10 ANOS DEPOIS…
.. o q ficou?
.. o q ficou?
Parte 3 dum ctrl c + ctrl v à moda antiga q venho fazendo de Modern Drummer Brasil recente (# 167), de matéria de capa e entrevista com Tomas Haake (Meshuggah):
MD: Vocês possuem verdadeiros fãs seguidores, e bastante exigentes, sempre esperando algo novo em termos de som e tecnicamente. Como lidam com isso para compor um novo álbum?
Haake: Isso não é algo em que realmente pensamos quando compomos. Escrevemos músicas para nós mesmos. Quero dizer que tentamos achar algo que soe bacana para nós, e que esperamos, ao fazer isso, que também vá agradar nossos fãs!
MD: Vocês são uma banda que usa a tecnologia como ferramenta de trabalho, e estão sempre um passo à frente nesse quesito. Sobre o Drumkit From Hell, como foi o processo para elaborar esse sample?
Haake: Na verdade, a idéia veio de Fredrik Thordendal (guitarrista da banda), já que ele (e todos da banda) queria uma ferramenta melhor para programar as linhas de bateria, procurando obter sons programados com uma sonoridade mais realista. Ele se juntou a Mattias Eklundh (co-fundador da Toontrack) e Daniel Bergstrand (produtor e engenheiro do estúdio Dugout) e esses caras foram os que geraram o primeiro Drumkit From Hell. Meu envolvimento foi apenas o de “tocar os tambores” para esta gravação dos samples, bem como reunir diversos modelos de pratos para este fim.
MD: Quando vocês relançaram o Nothing, gravaram a bateria com um sampler e o Catch 33 foi totalmente feito usando baterias programadas e também samples do Drumkit From Hell, certo? Na mixagem do obZen, do Koloss e do The Violent Sleep Of Reason, vocês usaram algum tipo de sample? Como lidam com isso no processo de mixagem?
Haake: O álbum Nothing foi todo gravado com baterias tocadas ao vivo. Mas você está certo sobre o Catch 33. Para este utilizamos linhas programadas, sem baterias gravadas ao vivo. Para o obZen e o Koloss gravamos a bateria, mas alguns sons foram substituídos com samples. Por exemplo, lembro q em obZen havia um prato que detestamos como soou na mix, então mudamos seu som para o de outro prato da biblioteca de sons do Toontrack.
Em The Violent Sleep Of Reason usamos bateria gravada em tudo. Sem substituir sons, sem samples, apenas a boa e velha forma de gravar com tambores acústicos, microfones etc. Então, não houve essa “busca pelas melhores sonoridades ou a combinação com samples“, como você colocou.
Agradeço a Crom muitísssimo pela graça alcançada de ter assistido o Meshuggah.
Como ranquear elementos e/ou fatos bizarros num show do Meshuggah quando o show do Meshuggah, per se, já é condição suprema de bizarrice?
Difícil, mas escolho como mais bizarro o meu ñ entendimento duma coisa: os caras Ñ CONTAM antes de entrarem as músicas. Contagem em chimbau, contagem de baqueta, palhetada rítmica, os caras um olhando pra cara do outro (mal se olham durante o show) e acenando um início, vocalista contando… Nada. Simplesmente cada um dos sons (excetuando o 1º) simplesmente começava do nada.
Sensação fantástica de explosão sonora. Abrupta, ríspida. De Big Bang a cada vez. Impressionante mesmo. E q só entendo se alguém me disser q os sujeitos tocam usando ponto eletrônico, ou metrônomos sincronizados, nos ouvidos. Todos, juntos.
***
O público presente me chamava atenção numa coisa: monte de marmanjo (tinha umas mulheres tb, q ñ eram majoritariamente companheiras dos tr00) barbado. Carecas barbados, sujeitos de cabelo curto barbados, cabeludos barbados. Pensei na heresia de chamar os suecos, por aqui, de “Los Hermanos do metal“. Putz, ñ!!!
Até me cair a ficha da IDENTIFICAÇÃO: monte de nerd realmente fã da banda, deixando no ar um clima de assombro e de incredulidade: mais ou menos o q percebi no show do Nile, anos atrás. Pessoas ñ acreditavam, mesmo vendo, pulando, abrindo roda, filmando pro You Tube e bradando as letras – !!!! – q o Meshuggah estava ali. Parecia mentira q aqueles suecos estranhos e barbados (todos) estavam ali no palco.
Parece incrível até agora pra mim.
Outro fato constatado por estes ouvidos parcialmente surdos e pelas retinas q a doação de órgãos haverá de (re)distribuir: o som estava simplesmente PERFEITO. Parecia o dvd “Alive”, q a posteriori me fez crer pouco ter havido de ajustes, Pro Tools, triggers, Autotunes ou outros aditivos sonoros. Os caras realmente tocam aquele som: Tomas Haake, MONSTRO, senta a mão daquele jeito, bate nos pratos com estardalhaço daquele mesmo jeito (montes de sons conduzidos em china!), comprime os bumbos ostensivamente como poucos, e sem qualquer embolação com baixo e as guitarras de 8 (OITO) cordas afinadas em G.
