“PEGANDO PESADO”
Salvo engano, foi em dezembro de 1987 ou janeiro de 1988 q li, na finada Bizz, uma iniciativa assim. De juntar figuras ilustres do rock brasileiro (João Gordo incluído) pra discutir os estilos, o potencial comercial, as gravadoras etc.
2012 chegou e acho VEXATÓRIO q nenhuma publicação da “nossa” “imprensa” metálica jamais tenha articulado o q a Modern Drummer Brasil fez na edição de janeiro último (comprada semana passada): juntou 7 bateristas iminentes do metal brasileiro pruma mesa-redonda, geradora de densa matéria de capa de 12 páginas.
Da qual copio aqui alguns momentos, limados os hermetismos mas ñ as pérolas, a meu ver bastante reveladores, pra discussão e deleite.
Satisfação adicional de ver um velho conhecido, Vlad Rocha, colaborador há tempos da revista, entre os articuladores da conversa – o outro é um certo Christiano Rocha. Ñ te pedi autorização, mas tô copiando, Vlad!!
DEBATEDORES REUNIDOS:
- Aquiles Priester [ex-Franga (q ele ñ gosta de citar, hum?) ex-quase-Dream Theater, Hangar, Vinnie Moore e montes de bandinhas imaginárias]
- Elóy Casagrande [novo queridinho. Moleque q tocava com André Chatos até outro dia, tocou no Glória no Rock In Rio e deu em nada, agora militando no Sepultura]
- Fernando Schaefer [ex-Korzus, Rodox e Endrah, Pavilhão 9, The Silence e Treta]
- Jean Dolabella [ex-Udora e Sepultura, Indireto]
- Ricardo Confessori [ex-Korzus, ex e atual Franga, ex e atual Shamerda, ex-Shaaamerda]
- Rodrigo Oliveira [ex-Carrascos, Korzus]
- Max Kolesne [Krisiun]
–
I. ÍDOLOS
Vlad perguntou: “A maioria dos grandes nomes da bateria do metal brasileiro está aqui, mas e os gringos? Quem são ‘os caras do metal?
Rodrigo Oliveira: Dave Lombardo.
Dolabella: Dave Lombardo, Vinnie Paul, tem tantos…
Aquiles: Tommy Aldridge.
Max: Pete Sandoval.
Rodrigo: Deen Castronovo.
Max: Derek Roddy, Nicko McBrain – um cara que usa um pedal só de forma extraordinária.
Aquiles: Scott Travis.
(…)
II. METAL ATUAL
Vlad perguntou: “Como anda o metal atualmente?”
Aquiles: Acho que o cenário está bom para as bandas de fora. O dólar baixou e todos vêm tocar aqui. O Rush demorou a vir ao Brasil e teve o maior público deles. Iron Maiden também teve seu maior público em 2009, em um show individual da banda. A cena de metal existe no Brasil, mas infelizmente não para as bandas brasileiras. Falta o brasileiro entender que para a cena ser forte e para que nossa música seja respeitada, é preciso dar mais apoio às bandas que estão aqui.
Dolabella: Isso é um problema sério em tudo. Existe muita diferença no tratamento do povo brasileiro com alguém que é de fora. Só pelo cara ser gringo, nossa… ‘É gringo, então é bom demais’. Enquanto não houver uma virada nesse pensamento, será difícil.
Max: Mas acho que o Brasil tem um público fiel, independente do que está na moda. Tem esse lado também, de as pessoas acompanharem determinada banda em diversos locais. Mas, claro, isso não vale para a grande massa.
Rodrigo: Mas mesmo fora do mainstream. Na Europa você vê bandas que tocam para 100 pessoas e quando vêm ao Brasil, tocam pra 1500. As bandas não são nada lá, mas aqui são endeusadas.
Aquiles: E muitas vezes as bandas vêm com playbacks. Ja vi casos em que a voz já estava rolando e o vocalista nem estava no palco ainda. De um tempo para cá o metal ficu muito pasteurizado. Você ouve um disco e fala: ‘Isso aqui é muito legal, mas preciso ver ao vivo’.
III. MÚSICO BRASILEIRO
Vlad perguntou: “O aeroporto ainda é a melhor saída para o músico brasileiro ou não é bem assim?”
Confessori: No sentido de sair para trabalhar, ganhar em dólar, é uma boa saída. Mas sair e voltar.
Max: Primeiro o cara tem que conhecer bastante o Brasil, fazer um público e depois pensar lá fora. Acho que tem gente que põe a carroça na frente dos bois. Tem banda que fez meia dúzia de shows aqui e já está pensando em tocar no exterior.
Confessori: Trabalhar fora é muito mais organizado. Você tem horário para passar som, para entrar no palco, para acabar. Aqui muitas vezes isso não funciona. Então você gosta do jeito que se trabalha lá e queria que aqui fosse assim. E não funciona. Às vezes você vai tocar em alguns lugares no Brasil e já pensa que ‘ih, lá é crítico, hein?’. A verdade é que a Europa, o Japão e os EUA são lugares que funcionam.
