MIKKEY DEE FALA E EU ESCUTO

Ou apenas leio.

Post ctrl c + ctrl v da vez. Sem nenhum constrangimento, muito pelo contrário.

E como o do Paul Bostaph de semanas (duas?) atrás, tirado de revista baterística. Da outra q circula, a Batera & Percussão, edição 130 última. Seção “Sextinas”, conduzida pelo controverso Régis Tadeu.

Aliás, interessante como as duas revistas baterísticas este mês acertaram em bateristas pesados com matérias interessantes. Evento raríssimo – tanto como muito evento astronômico – em se tratando de publicações pródigas em entrevistas com bateristas matusaléns da mpb, ou funkeiros yankees, e/ou com bateristas de fusion de quem alguma meia dúzia de nerd é devota fervorosa.

Quem sabe daqui uns 76 anos façam matérias decentes com Max Kolesne, Dave Lombardo, Scott Travis, Bill Ward, fora Nicko McBrain q ñ seja só chamada de capa pra matéria irrisória de 1 parágrafo…

 

A matéria, afinal:

Mikkey Dee – O batera do Motörhead responde perguntas q pouca gente teria coragem de fazer

1) Antes de entrar para o Motörhead, vc tocou com o King Diamond e o Dokken. Vc ñ morria de vergonha em dividir o palco com duas bandas ridículas e cafonas?

(risos) Bom, se vc estiver se referindo ao som,  tenho q discordar de vc. Com o King Diamond, eu tocava arranjos elaborados e bastante pesados, mas q acabei enjoando com o passar dos anos. Com o Dokken, era perfeito na época, já q as levadas eram mais tranqüilas, mas comecei a sacar q ñ estava a fim de ser um batera de hard rock. O convite do Lemmy caiu do céu!

2) Vc ñ teve receio ao substituir um batera tão ruim, mas tão ruim, q era sensacional, como o Philty ‘Animal’ Taylor, q, além de tudo, era um cara com um carisma estratosférico?

Ñ vou dizer q ñ fiquei apreensivo com isso. Tocar as músicas q ele gravou com a banda era fácil, mas era impossível fazer aquelas levadas esquisitas q ele fazia no chimbau (risos). Além disso, tive certo receio em ñ ser aceito pelos fãs mais ortodoxos do Motörhead, q ñ estavam nem aí se o batera era bom ou ñ – os caras queriam o Phil! Mas acho q o pessoal logo de cara gostou em ver q a banda ñ mais fazia shows de 45 minutos, e sim apresentações de quase duas horas, tocando umas 25 músicas num volume ensurdecedor – e todo mundo tocando bem! Tive sorte em ñ ter a mesma recepção q o Pete teve (Dee se refere a Pete Gill, ex-baterista do Saxon, q tocou no Motörhead durante a turnê do álbum ‘Orgasmatron’, q chegou a ser vaiado em muitos shows da banda)

3) O quão de verdadeiro existe na postura do Motörhead em ñ ligar para as estratégias das gravadoras q lançam os seus discos?

100% de verdade! Ñ damos a mínima quando os caras aparecem com planos de lançamento, campanhas e outras merdas. Lemmy costuma dizer “ponham os discos nas lojas e arrumem shows para a gente fazer. Isso basta para nos manter vivos”.

4) Alguma vez vc chegou à metade do show completamente exausto e se desesperou ao saber q tinha mais umas 12 músicas até o final?

Muita vezes! (risos) Houve uma ocasião, se ñ me engano em um show na Espanha, q cheguei a cogitar a hipótese de botar o meu roadie para terminar a apresentação! (risos) É por isso q venho cuidando do meu preparo físico há muitos anos. Pena q minha barriga ñ saiba disso (gargalhadas generalizadas).

5) É verdade q vc e o Phil Campbell são os verdadeiros compositores do Motörhead e q o Lemmy ñ traz uma única música nova para um ensaio?

(rindo muito) É verdade! E e o Phil tocamos guitarras e violões juntos e deixamos tudo pronto para o Lemmy colocar as letras.

6) Também ouvi uma história de q desde q vc entrou para a banda, jamais gravaram uma demo antes de um disco, q vcs compõem e gravam imediatamente…

Isso tb é verdade. A gente tira um mês para compor as músicas de um novo disco, ensaia e grava direto. Nenhuma idéia fica de fora. Tb ñ perdemos tempo com música ruim. Ficou uma bosta durante os ensaios? Vai para o lixo. Ñ ficamos rearranjando uma idéia para tentar fazê-la funcionar. A gravadora até pediu algumas músicas para fazer uma espécia de “Best of B-Sides”. Já dissemos ao pessoal para esquecer essa idéia de merda! (risos).