Puta q pariu. Trouxeram o técnico de som próprio. Felizmente ñ ficamos reféns dos técnicos locais, q fariam merda com aquele ouro (e adamantium) todo.
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=Ay62nUjgLYA[/youtube]
A interação, por outro lado, foi escassa. Tirando Dick Lövgren, o baixista com cara de sono, q nalguns momentos (num som só) retribuiu sorrisos e mostrou-se estupefato em ver a galera cantando as letras – e alguns riffs – ñ se viu a cara do guitarrista Mårten Hagström, e pouco as de Fredrik Thordendal e de Haake, envolvidos q estavam em seus instrumentos. Provavelmente calculando radiciações e derivadas enquanto tocavam ahah
Ñ importa: ninguém daria a mínima se os caras usassem camisas da Seleção, contassem piadas ou tentassem ser simpáticos. São suecos, caralho. E deviam estar com calor. Avaliar simpatia é coisa pra concurso de Miss Universo, e esses caras ñ são nem deste… Vocalista Jens Kidman mandou um “tudo bem?” uma única vez, e só fica lá na frente pq tem q ser – mais ou menos – um frontman. E berra o tempo todo do mesmo jeito, na mesma intensidade. Pra bem e pra mal.
Foram 13 sons, predominantemente dos recentes “Koloss” e “obZen”, sem maiores preocupações em oferecerem “melhores momentos” da carreira por estarem no Brasil pela 1ª vez, e tal. Pesquisando, constatei ser o mesmo repertório da maioria dos shows feitos por eles em 2013, ao menos desde setembro. O som é caótico e único, mas ñ permite improviso. (Exceção: abaixo). Reconheci apenas 3, “I Am Colossus”, “New Millennium Cyanide Christ” (o “hit“) e “Lethargica”, um grindcore em contratempo, pq ainda ñ me considero um xiita, como os tantos diplomados e pós-graduados de plantão ali presentes. Estou assimilando cada vez mais o som da banda, suficientemente pra ter me embasbacado com tudo.
Comparando, num exemplo: ñ superou o Accept, mas por muito pouco. Por conta do repertório, do carisma e da devoção aos germânicos. O monte de gente se acotovelando, abrindo roda e fazendo pula-pula tb me encheu o saco, e parte disso se deu pq o Carioca ñ lotou; fiquei bem próximo do palco, mais pro lado do guitarrista Thordendal.
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=mez5jHcVVF0[/youtube]
A surpresa imprevisita bizarra final veio no bis: após 1h15min de som e saída do palco discreta, voltaram tocando “Future Breed Machine” A PEDIDO do público. A banda ñ tem tocado este som este ano, tocariam 2 temas do “Catch 33”, e mesmo o vocalista chegou a dizer ñ saber se lembraria do som. Lembraram. Tocaram. Foi como cometerem mais 3 gols numa partida q já ia a 5 a zero. Memorável. Apoteótico.
O setlist eu fotografei (com celular – e vai ficar uma bosta se eu postar) e é repleto de numerações e códigos: provavelmente as fórmulas de compassos compostos adotadas com maestria pelos xaropetas – tentarei reproduzir abaixo. Houve bandas de abertura, uma com certeza (Third Ear – q mal vi, achei um new metal morno) e, aparentemente antes, aquela banda q eu acreditava encerrada e q se vendia como o “Meshuggah brasileiro“. Dum baterista q tocou no “Slayer brasileiro” num disco e desfilava pelo ambiente, assim como colegas seus devidamente uniformizados, pra colherem elogios e tirarem foto pra Facebook alheio.
Saído do Carioca, começava lá na rua mais um show do Test, q é banda q tenho q criar vergonha na cara e resenhar “Arabe Macabre”, disco fodido de grindcore em português baseado em Lovecraft. E rumei ainda incoerente e bizarro, antes de pegar o metrô pra casa, comprando uma camiseta do Megadeth.
Voltei meshuggado pra casa, e todo o resto daquele sábado à noite me ficou totalmente irrelevante. Deve ter sido do mesmo modo com tanta gente meshuggada, atordoada e impactada. Meus 2 neurônios fizeram pilates, step, musculação e jogaram queimada ali no Carioca, por vezes ao mesmo tempo. Tomara q voltem.
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Setlist:
[X8 “Swarm” 5, 7, 4, 3, 5] [02 “Combustion” 2, 5] [01 “Rational Gaze” 1, 5] [00 “obZen” 7, 8, 7, 3] [03 “Lethargica” 1, 4] [04 “Do Not Look Down” 1, 3, 5] [05 “The Hurt That Finds You First” 1, 2, 3] [07 “I Am Colossus” 1, 5, 2] [05 “Bleed” 1, 5, 4] [00 “Demiurge” 1, 5] [03 “New Millennium Cyanide Christ” 1, 5] [09 “Dancers to a Discordant System” 3, 5, 2] – bis: “Future Breed Machine” no lugar de [06 “Catch 33” 1, 5, 3, 2]