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=2QHMQjH17aw[/youtube]
IV. BARREIRAS (BUROCRÁTICAS) NO EXTERIOR
Vlad perguntou: “Quais são as maiores barreiras para o músico brasileiro se dar bem lá fora?”
Aquiles: Eu me ferrei para conseguir o visto para fazer o teste com o Dream Theater. A banda mandou 3 ou 4 cartas recomendando, mas mesmo assim foi difícil.
Dolabella: Isso porque mandaram uma carta…
Aquiles: Eu tive que sair de São Paulo e ir ao Recife conseguir o visto. Entrei em uma fila de espera enorme. O tempo acabando e eu me preocupando com isso. Em vez de ficar praticando, tinha de resolver isso.
Schaefer: Para conseguir o visto de artista tem um detalhe. Se você fala que é um baterista brasileiro de metal, que pode tomar o lugar de um baterista americano de metal, eles fazem jogo duro. Você precisa dizer que é um baterista brasileiro que vai lá tocar samba e mostrar a sua cultura.
Max: Para o visto de trabalho, tem também o lance da petição. A agência que contrata os shows do Krisiun envia uma petição, informando que a banda ficará por determinado tempo lá. Isso facilita um pouco.
(…)
Dolabella: Para quem não toca em uma banda conhecida e está saindo para tentar a vida lá fora, acho importante falar que quando fui para lá, em 2001, com minha banda e morei 5 anos em Los Angeles, fui com essa idéia de morar em uma van e ter um subemprego. Uma coisa muito perigosa é o lance do consumismo. Ele te engole. (…) Você chega lá e arruma um subemprego. Aí ganha uma grana e compra um computador. Só que aí você já pensa sobre a banda e diz: ‘Ah, vamos ensaiar só na 4ª’, e o tempo vai passando (…) Então você passou do limite, comprou tudo o que quer, mas não consegue fazer nada com a banda. Fica o tempo todo trabalhando e já não tem cabeça para chegar em casa e pensar em fazer um som com a banda. Isso é algo que deve ser levado em consideração para quem está pensando em ir. Não caia nessa. Quando for sair, vá com um objetivo bem definido na cabeça. Porque se a coisa começar a desandar, melhor vir embora antes de cair no limbo.
V. RETORNO/MONITORAMENTO/SE OUVIR, OUVIR A BANDA
Vlad pondera e pergunta: “A idéia desse encontro também é mostrar como funciona o dia a dia de vocês. As pessoas podem pensar muita coisa que não é. E, mudando um pouco de assunto, como vocês fazem o monitoramento?”
Rodrigo: Uso in-ear e monitor, porque se “der pau” no meio do show, o monitor segura. Quem me ensinou isso foi o Aquiles. Ele perguntou se eu era louco de usar só in-ear. Teve um show que fiz no Centro Cultural e, no meio dele, falhou um lado, e na outra música falhou o outro. A casa caiu. Fiz o show lembrando como eram as músicas. Depois disso comecei a usar in-ear e monitor.
Dolabella: Comecei a usar in-ear ano passado e fiz uma turnê de 5 meses seguidos. Usei aquele com o molde do ouvido, que você manda fazer. Gostei muito, mas chegou uma hora em que comecei a ficar meio cismado. O in-ear deixa tudo muito limpo, mas para tocar metal, pelo menos para mim, fica faltando algo. Meu maior problema é que não queria ficar surdo, pois é o que estava acontecendo. Você já toca alto, a banda toca alto e o monitor está alto. Isso em uma seqüência de 20 shows sem parar. Uma hora eu ia ficar surdo. Por isso me forcei a usar o in-ear, mas não consegui me acostumar (…) voltei para o monitor e usei uma proteção auricular, com o mesmo molde do in-ear. É um protetor de ouvido com um filtro de som que diminui as freqüências. Ele só abaixa o volume e não veda tudo.
Aquiles: Uso subgrave, caixa de 3 vias mais o fone. Sempre peço para o técnico me mandar um canal com os 2 bumbos e todos os tons e surdos. Não peço caixa nem over. Meu fone é in-ear, mas não é feito com molde. Então ele vaza um pouquinho.
Christiano Rocha – “Mas no monitor tem baixo, guitarra…”
Aquiles: Não. Só a bateria. Escuto o resto do palco. Não coloco nem voz principal.
Rodrigo: No show peço guitarra e voz, mas baixo não. Ele já sobra no palco. No estúdio só escuto o metrônomo.
Christiano Rocha – “Você decora a música e grava.”
Rodrigo: Sim.
Schaefer: Mas quando a composição é mais elaborada, tem mudança de andamento, é embaçado tocar sozinho.
Rodrigo: Mas já faço os mapas do metrônomo antes. No estúdio não quero ouvir nada.
Schaefer: Eu uso “monitorzão” mesmo e protetor de ouvido. Procuro alertar os bateras de que usar proteção é primordial.
Elóy: Sempre toco ao vivo com metrônomo. Uso in-ear só com o metrônomo e o resto no monitor.
(…)
Max: Sou old-school. Uso monitor normal, com bastante bumbo, guitarra, voz e um pouco de baixo, dependendo da situação. Uso protetor de ouvido daqueles de farmácia mesmo.
