NZ + TYG
A improbabilidade chegou a mim por meio do amigo (generval) bonna q no Carnaval deste ano, num trio elétrico em Santa Catarina, presenciou Franz Treichler participando de som em show da Nação Zumbi – como é q chamava a cidade, amigo?
Tive q ver pra crer (tens o vídeo ainda?), pra daí crer e conjuminar, comigo mesmo em meu mundinho fantástico do faz de conta: “pô, já pensou juntarem as duas bandas pra fazer disco ou show?”. Devaneio q passou, ficou pra trás, como passam vários dos q ñ posto aqui nesta bodega.
Chega abril, o amigo lá de longe me avisa: Nação Zumbi + The Young Gods em SP (Cine Jóia) e no RJ (Circo Voador) em fim de maio. Fui atrás o mais rápido q pude, inclusive ante o valor improvável do ingresso (integral). Medo de comprarem tudo logo. Vide:
Ñ foi preciso correria, no final. O lugar nem lotou. E predominavam os fãs dos brasucas: montes de hipsters, alguns com chapéus-côco, camisetas de caranguejo etc. Só fui me sentindo em casa um pouco mais – ñ q eu estivesse ligando assim pra ambientação – quando vi uns sujeitos com camisetas do Ministry, do D.R.I. e do Bauhaus tb comparecendo.
E passei a acreditar na plausibilidade de tudo aquilo quando, sem mais nem menos, Treichler e seus comparsas Al Comet e Bernard Trontin passaram por nós, pela mesma entrada do público (o lugar é bem modesto, cabem 992 pessoas), daí os caras na NZ tb (ñ eram oito?), de boa, sem frescura nem segurança apartando. O palco estava montado pras duas bandas tocarem ao mesmo tempo, o q eu já tinha sabido antes, com reservas: nada de show de uns + show de outros + jam no final. Seria tudo junto, tudo ao mesmo tempo, ambos os repertórios. Eia.
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E o q presenciei foi, longe de qualquer exagero, um daqueles “shows da vida”. Ouço Young Gods desde meus 15 anos, caralho. “L’Eau Rouge” é daqueles discos pra eu levar pruma ilha deserta… se lá tiver um toca-discos (o meu é vinil ainda) e tomada. E q a idade e a intelectualização (ainda) ñ diminuíram a foderosidade, como com tantos discos q já considerei fodas.
A última fronteira de qualquer incredulidade cedeu no 1º som, “Monólogo Ao Pé do Ouvido”, entoado perfeitamente… por Treichler. Du Peixe ficava ali sentado, ora apertando uns botões ora percutindo uns agogôs. A SIMBIOSE entre os terroristas sônicos suíços e os terroristas orgânicos malungos se fez consumada. E dali foi ladeira abaixo. Decibéis a exaustão (toda surdez será castigada!), com 10 sujeitos os açoitando, quer fosse em laptops, quer em tambores.
Afrociberdelia, afinal.
A opinião do bonna (ñ dita aqui) é a mesma minha: os sons dos suíços se beneficiaram mais das percussões q o contrário. Um pouco se dando, a meu ver, pela dificuldade dos gringos em tocar batuque – Trontin suou a tanga, nesse sentido.
Por outro lado, em 2 momentos nos dos brasucas se observou FUSÕES (vide abaixo) aos dos gringos, o q ñ deixou de ser interessante. Num placar injusto, teve até mais NZ q TYG, o q é relativo – vide “Monólogo…”. De minha parte, estive pra ver TYG: NZ ia me passando como q em intervalos pra respiro e expectativas.
Q se confirmaram com 2 hits esperados – “Skinflowers” e “Kissing the Sun” – mais pérolas de “L’Eau Rouge” (como a faixa-título e “L’Amourir”). Achei q faltou “Longue Route”, mas o digo só pra ser chato; dos recifenses, saquei a louvável opção maior por lados-b (e os hipsters ao lado pedindo “A Praieira” saíram frustrados) e creio q poderiam ter incluído alguma coisa do “Futura”. Até pela obviedade, sei lá.
Faltou tb alguma venda de camiseta ou cd’s, o q eu esperava. Por outro lado, saí com grana pro Amorphis na sexta.
Foram praticamente duas horas de assombro, barulho, psicodelia, peso e algo mais. No dia seguinte, rumaram pro RJ, pra dali uns dias – dia seguinte? semana agora? – tocarem no festival de Montreaux, tb juntos. Torço pra q saia dvd disso – no q o entrosamento dos shows propiciará algo ainda melhor – ou pra q, futuramente, lancem algum trabalho conjunto, de músicas inéditas feitas em parceria.
A foto acima roubei do bonna, q ñ sabia de nada, mas eu agradeço mesmo assim.
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PS – e pra ser um tanto mais chato: enquanto rolou isso em 2016, Sepultura anos atrás fez batuque com Tambours du Bronx… Tá certo.
PS 2 – Lúcio Maia: guitarrista subestimado ou superestimado?
