MASH-UP RAIZ
Em meados de 2000, fim dos 90’s, a ShowBizz era um simulacro ruim da antiga Bizz e algo quase próximo – mas mais hipster (O Rappa, RATM e Asian Dub Foundation no mesmo balaio?) – da Bizz noventista, de Barcinski, Miranda e Forastieri.
A edição 179 (mudavam nome e gerência, mas insistiam numa numeração inalterada/continuada) de julho de 2000 – atentem à data! – contém uma resenha do System Of A Down, de seu disco inicial, cometida por um certo José Flávio Júnior, q foi minha primeira resenha sobre os caras.
Provavelmente a primeira vez q muitos e muitas leram sobre a banda.
E q quebrei, abaixo, em 4 parágrafos pra ñ ficar o tijolo original.
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“FOTOCÓPIA BEM TIRADA
Imagine se alguém misturasse o som do Faith No More com o do Mr. Bungle e com o do Fantômas. Essa pessoa seria Mike Patton, certo? Errado. Tal proeza foi perpetrada por alguns malucos de Los Angeles, o System Of A Down, em seu disco de estréia.
Um quesito fundamental para orquestrar tal alquimia seria possuir um vocalista de excelente alcance vocal, que mandasse bem tanto nas partes melódicas quanto nas berradas. E não é que a banda tem isso? Serj Tankian, responsável também pelas letras, teclados e samples, canta maravilhosamente bem. Nas passagens pesadas, tira urros da garganta de deixar Max Cavalera com vergonha. Já na balada ‘Spiders’, música de maior sucesso do álbum (lançado lá fora em 1998), que chegou a entrar na trilha sonora de Pânico 3 e rola nas FMs roqueiras menos viciadas daqui, Tankian mostra seu lado ‘operístico’.
A estrutura das letras, registrando acontecimentos subseqüentes, também lembram Patton: ‘Eu tive uma experiência fora do meu corpo, um dia desses, o nome dela era Jesus’, começa ‘Suite-Pee’.
Considerado um dos grupos com melhor performance em palco na atualidade, o System Of A Down se destaca dos outros expoentes do novo metal, não só por ter como referência a esquizofrenia do ex-vocalista do Faith No More, mas por se posicionar politicamente e incitar seus fãs a pensarem. O encarte do álbum é todo permeado por frases que indicam uma conspiração mundial. Religiões, a CIA, a indústria tabagista e o governo americano são alguns dos alvos (fáceis). Funciona bem como marketing, pois é preciso ser muito jovem para engolir certos tipos de revolta“.
André
5 de janeiro de 2022 @ 22:02
Gostaria de compartilhar desse entusiasmo pela obra dos armênios, mas, não consigo. Perdi o bonde. Acho mais interessante a ideia de SOAD do que o SOAD em si. Com aquele baterista reaça ainda por cima, a coisa ficou desandou de vez pra mim.
marZ
6 de janeiro de 2022 @ 11:22
Peguei o bonde no começo, ainda nos States. Conheci no primeiro album e na época soava fresco e original. Depois foi virando hype, bombando nas rádios americanas. Cheguei a vê-los ao vivo 2 vezes, em 1999 e 2000: primeira vez abrindo pra Primus, segunda vez já estourados, atração principal com abertura de Incubus e Mr. Bungle. A super exposição queimou a banda, como geralmente acontece.
Marco Txuca
6 de janeiro de 2022 @ 21:03
A minha impressão duradoura é q a comparação FNM-SOAD (q a mim, sim, procede) nunca pegou.
Nunca vi fãs de FNM e Patton reclamando (ou ñ tanto o q reclamavam – com razão – de Korn), assim como nunca vi a molecada q aderiu com força ao SOAD discordar. Até pq eram maioria millenial e tvz achassem q o rock começou com o Foo Fighters.
Ou é tudo impressão minha?
André
7 de janeiro de 2022 @ 09:42
Sobre o rock ter começado com FF na cabeça desse pessoal? Com certeza.