MARCH ÖR DIE
Entendo quem desdenhe de “March Ör Die” por considerá-lo comercial em demasia, haja visto “Hellraiser” e “I Ain’t No Nice Guy” ainda serem os sons mais conhecidos. E é disco que parece conter alguma – compulsória? – reparação para com o maciço investimento (sem retorno em paradas de sucesso) que a Sony fez com o Motörhead no “1916” anterior.
Entretanto, a despeito dalguma acessibilidade também marcante na (ótima) versão de Ted Nugent (“Cat Scratch Fever”) e na hoochie coochiana “You Better Run” (anos mais tarde presente em trilha sonora do longa do Bob Esponja), tenho que os demais sons não foram devidamente apreciados.
Que o digam “Bad Religion”, onde Lemmy cospe em Deus – num outro Deus – e também no Diabo, e “Jack the Ripper”, hard rocks com culhão, razoável duração e trampo denso de duas guitarras, ou a positivista “Stand” que inicia o petardo (superior a muito livrinho de auto-ajuda por aí), ou ainda as “na cara” “Name In Vain” e “Too Good to Be True”.
Ah, mas é álbum lento. Sim. Penso que, fora pela vocação mais acessível da safra, também pela mudança baterística à época, resultante em Animal Taylor melancolicamente gravando seu último som com a horda (“I Ain’t No Nice Guy”, de participações a mim identicamente macambúzias de Slash e Ozzy), seu substituto Mikkey Dee ter estreado também num único outro (“Hellraiser”) e Tommy Aldridge, músico de estúdio e ex-tudo quanto é banda, ter gravado os outros.
Ah, mas a faixa-título, aparente continuação da faixa-título anterior (“1916”) não chega aos pés daquela. Questão de gosto, pra mim também não. Além disso, a capa nem é grande coisa, mas tudo bem.
Ouso dizer que “March Ör Die” talvez seja o disco que o ZZ Top jamais fez ou fará. Pior pros texanos. Não o considero o pior do Motörhead, como algumas pessoas apressadamente cravam – “Another Perfect Day” ainda me soa o “menos inspirado” – e me soa recomendação certeira de álbum para ser ouvido nalgum salão de snooker cheirando a cerveja e cigarro.
- Stand
- Cat Scratch Fever
- Bad Religion
- Jack the Ripper
- I Ain’t No Nice Guy
- Hellraiser
- Asylum Choir
- Too Good to Be True
- You Better Run
- Name In Vain
- March Ör Die
…
[originalmente postado no Exílio Rock em 3 de Abril de 2012]
Jessiê
27 de fevereiro de 2014 @ 00:51
Bastante Motorhead por estes dias, hum?
Na época que saiu lembro de ter pego cd emprestado de amigo pra saber se comprava ou não. Optei por não comprar achei muito inferior ao excelente 1916. Hoje pelos mp3s randomizados gosto de cat scratch fever (todas versões que ouvi eu gostei), bad religion, Jack the ripper e hellraiser as demais não lembro. Talvez mereça uma reouvida.
Recebeu meus e-mails? Mandei de novo o primeiro e mandei um segundo.
Tiago Rolim
27 de fevereiro de 2014 @ 20:49
Sou fã desse disco! Foi meu abre alas no reino de Deus!
Não conhecia nada anterior, e curti de cara. Depois fui atrás do passado e ja viu né? Fã eterno. MAs uma coisa me incomodou, não no disco, mas na postagem. Coisa pessoal e besta mas que não custa compartilhar: hoje peguei oInferno p ouvir no carro e me deu uma sensaçãoq ue o Deus maior vai morrer logo logo. E abro este valoroso blog e vejo esta postagem sobre algo do Motorhead. E tome maus pressentimentos de novo… Espero estar errado e que isso seja só uma viadagem dos de pouca fé…
Marco Txuca
27 de fevereiro de 2014 @ 21:36
Ñ foi planejada essa overdose, Jessiê… tanto q semana q vem, na quinta, posto outro disco motörhéadico nesse tipo de post enxuto. Foi uma “trilogia” q lancei no Exílio Rock em 2012…
Quanto a teus emails, os recebi. Ñ tive tempo (ainda) esta semana pra processá-los. Mas a resenha acho q posto sexta ou sábado, beleza?
Qual era o nome do zine q vc tinha nos anos 80, hum?
****
Tiago: teus pressentimentos estão longe da viadagem. Deus está morrendo mesmo: já vai o 3º braço de turnê cancelado… Uma hora é marcapasso, outra hora mal agüenta 10 minutos em pé (soube do Wacken ano passado?), outra hora sei lá o q…
A vida de sexo, drogas & rock’n’roll está cobrando a conta e o 10%.
Eu diria, pra soar otimista, q Lemmy ñ dura mais 3 anos. No máximo, mais um álbum. Fazer o quê…
Marco Txuca
27 de fevereiro de 2014 @ 21:39
Aproveitando tb o ensejo motörhéadico, deixa eu convidar os miguxos daqui de SP (Tiago, FC): a banda cover motörhéadica onde milito, o NO CLASS, tocará na próxima quinta-feira, 6 de Março, no Willi Willie, em Moema.
Conhecem? A partir de 21h30min.
Nunca convidei ninguém por aqui, ñ por truezice ou cuzice: apenas q tocamos em lugares em interior, ou relativamente inóspitos aqui na capital. Desta vez, será diferente. Exorcizaremos o Carnaval à base de muitos decibéis!!
Jessiê
27 de fevereiro de 2014 @ 22:22
Tranquilo, fiquei com medo de ter dado problema com os anexos.
Cachorro Bispo’zine. Eu tinha um flyer do Wolverine com garras em riste escrito em baixo “Escreva ou morra!”. Bons tempos, qualquer dia fotocopio as matrizes e te mando. Tenho as resenhas que saíram na Brigade, dynamite e afins.