(…)
marZ
15 de fevereiro de 2012 @ 07:57
Você digitou isso tudo copiando da revista? Amazing.
Jairo
15 de fevereiro de 2012 @ 09:38
Melhor comentário.
Max: Sou old-school. Uso monitor normal, com bastante bumbo, guitarra, voz e um pouco de baixo, dependendo da situação. Uso protetor de ouvido daqueles de farmácia mesmo.
Louie Cyfer
15 de fevereiro de 2012 @ 10:07
Grande matéria. Deveria ser tomado como exemplo em outra revistas.
Não sei se foi alfinetando ou não, a maneira como apresentou o Eloy, mas te digo uma coisa, esse muleque é sobrenatural pela idade q tem.
Não sei se já viu a apresentação dele como “revelação mundial abaixo 18 anos num festival da Modern Drummer” (ele tinha 14!!!!):
http://www.youtube.com/watch?v=1ysTZnl-O7I
É de chorar….
marZ
15 de fevereiro de 2012 @ 10:35
Eloy, brilha muito no Sepultura!
Christiano Rocha
15 de fevereiro de 2012 @ 12:47
Olá, Marco (acertei?)
Muito bacana você ajudar a divulgar a matéria. Os músicos brasileiros agradecem (e precisam de todo o apoio possível).
Aqui é o “certo” Christiano Rocha. Assim como o Vlad (que foi meu aluno ao longo de alguns anos, e virou um grande amigo), colaboro na MD Brasil. Apesar de não tocar em uma banda de metal, respeito muito o estilo, tanto é que sugeri fazer a primeira mesa-redonda da revista justamente com o pessoal do metal. Além disso, mesmo sendo prego no estilo, tive a sorte de trabalhar com um pessoal do segmento de metal e rock (o saudoso Wander Taffo, Andreas Kisser [na trilha sonora do filme Bellini e o Demônio], Stuart Hamm, Andre Matos, Rafael Bittencourt; o Edu Ardanuy tocou no meu disco etc.).
Tentamos (o Vlad e eu) fazer a matéria com mais gente, como o Amilcar (que estava em turnê) e o Iggor, mas não teve como.
Quanto ao Elóy (que também é meu aluno), discordo que o trabalho com o Gloria “deu em nada”. Independente de gosto, a banda teve um belo up grade com o Elóy, que tocou com eles num festival representativo (Rock in Rio) e gravou algumas faixas do disco novo (que nem sei se foi lançado). Na verdade, ele não é o novo queridinho, pois o Elóy vem se destacando – em âmbito mundial – desde 2006, quando papou o Modern Drummer’s Undiscovered Drummers Contest, que é um concurso da Modern Drummer gringa (tem no YouTube). Concordo com o “Louie Cyfer” e com o “marZ”. Enfim, o cara é “embassado”. De quebra, é extremamente humilde, ou seja, faz-se merecedor de todo o sucesso que tem.
Valeu a força, meu velho!
Forte abraço
Marco Txuca
15 de fevereiro de 2012 @ 12:58
märZiano: Foi na mão, sim, a cópia. Vez ou outra ressuscito meu curso de datilografia ahah
***
Quanto ao tal Elóy, assumo a birra: pode tocar pra cacete, coisa e tal, mas já tá quase mais rodado q o André Chatos. E o q André Chatos legou para o mundo?
Amigos: tocar bem ñ é requisito definitivo pra muita coisa. Importa é neguinho ralar, saber compor, integrar-se a uma banda tendo alguma assinatura. Na minha opinião.
No q ligo com os piores comentários: os do Aquilo Presta?
– só ouve a bateria (o resto da banda, por alto, do palco) no retorno. Explica muito do FIASCO do teste no Dream Theater
– q fez questão de mencionar sem ninguém perguntar (a pergunta era sobre as dificuldades de tocar fora, ñ sobre dificuldades DELE para viajar pra fora) sobre ñ ter “praticado” suficiente pra audição pq teve q ficar indo atrás de passaporte
Queria mesmo era ter um criado q fizesse. Mas é um sulafricano radicado no Brasil, com o rei na barriga e legado pífio. Teve q fazer ele mesmo. Se foder ele mesmo.
****
Comentários do Max, acho os melhores, disparado: neguinho com frescura de foninho no ouvido moldado pessoalmente pra fazer show… de abertura de gringo?
Como a parte em q fala de existirem bandas com 6 shows nas costas q já ficam viajando em carreira internacional. “Conhecer o Brasil primeiro”, sim!
***
É outro nível de coisa, mas fui tocar sábado com a banda cover em Mogi-Guaçu, 200km daqui, com a bateria no carro.
Fomos em 2 carros, levando instrumentos e amplis tb. Tudo no porta malas e embaixo do braço. Sem roadies: montamos, tocamos, desmontamos. Sem desaforos. Trocamos idéias com a galera, super receptiva e conhecedora de Motörhead. Ouvimos do pessoal e do dono do bar (O Profeta Pub Rock) q voltaremos breve!
