EMBATE 3
versus
versus
versus
por Jessiê Machado
Toda cidade mais antiga tem um centro velho com lojas fechadas, ambulantes, lixo, sebos, pedintes e toda sorte de esquisitices, além, é claro, de muita propaganda em postes, pontos de ônibus e qualquer lugar que possa receber um A4 fotocopiado ou “silkado”.
Joinville não é diferente, mas dia destes estava eu na minha caminhada central do mês quando achei que tinha caído no túnel do tempo ao me deparar com este cartaz de show:
E fiquei pensando: “cinqüentão e ainda via depósito?”. Como assim? Quem será que vai num show do “Piledriver” em 2018? Mas o “Piledriver” não era uma banda “fake“? O “Exorcist” eu até curtia.
Como se paga um show desse com cartaz xerocado com duas bandas gringas? Se não tivesse o “17”, eu teria achado que era um cartaz de 1987 que sobreviveu ao tempo. Queria ter ido, mas nem descobri se realmente teve…
Lembro de ter visto a cena num documentário, provavelmente aquele sobre a “cena” das Geraes: Sepultura fazendo abertura pra Venom e Exciter em 1986 e Max discursando sobre o “orgulho” q tinham em estarem ali, e q doravante qualquer um poderia acalentar o sonho de ter uma banda e fazer o mesmo.
[“doravante” e “acalentar”, sou eu dizendo, ñ o Max ahahah]
Etc.
Corta pra 2012. O show acima. Turnê iniciada ontem em BH (faz uma resenha pra nós, Rodrigo?), q passa hj por aqui e ainda terá Porto Alegre na escala. E parece q algumas datas fora do Brasil, igualmente.
Krisiun, Vital Remains e Malevolent Creation. Outras duas bandas brasucas abrindo. Krisiun HEADLINER.
A quem puder objetar sobre as bandas gringas nem serem de 1º escalão, até procede.
A quem quiser objetar q houve um Sepulfest uns anos atrás, até houve – mas com Nação Zumbi na escalação?!?!?
Sepultura tocando depois do Machine Head ano passado tb ñ conta. Sepultura já era: turnê européia recente, cujo headliner foi Benediction, apenas atesta isso.
Todo mundo aqui já sabe de minha admiração pelo Krisiun, uma das raríssimas bandas de heavy metal do Brasil (“metal nacional” é a puta q pariu) q faz MÚSICA ao invés de sonhar com o “sucesso”. Todo mundo aqui conhece a carreira de montes de bandas – me recuso a citar o Korzus de novo (ops!); citemos o tal Nervosa, q parece querer roubar o lugar deles – q tem como meta, ou estratégia equivocada de marketing, abrirem pra gringos. E depois detonarem o público (nós), por ñ estourarem. Por “pagarmos pau”. É mesmo?
Posso estar exagerando, mas Krisiun headliner, sem qualquer alarde marqueteiro – apenas pela única e legítima condição de banda – ñ parece qualquer bosta.
Um Feliz 1987 pra todos nós!