XINGUE A MÃE, MAS Ñ CHAME DE TRIBUTO
Ñ é exatamente uma típica resenha Thrash Com H. Juntei a impossibilidade de fazer uma nova com o ensejo de reprisar esta aqui, postada no extinto Exílio Rock em 2 de Março de 2013. Segue:
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Outro dia aí, pelos caminhos e descaminhos do Facebook, um amigo postou algo chistoso sobre Ney Matogrosso, tornado mais ou menos papo sobre o Secos & Molhados. Quase que na hora, lembrei de postar por aqui sobre um tributo ao grupo e a seu memorável e auto-intitulado 1º álbum de 1974, lançado há 10 anos, a mim uma das piores atrocidades cometidas sob a chancela “álbum-tributo”.
Segue lista dos sons e executantes – duplo sentido! – que por si só já devem aludir ao horror de “Assim Assado”:
- “Sangue Latino” – Nando Reis
- “O Vira” – Falamansa e Maskavo
- “O Patrão Nosso de Cada Dia” – Toni Garrido
- “Amor” – Ira!
- “Primavera Nos Dentes” – Eduardo Dussek + 3
- “Assim Assado” – Capital Inicial
- “Mulher Barriguda” – Pitty
- “El Rey” – Matanza
- “Rosa De Hiroshima” – Arnaldo Antunes
- “Prece Cósmica” – Raimundos
- “Rondó Do Capitão” – Pato Fu
- “As Andorinhas” – Marcelinho Da Lua
- “Fala” – Ritchie
Não fosse suficiente só o notável elenco – explicitamente, quase todo o cast da Deck Records, do magnânimo Rafael “Baba Cósmica” Ramos, numa forçação de barra inenarrável – creio caberem ainda alguns destaques:
Sim, cada artista fez versões de acordo com seu “som”, seu estilo. Mas Arnaldo Antunes “cantar” “Rosa De Hiroshima” configura praticamente crime hedidondo, inafiançável. Cagou e sentou em cima da rosa, da rosa. Matanza fazendo “El Rey” – originalmente acústica – naquele hardcore capenga que lhes é característico, achei um ESTUPRO. Vinheta de 10 segundos, “As Andorinhas”, virando drum’n’samba (eletro-samba pra japonês que já foi modinha), deve ter sido pra arriscarem colocá-la na trilha dalgum remake de “Laranja Mecânica”, naquela parte do condicionamento aversivo com o criminoso, só pode…
Nando Reis, oras, conseguiu ERRAR em sua versão. Cortou fora 2 versos de “Sangue Latino”, com que a banda de apoio o acompanhou. Se foder!
Salvam-se, pra dias de muito bom humor e benevolência, ou de muito tarja preta na moleira, as versões de Ira!, Capital Inicial e Pitty. A de Ritchie é a inusual: um inglês cantando “Fala” com mais propriedade que todos os outros brasucas.
Todo o resto é oportunismo fuleiro de ex-artistas tentando lugar ao sol. Não conseguiram: “Assim Assado” deu em nada. Também por conta dos Secos & Molhados haverem se perdido nas brumas da memória: quem os curte nem é o público da maioria dos artistas aqui elencados. Ainda bem.
Gerson Conrad, um dos ex-integrantes do grupo, em depoimento à finada Revista Zero, também detestou as versões de Arnaldo Antunes e do Matanza e classificou “Assim Assado” como “um disco que não passa emoção”. Chegou perto, foi educado.
Deveria ter falado que “Assim Assado” é um lixo. Uma bosta.
…
CATA PIOLHO CCXXIX – “Slither”: Metallica ou Velvet Revolver? // “Smear Campaign”: Napalm Death ou Annihilator? // “Unleash the Beast”: Saxon ou Hypocrisy?
märZ
25 de abril de 2014 @ 20:57
Já vi isso encalhado em algum sebo a 5 cruzeiro. Passei longe, em respeito aos originais, que são estupendos.
Marco Txuca
26 de abril de 2014 @ 00:30
Deveria ter comprado pra jogar num lixo.
André
26 de abril de 2014 @ 22:12
Senão to enganado, a versão do Capital é anterior ao tributo.
De resto, não me surpreende os nomes envolvidos nisso. Gente que posa de alternativo, mas, embarca em qualquer barco pra aparecer. Bah!
Marco Txuca
27 de abril de 2014 @ 01:25
Ponto interessante esse, André. A hora em q sair “tributo” a Mamonas Assassinas, ao Sex Pistols ou a Wilson Simonal, esse povo todo entra, sem critério.