TREZE
Por Jessiê Machado
Passado mais de um ano do lançamento de “13”, já podemos arriscar a pergunta O último trabalho do Black Sabbath é um clássico? Bem, o que seria um “disco clássico”? Esmiucemos.
Segundo o dicionário Michaelis, uma das definições de clássico seria a “… obra ou o autor que é de estilo impecável e constitui modelo digno de imitação”. Sem dúvida, uma ótima definição. Algumas pessoas atestam que para ser clássica, a obra também deve sofrer a influência do tempo. Sobreviver a ele. Uma afirmativa muito importante.
Pessoalmente separo a obra do Sabbath em 4 partes: 1) Clássicos Indiscutíveis – os 6 primeiros somados a “Heaven And Hell” e “Mob rules”; 2) Clássicos Discutíveis – “Born again” e “Dehumanizer”; 3) Bons álbuns – “Technical Ecstasy”, “Never Say Die!” e “Cross purposes”, e 4) Obras medianas – todos os demais. “Seventh Star” não é Black Sabbath, é um álbum do Iommi.
Novamente a indagação: o que faz um álbum de fato ser clássico? Boas músicas? Boas letras? Sonoridade? Gravação? Influência posterior? Acidente de percurso? Clima? Tempo? Certamente tudo isto e muito mais.
“Masters Of Puppets” é clássico indiscutível, mas “Death Magnetic” nem de longe. “Reign In Blood” nem se fala, mas “God Hate Us All”… Dois exemplos emblemáticos, onde o primeiro (dos recentes) tenta uma busca ao passado que o consagrou, enquanto o segundo uma nova sonoridade. Ambos sem sucesso, se comparado aos clássicos do passado. Duas fórmulas diferentes com resultados iguais.
Fica claro que fã de Slayer quer ouvir “Angel of Death”, “Jesus Saves” e qualquer coisa parecida, não quer outro tipo de afinação e experimentos. Também fica claro que Metallica pode fazer qualquer coisa, pois a banda dos 3 primeiros álbuns, ou até o Metallica que atingiu o mainstream com o quarto e quinto álbum jamais existirá, nunca será ouvido da mesma forma por mais que o som tente ser emulado.
Então não há segredo, porque “13” é muito bom e soa familiar desde o início. Apesar de Rick Rubin (pra bem ou mal), está tudo lá: “Black Sabbath”, “Children Of the Grave”, “Lord Of This World”, “Planet Caravan”… Riffs genuinamente iômmicos, Geezer sendo Geezer mais do que nunca e Ozzy… Pra Ozzy, haja tecnologia e quase narrativa ao invés de canto, mas funciona muito bem. E eles simplesmente não se importam se o álbum se chama “13” em 2013, se a capa é simples, se o batera não é Portnoy ou se deveriam fazer músicas mais acessíveis para um mercado que não os conhece.
Desta forma, “13” tem tudo para ser clássico e se juntar aos 8 grandes álbuns: clima, Sabbath em ótima forma, grandes músicas (em duplo sentido), Ozzy desafinado, mais do mesmo, do mesmo de que tem de melhor. Falta apenas o tempo e este sem dúvida será companheiro de “13”.
Colli
1 de agosto de 2014 @ 15:03
As definições de clássicos estão todas corretas, mas a característica mais marcante é a resistência ao tempo, e que é uma consequência das outras características, ou seja, se não tem boas composições, boas letras, ter um estilo próprio, não será clássico nunca, mesmo sendo um ótimo lançamento.
Atualmente é difícil ter um lançamento de um clássico, pois tudo já foi inventado e agora só resta a mistura.
São pouquíssimas bandas, mesmo as mais antigas e clássicas conseguem esse feito de lançar um álbum agora e em 2035 ainda ser admirado e comentado, como os álbuns citados no post.
Acredito, inclusive que esses álbuns citados, em 2035 ainda serão clássicos! Atemporais!
Não acho que 13 é um clássico. É um álbum mediano somente. Tem uma ou duas músicas muito boas o resto é meia boca.
Marco Txuca
1 de agosto de 2014 @ 20:21
“13” pra mim é clássico. Daqui a 1, 10, 15 ou 35 anos continuará sendo.
Tiago Rolim
1 de agosto de 2014 @ 21:31
O 13 é um bom disco. Nada além disso… Melhor que o esperado, mas longe de ser clássico…
märZ
2 de agosto de 2014 @ 04:46
Bom album. Quanto a ser ou não clássico, respondo daqui a 20 anos.
