BLACK PRIEST IN CHAINS
por märZ
11.11.18 – Km de Vantagens Hall, Rio de Janeiro
Era para eu ter perdido esse show. Mas pelo mesmo motivo de ter conseguido ir no Cavalera Bros, eis que fui parar no Rio de excursão para ver Judas Priest, Alice in Chains e Black Star Riders. Um line-up um tanto inusitado, alguns poderiam dizer, mas não vamos esquecer q o AIC excursionou ao lado de Megadeth, Anthrax e Slayer nos anos 90, um pouco antes da fama. E, honestamente, eu acho a variedade um ponto positivo, se for pra ver 3 ou 4 bandas numa mesma noite.
Quem abriu os trabalhos foi o Black Star Riders que, para quem não sabe, é o que sobrou do Thin Lizzy com outro nome. Verdade que o único remanescente dos velhos tempos é o guitarrista Scott Gorham, mas o hard rock que fazem deixa claro o DNA famoso. No vocal, um quase conhecido chamado Ricky Warwick, que alguns devem se lembrar como guitarra e cantante do grupo irlandês The Almighty, que fez um certo barulho nos anos 90. Show certinho, bons músicos, mas não chegou realmente a empolgar, a não ser quando tocaram “Jailbreak” e “The Boys Are Back in Town”, da banda matriz.
Em seguida veio o Alice in Chains. Eu já os havia visto antes, no SWU de 2011, em local aberto e debaixo de chuva. E o que mais me lembro desse show foi exatamente o incômodo provocado pela chuva, mais nada. Desta vez, foi diferente. A casa de shows em questão (onde já havia visto Placebo em idos tempos, e o Scorpions mais recentemente) é pequena, com capacidade máxima de 8 mil pessoas e estava com a lotação quase total. O som estava perfeito, bem equalizado e na altura certa, o que beneficiou muito a performance do AIC. Hit atrás de hit, dando uma geral na carreira inteira (exceto os EPs), para delírio dos presentes. O que mais me chamou a atenção foi o PESO na distorção de guitarra de Jerry Cantrell, especialmente nas canções pós-volta. O chão tremia. Tinha hora que parecia banda sludge ou stoner, e não me surpreenderia se começassem a tocar algo do Bathory ou Celtic Frost. Show impecável e emocionante.
Fechando a noite, veio o Judas Priest com seu show de costume. Não mudam quase nada há anos, mas dessa vez a novidade era a presença de Andy Sneap na guitarra, substituindo Glenn Tipton. Também deram uma geral na carreira, mas como possuem muitos álbuns, não dá para agradar todo mundo. Quanto à performance, Halford continua gritando muito, mas já há tempos vem demonstrando cansaço. Normal, com a idade que tem. Sneap parece ainda meio tímido no palco, meio deslocado. Os solos foram quase que monopolizados por Richie Faulkner, com exceção nas canções do novo álbum, “Firepower”, o que para mim reforça os boatos de que Tipton não compôs nem gravou nada no disco, e sim Sneap. É possível.
Show do Judas é sempre divertido, mas algo me incomodou bastante: a altura do som. Estava quase insuportável, apesar de nítido. Passei mais da metade da apresentação da banda com os dedos enfiados no ouvido, protegendo meus tímpanos, especialmente nos agudos de Halford. Desejei muito ter levado protetores auriculares. Só por isso, considero o show do Alice In Chains o melhor da noite.
***
Dia 1 de dezembro tem L7 no Circo Voador, e esse é para mim o show mais esperado do ano. Que, é claro, vou ter que perder por causa da minha escala de trabalho. Sorte de quem for.
Marco Txuca
20 de novembro de 2018 @ 02:58
Sobre o lance stoner/sludge do Alice In Chains, sugiro visita ao post q fiz no último sábado eheh
Set-lists q obtive:
BLACK STAR RIDERS: Bloodshot, All Hell Breaks Loose, Jailbreak, The Killer Instinct, Heavy Fire, Before the War, When the Night Comes In, The Boys Are Back In Town, Kingdom Of the Lost, Bound For Glory
ALICE IN CHAINS: Check My Brain, Again, Never Fade, Then Bones, Dam the River, Hollow, Nutshell, No Excuses, We Die Young, Stone, It Ain’t Like That, Man In the Box, The One You Know, Would?, Rooster
JUDAS PRIEST: Firepower, Running Wild, Grinder, Sinner, The Ripper, Lightning Strike, Desert Plains, No Surrender, Turbo Lover, The Green Manalishi, Night Comes Down, Guardians, Rising From Ruins, Freewheel Burning, Hell Bent For Leather, Painkiller, The Hellion/Electric Eye, Breaking the Law, Living After Midnight
Jessiê
22 de novembro de 2018 @ 20:54
Show do Judas é foda! AiC sou meio neófito ainda agora que ando curtindo umas coisas. Gente pra caralho hein.
Só eu que acho proibitivo os preços dos shows ultimamente?
Marco Txuca
22 de novembro de 2018 @ 22:34
Pegando tua deixa de público e preços, Jessiê: aqui em SP foi considerado fiasco o Solid Rock (esse festival) pq ñ lotou o Allianz Parque, q tem capacidade pra 50 mil pessoas.
Juntou “só” 15 mil. Anunciado desde ano passado, o evento custava R$ 360 foratemers e foi reduzindo o preço, devido à “pouca” procura, a ponto de eu ter ouvido falar em 76 kitgays no dia do show…
O q tem sido “proibitivo” pros amigos? O Kreator/Arch Enemy me custou 200 foratemers + 1kg de arroz.
märZ
23 de novembro de 2018 @ 18:25
Acho que 100 cruzeiros é um preço justo pra show gringo, seja uma ou mais bandas. Mais que isso é exploração. E é sempre mais que isso.
Jessiê
25 de novembro de 2018 @ 00:14
Vi na net tempo atrás 500 pila para o show do Kreator, talvez era algum tipo de pista inteira, sei lá. 200 reais pra cima acho foda se não for algo sobrenatural de bom, ou festival classudo.