VALE e Ñ VALE 1,90

Respectivamente

carnal-forge-hangar-10291

“Please… Die!”, Carnal Forge, 2001, Century Media

e

carnal-forge-hangar-01

“Infallible”, Hangar 18, 2009, Dynamo Records

.

O Carnal Forge é banda de q tinha escassas referências, q ñ o nome (como ñ simpatizar com gente q tem nome de som do Carcass?), a capa, q achava interessante – eu meio q já tinha visto e quase comprado “Please… Die!” alguma vez – e de ouvir falar fazerem um mistão thrash/death.

Minha cópia do álbum é daquelas promocionais da gravadora, de capinha-envelope de papelão q se dá pro povo das revistas e zines ñ raro basearem-se no release q consta atrás pra formatar resenha… Release cuja função é exagerar um tanto, elogiar as virtudes, propalar a quebra de barreiras a q a banda em questão – supostamente – se propõe. Trecho memorável, citando o revival de thrash em voga e o ilustre patamar das bandas pioneiras, diz: “Older generals may have formulated the original battle plans, but it’s youth that always leads the charge”, pra puxar a brasa pros caras.

Ñ chega a tanto, e ñ é q o álbum é ruim: sua maior virtude e defeito é cometer aquele tipo de “thrash sueco”, a mim deturpado, de formações como o At the Gates e, um tantinho, o The Haunted. Só q um tantinho mais pesado e ríspido. O trampo baterístico é rápido, mas demasiado reto (referência brasuca seria o Claustrofobia), sem tempero nem variação (embora seja aqui mais rude, por culpa dos 2 bumbos, q o dos suecos outros citados) ou viradas, e os sons se sucedem sem variações – é daqueles discos q caso ouvido distraidamente, se perde a noção exata de em q faixa se está – e sem dinâmica: inexistem alternâncias de andamento significativas (breves partes a la In Flames eu ñ conto), partes sem bateria (pra destacar as outras), ou com guitarras limpas, e de vocais diferenciados.

Maior defeito acho exatamente o mané cantante chamado Jonas Kjellgren, q passa o tempo todo gritando (graças tb ao Pro Tools), achando ser isso expressividade e requisito-mor de agressividade autêntica. Ñ é, e cansa. Fica parecendo aqueles emo screamo. Enche o saco lá pela 5ª ou 6ª faixa, das 12 curtas e grossas (nenhuma chega a 4 minutos) q existem.

Pra baixar, recomendo três: “Hand Of Doom”, “Fuel For Fire” e “Please.. Die! (Aren’t You Dead Yet)”, com bom trampo guitarrístico (nisso pra mim tb melhores q o ATG e os assombrados), q se juntadas as melhores partes, riffs e bases, dariam (menos) músicas bem melhores. É disco q vai ficar na estante pra eu ouvir uma vez por ano – pra conferir se é realmente bom ou ruim, ou se fiz juízo apressado dele aqui – e ñ me doeu no bolso gastar R$ 1,90 nele. Tvz valha até gastar uns 5 contos, ou baixá-lo se o tempo de download ñ exceder meia hora.

#####

“Infallible” é realmente infalível em duas coisas, a meu ver: a 1ª, em agradar em cheio a quem já é fã do Hangar 18. Disco muitíssimo bem produzido, conduzido por músicos assaz gabaritados e, mesmo o encarte copioso (daqueles tijolões cheios de página difíceis de serem colocados de volta na caixinha) causa boa impressão, ainda mais nas fotos, com os sujeitos todos trajados parecidos, logotipo da banda preponderando, e meio acertando em vender os caras como uma BANDA, e ñ um projeto do baterista estrela, tampouco disco solo de baterista com músicos de apoio, no q pra mim é a 2ª bola dentro aqui.

No entanto, ñ achei um disco bom (mesmo admitindo q o comprei pra falar mal. Embora tenha nutrido tênue – e vã – expectativa por surpresa positiva com o material), e creio poder opiná-lo de modo isento, por desconhecer por completo qualquer som/disco anterior (3, já?) q tenham cometido. Pq é álbum q vejo tentando atirar pra muitos lados, perdendo em coesão.

Tem os sons pesados, sim pesados, mas com passagens q Chatovarius, Helloween fase Deris/Küsch, o Dream Theater em seus momentos mais light e a brigade band matriz Franga já cometeram mais q uma vez. Tem som de toques AOR, as três baladas por regime de cota, e tb os bônus (cover lado b de Queen, “’39”, e cover de 14 Bis, “Mais Uma Vez” – ! – com participação do Roupa Nova – !!) de intenção desbragadamente comercial: tvz tocar em trilha de novela, como já ocorrido com o Shaamerda. Falando de implicâncias claras: “Based On A True Story” tem um “here I am” repetido q ñ consegui dissociar daquele cover chatonildo – “Turn the Page” – perpetrado pelo Metallica anos atrás, enquanto “Handwritten” tem linha vocal agressiva q vejo bastante calcada na de “Humans Being” do Van Halen.

O vocal (Humberto Sobrinho) é bem bão e expressivo, mas desnecessariamente afetado nalguns momentos – coisa certeira pra banda de metal melódi-cu propriamente dita – e o trampo do tecladista (Fabio Laguna) achei digno, destacado nas timbragens. No entanto, juntar músicos fodões e produção requintada ñ significa bom disco, insisto.

Mesmo o tão decantado estilo do Aquiles – de quem tenho birra pelo exagerado merchan de às vezes ocupar ¼ das páginas de revistas mensais de bateria – sutilmente comparece: parecendo q, a despeito de ser o dono, produtor, letrista e co-autor de todos os sons (“Based On A True Story”, exceção, é só dele), resolveu tocar algo menos, jogar mais pro “time”. “Infallible” penso ser o tipo de álbum desnecessário – pois a ñ-paga paus nada traz de especial, interessante ou novo – e redundante (o mundo realmente precisava de mais um disco de metal melódi-cu, ainda q pesado e tecnicamente irrepreensível?) q gastar R$ 1,90 nele me fez lamentar ñ ter comprado figurinhas do álbum da Copa no lugar.

****

CATA PIOLHO CLXXXI – maior curiosidade q a semelhança entre os solos de guitarra de “Subdivisions” (Rush) e “New Year’s Day” (U2) – distintos entre si apenas pelo da 2ª música ser tocado duas vezes – é o fato de constarem em álbuns lançados quase na mesma época: 1982 (“Signals”) e 1983 (“War”)…