André
2 de agosto de 2014 @ 21:44
Uma das definições de “clássico”:
“Considerado como um modelo do gênero: obra que se tornou clássica.
Conforme com um ideal, com as regras ou com os usos estabelecidos.”
13 possui todos os elementos dos clássicos Sabbathicos. É um conjunto de boas músicas(algumas, nem tanto)que não apontam novos caminhos. Reafirmam. Estilo é repetição. Por isso, ele pode ser considerado um clássico do BS, na minha opinião.
Jessiê
2 de agosto de 2014 @ 22:39
Colli mediano em nível de quais álbuns da própria banda por exemplo?
Tiago “melhor que o esperado” pra mim é a melhor definição de 13 a primeira ouvida. jamais imaginei que o Sabbath, principalmente com Ozzy, poderia render frutos tão bons.
André tenho uma visão igual a sua já é clássico dentro da discografia da banda e acho que provavelmente se tornará um clássico dentro do metal com o tempo. Ao menos todos os elementos pra isso tem (além dos citados Iommi doente, volta de Ozzy, morte do Dio).
Achei que minha separação discográfica seria polêmica, pelo visto nem tanto. 13 que me parece mais discutível do que achei que seria.
Jessiê
3 de agosto de 2014 @ 00:45
Colli achei o vídeo do Helloween Live in Köln 1992. Assista é muito bom. E quem curte o pink bubbles e o Kiske em forma veja também https://www.youtube.com/watch?v=vILAdjGmfaU
Rodrigo Gomes
3 de agosto de 2014 @ 16:57
OFF – Savatage foi tema aqui uns dias atrás, e eis que a horda anuncia a “volta” para uma participação no Wacken em 2015.
Marco Txuca
3 de agosto de 2014 @ 21:06
Jon Bolívia amigão, vai liberando uns trocos pros camaradas…
Colli
4 de agosto de 2014 @ 08:02
Jessiê. Se for fazer uma comparação entre os álbuns do BS para mim o 13 certamente é pior.
Jessiê valeu!! Já tinha desistido de procurar.
Marco Txuca
4 de agosto de 2014 @ 17:03
Nossa, pior q “Technical Ecstasy” (q eu gosto), “Never Say Die!” e “Reunion”? Acho “13” muitíssimo acima desses…
märZ
4 de agosto de 2014 @ 22:34
Com Ozzy:
1. Sabbath Bloody Sabbath
2. Paranoid
3. Black Sabbath
4. Sabbotage
5. Volume 4
6. Masters Of Reality
7. 13
8. Nver Say Die
9. Technical Ecstasy
10. Past Lives
Colli
4 de agosto de 2014 @ 23:07
Briga dura entre 13 e Technical Ecstasy para ser o pior.
Jessie
4 de agosto de 2014 @ 23:43
Na minha qualificação do texto, hoje, “13” está atrás de Dehumanizer. Daqui 20 anos certamente caminhará bem mais.
Andei reouvindo Tyr e forbidden que são os que acho pior e até me agradou mais que na época. Eu acho technical ecstasy muito superior a estes dois que pra mim estão no degrau mais baixa na escala sabbathiana.
Colli curtiu o vídeo? marZ você também que curte hell antigo com Kiske vale a pena assistir. muito bom.
Colli
5 de agosto de 2014 @ 07:54
Jessie, curti sim! Assisti ontem.
Não lembrava que o baixista era tão bom.
Show muito bom. Me parece que foi feito para um programa de TV. Bem legal!!
Faça
7 de agosto de 2014 @ 01:51
Concordo com a opinião de alguns colegas aqui: o “13” é apenas um bom álbum do Black Sabbath, mas com ares de “excelente” apenas por ser (o novo) “retorno” dos mestres mostrando como se faz um som de forma decente, principalmente pra essa nova leva de bandas que tá por aí e tem influência descarada deles. Ao meu ver, entre os influenciados e o original, eu acabo preferindo o original mesmo.
Se ele é “clássico” ou não, acho que só o tempo dirá. O disco saiu ano passado, sequer deu pra passar pelo mínimo do “teste do tempo”, tá até meio “fresquinho” (no sentido de ‘novidade”, só pra deixar bem claro, haha). Daqui a algum tempo é que realmente saberemos se ele é digno deste título ou não.
Em tempo: também acho que ele fica bem atrás do “Dehumanizer” se fosse pra “ranquear”.