Pernoitamos num hotelzinho barato, pra daí poder descansadamente voltar os 200km. Ganhamos 650 reais, previamente combinados e cumpridos. Deu e sobrou pagar as despesas. Pergunta: quanta banda de som próprio ñ conquistaria público (e mercado) adoidado se fizesse esse tipo de coisa?
Ñ querem. Querem confete. Querem foninho no ouvido e gente q vá providenciar documentação. Querem van, hotel caro, roadie e toalhinha no backstage. Ñ trocam idéia com a galera na beira do palco, nem vendem o cd levado no porta luvas. E aí segue a “cena imaginária”…
Rodrigo Gomes
15 de fevereiro de 2012 @ 12:59
Azedo!
guilherme
15 de fevereiro de 2012 @ 13:39
“Amigos: tocar bem ñ é requisito definitivo pra muita coisa. Importa é neguinho ralar, saber compor, integrar-se a uma banda tendo alguma assinatura. Na minha opinião.”
Maior verdade do mundo. E Max mandou muito bem.
Marco Txuca
15 de fevereiro de 2012 @ 15:20
E tb o Dolabella, ñ? A parte sobre o “consumismo q engole” muita gente poderia refletir.
Louie Cyfer
15 de fevereiro de 2012 @ 15:39
Olha Txuca, esse lance de birra q vc tem com algumas pessoas/Bandas é um lance muito particular seu… hahaha… O Eloy entrou pro seleto grupo junto com Korzus e afins… sei lá… acho q vc leva a sério demais as vezes (azedo 2 – a revanche) e acaba anulando as coisas bacanas que os mesmos podem oferecer.
Qto ao lance de ralar… velho, vamo desencanar disso. Tocamos com PoisonGod em Janeiro agora em Minas Gerais (Valadares) e o cara havia acertado combustível e Hotel pra gente. Chegamos lá e o cara (gente boa por sinal) soltou a pérola: “Então… o hotel é a minha casa!! Vcs e as outras Bandas podem ficar de boa lá”. Não brigamos, nem achamos ruim… entendemos a dificuldade do cara em fazer o evento e bancamos nosso proprio hotel. O Show foi legal pras tipo 80/100 pessoas q apareceram e saímos com bagatela de R$ 70,00, q foi o q o cara pôde conseguir. Estávamos em 3 carros e viajamos por volta de 4 horas pra chegar lá.
O q digo é q, imagine quem vive (ou tenta) de música, ensaia todos os dias, lançam disco, divulgam, tem gasto com estúdio, abre empresa, contrata roadie, tem CONTRATO PRA SHOWS, resumindo, apesar da cena pífia (e inexistente) tenta levar a coisa um pouco a sério. Eu não acho errado que os caras queiram tudo numa qualidade melhor, se eles FIZEREM por onde.
Não estou dizendo q é certo estarrar alguem por isso ou aquilo, mas pleitear algo de melhor para Banda é sinal de evolução para a maioria q pensa somente em ficar no lugar comum.
E com certeza esses caras já passaram por muitos perrengues iguais aos nossos.
Marco Txuca
15 de fevereiro de 2012 @ 15:54
Louie, uma certeza: “se eles FIZEREM por onde”.
Uma dúvida: “já passaram por muitos perrengues iguais aos nossos”.
–
Gente q SEI q rala: Claustrofobia, Krisiun e Golpe De Estado. (Violator, dizem, ñ sei). Montes de discos nas costas, vão na raça.
Tocaram, inclusive, num monte de biboca onde já toquei. [Novo Aeon, em Interlagos; Billa Rock Café, em Ferraz de Vasconcelos; cidade de Carapicuíba]. Onde o agradecimento muitas vezes (e às vezes, sacanamente) era um tapinha no ombro e um “valeu, véio!”. Mas tvz ñ pra eles, q devem ter ganhado o da gasolina e uns comes e bebes.
Carapicuíba é uma cidade aqui na Gde São Paulo, com todo respeito, muito feia e pobre. Toquei num boteco lá em 2007 ou 2008 (já ñ mais existe), q o dono veio falar comigo q o Korzus e o Acquaria vieram querer oferecer show.
Ñ o Korzus e nem o Acquaria pessoalmente, mas o agendador. E “topando” tocar por 2 mil reais. Num boteco q sujeito suava pra nos dar 50 conto pra gasolina. Nada feito!
Minha birra é ver (e é como eu vejo, de repente pode ñ ser a real) montes de mauricinhos q querem fazer SUCESSO (e rápido!), ñ música. Q querem ostentar técnica de foca amestrada, mas ñ sabem tocar se ñ tiver foninho no ouvido. Q se sentem desaforados por gravar cd e NINGUÉM comprar!
Ñ é favor gostar de banda. Ñ é obrigatório q gostemos de banda brasileira, pra apoiar o metal nacional. (Nem a Ditadura Militar foi tão reaça quanto esse pensamento retroalimentado por aí, inclusive por parte da “mídia” metálica nacional).
O pobrema maior é estrutural. SEI q veículos de porte, como whiplash e Roadie Crew têm a figura do colaborador. Sujeito q rala, resenha, traduz coisas de fora e ñ GANHA NADA. Ganha “divulgar” seu trabalho.
Pra quem?
