“Death Sentence”, Dublin Death Patrol, 2012, Mascot Records/Hellion
sons: MIND SEWN SHUT / DEHUMANIZE / BLOOD SIRENS / BROKEN / WELCOME TO HELL / CONQUER AND DIVIDE / DEATH TOLL RISING / MY RIOT / MACABRE CANDOR / BUTCHER BABY [Plasmatics]
formação: Chuck Billy (vocals), Steve “Zetro” Souza (vocals), Willy Lange (bass), Steve Robello “Steevo” (guitar), Andy “KK” Billy (guitar), Greg Bustamante “G Money” (guitar), Danny Cunningham (drums)
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Este é o típico cd q, enquanto produto, pouco diz: o título é clichê, a capa é clichê e escurecida – culpa da edição nacional? – e o encarte só difere da contracapa, por na 2ª constar os nomes dos sons, ao passo q no 1º constam os nomes dos integrantes. A foto da banda, tendenciosa (pq de show em festival, Graspop 2011, ñ só deles) a quem for desavisado(a), fora chupim das fotos de Ross Halfin no Iron Maiden, é a mesmíssima!
Dublin Death Patrol apareceu pra mim meio na surdina: nalguma nota discreta no whiplash, ou nalgum email q algum amigo empolgado me enviou. Com aquele destaque óbvio de conter Chuck Billy e Steve Souza numa mesma banda.
Acontece q, a julgar por “Death Sentence” (eles têm um 1º álbum, “DDP 4 Live”, q ñ conheço nem ouvi ainda), a parada é toda orientada pelos vocais mesmo. E é justo considerar q, se a abordagem de quem ouvir for a de opor ambos os ilustres, Chuck sairá ganhando. Pq os sons ajudam em parecer levemente Testament, mais q parecer Exodus, embora trechos semelhantes até tb ocorram.
Colaboram para isso ainda a impressão de Souza ter perdido um pouco do gás e de sua verborragia trade mark, no q NENHUM momento baterístico no álbum tenha proporcionado a ele minimamente dar algum chilique oitentista típico: ñ há exatamente qualquer som com levada thrash, momentos mais rapidinhos têm levada mais puxada pra hardcore.
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A quem se espantar com 3 guitarristas na banda: ñ parece haver. Como sequer há informação sobre os 3 tocarem em todos os sons. O peso e os arranjos ñ demonstram, minha impressão. Nenhum dos sons tem exatamente uma proposta ousada, diferenciada ou empolgada. Ñ há um riff q grude nas idéias ou q já ñ tenha sido cometido antes por alguma outra banda thrash, qualquer batida inusual (o início em “Dehumanize” é dos raros momentos de ruptura com a mesmice rítmica), nem algum baixo q colabore diferencialmente num arranjo. 3 guitarristas q ñ valem 1 Gary Holt ou cometem alguma base minimamente Eric Peterson.
De repente, nem seria a proposta redundar; afinal Testament e Exodus estão por aí ainda ativos. O currículo dos músicos outros – q ñ Chuck ou Souza – é bem discreto, com passagens por bandas de várzea sem reconhecimento. (O tal Andy Billy deve ser irmão de Chuck, no mais). Se fizeram a banda para tentarem lugar ao sol na volta do thrash metal às cabeças, ficarão, se muito, com algum lugar entre os projetos cult dos quais meia dúzia terão ouvido falar e muitos poucos terão realmente ouvido.
Ñ quero dizer q seja uma porcaria. Só ñ empolga. É bem gravadinho. Mas ñ faz querer ouvir de novo. Ñ tem músicas exatamente genéricas. Mas percebe-se q poderiam ter sido melhor trabalhadas; um riff promissor aqui, um solinho agradável acolá, um refrão grudento (“Macabre Candor”) mais adiante.
O cover de Plasmatics ñ me disse nada, em parte por eu ñ conhecer Plasmatics, em parte por parecer (mais um) som deles mesmo. A “Mind Sewn Shut” inicial, até anima… mas só voltei a me interessar em “Welcome to Hell” (ñ tinham título mais clichê?), “Conquer And Divide” (ñ é cover de Dorsal) e em “Death Toll Rising”, 5ª, 6ª e 7ª faixas. Homogeneidade predomina.
Futebolisticamente: Dublin Death Patrol é uma PELADA entre amigos. Gramado sintético, futebol society, divertido. Time sem camisa versus time com camisa, ou solteiros versus casados, sem maiores compromissos. Alguns gols de canelada (Souza), outros de chutão (Billy). Jogo empatado, sem gás pra prorrogação ou pênaltis; churrasquinho depois é de lei. Adquirir “Death Sentence”, na lógica imaginária true de ajudar os caras/apoiar a cena, é darmos uma força pra q esses caras continuem conseguindo alugar a quadra o estúdio e se divertir um pouco mais. E divertir junto quem tiver pouca expectativa, independente de resultado.
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CATA PIOLHO CCXVII – “Nevermore”: Queen ou Morbid Angel? // “Monkey Business”: Skid Row ou Pain? // “Escape”: Metallica ou Amorphis?