1987 FINALMENTE
Lembro de ter visto a cena num documentário, provavelmente aquele sobre a “cena” das Geraes: Sepultura fazendo abertura pra Venom e Exciter em 1986 e Max discursando sobre o “orgulho” q tinham em estarem ali, e q doravante qualquer um poderia acalentar o sonho de ter uma banda e fazer o mesmo.
[“doravante” e “acalentar”, sou eu dizendo, ñ o Max ahahah]
Etc.
Corta pra 2012. O show acima. Turnê iniciada ontem em BH (faz uma resenha pra nós, Rodrigo?), q passa hj por aqui e ainda terá Porto Alegre na escala. E parece q algumas datas fora do Brasil, igualmente.
Krisiun, Vital Remains e Malevolent Creation. Outras duas bandas brasucas abrindo. Krisiun HEADLINER.
A quem puder objetar sobre as bandas gringas nem serem de 1º escalão, até procede.
A quem quiser objetar q houve um Sepulfest uns anos atrás, até houve – mas com Nação Zumbi na escalação?!?!?
Sepultura tocando depois do Machine Head ano passado tb ñ conta. Sepultura já era: turnê européia recente, cujo headliner foi Benediction, apenas atesta isso.
Todo mundo aqui já sabe de minha admiração pelo Krisiun, uma das raríssimas bandas de heavy metal do Brasil (“metal nacional” é a puta q pariu) q faz MÚSICA ao invés de sonhar com o “sucesso”. Todo mundo aqui conhece a carreira de montes de bandas – me recuso a citar o Korzus de novo (ops!); citemos o tal Nervosa, q parece querer roubar o lugar deles – q tem como meta, ou estratégia equivocada de marketing, abrirem pra gringos. E depois detonarem o público (nós), por ñ estourarem. Por “pagarmos pau”. É mesmo?
Posso estar exagerando, mas Krisiun headliner, sem qualquer alarde marqueteiro – apenas pela única e legítima condição de banda – ñ parece qualquer bosta.
Um Feliz 1987 pra todos nós!
Rodrigo Gomes
15 de dezembro de 2012 @ 14:21
O Krisiun já abriu muito show gringo também, é normal. Igual por exemplo, se rolasse uma turnê no Brasil há uns 6/7 anos atrás do Angra, e tipo, um Vision Divine da vida, com certeza o Angra fecharia. É o mercado. Mas o Sepultura já fechou show com o Ramones aqui em BH, em 1994. Ou seja, conta o momento de “sucesso” que a banda atravessa. Por isso foi normal o Sepultura fechar um show com o Ramones em 94, e o Krisiun fechar uma turnê como essa aí acima exposta.
Quanto ao show daqui, foi legal, três shows curtos, mas teve bão. Como eu imaginava, pouco público presente. Evidentemente por conta do abusivo preço do ingresso (120 dilmas, mais caro que em SP e MUITO mais caro que em POA). Este que vos tecla trabalhou na produção de um show do Krisiun aqui em janeiro, e tinha muito mais gente que ontem, e era só o Krisiun, sem nenhuma outra banda gringa. Preço do ingresso na ocasião: 40 dilmas (sempre preço de inteira uso nessas comparações). Não precisa ser um gênio pra saber que o preço que eles colocaram afastaria o público.
Cena curiosa da noite aconteceu depois do Vital Remains ter tocado (foi a primeira banda), quando um tr00 chegou pra mim e perguntou: “o Vital já tocou?”. Quando falei que sim, ele sentou… e chorou! Nunca achei que veria coisa parecida. Da próxima vez que ele não se atrase pra ir a um show, pq pelo menos isso, estão melhorando na questão da pontualidade.
Marco Txuca
16 de dezembro de 2012 @ 02:13
O chororô final ñ aconteceria se ñ tivesse entranhada nas pessoas a pouca, quando ñ nenhuma, credibilidade em relação a bandas de abertura. Salvo engano, é momento pra maioria ficar ainda do lado de fora, manguaçando na rua. Mudanças deste tipo, se se derem mais vezes, terão q ter acompanhadas alguma mudança de mentalidade do público…
Bem lembrada esse “fechamento” do Sepultura pro Ramones. Mas certamente q houve pressões empresariais ou de apelo a público – na época o Sepultura freqüentava “top 10” de mtv… – jamais, merecimento. Tempos depois, houve um The Hellacopters, Sepultura e Deep Purple por aqui, no Pacaembu, nessa ordem, em q provavelmente os ingleses ñ cederam àlguma pressão de Gloria Sharon Osbourne Cavalera.