SEI de muita gente abnegada q traz show gringo pra cá, medindo com propriedade o tamanho (pequeno) do local de show, pra ñ ficar com TANTO prejuízo. Deveriam era ñ fazer. Pq depois vira um bando de gente rancorosa com ódio do “público”.
O “público”, do qual somos parte, ñ é idiota. Ñ vai gostar da maioria das bandas nacionais q é derivativa do pior do q há lá fora, ou q aposta em “focas amestradas” q dão em nada. O Max foi bem diplomático ali na parte “Metal Atual”, fugindo do mimimi boçal dos outros frustradinhos. Ñ a toa, Krisiun está onde está. Monitor na cara e protetor auricular laranjinha (3M) de farmácia.
Enquanto os outros ficam discutindo a injustiça de querer viver de metal no Brasil e ñ conseguir. Ñ vão conseguir!
Gustavo - Overload
15 de fevereiro de 2012 @ 17:45
Txuca, sobre o seu post falando do show em Mogi, só um detalhe: é MUITO mais fácil para uma banda nacional cover agendar show e ganhar um trocado. Uma banda underground de som próprio, com um ou dois CDs na bagagem, se fode muito mais.
doggma
15 de fevereiro de 2012 @ 19:32
Sobre a iniciativa da Bizz, foi na edição de fevereiro de 1988. Foi uma mesa redonda com os mais bem-sucedidos artistas do pop rock nacional da época (Renato Russo, Herbert Vianna, Paulo Ricardo, Charles Gavin, Nasi, etc) – mais o João Gordo, então um punk pobre, sujo e agressivo.
Apesar da leitura extensa e da evidente bagunça na condução da parada, vale a pena.
http://cache.sharenxs.com/images/wz/cabc/ah/ac/bf/bf/bizz_001.jpg
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Apesar do Gordo fazer as vezes do Kolesne nesse debate, foi do Carlos Maltz (baterista do Engenheiros) a missiva mais atordoante. Tinha papas na língua não o cara…
Marco Txuca
16 de fevereiro de 2012 @ 01:16
Maravilha, doggmático, grato!
Agora ñ preciso achar a Bizz velha lá na estante. Recomendo a leitura a todo mundo tb.
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Quanto à tua objeção, Gustavo, concordo e discordo:
– concordo no q se refere às condições: procurar show em boteco tem q se adquirir malícia de negociar equipamento (às vezes ter uma bateria meia boca, pelo menos pra ñ ter q ir tanto equipo no carro) e até cachê. E se tem q ter HUMILDADE de se chegar no lugar com espírito de ser a 1ª vez, ñ levar montes de penetra de graça e ñ encher a cara no bar, entre outras condutas queima-filme bastante comuns
– discordo no sentido de q as bandas TÊM Q SE VIRAR. Parar de sustentar atravessadores (como as tais “assessorias de imprensa”. Agregam o quê?), ou de pagar gente q se diz promotor de show e apenas faz pegar telefone e ligar pra boteco de amigos.
Tem q abrir mão do foninho moldado à orelhinha delicada de cada um e tocar com Marshall nas costas, Meteoro do outro lado do palco e MUITO ENSAIO pra superar lapsos auditivos num palco.
E como eu comentava antes, bandas como Claustrofobia, Golpe de Estado, Violator (dizem) e Krisiun se dispõem a fazer essa “estrada de peão”. Outra idéia é botar uma meia dúzia de cover no repertório – e daí engolir algum orgulho e birra contra bandas cover (acho ridículo q ainda exista isso!!) – ou coligar com banda cover, abrir pra alguma delas.
Isso vai muito tb do q eu acho, de banda de metal ter q deixar de achar q GRAVAR CD é alguma coisa. É porra nenhuma! Grave seu cd, sua demo, mas divulgue na internet, use myspace, Facebook, na linha de tentar criar DEMANDA e EXPECTATIVA pra q um dono de boteco “deixe” q sua banda abra pruma cover etc.
Tá rolando isso aqui no fim de semana, no Manifesto: banda de som próprio abrir pra banda cover. (Ñ lembro nomes). Parece melhor do q gastar dinheiro abrindo pra banda gringa e depois cuspir q o “público” só lambe o gringo. Ação tem q harmonizar com as idéias.
Jairo e Louie têm bandas de som próprio, ótimas e com ótimos lançamentos (ainda ñ comprei de nenhum deles…) e sabem bem o q é isso. E ñ parecem esmorecer. Quer sucesso fácil/rápido, vá tocar axé ou pagode.
****
Em suma essa lenga-lenga toda minha (e de meu comentário anterior aqui): alguém imagina as bandas de alguns dos ilustres participantes da mesa-redonda citada fazendo algo do tipo?
Ficam alimentando situações viciadas e estéreis e conquistando público nenhum. Exceto o Krisiun.
Tocaram em Carapicuíba certa vez, já com “Works Of Carnage” ou “Bloodshed” (ñ lembro) lançado, num festival cujo headliner foi o Massacration (!?!?). Estavam ligando pra ego, status, umbigo? Provavelmente ñ, e provavelmente muita gente ali daquela cidade (da qual muitíssimas bandas tidas como “grandes” ou “médias” do “metal nacional” jamais se dignaram a ir tocar) nos dias seguintes correram à Galeria comprar cd dos caras.
