PAUL BOSTAPH É GENTE Q FAZ

O post de agora pode ser tido como complementar a um perpetrado em 19 de Agosto último, intitulado “Paul Bostaph, Headbanger”, q contemplava uma matéria sobre ele na edição da Modern Drummer Brasil à época.

Agora é sobre ele igualmente, mas em matéria da Batera & Percussão (a publicação concorrente/co-irmã), de fevereiro último (edição 136), com Lars Ulrich na capa.

E q eu pinço uns trechos a mim chamativos pela HUMILDADE do cara. Segue:

(falando sobre o Forbidden, nos 80’s)

Foi minha primeira banda séria. Antes, eu já tinha tocado com algumas outras, mas nenhuma delas suficientemente comprometida com a música. Havia nelas tvz um único cara q levava o negócio a sério, enquanto os outros estavam mais interessados na fama, no sucesso e coisas desse tipo. Mas eu queria uma banda q se preocupasse em tocar num pequeno clube com microfones e amplificadores de verdade na frente de uma platéia real – sem me importar se essa platéia era formada por ñ mais do q 10 pessoas. As pessoas com as quais eu vinha tocando queriam apenas fazer umas jams na garagem enquanto se entupiam de cerveja, mas meu objetivo nunca foi esse. Eu queria beber cerveja numa turnê – aí, sim, a coisa faria sentido!”

(falando sobre encontrar ídolos)

“Em 2006, no Ozzfest, pude sentar-me na mesma mesa com o Bill Ward, do Black Sabbath, e conversar com ele. Batemos um papo de 30 ou 40 minutos e ele é um dos sujeitos mais legais q já conheci, uma pessoa realmente especial. Se vc me perguntasse qual foi o auge da minha carreira, eu diria q foi aquela conversa com o Bill. Eu ficava ‘dublando’ o Bill, ouvindo os discos do Black Sabbath, antes de ter uma bateria. Nunca pensei q um dia teria a chance de sentar-me para conversar com ele. Foi uma das experiências mais memoráveis da minha vida”.

(sobre a própria carreira)

“… é engraçado, mas eu nunca paro para refletir sobre essas coisas. Acabo me lembrando disso apenas quando as pessoas vêm me pedir autógrafos depois dos shows. Começo a assinar os discos, mas sempre tenho a impressão de q gravei no máximo uns 2 álbuns! Por algum motivo, ainda parece q eu sou novo nesse negócio, realmente ñ sei por quê. Acho q é aquela coisa de estar aqui, agora, e ñ pensar muito no passado. Mas quando chega algum fã mais dedicado chega para mim com todos aqueles discos e, depois de algum tempo, ainda está faltando um monte pra eu assinar, penso: ‘Ñ é possível, eu gravei mesmo todos esses discos?!!’…”

bostaph_playinga

(e por fim, como no post anterior sobre o cara, citado, há a pergunta final, tb capciosa, resultante de editor de revista de bateria, q é sempre saudosista – como comentarista de futebol, por vezes tão xiita quanto – de tempos antigos em q os bateristas eram magnânimos, em detrimento de hoje, q só se ‘toca rápido’)

Pergunta – Vc acha q os bateristas de metal mudaram muito desde os dias gloriosos do Slayer e do Testament? Houve evolução ou eles só ficaram piores?

Bostaph disse – “Ficaram muito, muito melhores. Acho interessante q hoje se chame o nosso estilo de extreme metal drumming. Antigamente era apenas thrash drumming. De qualquer forma, temos atualmente todos esses bateristas extremos e eles estão realmente elevando seu nível a olhos vistos. Antes, essa forma de tocar era meio nova, por isso, caras como Gene Hoglan, Dave Lombardo e Pete Sandoval se destacavam, eram heróis.

Vc colocava um disco com o Pete Sandoval tocando e pensava: ‘Minha nossa!’ Ñ tinha como ñ se impressionar. As gravações feitas por todos esses bateristas passaram no teste do tempo e, agora, os músicos mais novos têm os discos deles como referência. Eles crescem tentando tocar aquele material e muitos conseguem, fazendo com q o estilo se desenvolva a um novo nível de excelência.

Às vezes, temos q tocar com bandas q possuem esses bateristas extremos na formação e eles começam a tocar a 200 bpm, destruindo tudo. Aí, eu subo no palco e começo a fazer meus grooves a la AC/DC, imaginando por q as pessoas ainda perdem tempo de vir me ver tocar (risos). Os estilos são diferentes, mas é bom perceber q há um interesse genuíno por ambos. Quando converso com esses bateristas, eles me dizem: ‘Adoro o jeito q vc toca’. Eu eu respondo: ‘Tá louco? Eu é q queria poder tocar tão rápido quanto vc’. Enfim, a velha guarda e a nova guarda podem aprender uma com a outra e isso é ótimo”