40 ANOS DEPOIS…
… o q ficou?
… o q ficou?
Aquela lista sazonal sobre aquele hábito q, se ñ morre logo, vai “cheirando estranho”… Quem quiser citar download, à vontade.
Dentre os 16 adquiridos* neste mês:
* houve ainda o “XI”, do Metal Church, q comprei (copiei) e enviei ao amigo märZiano. Já chegou?
Tem tempo q conversamos por aqui sobre as tais plataformas digitais. Spotify, Deezer e etc. Q começaram lá atrás (há ñ muito tempo) com o Napster e toda aquela ganância – hj até justificada – de Lars Ulrich pra cima dos direitos autorais.
Cassaram o programa, surgiram vários outros, perdeu-se o controle. “Compartilhar” passou a ser o verbo q toda uma geração passou a usar. “Comprar música” voltou a valer – Spotify, Deezer e etc. – mas tvz como algo alienígena pra toda uma molecada q jamais pagou por música. E provavelmente ñ o fará. Como uma nostalgia digital pra dinossauros como nós, às vezes “sem tempo” pra ouvir cd ou passá-los a pendrives.
Cenas punk/hardcore/indie: qualquer banda com 2 meses de atividade põe sons no Sonicloud e em outras plataformas das quais desconheço nome. Se gravam cd, é de forma independente, pra recuperar os gastos vendendo-os debaixo do braço em shows. Música eletrônica: montes de projetos, dj’s e quetais, conhecidos adoidado ñ só por quem fica no pula-pula nas raves à Skol Beats, mas tb… graças a internet.
E aí o heavy metal, o “metal nacional”… Mais q conservador, até mais q reacionário, RETRÓGRADO por vocação e convicção, tem como grande lançamento do ano um cd DUPLO de bandas brasileiras rendendo tributo ao Black Sabbath.
Pra quem?
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Galeria do Rock, outrora reduto com 15o lojas de disco, Guinness Book por isso e o caralho, hj mal tem 15 (QUINZE) lojas vendendo cd’s. Ainda continua freqüentada… por gente q vai fazer tatuagem, comprar camisetas, levar filhos pra comprar camisetinhas de banda, pela fama de lugar roqueiro, pra tomar cerveja importada. Ou, ultimamente, pra ver os escombros do prédio abandonado/invadido q desabou em chamas.
“Escombro” tvz seja a palavra-chave. Metade das parcas lojas voltada a “colecionadores”, vendendo cd’s e lp’s a preços de 3 dígitos; a outra metade quase pagando almoço a quem entrar e comprar alguma coisa. Modos diferentes de lidar com o iminente colapso.
De minha parte, aproveito indo atrás de promoções, em lojas q tentam desovar o q podem dos lautos estoques. Há loja vendendo a 5 golpes cd’s de metal (de 5ª divisão) pq o gasto de manter o depósito de cd’s anda proibitivo.
E aí o “metal nacional”… Ñ tem como salvação da lavoura pret-a-porter a Sandy & Júnior participando de disco novo do Franga. Tem como grande carta na manga (furada) um cd DUPLO de 30 bandas brasileiras rendendo “primoroso” tributo ao Black Sabbath.
Q a assessoria de imprensa tenta vender com hipérbole escrotamente herética: algumas das versões RIVALIZAM com as originais!
https://whiplash.net/materias/news_765/286657-blacksabbath.html
Tá, cd está morto. Comprar cd é coisa de gente antiga. Resenhar cd, num blog, é coisa ainda mais arcaica. E esta é uma resenha.
A primeira q faço no estilo: “ñ ouvi e ñ gostei”. Deu pra vcs? Deu pra mim. Baixo astral.
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CATA PIOLHO CCLXVIII – “Superhero”: Jane’s Addiction ou Faith No More? // “Hellfire”: Accept ou Cavalera Conspiracy? // “St. Vitus Dance”: Black Sabbath ou Bauhaus?
A improbabilidade chegou a mim por meio do amigo (generval) bonna q no Carnaval deste ano, num trio elétrico em Santa Catarina, presenciou Franz Treichler participando de som em show da Nação Zumbi – como é q chamava a cidade, amigo?
Tive q ver pra crer (tens o vídeo ainda?), pra daí crer e conjuminar, comigo mesmo em meu mundinho fantástico do faz de conta: “pô, já pensou juntarem as duas bandas pra fazer disco ou show?”. Devaneio q passou, ficou pra trás, como passam vários dos q ñ posto aqui nesta bodega.