Trabalho árduo, de formiguinha. Ñ agüenta, pede pra sair!
Jairo
16 de fevereiro de 2012 @ 07:00
Cara, já tocamos num boteco em Carapicuiba que foi um absurdo de público, muito louco.
Com toda essa peregrinação pelo underground e os trilhões de bandas que existem por aí, se você quer ter um nome que ultrapasse qualquer limite, o primeiro a fazer é conquistar público e isso é só tocando em tudo que é buraco, já que música no MySpace todo mundo tem, há que se fazer chegar a música ao ouvinte através de show e venda barata de CD, como o Txuca disse, criando a demanda haverão “compradores” para o show.
Um exemplo do que fazemos é antes ou depois do show, ao invés de esperar as pessoas virem até nós comprar CD, pegamos o CD na mão e vamos oferecendo num preço legal pra todo rockeiro que está no show, o resultado tem sido excelente, vendemos TODAS nossas cópias do primeiro CD, necessitando prensar mais (alguém aí gostaria de lançar? XD).
A banda é uma marca, tem que tratar todo o processo como uma empresa para conseguir num futuro distante ganhar cache com som próprio e respeito do público.
Gustavo - Overload
16 de fevereiro de 2012 @ 09:59
Concordo 100% que o caminho para qualquer banda formar público é encarar as roubadas, tocar em boteco, etc. O que eu quis dizer é que 95% das bandas nacionais (autorais) sonha ganhar cachê de R$ 650,00, porque a realidade é bem diferente.
E já que estamos discutindo tudo isso (aliás, as discussões aqui no seu blog são sempre ótimas), acho que algumas posições suas levam uma certa birra ou preconceito mesmo. Já vi o Eloy (não o conheço, mas tenho amigos em comum com o moleque, e todos dizem que ele é muito gente fina e muito humilde) tocando com uma outra banda dele no Manifesto pra pouca gente, enfim, ralando mesmo.
Gustavo - Overload
16 de fevereiro de 2012 @ 10:03
Continuando as divagações, estou há alguns anos nesse meio e já vi situações ridículas, tipo banda nacional que mal saiu das fraldas chegando pra tocar com produtor, roadie e um monte de aspone, enquanto o headliner gringo se portava com muito mais simplicidade.
Sobre bandas cover, confesso que eu tenho certa birra e acho meio bizarro uma banda autoral tocar antes da cover, para meia dúzia de gato pingado (bizarro no sentido artístico, porque pelo lado “business” da coisa pode até fazer sentido).
Louie Cyfer
16 de fevereiro de 2012 @ 10:20
A grande sacada hj pra mim sobre Banda é a seguinte:
-Toco porque GOSTO!
-Toco Metal pq GOSTO e POSSO!
-Se fosse viver de música teria tmb de tocar axé, sertanejo, baiano e o diabo a quatro… pra sobreviver dignamente.
-Ainda bem q todos na banda estão (bem) empregados, pq senão ia dar merda (na outra banda q tive, basicamente foi pro saco por causa disso).
-Não espero sucesso imediato (e nem sucesso…hehe).
-Me sinto feliz qdo alguem diz q curtiu o disco, show ou qq lance relacionado com a Banda.
-Sei que muitas tranqueiras ainda virão, se puder evitá-las melhor, senão paciência.
-O lance bacana ainda é viajar, tomar umas, se divertir e qdo acabar o show todo suado, olhar a cara de satisfação dos outros da Banda.
-Tamo ficando velho pra isso? Pode até ser q sim, mas foda-se. Amamos essa porra e pronto.
Jairo
16 de fevereiro de 2012 @ 20:32
Exatamente como me sinto Louie.
Marco Txuca
16 de fevereiro de 2012 @ 23:43
Assino embaixo o q Louie tb depôs. E com sangue do dedo mindinho. No entanto, isso ñ significa aceitar qualquer coisa: penso na junção dos depoimentos dele com o do Jairo.
O boteco em Carapicuíba, cara, era o S.U.B.??
Em 2003, fui tocar em Barretos com banda cover de Metallica (Lethal – tocávamos só até o “And Justice”), q estava começando trabalho autoral – na real, fizemos só 1 som. Gravamos o som próprio ao vivo de ensaio + “Escape” (ou “Leper Messiah”) com uns errinhos. Pra levar lá e nos divulgar. Já tínhamos tocado no lugar 6 meses antes e sido muitíssimo bem recebidos.
A grana q se arrecadou com os cd’s (copiados em cdr e com capa simplona, de fundo preto e logo da banda, por mim recortadas à mão) deu pra pagar a parte do baixista no estúdio e parte de sua parte no rateio da van, q levou a gente e mais duas bandas daqui até lá.
Ñ tivesse a banda acabado, teríamos público garantido pruma 3ª vez, e com o som próprio. Detalhe: cd’s 90% vendidos tb antes de subirmos ao palco.
A moral da estória é q cd ou vc leva embaixo do braço e vende baratinho, ou dá logo de graça duma vez!
