OBSTINADA OBSOLESCÊNCIA

Tem tempo q conversamos por aqui sobre as tais plataformas digitais. Spotify, Deezer e etc. Q começaram lá atrás (há ñ muito tempo) com o Napster e toda aquela ganância – hj até justificada – de Lars Ulrich pra cima dos direitos autorais.

Cassaram o programa, surgiram vários outros, perdeu-se o controle. “Compartilhar” passou a ser o verbo q toda uma geração passou a usar. “Comprar música” voltou a valer – Spotify, Deezer e etc. – mas tvz como algo alienígena pra toda uma molecada q jamais pagou por música. E provavelmente ñ o fará. Como uma nostalgia digital pra dinossauros como nós, às vezes “sem tempo” pra ouvir cd ou passá-los a pendrives.

Cenas punk/hardcore/indie: qualquer banda com 2 meses de atividade põe sons no Sonicloud e em outras plataformas das quais desconheço nome. Se gravam cd, é de forma independente, pra recuperar os gastos vendendo-os debaixo do braço em shows. Música eletrônica: montes de projetos, dj’s e quetais, conhecidos adoidado ñ só por quem fica no pula-pula nas raves à Skol Beats, mas tb… graças a internet.

E aí o heavy metal, o “metal nacional”… Mais q conservador, até mais q reacionário, RETRÓGRADO por vocação e convicção, tem como grande lançamento do ano um cd DUPLO de bandas brasileiras rendendo tributo ao Black Sabbath.

Pra quem?

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Galeria do Rock, outrora reduto com 15o lojas de disco, Guinness Book por isso e o caralho, hj mal tem 15 (QUINZE) lojas vendendo cd’s. Ainda continua freqüentada… por gente q vai fazer tatuagem, comprar camisetas, levar filhos pra comprar camisetinhas de banda, pela fama de lugar roqueiro, pra tomar cerveja importada. Ou, ultimamente, pra ver os escombros do prédio abandonado/invadido q desabou em chamas.

“Escombro” tvz seja a palavra-chave. Metade das parcas lojas voltada a “colecionadores”, vendendo cd’s e lp’s a preços de 3 dígitos; a outra metade quase pagando almoço a quem entrar e comprar alguma coisa. Modos diferentes de lidar com o iminente colapso.

De minha parte, aproveito indo atrás de promoções, em lojas q tentam desovar o q podem dos lautos estoques. Há loja vendendo a 5 golpes cd’s de metal (de 5ª divisão) pq o gasto de manter o depósito de cd’s anda proibitivo.

E aí o “metal nacional”… Ñ tem como salvação da lavoura pret-a-porter a Sandy & Júnior participando de disco novo do Franga. Tem como grande carta na manga (furada) um cd DUPLO de 30 bandas brasileiras rendendo “primoroso” tributo ao Black Sabbath.

Q a assessoria de imprensa tenta vender com hipérbole escrotamente herética: algumas das versões RIVALIZAM com as originais!

https://whiplash.net/materias/news_765/286657-blacksabbath.html

Tá, cd está morto. Comprar cd é coisa de gente antiga. Resenhar cd, num blog, é coisa ainda mais arcaica. E esta é uma resenha.

A primeira q faço no estilo: “ñ ouvi e ñ gostei”. Deu pra vcs? Deu pra mim. Baixo astral.

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CATA PIOLHO CCLXVIII – “Superhero”: Jane’s Addiction ou Faith No More? // “Hellfire”: Accept ou Cavalera Conspiracy? // “St. Vitus Dance”: Black Sabbath ou Bauhaus?