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Set-list: 1. “Monólogo Ao Pé do Ouvido” 2. “L’Eau Rouge” 3. “Rios, Pontes e Overdrives” 4. “Skinflowers” 5. “L’Amourir” 6. “Foi de Amor” 7. “Percussione” 8. “Bala Perdida” 9. “She Rains” 10. “A Melhor Hora da Praia” (ambas fundidas) 11. “Envoyé” 12. “Um Satélite na Cabeça” 13. “Meu Maracatu Pesa Uma Tonelada” 14. “Kissing the Sun” 15. “Salustiano Song” 16. “s 13” (ambas fundidas) 17. “Maracatu Atômico” 18. “Da Lama Ao Caos”
Tiago Rolim
31 de maio de 2016 @ 10:05
Concordo que Lúcio Maia não tem a moral que deveria. E a idolatria ao cara vem de longe. Lembro de Max babando o ovo dele geral na época do 1° do soulfly. Lá se vão quase 20 anos… Ele tá tocando com Ana Cañas, e saca a subida de nível que teve o som da gata no último disco dela.
E acho melhor ir atrás do Young Gods (que não conheço), que do Picture… 🙂
Marco Txuca
31 de maio de 2016 @ 10:17
“L’Eau Rouge”, camarada. Ouça e pire. Sem aditivos.
Colli
31 de maio de 2016 @ 10:36
Com certeza um show histórico. Quando vi o posto do Bonna no FaceBook, meu comentário foi: Bandas bem casadas para um show. Agora com resenha, não era nada do que eu estava pensando, e aparentemente foi crime premeditado.
Queria ter estado lá!!
bonna, generval
31 de maio de 2016 @ 10:37
Trio elétrico foi foda! hahaha. O festival Psicodália tem uma puta estrutura de camping e palcos no interior de SC (Rio Negrinho) que fica a duas horas de carro do aeroporto de Curitiba. Confere lá: http://www.psicodalia.mus.br
Foi uma agradável surpresa a declamação do “Monólogo…” pelo Franz, embora a versão viajandona ficou devendo a original. Como já falamos, na minha opinião as do NZ (exceção a “Meu Maracatu…” e “Da Lama ao Caos”) ficaram meio perdidas no set até porque a interação dos gods não foi suficiente para acrescentar algo nelas. O reencontro em Montreux será em julho e se não virar DVD, certamente aparecerá completo pelo YouTube.
PS: sem comparação com os bronx!! os seps perdem feio!
PS2: para mim, subestimado.
bonna, generval
31 de maio de 2016 @ 12:41
Tinha esquecido dos links:
no Psicodália / SC
“Meu Maracatu…” e “Da Lama ao Caos”
https://www.youtube.com/watch?v=zFQWu4e3YRM
“Skinflowers”
https://www.youtube.com/watch?v=g_J99zTMmsQ
no Circo Voador / RJ
Marco Txuca
31 de maio de 2016 @ 15:25
bonna: gostei mais dessa versão viajandona de “monólogo”, q a do Sepultura e q a original. Nessa ordem.
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Ana Cañas, Tiago? Prefiro ir ver o filme do Pelé…
Tiago Rolim
31 de maio de 2016 @ 19:54
Kkkkkkkkkkkk da nova safra de mulheres na mpb, ela e Céu são disparadas as melhores. Gosto muito de mpb. E é impressionante como tem muito mais mulheres fazendo um som legal e novo do que os homens, que vivem de imitar os los Hermanos…
Colli
31 de maio de 2016 @ 20:21
Da Céu a única coisa que gostei foi o show que ela fez cantando músicas do Bob Marley!!
Tiago, tem gente que imita Los Hermanos? Mal gosto hein?!!! kk
Mas ae… esse valor de ingresso é fake? Não Txuca?
PS: Nunca gostei do Sepultura de Du Bronx. Talvez ao vivo seja melhor;
PS2: Para mim também muito subestimado.
bonna,
31 de maio de 2016 @ 21:28
Colli, no Rio custou R$40 + 1kg de alimento. Aliás, no Circo Voador, praticamente todo evento dá direito a meia entrada levar 1kg de alimento.
Marco Txuca
1 de junho de 2016 @ 01:51
Mas vc pagou meia, certo, bonna?
O mais surreal foi q eu paguei o preço inteiro. Tivesse carteirinha, pagaria R$ 25. Foi mais barato ver Young Gods q comprar um cd do Young Gods.
Tb lamentei ñ ter uns 3 shows seguidos. Teria ido em todos.
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Colli: o artista melhor sucedido em imitar Loser Manos nos últimos 6 ou 7 anos chama-se Caetano Veloso.
Tiago Rolim
1 de junho de 2016 @ 08:50
Que isso??!!! Diga isso não. Caetano Veloso é um Maomé da mpb! Não merece essa afirmação. Se os los Hermanos tivessem a mínima porcentagem de 3% do que Caê é, eles não seriam o lixo que são.
Colli
1 de junho de 2016 @ 10:51
Caetano Veloso?!!
Só lembro do cover do Nirvana! hehehe
Tiago Rolim
1 de junho de 2016 @ 12:21
Heheheheheheehe talvez aqui não seja o local mais recomendado para defender a obra do baiano… 🙂
doggma
8 de junho de 2016 @ 07:31
Rapaz, que duca… custo-benefício absurdo.
Fora esse e Seps + Tambours, tem também o RATM + Public Enemy (projeto/show Prophets of Rage)… Nova tendência para esses tempos pós-queda da indústria?
Ps: “Supersonic” também se beneficiaria muito da quebradeira recifense!
Pps: Maia subestimado sim (já assistiu o vídeo daquele “5 Anos de Chaos”?), mas isso, num país onde Lanny Gordin é virtualmente desconhecido, é mato.