***
Gustavo: tenho me surpreendido, fora receptividade óbvia com a banda cover, com o povo no interior ÁVIDO por material próprio. Nos perguntavam quando começaríamos a fazer som próprio. Existe demanda. O perfil de público aqui na capital é BEM diferente. Pra pior, inclusive.
Num 1º momento, soa sim bizarro banda própria abrir pra cover. Mas dono de boteco – essa é outra lição q aprendi inabalável – ñ contrata banda pq é boa, ruim, ou pq faz cover de banda q ele gosta. (Até tem uns tipos bizarros assim). Contrata banda q rende PÚBLICO e q segura galera no lugar bebendo.
Temos feito com o NO CLASS intervalos, inclusive incentivando a galera a sair da beira do palco e ir tomar cerveja. Banda ñ toca em boteco por caridade, toca pra dono ganhar dinheiro. Se a banda fizer tudo direitinho, e ñ queimar filme (vide um comentário meu, aqui, anterior), ganha credibilidade, cachê e outras vezes pra tocar de novo.
Essa nossa banda cover fez o show número 150 sexta-feira passada. E ñ é pq toco como Mikkey Dee. Ñ mesmo.
***
Quanto ao preconceito com o tal Elóy: é sim. Assumo. Troquei idéias no Facebook com o Vlad Rocha, q tb me atestou do moleque ser gente finíssima.
Então tomara q vingue tocando, ou sendo baterista de workshop, ao invés de supostamente mal entrar na “cena” glorioso pq é meio foca amestrada.
Segue o papo!!
guilherme
17 de fevereiro de 2012 @ 10:34
Se tem um ponto em que eu acho que as bandas brasileiras vão mal é na divulgação online. Acham que basta uma notinha no Whiplash e só.
Não vou citar o fato que as bandas precisam sair, dar a cara a tapa e fazer muitos shows, isso todo mundo sabe, mas hoje todo mundo precisa divulgar o que tá fazendo através da internet.
Tá cheio de site oficial incompleto, sem datas de show, sem notícias, com links quebrados, fotos deletadas e etc. Nos dias de hoje não dá pra aceitar isso. É a principal ferramenta de divulgação pra bandas no mundo todo, major ou indie.
Hoje, tem o Bandcamp que é usado por 99% das bandas independentes americanas e europeias. Tem o Spotify, Purevolume, tem o aplicativo BandPage no Facebook, MySpace, YouTube. Temos lojas de música no UOL, Terra e agora iTunes Brasil.
Não tem grana pra manter um servidor e um site oficial? Não sabe como criar websites ou blogs no WordPress? Beleza, nem todos sabem, mas cria uma fan-page no Facebook (e instale os apps de BandPage e TourDate) e no Orkut e atualize as pessoas por lá.
Crie um perfil no Twitter, no Tumblr, na casa do caralho, mas tenha alguma coisa pra mostrar pras pessoas depois de fazer um show.
Artistas major fazem isso, porque não as nossas humildes bandas brazukas?
Marco Txuca
17 de fevereiro de 2012 @ 12:35
Porque FALTA HUMILDADE, guilherme. E FALTA NOÇÃO.
Bandas preferem torrar o carro novo do papai pra abrir pra gringo, e dar em nada. Bandas preferem gravar cd, achando q o público vai cair do céu lambendo aquele lançamento fantástico.
Gustavo falava de “situações ridículas”. Cito duas:
* Show do Slayer por aqui em 2007 (2006?), turnê “Christ Illusion”. Um certo Ungogly abriu. Ultra mega super supimpa revelação black metal brasileira. Deram cd de graça aos 100 primeiros q chegaram (dizem – ponto pros caras); na hora do show, via-se amigos (ou roadies, ou aspones) dos caras no palco, com câmera e tirando foto.
Parecia bando/banda de nego deslumbrado com aquilo tudo. Ñ demorou a ocorrer da banda “dar um tempo” (putz) pq o vocal, ou guitarrista (na verdade, o dono com grana) resolveu priorizar sua vida de corredor de kart. Fizeram o sucesso q quiseram, daqui 10 a 15 anos voltam “gloriosos” graças a alguma parte miguxa da mídia metálica. E provavelmente abrindo pra gringo.
* banda de amigos nossos, ninguém conhece: Ministério da Discórdia. Estão há quase 1 ano gravando. Por q tudo quanto é banda no heavy metal acha q “gravar” é alguma coisa?
Ñ têm ainda um site oficial, ñ procuram show direito (pq, oras, estão gravando!) e, tirando a provável puta satisfação de terem o material otimamente registrado, darão em nada se ñ forem atrás. E quando arrumam show, ou tocam com o NO CLASS, vocalista “divulga” no whiplash quando falta 2 ou 3 dias…
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Por q será q qualquer banda hardcore ou punk com 6 meses de atividade já tem cd embaixo do braço, faz show adoidado (com outras bandas em esquema de “união” de verdade – ñ os esquemas de festival de 10 bandas de bandas true, q a última a tocar toca só pra ela mesma, já quando está amanhecendo) e às vezes até algum esboço de carreira gringa?
