a besta!