THRASH COM H CLASSICS

Reprise holandesa da vez. Publicado originalmente em 9 de Janeiro de 2004.

Leitura complementar: o post & comentários “Last Shits”, falando da ressurreição do Pestilence em 18 de março último, em http://www.hellclub666.blogspot.com/

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SERVIÇO DE UTILIDADE PÚBLICA THRASH COM H

“Spheres”, Pestilence, 1993, Roadrunner

sons: MIND REFLECTIONS / MULTIPLE BEINGS / THE LEVEL OF PERCEPTION / AURIAN EYES / SOUL SEARCH * / PERSONAL ENERGY / VOICES FROM WITHIN / SPHERES * / CHANGING PERSPECTIVES * / PHILEAS / DEMISE OF TIME

formação: Patrick Mameli (vocals, guitars & synth guitars), Patrick Uterwijk (guitars & synth guitars), Jeroen Paul Thesseling (6 & 4 string bass), Marco Foddis (drums & lyrics)

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Tem disco q é ousado. Tem disco q é estranho (aliás, um monte!). Tem disco q é diferente, e corajoso. É este caso. Mas ñ quer dizer q seja bom…

À época q foi lançado, “Spheres” prometia inovações. Passou meio despercebido, por conter mais deméritos q acertos. O clipe de “Mind Reflections” passou bastante no Fúria Metal.

Na realidade alternativa, tão visitada neste blog, onde o Cactus estourou, e Dave Mustaine ainda está no Metallica, “Images And Words” (Dream Theater) e “Heartwork” (Carcass) ñ foram lançados. Daí este “Spheres” servir como paradigma pro prog metal (junto a Queensrÿche e Fates Warning) e pro death metal melódico naqueles lados.

Saca o drama da dedicatória no encarte: “many thanks to our influences: (Chick) Corea, Muthspiel, Brunel, (Vinnie) Colaiuta, (Allan) Holdsworth, (Dave) Weckl, Davis, Brecker, (Pat) Metheny, Henderson, (Bill) Bruford and Goblin”.

Um álbum de fusion metal? Nem a pau. Mas eles tentaram. Deviam ter aprendido a tocar mais primeiro. E a gravar melhor. Todo tecnológico, e com sons sintetizados, perde feio pro “Nothingface” do Voivöd, e pro “Somewhere In Time” (de 1986) do Iron Maiden.

Falar de músicas legais? 3, pra mim: “Soul Search”, “Spheres” e “Changing Perspectives”, a melhor. Por conterem trechinhos quase jazz mesmo, meio fusion. Rola o aviso de ñ haver teclados no disco. Mas imaginem um disco pesado com sons de teclados meio etéreos. Ñ achei q combinou bem.

Os vocais são forçados, cheios de efeito e quadrados. Chatos. Irritam um pouco. Lembram o Chuck do Death com muito catarro na garganta. As quebradas de bateria são em sua maioria, contratempos apenas. Só em “Changing Perspectivas” há alguma coisa q me remete ao Rush progressivo setentista.

E 3 sons são vinhetas instrumentais, pros caras fazerem propaganda no encarte, e mostrarem q tinham equipamento caro.

(Isso tb é estranho e incômodo: são 24 os equipamentos modernos listados no encarte, como tendo sido usados no disco).

Vejam só: “VOICES FROM WITHIN” performed by P.Uterwijk with the Roland midi guitar synthetizer; guitar lead with the Zoom 9010

ou “AURIAN EYES” performed by P.Mameli with the Roland midi guitar synthetizer

ou ainda “PHILEAS” performed by J.P.Thesseling, discords performed on Leader 4-string.Bass lead on Lag Force 6-string bass Eventide 3000 – vinhetas essas q ñ acrescentam nada ao disco, e até me lembram as vinhetinhas bestas do “Domination”, do Morbid Angel. Climinha? Dá um tempo!

Melhor q tivessem botado barulhinho de chuva ou de trovão. Mas a temática tenta ser tecnológica-espacial e as letras vão nessa onda. Tb lembra Rush progressivo (“2112”, “A Farewell to Kings” e “Hemispheres”) conceitualmente falando. Mas ñ é o q valeria o disco.

Falei mal pra burro do cd, mas valeria baixar umas músicas pra ver o esforço q eles tentaram pra criar algo novo no metal, isso sim, louvável, uma vez q em 93, o metal carecia disso mesmo. E como o death/black metal eram muito underground ainda, e o prog metal ñ começava a dar cria…

Consta q após “Spheres”, o Pestilence fechou a régua. Alguém sabe q fim levaram?