Só um pessoal no metal acha q Crom ou Odin descerão à Terra pra ajudar. Pra garantir um “reconhecimento merecido”. Merecido por onde, q ñ no mundinho imaginário tosco??
Louie Cyfer
17 de fevereiro de 2012 @ 15:24
O cenário Hardcore é infinitamente mais unido e munido de inteligência e abrangência cultural. Realmente é um lance a parte q o metal infelizmente nunca terá.
O lance de domínio na net é absurdamente barato e só não faz quem quer. É coisa tipo R$ 100 a cada dois anos, lance assim.
Txuca, ficar um ano pra gravar é coisa de Metallica (se dar ao luxo disso)… Agora dizer q gravar não é importante, eu discordo. É sim, mas não aquelas gravações porcas q soam como se estivessem quebrando pedra no liquidificador. E tmb não adianta gravar sem ter onde mostrar. Uma coisa precisa da outra.
Mas foda msm é Banda q tira onda de carreira longa, dá show de 6 em 6 meses, não tem site, e nada gravado decentemente. Existem os quilos desse modelo.
Marco Txuca
17 de fevereiro de 2012 @ 20:36
O cenário Hardcore é infinitamente mais unido e munido de inteligência e abrangência cultural. Realmente é um lance a parte q o metal infelizmente nunca terá. [2]
Quanto a gravar, Louie, concordo contigo: mas 1 ano gravando, sendo banda q ñ é nada (com todo respeito aos caras) é preciosismo demais. A frustração q resultar (se ocorrer) tb vejo q será GIGANTE!
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Mas foda msm é Banda q tira onda de carreira longa, dá show de 6 em 6 meses, não tem site, e nada gravado decentemente. Existem os quilos desse modelo. [2]
Vamos dar nomes aos bois? Genocídio, Scars, Ancesttral, Viper (q ñ sei se morreu mesmo ou ñ. E aquele dvd de “20 Anos”. Quando ficaram 10 parados). Apesar dalguns desses terem sites e coisas gravadas decentemente. Mas vc estava falando de bandas q nem brecha ao sol obtiveram, né?
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E pra voltar à pauta da matéria, um trecho-depoimento do Confessori em dado momento:
“Já tive alunos que o pai chegava e me perguntava: ‘E aí, como é que tá o garotão? Já dá pra montar a banda? Meu outro filho, o baixista, já falou que está meio no ponto. Já estou com o dinheiro para investir’. É outra visão”.
Jairo
20 de fevereiro de 2012 @ 11:19
Dois dias atrás tocamos em Pouso Alegre, acabamos o show e saímos a oferecer os cds pra cada rockeiro que aparecesse na frente ou que falasse no show.
R$ 5,00 e leva um cd prensado, lindo. 14 cds em menos de 10 minutos (eram os últimos da prensagem).
Então, além de cache que já pagou viagem e ainda sobrou dinheiro, vendemos um monte de cds e a galera vai ouvir com calma em casa e ter a banda na memória.
Bandas underground deveriam fazer isso, por experiência própria, que adianta tocar pra 1000 pessoas, vender o cd a 15~20 reais e 2 ou 3 só levarem?
Marco Txuca
20 de fevereiro de 2012 @ 18:47
Esse é um ponto bem sacado, Jairo, e com o qual eu concordo em teu comentário anterior: banda é uma marca, q TEM Q ser divulgada.
Cd, então, é um MEIO, ñ um FIM. Só vejo isso nas bandas de metal brasuca: esse fetichismo em achar q gravar cd é o fim do processo. É só um recomeço pra mais ralação ainda. E vender a 5 contos mesmo.
Junto isso a um dos depoimentos do Louie, no qual me encaixo tb: tem q ter trampo, plano b, pra ganhar dinheiro e se sustentar.
Pra cobrir eventuais roubadas de cachê nulo em show, falta de fundos em caixa de banda (isso é sagrado onde eu toco: cachê ñ dividimos entre integrantes; vai prum caixa a cobrir ensaios, gasolina, pedágio, gravação etc.), gastos com prensagem de cd, banners, cartão, camiseta. Viver de banda de heavy metal no Brasil?
Q eu saiba, atualmente, só o Krisiun consegue. Ralando.
Jairo
20 de fevereiro de 2012 @ 19:50
Temos uma conta também, onde cada um “paga” um tanto mensal e com isso podemos investir em mais material, além de todo e qualquer cachê também é depositado na conta.
Não da pra viver, mas ao menos quando começa a cobrir os gastos já dâ um ânimo maior.
Jairo
20 de fevereiro de 2012 @ 19:51
Lançar CD é a ponta do iceberg, a partir daí é que se sai pra fazer turnê e divulgar o mesmo. É só olhar o que toda banda gringa de sucesso faz.
Marco Txuca
20 de fevereiro de 2012 @ 20:15
Dá um PUTA ânimo, Jairo, ñ ter q tirar grana do bolso pra sustentar banda. Fora q aniquila qualquer acomodação: procurar show passa a ter mais foco. De tempos em tempos, libero (sou o caixa turcão) umas partes pra cada 1 de nós.
No No Class ainda temos o bônus de sermos trio…