Chega abril, o amigo lá de longe me avisa: Nação Zumbi + The Young Gods em SP (Cine Jóia) e no RJ (Circo Voador) em fim de maio. Fui atrás o mais rápido q pude, inclusive ante o valor improvável do ingresso (integral). Medo de comprarem tudo logo. Vide:
Ñ foi preciso correria, no final. O lugar nem lotou. E predominavam os fãs dos brasucas: montes de hipsters, alguns com chapéus-côco, camisetas de caranguejo etc. Só fui me sentindo em casa um pouco mais – ñ q eu estivesse ligando assim pra ambientação – quando vi uns sujeitos com camisetas do Ministry, do D.R.I. e do Bauhaus tb comparecendo.
E passei a acreditar na plausibilidade de tudo aquilo quando, sem mais nem menos, Treichler e seus comparsas Al Comet e Bernard Trontin passaram por nós, pela mesma entrada do público (o lugar é bem modesto, cabem 992 pessoas), daí os caras na NZ tb (ñ eram oito?), de boa, sem frescura nem segurança apartando. O palco estava montado pras duas bandas tocarem ao mesmo tempo, o q eu já tinha sabido antes, com reservas: nada de show de uns + show de outros + jam no final. Seria tudo junto, tudo ao mesmo tempo, ambos os repertórios. Eia.
***
E o q presenciei foi, longe de qualquer exagero, um daqueles “shows da vida”. Ouço Young Gods desde meus 15 anos, caralho. “L’Eau Rouge” é daqueles discos pra eu levar pruma ilha deserta… se lá tiver um toca-discos (o meu é vinil ainda) e tomada. E q a idade e a intelectualização (ainda) ñ diminuíram a foderosidade, como com tantos discos q já considerei fodas.
A última fronteira de qualquer incredulidade cedeu no 1º som, “Monólogo Ao Pé do Ouvido”, entoado perfeitamente… por Treichler. Du Peixe ficava ali sentado, ora apertando uns botões ora percutindo uns agogôs. A SIMBIOSE entre os terroristas sônicos suíços e os terroristas orgânicos malungos se fez consumada. E dali foi ladeira abaixo. Decibéis a exaustão (toda surdez será castigada!), com 10 sujeitos os açoitando, quer fosse em laptops, quer em tambores.
Afrociberdelia, afinal.
A opinião do bonna (ñ dita aqui) é a mesma minha: os sons dos suíços se beneficiaram mais das percussões q o contrário. Um pouco se dando, a meu ver, pela dificuldade dos gringos em tocar batuque – Trontin suou a tanga, nesse sentido.
Por outro lado, em 2 momentos nos dos brasucas se observou FUSÕES (vide abaixo) aos dos gringos, o q ñ deixou de ser interessante. Num placar injusto, teve até mais NZ q TYG, o q é relativo – vide “Monólogo…”. De minha parte, estive pra ver TYG: NZ ia me passando como q em intervalos pra respiro e expectativas.
Q se confirmaram com 2 hits esperados – “Skinflowers” e “Kissing the Sun” – mais pérolas de “L’Eau Rouge” (como a faixa-título e “L’Amourir”). Achei q faltou “Longue Route”, mas o digo só pra ser chato; dos recifenses, saquei a louvável opção maior por lados-b (e os hipsters ao lado pedindo “A Praieira” saíram frustrados) e creio q poderiam ter incluído alguma coisa do “Futura”. Até pela obviedade, sei lá.
Faltou tb alguma venda de camiseta ou cd’s, o q eu esperava. Por outro lado, saí com grana pro Amorphis na sexta.
Foram praticamente duas horas de assombro, barulho, psicodelia, peso e algo mais. No dia seguinte, rumaram pro RJ, pra dali uns dias – dia seguinte? semana agora? – tocarem no festival de Montreaux, tb juntos. Torço pra q saia dvd disso – no q o entrosamento dos shows propiciará algo ainda melhor – ou pra q, futuramente, lancem algum trabalho conjunto, de músicas inéditas feitas em parceria.
A foto acima roubei do bonna, q ñ sabia de nada, mas eu agradeço mesmo assim.
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PS – e pra ser um tanto mais chato: enquanto rolou isso em 2016, Sepultura anos atrás fez batuque com Tambours du Bronx… Tá certo.
PS 2 – Lúcio Maia: guitarrista subestimado ou superestimado?
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Set-list: 1. “Monólogo Ao Pé do Ouvido” 2. “L’Eau Rouge” 3. “Rios, Pontes e Overdrives” 4. “Skinflowers” 5. “L’Amourir” 6. “Foi de Amor” 7. “Percussione” 8. “Bala Perdida” 9. “She Rains” 10. “A Melhor Hora da Praia” (ambas fundidas) 11. “Envoyé” 12. “Um Satélite na Cabeça” 13. “Meu Maracatu Pesa Uma Tonelada” 14. “Kissing the Sun” 15. “Salustiano Song” 16. “s 13” (ambas fundidas) 17. “Maracatu Atômico” 18. “Da Lama Ao Caos”