Fora isso, raríssima exceção isso. Vision Divine é banda de 5ª divisão: se tocar por aqui, até o Viper teria q fechar… Alguma banda brasileira headliner em Rock In Rio, Philips Monsters Of Rock ou Live N’Louder? Nem. E B.M.U., aquela falência descarada, ñ conta.
marZ
16 de dezembro de 2012 @ 07:54
Ja vi Slayer abrindo pra Slipknot nos EUA. Tambem acho que se deve tudo ao momento.
doggma
16 de dezembro de 2012 @ 12:17
Uma vez o Hetfield disse que foi fácil resolver isso quando fizeram aquela tour com o G’NR. Eles tocariam no mesmo horário em que estavam acostumados e os gunners também (no cu da madrugada).
Danzig já levou porrada (tá no YT) porque na última hora resolveu tocar antes da banda de abertura, que tocou pra quase ninguém.
O momento deve ser o principal fator (Ramones já abriu pro Rancid), mas acho que o costume, ou comodismo, das bandas conta muito também.
Rodrigo Gomes
16 de dezembro de 2012 @ 12:35
Raimundos tocou depois de um monte de gringo no Monsters de 96. É o momento. Igual o Guns que tocou depois do Judas no RIR, entre vários outros exemplos.
Marco Txuca
16 de dezembro de 2012 @ 19:48
Entendo o q todos estão colocando, e concordo, mas acho q ñ me expressei bem:
estou querendo dizer em relação à “cena” fajuta brasuca, q parece seguir a vocação “banda de abertura” inaugurada pelo Sepultura em 1986, q provavelmente ñ foi instaurada com intuito de se perpetuar.
* aquele negócio de, em 2005, a uma semana do show do Epica e Kamelot, enfiarem uma bandinha Hellion e o Kicu Loureiro na abertura, pra tirarem proveito do público q estava comprando fartamente os ingressos.
* aquilo do Korzus falar do “paga-pau pra gringo”, mas ter aberto pra Slipknot, Sepultura, Soulfly e o q vier q o Nervosa atualmente ñ esteja envolvido
* aquilo desse Nervosa, com uma demo recém-lançada, já ter no currículo duas aberturas pra gringo e comemorar no Facebook a abertura pra Destrúcho, já confirmada
* algo recém-acontecido, da volta do Viper ter tido como dos ápices da turnê a abertura pra Banda Beijo (sei pq tenho adicionado o Felipe Machado no FB). Por q ñ foram tocar no Japão ou ñ chamaram o Rhapsody Of Fire e Cuecão de Couro pra abrir show deles?
Philips Monsters teve monte de aberrações em ordem de entrada de bandas (Mercyful Fate e King Diamond às 3h da tarde foi o ápice da coisa), Helloween abrindo pra Raimundos, Skid Rosca abrindo pra Iron Maiden e etc. Mas ali era coisa corporativa, pensamento de gravadoras, sei lá.
****
Slayer abrir pra Slipknot fora, normal. Imagino q estrutura de shows lá fora seja assim, e ñ tenha sido nenhum vexame pra Araya e companhia o episódio. Profissionalismo aliado a momento. Turnê Judas Priest e Whitesnake (adivinhem quem abriu?) por aqui, o mesmo. Embora tvz tivesse dado no mesmo a ordem contrária.
Marco Txuca
16 de dezembro de 2012 @ 19:52
Sem ter a ver, mas sendo correlato um tanto:
a dominação do mundo pelo Shaamerda está começando!
http://whiplash.net/materias/news_832/169833-shaman.html
doggma
17 de dezembro de 2012 @ 11:16
Próxima parada, especial de fim de ano do Robertão. Aí já era!
Sobre o cerne do post, acho que a cena… desculpe, “cena” brasileira é tão historicamente complexa e equivocada em termos de atitudes fake e falta de infra básica para um circuito saudável de shows, que fica difícil analisar. Mas quando surge um grupo que tem a atitude correta, tanto de atitude (calar a boca e tocar essa guitarra) quanto de profissionalismo (são Músicos antes de tudo), o resultado é isso aí, estampado no cartaz do topo.
Por isso o Krisiun é foda, assim como o Sepultura foi um dia.
Gustavo - Overload
20 de dezembro de 2012 @ 13:01
E ae Txuca!
Quanto ao merecimento que você citou na resposta 2, isso não existe. É uma questão de mercado e pronto.
Abs
Marco Txuca
21 de dezembro de 2012 @ 22:05
Pois então, Gustavo, parece q Krisiun alcançou patamar (comercialmente falando) de ser maior q muita banda gringa – acho q Malevolent e Vital Remains são até 3ª divisão – o q nem o Sepultura por aqui chegou a manter.
Q é o q o amigo doggmático depôs, ipsis literis. Fosse eu dotado (ui!) de concisão mínima, o post seria apenas o q ele escreveu…